Cinco cientistas portugueses recebem 10 milhões de euros para dar continuidade à investigação

As bolsas Consolidator do Conselho Europeu de Investigação permitem aos cientistas agora premiados fortalecer as equipas e prosseguir com a investigação em áreas como imunologia, infeção ou inflamação.

 

 

Cada investigador vai receber uma bolsa de cerca de dois milhões de euros.

 

 
O Conselho Europeu de Investigação (ERC, na sigla em inglês) atribuiu dez milhões de euros a cinco cientistas portugueses para durante cinco anos darem continuidade aos projetos de investigação que desenvolvem na área das ciências da vida. As bolsas ERC Consolidator, como o nome indica, são uma oportunidade para os investigadores prosseguirem o trabalho de investigação que desenvolvem e manterem as respetivas equipas.

 

 
“Esta é uma excelente oportunidade para concretizar uma visão científica, através da consolidação da minha equipa”, refere Cristina Silva Pereira, que estabeleceu o grupo de investigação que coordena em 2008, no Instituto de Tecnologia Química e Biológica, da Universidade Nova de Lisboa. A investigadora pretende estudar se as proteções naturais das plantas contra os fungos podem ter aplicações clínicas.

 

 
Este financiamento torna-se particularmente relevante em áreas de investigação em que os financiamentos possam ser mais difíceis de conseguir. “O prémio ERC vai permitir-me executar o meu programa de investigação na área da sépsis sem barreiras”, diz Luís Moita, investigador principal no Instituto Gulbenkian de Ciência.

 

 
Para se candidatarem a esta bolsa os cientistas têm de ter o doutoramento há mais de sete anos (e menos de 12). É uma bolsa que surge na continuidade das bolsas ERC Starting para investigadores que acabaram o doutoramento há menos tempo e que estão a tentar estabelecer um grupo de trabalho independente. Henrique Veiga-Fernandes, em 2008, e Bruno Silva-Santos, em 2010, foram ambos premiados com esta bolsa de iniciação para estabelecerem os respetivos grupos de trabalho no Instituto de Medicina Molecular (IMM), da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

 

 
“Este financiamento irá permitir a continuação do trabalho do grupo internacional e excecional de cientistas que reuni no meu laboratório, ao mesmo tempo que nos permitirá iniciar um novo projeto ambicioso e com importantes implicações na Biomedicina”, nota Bruno Silva-Santos, que pretende perceber que mecanismos controlam a produção de citocinas, substâncias altamente inflamatórias. Estas moléculas tanto podem ter um papel importante na resposta às infeções e tumores, como podem ser responsáveis por doenças inflamatórias crónicas e autoimunes.

 

 
Inflamação e cancro são duas áreas chave na investigação em biomedicina. Henrique Veiga-Fernandes procura novos “alvos terapêuticos em doenças inflamatórias, infecciosas e tumorais no intestino” pela relevância que têm para a saúde pública, enquanto, João Barata, que também tem um grupo de trabalho no IMM, quer “entender os mecanismos através dos quais a [molécula] IL-7 e o seu recetor podem transformar célula normais e fazer com que se tornem malignas e o papel que têm no desenvolvimento de leucemia e outros cancros”.

 

 
06/02/2015

Autor: Vera Novais – Hugo Amaral / Observador

 

 

 

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