Avião desaparecido estava a ser procurado no sítio errado

29/05/2014

 
Buscas vão entrar numa nova fase, que começa em agosto e que pode demorar um ano até ficar concluída.

 

As buscas subaquáticas no Índico não foram detetaram sinais de destroços do avião.

 

Quase três meses após o seu desaparecimento, não só o mistério em torno do Boeing 777 da Malaysia Airlines continua por resolver, como a própria investigação parece dar passos atrás. Afinal, o avião não se despenhou na zona do sul do Oceano Índico onde foram detetados sinais acústicos, anunciou o centro que coordena as buscas.

 

“Esta área pode agora ser descartada como tendo sido o local onde terminou o MH370”, refere um comunicado do Centro de Coordenação Internacional das Buscas (JACC), liderado pela Austrália.

 
O novo dado foi tornado público após ter sido dada por concluída, sem resultados, a missão de busca subaquática iniciada em abril na área do Oceano Índico onde foram detetados sinais acústicos semelhantes aos emitidos pelas caixas negras dos aviões.

 

A agência de coordenação informa que não foram detetados sinais de destroços do avião pelo mini-submarino Bluefin-21, que tem capacidade para mergulhar até 4.500 metros de profundidade e que utiliza um sonar para criar uma imagem do fundo do mar.

 

Segundo a CNN, ganhou força a explicação de que os sons detetados terão origem numa fonte humana, sem que nada tenham que ver com o Boeing desaparecido.

 

Perante esta conclusão, as operações de busca vão entrar numa nova fase, explica a JACC. Serão agora utilizados sofisticados equipamentos para mapear a área do oceano que não foi examinada, com base em todas as informações disponíveis e em análises revistas, com vista a definir uma zona de busca de até 60 quilómetros quadrados. Esta próxima missão arrancará em agosto e deverá levar até um ano a ser concluída.

 

O avião da Malaysia Airlines, com 239 pessoas a bordo, desapareceu a 8 de março depois de descolar de Kuala Lumpur rumo a Pequim, onde deveria ter chegado cerca de seis horas depois.
Ainda na terça-feira, dados recolhidos pela operadora de satélites britânica Inmarsat, e divulgados pelo Governo malaio, davam força à tese do avião se ter despenhado no oceano Índico, devido a uma falha de combustível enquanto voava para sul.

 

 

FOTO: Reuters

 
Mafalda Ganhão

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