O líder parlamentar do PS apelou hoje ao PSD para que separe o que é “fazer oposição ao Governo do que é fazer oposição ao país”

No final da primeira reunião descentralizada da direção do grupo parlamentar, em Sines (Setúbal), Eurico Brilhante Dias comentou as declarações do vice-presidente do PSD Paulo Rangel, que na segunda-feira defendeu que o Governo não pode “passar a bola” aos sociais-democratas nesta matéria.

 

 

“O PSD tem de escolher o seu caminho e precisa de perceber que fazer oposição ao Governo é legítimo, é normal, o Governo precisa de uma boa oposição. Mas deve separar o que é fazer oposição ao Governo do que é fazer oposição ao país”, contrapôs hoje o líder da bancada socialista.

 

 

Brilhante Dias considerou que, quanto ao futuro aeroporto, “a opção política do Governo é clara”: “É envolver o maior partido da oposição para que a solução final seja perene”, disse.

 

 

Para o deputado socialista, “não foi apenas a falta de decisão” que leva a que a região de Lisboa ainda não tenha um novo aeroporto.

 

 

“Foi o facto também evidente de, quando mudou o governo, em particular quando o PSD regressou ao poder, ter alterado decisões. Neste caso, ainda não saiu da oposição, mas já alterou a sua posição sobre o aeroporto mudando de liderança”, disse.

 

 

Eurico Brilhante Dias considerou que “a oposição também é responsável pelo futuro do país” e deixou um ‘recado’ para o novo presidente do PSD, Luís Montenegro.

 

 

“A política de terra queimada não resolve os problemas dos portugueses e, por isso, não resolve problema de nenhum político português, nem mesmo do dr. Montenegro”, afirmou.

 

 

Na segunda-feira, no final da primeira reunião da Comissão Política Nacional (CPN) do PSD desde a tomada de posse de Luís Montenegro, em 03 de julho, Paulo Rangel expressou uma posição de “condenação veemente” ao primeiro-ministro por reduzir o episódio com o ministro das Infraestruturas sobre o futuro aeroporto a “um casinho”, e desafiou-o a dizer se avança com a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) antes de haver “outros progressos” sobre o tema.

 

 

Questionado sobre a posição do PSD sobre a matéria, Rangel defendeu que é o Governo “que governa há sete anos e com maioria absoluta” que tem de responder.

 

 

“O Governo não pode passar a bola ao PSD, o PSD não é responsável pelos falhanços do Governo”, disse.

 

 

O primeiro vice-presidente do partido do PSD não avançou ainda uma data para o encontro entre o novo presidente social-democrata e António Costa.

 

 

“Há de haver oportunamente – e não demorará muito – um encontro entre o primeiro-ministro e o presidente do PSD, não especificamente para tratar deste assunto, será um encontro para todos os assuntos da agenda, esse será um deles”, disse.

 

 

Nesta matéria, António Costa tem defendido que tem de se “trabalhar para uma solução técnica, política, ambiental e economicamente sustentável – uma solução que seja objeto de um consenso nacional, designadamente com o maior partido da oposição”.

 

 

No final de junho, o primeiro-ministro determinou a revogação do despacho que apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que no dia anterior apresentara esta proposta.

 

 

A solução que constava no despacho revogado passava por avançar com o projeto de um novo aeroporto no Montijo complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, para estar operacional no final de 2026, sendo os dois para encerrar quando o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete estiver concluído, previsivelmente em 2035.

 

 

 

Montenegro diz que PSD não tem “posição tomada e fechada”

 

 

 

O presidente do PSD afirmou hoje que o partido não tem uma “posição fechada e tomada” quanto à localização do futuro aeroporto, dizendo que não renega as opções do Governo de Passos Coelho, mas frisou que passaram sete anos.

 

Em declarações aos jornalistas, no final da primeira reunião da bancada do PSD em que participou como presidente do partido, Luís Montenegro foi questionado sobre uma notícia divulgada na quarta-feira pelo jornal online Observador, segundo a qual a sua direção defende a solução do anterior primeiro-ministro do PSD, e que passava por manter o aeroporto da Portela como principal e o do Montijo como complementar.

 

 

“A única notícia que há é a minha voz, a que eu transmito, lamento desiludir-vos, mas nós não temos uma posição tomada e fechada. Como anunciei no Congresso do partido vou, em primeira mão, informar o primeiro-ministro sobre a nossa posição, as nossas decisões, o enquadramento que damos à questão e eventuais metodologias e critérios para uma possível abertura de diálogo”, disse.

 

 

Montenegro assegurou que o PSD terá uma posição responsável e não se colocará “de costas voltadas para o país” só por estar na oposição, mas não deixará de apontar a “falta de autoridade e credibilidade” do Governo sobre esta matéria.

 

 

Questionado sobre quando será o seu encontro com António Costa, o líder do PSD não adiantou ainda uma data: “Brevemente podemos chegar a uma conciliação de agendas”.

 

 

Luís Montenegro, que era líder parlamentar durante o executivo de Passos Coelho, afirmou, quando questionado, que não renega as orientações políticas tomadas nesse executivo.

 

 

“Mas estamos a falar de uma realidade que aparece sete anos mais tarde. O Governo foi incapaz de executar e até de tomar qualquer decisão neste domínio”, afirmou, lamentando que até a decisão acordada com o PSD para realizar uma Avaliação Ambiental Estratégica que contemple as três opções (Portela + Montijo, Montijo + Portela ou Alcochete) se arraste há quase dois anos.

 

 

Para Montenegro, o importante “não é saber o que o Governo do dr. Pedro Passos Coelho tinha pensado”.

 

 

“O tema aqui é saber a incapacidade e incompetência deste Governo de tomar decisões”, reiterou, dizendo que ainda há muito por explicar no episódio entre António Costa e Pedro Nuno Santos.

 

 

Há uma semana, o primeiro-ministro determinou a revogação do despacho que apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que no dia anterior apresentou esta proposta.

 

 

A solução que constava no despacho revogado passava por avançar com o projeto de um novo aeroporto no Montijo complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, para estar operacional no final de 2026, sendo os dois para encerrar quando o aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete estiver concluído, previsivelmente em 2035.

 

 

No mesmo dia, António Costa defendeu que na nova solução aeroportuária para a região de Lisboa se tem de “trabalhar para uma solução técnica, política, ambiental e economicamente sustentável – uma solução que seja objeto de um consenso nacional, designadamente com o maior partido da oposição”.

 

 

 

 

TPT com: MadreMedia / Lusa//Miguel A. Lopes/LUSA//Observador//  12 de Julho de 2022

 

 

 

 

 

 

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