Activado oficialmente o estado de guerra em Israel

 

O Conselho de Segurança israelita, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, activou oficialmente o estado de guerra no país, que permite ao Exército realizar “atividades militares significativas” no âmbito da guerra com o Hamas, informaram meios de comunicação social.

 

 

Apesar de Netanyahu já ter declarado que o país estava em guerra, assim que começou a ofensiva do Hamas, esta decisão oficial é necessária, segundo a Lei Básica de Israel.

 

 

A decisão foi finalmente adotada numa reunião entre o primeiro-ministro e os líderes da segurança israelita, composta, entre outros, pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, e pelo Chefe do Estado-Maior General, General Herzi Halevi.

 

 

Netanyahu já tinha alertado no sábado que Israel embarcou “numa guerra longa e difícil” e que continuará “sem trégua até que os objetivos sejam alcançados”.

 

“Entrámos numa guerra longa e difícil. A guerra foi-nos imposta por um ataque assassino do Hamas”, começou por escrever, numa publicação na sua conta na rede social X, antigo Twitter.

 

 

O dirigente israelita explicou que “a primeira fase terminará em horas, destruindo a maior parte das forças inimigas que penetraram” no território de Israel.

 

 

“Ao mesmo tempo, iniciamos a formação ofensiva e esta continuará sem reservas e sem tréguas até atingirmos os objetivos. Restauraremos a segurança aos cidadãos de Israel e venceremos”, concluiu.

 

 

O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, numa operação com o nome “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Pelo menos 300 pessoas morreram em Israel na sequência do ataque do movimento islâmico Hamas, enquanto pelo menos 313 pessoas palestinianas foram mortas no âmbito da forte contraofensiva aérea do Estado judeu sobre Gaza.

 

 

 

O regresso da “guerra” ao Médio Oriente. O que aconteceu em Israel?

A palavra “guerra”, que nos habituámos a ouvir recentemente na Europa, é há muito uma realidade no Médio Oriente. Porém, esta manhã ganhou novos contornos, com o ataque surpresa do grupo palestiniano Hamas a Israel, a que chamaram “Tempestade Al-Aqsa”.

O ataque começou com disparos a partir de vários locais da Faixa de Gaza ainda antes das 6h30 horas locais (4h30 em Portugal), e continuaram durante quase meia hora. Em Israel, sirenes de alerta soaram em várias cidades.

 

 

De acordo com a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP), não houve uma resposta imediata de Israel.

 

 

No entanto, passado poucas horas, o país inimigo da Palestina iniciou um ataque através do ar, bombardeando 7 bases militares e quatro quartéis-generais do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação a que chamaram “Espadas de Ferro”.

 

 

O ministro da Defesa de Israel instituiu, entretanto, a lei marcial num raio de 80 quilómetros da Faixa de Gaza, incluindo Tel Aviv e Beersheba. Citado pela agência Reuters, Yoav Gallant vincou que “o Hamas cometeu um grande erro” ao lançar uma nova operação militar contra o país.

 

 

A ofensiva foi reivindicada pelo próprio líder do braço armado do Hamas, Mohammed Deif, que afirmou que o grupo lançou uma nova operação militar contra Israel.

 

 

Numa rara declaração pública, Mohammed Deif disse que 5.000 foguetes foram disparados contra Israel durante a madrugada, para dar início à “Operação Tempestade Al-Aqsa”.

 

 

Também Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, pronunciou-se sobre a situação, e segundo a Al Jazeera“o inimigo que sitia Gaza planeou surpreendê-la e intensificar a agressão contra o nosso povo na Faixa de Gaza, para além da colonização e da agressão que continua na Cisjordânia, que procura desenraizar o nosso povo e expulsá-lo da sua terra, e dos crimes da ocupação contra o nosso povo na década de 1948, uma vez que está por detrás de todas as operações de morte e assassínio que aí se realizam, e da continuação da detenção dos nossos prisioneiros durante décadas, e da renegação dos acordos quando voltou a prender os libertados do acordo de troca”.

 

 

“Por tudo isto, estamos a travar uma batalha de honra, resistência e dignidade para defender Al-Aqsa, sob o título anunciado pelo Irmão Comandante Abu Khaled Al-Deif: ‘Operação Tempestade Al-Aqsa’. Esta operação começou em Gaza e estender-se-á à Cisjordânia e ao estrangeiro, a todos os locais onde o nosso povo e a nossa nação estejam presentes”, afirmou Haniyeh.

 

 

O grupo islâmico Jihad Islâmica, também com forte presença e com um braço armado dentro de Gaza, já informou que se juntou ao ataque do Hamas: “Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes lutam ao lado dos seus irmãos do Hamas, ombro a ombro, até à vitória”, declarou.

 

 

Entretanto, o embaixador de Israel nos Estados Unidos da América, Michael Herzog, através da rede social X (antigo Twitter), pediu ajuda ao “mundo livre” para estes “condenarem” os ataques do Hamas a Israel, afirmando que “a ofensiva foi lançada quando estávamos a celebrar um feriado judeu”, mais precisamente o Simchat Torá.

 

 

Já durante a tarde, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está “em guerra” com o Hamas.

 

 

Numa publicação em inglês partilhada durante a tarde, sublinhava que “desde esta manhã, o Estado de Israel está em guerra”.

 

 

Delineou ainda os objetivos para “expulsar as forças hostis que se infiltraram no nosso território e restaurar a segurança e a tranquilidade das comunidades que foram atacadas”, e sublinhou que, “na guerra, é preciso ter equilíbrio”, apelando a todos os cidadãos de Israel para que se “unam para alcançar o nosso objetivo mais elevado – a vitória na guerra”.

 

 

Depois destas declarações, viriam as condenações dos líderes internacionais à nova “guerra” e à provocação do Hamas na Faixa de Gaza.

 

 

Da parte da União Europeia, Ursula von der Leyen realçou que: “esta violência não é uma solução política nem um ato de bravura. É puro terrorismo. A União Europeia está ao lado de Israel”.

 

 

Os EUA solidarizaram-se “com o Governo e o povo de Israel”, a quem apresentaram “condolências pelas vidas israelitas perdidas nestes ataques”, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

 

 

Ainda em intervenções que envolvem os EUA, Netanyahu informou também hoje o presidente Joe Biden que o ataque do Hamas ao território israelita será respondido com medidas “prolongadas e poderosas”. E segundo a agência EFE, o presidente Joe Biden telefonou a Benjamin Netanyahu para sublinhar que os Estados Unidos estão “com Israel” e “apoiam totalmente o seu direito” à “autodefesa”.

 

 

Na ONU foi também convocada uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação no Médio Oriente e a questão palestiniana, solicitada pelo Brasil, que ocupa a presidência do Conselho de Segurança.

 

 

Como últimos desenvolvimentos, sabe-se que o Hamas diz ter capturado reféns em Israel, que pretende vir a usar como moeda de troca, para exigir a libertação de prisioneiros palestinianos que se encontram nas prisões israelitas.

 

 

Além disso, do outro lado do conflito, Israel terá ordenado à empresa elétrica estatal cortar o fornecimento de energia na Faixa de Gaza.

 

 

Quanto a vítimas mortais, sabe-se que o Ministério da Saúde palestiniano atualizou o número de mortos após o início do contra-ataque de Israel, apontando que já morreram pelo menos 232 civis palestinianos e mais de 1.600 estão feridos. Há várias dezenas de pessoas em estado crítico, sendo que, após o corte de energia pelas autoridades israelitas, prevê-se que o número possa aumentar consideravelmente, segundo a Al Jazeera.

 

 

Já as autoridades israelitas atualizaram o seu número de mortos para pelo menos 200, depois dos ataques desta madrugada pelo Hamas.

 

Mais de 1000 mortos em Israel após ataque do Hamas

 

 

 

 

O número de mortos em Israel devido ao ataque lançado no sábado pelo grupo islâmico Hamas ultrapassa os 700, à medida que avança o segundo dia de guerra com as milícias palestinianas em Gaza, segundo um novo balanço israelita.

 

 

O Ministério da Saúde de Israel confirmou hoje à tarde que há também mais de 2.243 feridos em hospitais israelitas, 365 deles em estado considerado grave.

 

 

O elevado número de mortos confirmado em pouco mais de 24 horas não tem precedentes na história de Israel, apenas comparável à sangrenta primeira guerra árabe-israelita de 1948, após a fundação do Estado de Israel.

 

 

“É o nosso 11 de setembro. É para nós um acontecimento semelhante no sentido de que vai mudar as regras do jogo. É um novo paradigma”, disse o porta-voz internacional do Exército israelita, Richard Hecht, citado pela agência EFE, numa alusão ao impacto que os ataques terroristas de 2001, conduzidos pela Al-Qaida, tiveram nos Estados Unidos da América (EUA).

 

 

O grupo islâmico palestiniano Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

 

 

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como “Espadas de Ferro”.

 

 

A retaliação israelita provocou pelo menos 370 mortos e mais de 2.200 feridos, segundo os mais recentes números divulgados pelo Ministério da Saúde palestiniano.

 

 

O Exército confirmou que ainda existem milicianos do Hamas dentro do território israelita, com os quais há combates ativos em várias comunidades perto de Gaza, afirmando, no entanto, já ter matado cerca de 400 “terroristas” dentro de Gaza e várias centenas em solo israelita.

 

 

Por sua vez, as milícias de Gaza não pararam de lançar foguetes, mais de 3.500, que no sábado atingiram partes do centro de Israel, como Jerusalém e Telavive, embora hoje os alarmes antiaéreos só tenham sido ativados no sul do país.

 

“Os números não têm precedentes. Vamos responder com muita severidade a isso. Nos próximos dias será uma longa luta, faremos o que for necessário para responder a este ataque bárbaro”, disse Richard Hecht, considerando que as ações do Hamas “violam as leis internacionais e o Islão”.

 

 

Não está excluído que Israel empreenda uma ofensiva terrestre em grande escala nos próximos dias, mas analistas militares dizem que ainda não é o momento, porque ainda há elementos do Hamas dentro do país e devido ao grande número de israelitas cativos em Gaza.

 

 

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está “em guerra” com o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007.

 

 

 

Irão “apoia a legítima defesa da nação palestiniana”

 

 

 

 

O Presidente iraniano, Ebrahim Raïssi, declarou hoje que o “Irão apoia a defesa legítima da nação palestiniana” e apelou aos “governos muçulmanos” para também afirmarem o seu apoio na sequência do ataque lançado pelo Hamas.

 

 

O líder iraniano fez esta declaração depois de falar separadamente ao telefone com os líderes dos movimentos armados palestinianos Hamas, Ismail Haniyeh, e da Jihad Islâmica, Ziad al-Nakhala, que acolheu separadamente em junho, em Teerão.

 

 

O Irão mantém relações estreitas com os dois movimentos palestinianos e foi um dos primeiros países a saudar a ofensiva do Hamas lançada no sábado.

 

 

“O Irão apoia a autodefesa da nação palestiniana. O regime sionista e os seus apoiantes […] devem ser responsabilizados neste caso”, disse o Presidente Raïssi na sua mensagem dirigida “à nação palestiniana”.

 

 

“Os governos muçulmanos deveriam juntar-se à comunidade muçulmana no apoio à nação palestina”, acrescentou.

 

 

O governante concluiu a sua mensagem saudando o Hamas e a Jihad Islâmica pelo nome: “Saudações à resistência da Palestina, do Líbano e da Síria, ao Iraque, ao Afeganistão e ao Iémen, saudações à heroica e resistente Gaza, saudações ao Hamas e à Jihad e a todos os grupos de resistência.”

 

 

Israel e a Faixa de Gaza estão em guerra após uma ofensiva militar realizada na manhã de sábado pelo Hamas, que disparou milhares de foguetes, infiltrou combatentes em território israelita e capturou israelitas, mantidos ainda como reféns.

 

 

Mais de 600 pessoas foram mortas do lado israelita e cerca de 370 do lado palestiniano, segundo relatórios provisórios de fontes dos dois territórios.

 

 

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, o general Mohammad Bagheri, elogiou hoje a “complexa operação” lançada por “grupos de combatentes palestinianos”.

 

 

É o “produto da ira sagrada que o inimigo sionista plantou na nação palestiniana oprimida e que deve agora colher”, acrescentou em comunicado.

 

 

Por seu lado, Ali Akbar Velayati, conselheiro do líder supremo iraniano Ali Khamenei, previu que esta “operação vitoriosa” irá “acelerar a queda do regime sionista”.

 

 

Um alto funcionário americano indicou no sábado que era “muito cedo para dizer” se o Irão estava diretamente envolvido na ofensiva lançada pelo Hamas. No entanto, acrescentou que “não há dúvidas” sobre o facto de o Hamas ser “financiado, equipado e armado”, entre outros, pelo regime de Teerão.

 

 

Na noite de sábado, manifestantes reuniram-se na Praça Felestin (Palestina), em Teerão, agitando a bandeira palestiniana. “A grande libertação começou”, proclamava em árabe uma enorme faixa exposta na fachada de um edifício.

 

 

Numa outra praça da capital iraniana, outro painel gigante foi instalado, mostrando o xadrez preto e branco do ‘keffiyeh’ (lenço) palestiniano cobrindo a bandeira israelita branca e azul, com a inscrição “Inundação de Al-Aqsa”, nome da operação do Hamas.

 

 

A República Islâmica do Irão não reconhece o estado israelita e o apoio à causa palestiniana tem sido uma constante na sua política externa desde a revolução de 1979.

 

 

Em resposta ao ataque surpresa do Hamas – grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia –, as autoridades israelitas bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizaram como “Espadas de Ferro”.

 

A troca de tiros prossegue hoje, com numerosos foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza e bombardeamentos israelitas contra centenas de alvos do Hamas no enclave palestiniano.

 

 

 

 

 

 

CRONOLOGIA: Os principais momentos do conflito israelo-palestiniano

 

 

 

O conflito israelo-palestiniano teve início com a criação do Estado hebraico, em 1948, embora as tensões na região remontem ao século XIX, e é dos mais longevos dos séculos XX e XXI.

 

 

Eis uma cronologia dos principais momentos que marcam as relações entre os dois territórios e os dois povos.

 

 

*** 1947 – Nações Unidas aprovam plano de dois Estados ***

 

A 29 de novembro, as Nações Unidas aprovam o Plano de Partilha da Palestina (Resolução 181), que prevê um Estado judeu e um Estado árabe e a administração internacional de Jerusalém, cidade sagrada para ambas as partes.

Egito, Síria, Líbano, Jordânia e Iraque opuseram-se à proposta e não reconheceram o novo Estado Israel.

 

 

*** 1948 – Proclamação do Estado de Israel ***

 

O Estado de Israel é proclamado a 14 de maio, os Estados árabes não o reconhecem e começa a primeira guerra árabe-israelita.

 

 

*** 1949 – Fim da guerra, divisão do território ***

 

A primeira guerra termina a 24 de fevereiro: Israel amplia o seu território; a Faixa de Gaza fica sob controlo do Egito e a Cisjordânia da Transjordânia (equivalente à Jordânia, mas com fronteiras um pouco diferentes das atuais).

 

 

*** 1956 – Guerra do Suez ***

 

A segunda guerra israelo-árabe deixou de fora os territórios da Palestina. Israel, em conjunto com Reino Unido e França, invadiu a Península do Sinai (Egito) e as forças francesas e britânicas ocuparam o porto de Suez.

 

 

*** 1964 – Criação da OLP ***

 

É criada em maio, num congresso em Jerusalém, na sequência de uma decisão da Liga Árabe, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), organização política e paramilitar cuja meta era a libertação da Palestina através da luta armada.

 

 

*** 1967 – Guerra dos Seis Dias e Resolução 242 ***

 

Israel anexa os territórios de Gaza, Cisjordânia, Sinai (Egito) e Montes Golã (Síria), naquela que ficou conhecida como a Guerra dos Seis Dias (5 a 10 de junho, terceira guerra israelo-árabe), que opôs o Estado hebraico aos países árabes Síria, Egito, Jordânia e Iraque, apoiados por Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.

A vitória esmagadora de Israel elevou o Estado hebraico à condição de potência militar no Médio Oriente.

A 22 de novembro, as Nações Unidas adotam a Resolução 242, na qual instam Israel a retirar-se de todos os territórios ocupados.

Israel não cumpre a resolução, alegando que só negocia a desocupação dos territórios se os Estados árabes reconhecerem o Estado hebraico.

 

 

*** 1973 – Guerra do Yom Kipur ***

 

Entre 6 e 26 de outubro decorre a quarta guerra árabe-israelita, conhecida como Guerra do Yom Kipur (feriado judaico). Quando as hostilidades cessaram, Israel tinha provado o seu poderio militar, encontrando-se a 40 km de Damasco, capital da Síria, intensamente bombardeada, e a 101 km do Cairo, capital do Egito.

As Nações Unidas aprovam a Resolução 338, que estabelece um cessar-fogo e insta as partes a dialogar.

 

 

*** 1979 – Israel e Egito assinam Acordos de Camp David ***

 

A 27 de março, Israel e Egito assinam os Acordos de Camp David (retiro em Maryland do Presidente dos Estados Unidos, na altura Jimmy Carter, que testemunhou a assinatura), no âmbito dos quais o Estado hebraico devolve o Sinai.

Os Montes Golã nunca foram devolvidos à Síria. Ao contrário, Israel anexou o território em 1981.

 

 

*** 1982 – Israel invade o Líbano ***

 

Israel invade o Líbano a 6 de junho, com o objetivo de expulsar a OLP e estabelecer uma presença militar no território, onde permaneceu durante 18 anos.

 

 

*** 1987 – Primeira Intifada ***

 

A 10 de novembro, estala a primeira Intifada (palavra que em árabe significa revolta), também conhecida como “guerra das pedras”. Começa por ser um movimento de resistência civil dos palestinianos na Cisjordânia, que atiram paus e pedras contra os militares israelitas.

 

 

*** 1991 – Conferência de Madrid ***

 

Iniciativa idealizada por Espanha e auspiciada pelos Estados Unidos e pela União Soviética, a Conferência de Madrid, que decorreu de 30 de outubro a 3 de novembro, marca o início de um novo entendimento entre israelitas e palestinianos.

 

 

*** 1993 – Acordo que dá autonomia a Gaza e Jericó ***

 

O primeiro-ministro israelita, Yitzhak Rabin, e o líder palestiniano, Yasser Arafat, assinam, a 13 de setembro, em Washington, a Declaração de Princípios que concede autonomia a Gaza e Jericó.

É o primeiro acordo significativo a resultar as chamadas negociações de Oslo (por decorrerem na capital da Noruega), que resultaram numa série de acordos entre o governo de Israel e a OLP, mediados pelo Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.

Estes acordos previam o fim dos conflitos, a abertura das negociações sobre os territórios ocupados, a retirada de Israel do Sul do Líbano e o estatuto de Jerusalém.

No ano seguinte, Rabin e Arafat – e também Shimon Peres (que, como sucessor de Rabin no governo, viria a concluir os Acordos de Oslo) – seriam galardoados com o Nobel da Paz, “pelos seus esforços para conseguir a paz no Médio Oriente”.

 

 

*** 1994 – Regresso de Arafat do exílio e criação da Autoridade Nacional Palestiniana ***

 

Meio ano depois da Declaração de Princípios, a 25 de fevereiro, um colono judeu mata 30 palestinianos em Hebron e o processo de negociações estanca.

A 3 de abril, começa a retirada israelita de Gaza e Jericó e retomam as negociações no Cairo.

Yasser Arafat regressa a Gaza, a 1 de julho, após 27 anos de exílio, e é criada a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP).

 

 

 

 

*** 1995 – Cimeira do Cairo e assassinato de Rabin ***

 

 

 

A 2 de fevereiro realiza-se uma histórica cimeira, no Cairo, que reativa o processo de paz entre israelitas e palestinianos.

A 4 de novembro, Yitzhak Rabin é assassinado por um extremista judeu que se opunha aos termos dos Acordos de Oslo.

A 27 de dezembro, o exército israelita conclui a retirada de seis cidades palestinianas, após 30 anos de ocupação.

 

 

*** 1996 – Arafat eleito presidente da nova Autoridade Nacional Palestiniana ***

 

 

 

A 20 de janeiro, Yasser Arafat vence as eleições para a Autoridade Nacional Palestiniana, órgão provisório de autogoverno estabelecido em 1994, depois da retirada israelita de Gaza e Jericó.

 

 

*** 1997 – Retirada israelita de Hebron ***

 

 

A 15 de janeiro, o primeiro-ministro israelita, Benjamín Netanyahu, e Yasser Arafat firmam o acordo que permite a retirada do exército israelita de Hebron, na Cisjordânia.

 

 

*** 1998 – Assinado Memorando de Wye River ***

 

 

É assinado o Memorando de Wye River, mediado pelos Estados Unidos, que prevê uma nova retirada do exército israelita da Cisjordânia.

O parlamento israelita aprova o memorando com uma votação expressiva.

 

 

*** 1999 – “Paz em troca de territórios” ***

 

O primeiro-ministro israelita Ehud Barak, eleito pelo Partido Trabalhista, recupera, a 17 de maio, a fórmula “paz em troca de territórios”.

O governo de Barak viria a organizar e implementar a retirada unilateral de Israel do Sul do Líbano.

 

 

*** 2000 – Estala a segunda Intifada ***

 

 

Em julho, fracassam as conversações da segunda edição dos Acordos de Camp David, entre Arafat e Barak, sob mediação do Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.

A 28 de setembro, estala a segunda Intifada ou Intifada de Al-Aqsa, nome que remete para a mesquita situada na cidade velha de Jerusalém, terceiro local sagrado para os muçulmanos, depois de Meca e Medina.

O conflito, que durou do final de 2000 até ao começo de 2005, provocou centenas de mortos em ambos os lados.

 

 

*** 2001 – Fracassam as negociações entre as partes ***

 

 

Logo em janeiro, fracassa, em Taba (Egito), a última tentativa de se alcançar um acordo entre as partes.

Em dezembro, Yasser Arafat e a ANP estão confinados a Ramallah, na Cisjordânia.

 

 

*** 2002 – Israel dá luz verde ao muro de separação com a Cisjordânia ***

 

 

O governo israelita, liderado pelo falcão de direita Ariel Sharon (eleito pelo Likud), dá luz verde, a 16 de junho, à construção do muro de separação entre Israel e a Cisjordânia.

 

 

*** 2003 – Anunciados o “Roteiro para a paz” ***

 

 

A 17 de maio é anunciado o “Roteiro para a paz”, plano dos Estados Unidos e apoiado pelos restantes membros do quarteto de negociadores internacionais, que inclui ainda as Nações Unidas, a União Europeia e a Rússia.

 

 

*** 2004 – Morte de Arafat e eleição de Mahmud Abbas ***

 

 

Yasser Arafat morre a 11 de novembro e é substituído na ANP por Mahmud Abbas, que viria a ganhar as eleições de 9 de janeiro seguinte.

 

 

*** 2005 – Israel retira-se da Faixa de Gaza ***

 

 

Israel põe em marcha, a 15 de agosto, o plano de retirada unilateral dos seus soldados e de oito mil colonos judeus da Faixa de Gaza.

 

 

*** 2006 – Hamas vence eleições em Gaza ***

 

 

O movimento islamista integrista Hamas ganha, com maioria absoluta, as eleições legislativas de 25 de janeiro na Faixa de Gaza.

 

 

*** 2007 – Hamas assume controlo de Gaza ***

 

 

Em março, o Hamas e a Fatah (maior fação da OLP) formam um governo de unidade nacional na Palestina, que durará apenas três meses.

A 15 de junho, o Hamas assume, pela força, o controlo de Gaza e Mahmud Abbas dissolve o governo e forma um novo.

 

 

*** 2008 – Governo palestiniano abandona negociações ***

 

 

A 14 de janeiro, numa primeira reunião importante em Annapolis (Maryland, Estados Unidos), são abordadas as questões das fronteiras e de Jerusalém como capital.

Entre 27 de dezembro e 18 de janeiro de 2009, a operação “Chumbo Endurecido”, levada a cabo por Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza, causa 1.400 mortos.

O governo palestiniano abandona as negociações com Israel.

 

 

*** 2009 – Netanyahu eleito ***

 

 

Benjamin Netanyahu ganha, pelo partido de direita conservador Likud, as eleições de 10 de fevereiro em Israel.

 

 

*** 2010 – Fracassam primeiras negociações entre Abbas e Netanyahu ***

 

 

A 2 e 3 de setembro, começam em Washington, sob a mediação do Presidente de Estados Unidos, Barak Obama, as primeiras negociações entre Abbas e Netanyahu, que fracassam depois de Israel retomar a construção de colonatos nos territórios ocupados da Palestina.

 

 

*** 2011 – Palestina pede adesão às Nações Unidas ***

 

Numa intervenção histórica, Mahmud Abbas apresenta, a 23 de setembro, nas Nações Unidas, um pedido de adesão da Palestina como membro de pleno direito da organização internacional.

 

 

*** 2012 – Nações Unidas atribuem estatuto de observador à Palestina ***

 

 

A 29 de novembro, as Nações Unidas reconhecem a Palestina como Estado observador, mas não como membro.

 

 

*** 2014 – Israel fecha acessos à Mesquita de Al-Aqsa ***

 

 

A 7 de julho, Israel desencadeia contra Gaza a operação “Margem Protetora”, a maior desde 2008, causando mais de 1.460 mortos.

A 30 de outubro, a polícia israelita fecha os acessos à Mesquita de Al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado para o islão.

 

 

*** 2017 – Estados Unidos transferem embaixada para Jerusalém ***

 

 

A 6 de dezembro, o Presidente Donald Trump anuncia a transferência da embaixada dos Estados Unidos de Telavive para Jerusalém, no que foi considerado um ato de provocação, já que a cidade santa é reclamada como capital por israelitas e palestinianos.

A embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém é inaugurada a 14 de maio de 2018, acompanhada por protestos em Gaza que se saldam em 60 palestinianos mortos.

 

 

*** 2020 – Palestina põe fim a todos os acordos com Israel e Estados Unidos ***

 

 

A 19 de maio, Mahmud Abbas anuncia o fim de todos os acordos com Israel e os Estados Unidos.

 

 

*** 2021 – Israel põe fim a construção de barreira subterrânea na fronteira com Gaza ***

 

 

Após o lançamento de foguetes a partir do território palestiniano, Israel desencadeia, a 10 de maio, uma operação em Gaza que provoca, numa semana, pelo menos 213 mortos, entre eles 59 menores.

 

 

A 7 de dezembro, Israel anuncia o fim da construção de uma barreira subterrânea na fronteira com Gaza, destinada a acabar com os túneis alegadamente utilizados para ataques pelas milícias palestinianas.

 

 

*** 2022 – Operação israelita na Cisjordânia ***

 

 

A 31 de março, em resposta a vários ataques palestinianos, que provocaram 18 mortos, Israel desencadeia uma operação na Cisjordânia a operação que se prolongará durante meses.

 

 

O conflito entre Israel e Cisjordânia tem neste ano o seu balanço mais letal desde 2006, com 199 mortos (170 palestinianos e 29 israelitas).

 

 

 

*** 2023 – ANP anuncia suspensão da cooperação com Israel ***

 

 

Dez palestinianos morrem e dezenas ficam feridos durante uma incursão militar do exército israelita contra o campo de refugiados de Jenim, a 26 de janeiro.

A ANP anuncia a suspensão total da cooperação com Israel em matéria de segurança.

 

 

Israel e Gaza trocam ataques aéreos a 27 de janeiro.

 

 

A 12 de março, soldados israelitas matam três palestinianos em Nablus, na Cisjordânia, depois de estes abrirem fogo contra um posto militar.

A 9 de maio, começa uma nova onda de violência entre Israel e as milícias de Gaza, que lançam 547 foguetes e morteiros, com um balanço de pelo menos 28 palestinianos mortos.

 

 

A 21 de junho, um ataque aéreo com drones do exército israelita sobre a Cisjordânia ocupada, o primeiro desde 2006, marca uma nova escalada de violência, sem precedentes desde a segunda Intifada.

 

 

Israel lança, a 3 de julho, a operação militar de grande escala “Casa e Jardim”, avançando, por terra e ar, sobre o campo de refugiados de Jenim e causando a morte a doze palestinianos e um soldado israelita.

 

O mais recente episódio da escalada registou-se neste sábado, com a ofensiva surpresa lançada pelo Hamas contra Israel, que respondeu com bombardeamentos aéreos, provocando centenas de mortos e feridos em ambas as partes em conflito.

 

 

 

 

TPT com: NBCNews//AFP// Executiv Digest// EPA/ABIR SULTAN / POOL //MadreMedia/Lusa// 9 de Outubro de 2023

 

 

 

 

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