Alexander Lukashenko pode estar a preparar-se para uma revolta entre os seus próprios oficiais militares que, em carta aberta, expressaram a sua oposição à guerra russa na Ucrânia – os oficiais superiores da 5ª Brigada das Forças Especiais alertaram o presidente bielorrusso, aliado próximo de Vladimir Putin, de que não deveria enviar tropas para lutar na Ucrânia e classificaram a decisão como “puro suicídio”.
“Ao entrar na guerra contra a Ucrânia, a Bielorrússia será expulsa da comunidade de estados civilizados e será um pária internacional por muitos anos”, escreveram os militares.
A Bielorrússia permitiu que a Rússia estacionasse as suas tropas e realizasse exercícios militares de grande escala no país desde o início da guerra, que começou no final de fevereiro. Em maio último, a Bielorrússia lançou exercícios em larga escala das suas forças militares para testar a prontidão de combate do seu exército, de acordo com o Ministério da Defesa bielorrusso.
No entanto, alguns membros do exército bielorrusso ainda denunciaram a guerra e disseram na carta a Lukashenko: “A ocupação da Rússia do território internacionalmente reconhecido da Ucrânia, que é [um] amigo do nosso estado, e a sua tentativa de colocar a Bielorrússia numa guerra completamente não provocada contra um estado soberano só pode ser vista como a destruição da soberania da Bielorrússia.”
“No momento, os oficiais da 5ª Brigada das Forças Especiais observaram a violação mais grave da Cláusula Um da Constituição da Bielorrússia pela mais alta liderança política da Rússia. De acordo com esta cláusula, a República da Bielorrússia mantém a supremacia e plena autoridade sobre o seu próprio território. Também goza de independência sobre a sua política interna e externa”, apontaram.
TPT com: AFP//Sputnik Mikhail//METZEL//METZEL/AFP//Francisco Laranjeira//MultiNews//MadreMedia/Lusa//sapo24// 12 de Julho de 2022