É um dos destinos que estão longe de figurar no topo de prioridades dos portugueses mas quem visita este país regressa completamente rendido. Saiba porquê!
A CNN elegeu o Panamá como um dos países a visitar em 2014 e motivos não faltam. A natureza exuberante, os séculos de história, as praias magníficas e um dos canais mais famosos do mundo que comemora este ano o seu centenário. Mas há mais… O Panamá tem areais fantásticos, florestas densas e luxuriantes, tribos indígenas que preservam as tradições, uma capital cosmopolita que não esconde o seu passado colonial e um património com o selo da UNESCO.
Localizado entre dois oceanos, o Atlântico e o Pacífico, deu nome ao canal que os une e cuja construção, há 100 anos, foi um marco no incremento do comércio internacional. Mas, se precisa de mais razões para o escolher como destino de férias, damos-lhe mais uma. A TAP tem, desde meados deste ano, um novo voo que liga Lisboa à Cidade do Panamá, o que facilita o acesso a este destino de descoberta.
A Cidade do Panamá divide-se em duas, a moderna e a colonial. A primeira é o centro financeiro do país e é dominada pelos hotéis de luxo, lojas de grandes marcas, empresas que habitam os vários arranha-céus que a caracterizam, entre os quais os famosos Ocean Two, Trump Ocean Club e La Torre Vitri. Percorrendo a Cinta Costera, uma zona conquistada ao mar junto à Baía do Panamá, onde é possível praticar todos os tipos de desportos, chega-se à segunda face da cidade a que nos traz à memória o passado colonial.
O Casco Antiguo, também conhecido como Panamá La Vieja, é o que sobra da primeira cidade espanhola da América Latina edificada no século XVI pelos espanhois. Apesar de ter sido saqueada e incendiada várias vezes, o conjunto arqueológico deixa ver as ruínas da catedral, sete conventos, hospital e a Torre do Panamá. A restante zona histórica data do século XVII e preserva a arquitetura dessa altura, da qual se destaca a Catedral Metropolitana de Santa Maria La Antigua.
Novas e velhas atrações turísticas
São também imperdíveis as igrejas de San Felipe Neru, San Francisco de Asís e San José, o Museu do Canal e o Teatro Nacional. É nesta zona que se encontram inúmeras lojas de artesanato, de joalharia, galerias de arte, restaurantes e bares e se pode sentir o vibrar da cidade. A grande novidade da Cidade do Panamá em 2014 é, no entanto, o Biomuseo.
Este espaço museológico mostra como surgiu o istmo do Panamá, que uniu dois continentes e separou o oceano em dois, Atlântico e Pacífico, mudando a biodiversidade do planeta. O edifício é da autoria do conceituado arquiteto norte-americano Frank Ghery e tem oito galerias para a exposição permanente, que combina arte e ciência, mas também espaços para mostras temporárias. É um museu interactivo e dele tem-se vista para a cidade.
O Canal do Panamá e as fortificações históricas
A apenas 10 quilómetros da capital, encontra-se uma das maravilhas mundiais da engenharia, o Canal do Panamá, que vê passar anualmente 14 mil barcos. O canal, que liga o oceano Atlântico ao Pacífico, está a sofrer obras de melhoramento que só terminam no próximo ano, o que revela a importância que ainda hoje tem para o mundo. Nas eclusas de Miraflores e no Museu do Canal percebe-se o funcionamento desta via e a sua relevância para o comércio mundial.
A presença espanhola no país deixou muitas raízes e as fortificações da costa caribenha são um exemplo disso. O castelo de San Lorenzo, que ainda preserva as muralhas e os canhões do século XVII, é uma delas. Para lá chegar, tem de se passar pela selva tropical, uma experiência incrível.
O conjunto Monumental de Portobelo, do século XVIII, é outra dessas heranças. Dominada pelo Castelo de Ferro de San Felipe de Sotomayor, é uma zona onde outrora se comercializava ouro e prata. Ambos são Património da Humanidade pela UNESCO.
Vegetação densa
Mais de 35% do território do Panamá está integrado em parques nacionais ou reservas naturais. No país, coabitam mais de 800 espécies de aves, 220 mamíferos, 240 répteis e mais de 10 mil espécies de plantas. O parque La Amistad, partilhado pelo Panamá e pela Costa Rica, tem uma biodiversidade enorme e é palco de inúmeras actividades para quem gosta de aventura, desde canoagem a caminhadas pelos trilhos ou, simplesmente, a pesca.
Possui uma área de 207 mil hectares de selva tropical e de bosques densos. Já na fronteira com a Colômbia, as atenções viram-se para o Darién, o maior parque do país com 579 mil hectares de selva, pântanos e bosques tropicais. O parque Nacional de Coiba e a Reserva Marinha são também imperdíveis. É composto pela ilha de Coiba e mais 38 ilhas, além da área marítima. Aqui co-habitam golfinhos, baleias, macacos, aves e existe um dos mais raros corais do Oceano Pacífico.
Praias maravilhosas
Com uma costa de 2850 quilómetros e 1800 ilhas, praias é algo que não falta no Panamá. Na costa de Colón, no Caribe, o nome a fixar é Bocas del Toro, zona de inúmeras praias, recifes e peixes coloridos. Na costa do Pacífico, destaca-se um cordão de 19 praias, que competem pelo título da mais bonita do país, que mudará consoante a opinião de cada visitante. Para desfrutar de um autêntico dolce fare niente, as melhores são as do Coronado, Farallón, Blanca, Islas Secas, Isla Taboga e Playas de Chiquiri.
Já para a prática de desportos aquáticos, a escolha deve recair em Punta Charme, Malibu, Santa Clara, Isla Iguana e Venao. O Parque Nacional de Coiba e o Arquipélago de Las Perlas, com 200 ilhas (as mais conhecidas são a Isla del Rey, San José e Contadora) são outros dos locais paradisíacos para os amantes do mar e de areais com muito espaço para estender a toalha e desfrutar da natureza.
Gastronomia
A cozinha do Panamá é crioula e, à semelhança do que acontece com vários países do Caribe, nota-se a influência espanhola, indígena, africana e até asiática. Os pratos mais conhecidos são o sanchocho (ensopado de galinha), ropa vieja com carne de frango e molho de tomate, corvina à la guillo, camarões à crioula, arroz com coco e peixe. Quanto aos doces, o mais panamiano é o suripico, feito com leite azedo e nance, um fruto típico. Do outro lado do mundo, o Panamá é um país que vive tranquilo, apesar de oprimido entre dois oceanos.
Um país mestiço
A população do Panamá é maioritariamente mestiça e caucasiana, mas entre cinco a oito por cento é indígena. Ao todo há sete tribos que ainda hoje têm um governo próprio e mantêm viva a sua cultura. Os guna (que vivem no arquipélago de San Blas), os emberá (que habitam as margens do rio Chagres) e os wounaan (da selva Darién) permitem que os turistas visitem as suas comunidades. É mesmo possível ficar alojado com eles e partilhar os seus costumes. Uma experiência inesquecível.
Guia de Viagem
A TAP voa de Lisboa para o Panamá, via Bogotá, às segundas, terças, quintas e sábados, desde 1.000 €. Para chegar ao centro da Cidade do Panamá vindo do aeroporto de Tocumen, pode apanhar um táxi turístico que custa 18 € (para duas pessoas) ou um autocarro público que custa 0,18 €. A moeda corrente é o balboa panamiano, que equivale a 0,73 €.
A língua oficial deste país é o espanhol. Aos turistas que cheguem ao país pelo Aeroporto Internacional de Tocumen, próximo da Cidade do Panamá, o país oferece um seguro de saúde gratuito durante os primeiros 30 dias de estadia no país.
Onde ficar
No centro da cidade, num parque natural ou por cima do mar. Há três opções à sua escolha:
– O American Trade Hotel está localizado no Casco Viejo, na parte histórica da capital e é ideal para visitar toda aquela zona a pé. O edifício foi construído em 1917 para ser um banco e a sua transformação em hotel foi irrepreensível. Preços a partir de 140 € por noite.
– O Canopy Camp é um ecolodge situado no Parque Nacional de Darién, ideal para quem vai ao Panamá para estar em contacto com a natureza. Tem apenas oito tendas estilo safari, todas com casa de banho privada e um deck com espreguiçadeiras. A sala de estar e a de refeições é comum. O pack de sete noites com refeições e visitas guiadas tem um valor a partir de 1.600 €.
– No Punta Caracolaqua Lodge pode mergulhar diretamente da sua cabana para um mar cristalino, por sinal o Mar das Caraíbas. Uma das vantagens deste lodge que tem princípios ecológicos de forma preservar o fantástico ambiente onde está inserido e onde tudo foi, por exemplo, construído com matérias-primas locais. Cada noite pode custar a partir de 243 €.
SABER VIVER – SAPO VIAGENS E TURISMO
Texto: Rita Caetano
Foto: Autoridade do Turismo do Panamá