Historiador quer investigar a guerra colonial

O historiador Nuno Pereira defendeu a necessidade de realizar uma investigação sobre a memória da guerra colonial, “um dos maiores tabus da história portuguesa”, enquanto há ainda testemunhas vivas.

 

 

“A história oficial diz pouco. É preciso aprofundar os factos”, afirma o investigador.

 

 

O historiador Nuno Pereira defendeu esta terça-feira a necessidade de realizar uma investigação conjunta, por especialistas africanos e de Portugal, sobre a memória da guerra colonial, enquanto há ainda testemunhas vivas. “A história oficial diz pouco. É preciso aprofundar os factos (…), devemos aproveitar que ainda há muitas testemunhas”, disse à agência Lusa o historiador, que participa hoje numa conferência sobre a luta pela independência das ex-colónias portuguesas de África.

 

 
Para o historiador, é fundamental desenvolver uma investigação de história e um trabalho de memória sobre este período, em parceria com investigadores dos países africanos e de Portugal. Segundo Nuno Pereira, a guerra colonial é “provavelmente um dos maiores tabus da história portuguesa”.

 

 
Na sua apresentação, o historiador, especialista em militância política, vai abordar os movimentos de solidariedade internacional da Suíça nos anos 1960 e 1970 que apoiaram as lutas de libertação em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.

 

 
Na conferência participa ainda o secretário executivo da Comissão Económica para África da ONU, o guineense Carlos Lopes, que vai abordar o papel e herança de Amical Cabral, o pai das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde.

 

 
Por ocasião dos 40 anos de independência das ex-colónias portuguesas de África, a associação de estudantes de história da Universidade de Genebra, a associação Atelier – história em movimento, o Centro Europa Terceiro mundo, e a Comissão de gestão de taxas de Universidade de Genebra organizam dois dias de debates dedicados à solidariedade internacional e aos movimentos independentistas.

 

 

MÁRIO CRUZ/LUSA – 17/3/2015

 

 

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