No próximo dia 23 de Abril, será lançado o novo livro de Brandão Ferreira e Humberto Nuno de Oliveira, ambos colaboradores de O DIABO, com prefácio de Jaime Nogueira Pinto, que lança a questão: “Estava a Guerra de África perdida?” Uma análise do conflito complementada com entrevistas a dezenas de personalidades. O debate está lançado e a conclusão não agrada aos abrilistas que entregaram o Império.
O lançamento terá lugar no Salão Nobre da Sociedade História da Independência de Portugal, no Largo de São Domingos, em Lisboa e vai ser apresentado por Alexandre Lafayette, advogado e ex-combatente do Ultramar. Prefaciado por Jaime Nogueira Pinto, “Guerra d’África, 1961-1974 – Estava Guerra a Perdida?” foi escrito em co-autoria pelo historiador e professor universitário Humberto Nuno de Oliveira e o Tenente-Coronel Piloto Aviador João José Brandão Ferreira.
A O DIABO, os autores afirmaram que o objectivo do livro é dar ao leitor “o direito ao contraditório”, nomeadamente face ao discurso oficial que afirma que a Guerra de África foi “injusta” e que estava irremediavelmente perdida.
Para complementar os seus textos, os autores entrevistaram 22 militares e dois civis: Francisco Vidal Abreu; Lopes Alves; Luís Sanches de Baêna; António Jesus Bispo; José Francisco Nico; Caçorino Dias; Luís Cadete; Victor Lopo Cajarabille; Moura Calheiros; John P. Cann; José Vizela Cardoso; Manuel Vizela Cardoso; Silvino Cruz Curado; José Lemos Ferreira; Raúl Folques; Taveira Martins; Soares Martinez; Adriano Moreira; José Malhão Pereira; Renato Marques Pinto; Fontes Ramos; Cardeira Rino; António Maria de Sá Alves Sameiro. Um livro oportuno, que seguramente abrirá um debate necessário sobre um período tão importante da nossa História contemporânea.
“A guerra que nunca se perdeu”
No prefácio, Jaime Nogueira Pinto recorda o capítulo do seu livro “Portugal, Os Anos do Fim – A Revolução que veio de dentro”, reeditado no ano passado, intitulado “A guerra que nunca se perdeu”, onde “procurava deixar uma síntese do panorama operacional nos três teatros da guerra de África – Angola, Moçambique e Guiné-Bissau – nas vésperas do 25 de Abril.
A conclusão era que, apesar da sempre volátil situação na Guiné e de um agravamento circunstancial, na segunda metade de 1973, em Moçambique, a guerra do Ultramar estava muito longe de estar ‘perdida’”. Para o politólogo, “muitos que se intitulam hoje de direita – ou mesmo não se intitulando, pretendem ter a simpatia e os votos do povo de direita – usaram em relação à História do século XX e às suas categorias e semânticas, a linguagem e as etiquetas de esquerda. E alinham com a esquerda em quase tudo que tem a ver com o passado próximo […]
Leia este artigo na íntegra na edição impressa do DIABO desta semana.
20/04/2015
DUARTE BRANQUINHO
Jornal O DIABO