O presidente dos Estados Unidos defende que o mundo deve oferecer “algo melhor” aos jovens para impedir a sua radicalização e que o combate ao extremismo ultrapassa a força militar, sendo “uma batalha pelos corações e pelas mentes”.
“[Grupos extremistas como a al-Qaeda e o Estado Islâmico (EI)] exploram a ira que surge quando as pessoas sentem que a injustiça e a corrupção as deixam impotentes para melhorar as suas vidas. O mundo tem de oferecer aos jovens de hoje algo melhor”, escreveu Barack Obama numa coluna publicada, esta quarta-feira, no diário “Los Angeles Times”.
O artigo precede o discurso que Obama proferirá na Cimeira contra o Extremismo Violento, organizada pela Casa Branca.
“Os Governos que negam os direitos humanos favorecem os extremistas que afirmam que a violência é a única maneira de obter a mudança”, sustentou o chefe de Estado norte-americano.
Para Obama, “os esforços para combater o extremismo violento só terão êxito se os cidadãos puderem apresentar as suas queixas legítimas através do processo democrático e expressar-se através de sociedades civis fortes”.
A força militar por si só “não consegue resolver” o problema do extremismo, segundo Obama, que sublinha a necessidade de lutar, não só contra os “terroristas que matam civis inocentes”, mas também contra aqueles que “radicalizam, recrutam e incitam outros a fazer o mesmo”.
A Casa Branca não quer que a cimeira seja dominada pelo extremismo islâmico e, em particular, pelo EI. O seu objetivo tem uma perspetiva mais ampla e procura o diálogo sobre as populações “mais vulneráveis” à radicalização e ao recrutamento tanto nos Estados Unidos como noutros países.
Esta quarta-feira, no âmbito da cimeira, a Casa Branca acolherá várias mesas-redondas centradas na prevenção do extremismo entre mulheres, jovens e comunidades religiosas, antes da intervenção do presidente.
Na quinta-feira, a cimeira prosseguirá no departamento de Estado, onde Obama voltará a intervir, bem como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, perante representantes de 60 países.
Na sessão de abertura da cimeira, na terça-feira, o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, advogou que se fomente a integração e a inclusão das comunidades de imigrantes para evitar a radicalização, especialmente dos jovens.
Na opinião de Biden, os Estados Unidos não têm “todas as respostas” para atacar o extremismo violento, mas apenas mais experiência que a Europa, recente alvo dos radicais, quanto ao acolhimento e integração de grandes quantidades de imigrantes.
18/02/2015 / JN
FOTO: Jonathan Ernst/REUTERS