Entrada do campo de concentração nazi de Mauthausen, na Áustria, na altura em que chegavam os soldados americanos que o libertaram.
Faz hoje 70 anos que os prisioneiros dos campos de concentração de Mauthausen, na Áustria, foram libertados. O fotógrafo espanhol da Guerra Civil Espanhola, Francisco Boix, guardara algumas das imagens.
Um grupo de presos espanhóis arrastam carrinhos de terra (trabalhos forçados).
Faz 70 anos que o exército americano libertou o complexo de campos de concentração nazi de Mauthausen, na Áustria. Foi a 5 de maio de 1945. O que encontraram, foi aterrador. As diferenças entre os vivos e os mortos eram ténues: corpos sem vida amontoados misturavam-se com as figuras esqueléticas dos sobreviventes.
Centenas de prisioneiros despidos à espera de uma desinfeção geral, a 21 de junho de 1941.
Entre os sobreviventes estava Francisco Boix: fotógrafo espanhol, militante do Partido Comunista em Espanha e prisioneiro em Mauthausen, de janeiro de 1941 a maio de 1945. Boix roubou às forças SS uma série de fotografias do campo, com ajuda de outros prisioneiros, segundo conta o El País. A história pode assim contar com as imagens arrepiantes das atrocidades de Mauthausen que agora foram divulgadas.
Prisioneiros retratados pelo Serviço de Identificação que trabalhou com o fotógrafo Francisco Boix.
No campo de concentração austríaco terão morrido cerca de metade dos 200.000 prisioneiros encarcerados a 8 de agosto de 1938, cinco meses depois de Hitler ter anexado a Áustria ao Terceiro Reich.
Escada de pedra do campo com 186 degraus.
Francisco Boix, o fotógrafo espanhol, entrou em Mauthausen em 1941. Nessa altura, milhares de republicanos chegaram ao campo para serem encarcerados pelos nazis. Aliás, três anos depois do campo principal do complexo de Mauthausen ter sido inaugurado, em 39, cerca de 60% dos prisioneiros eram republicanos espanhóis.
Um prisioneiro morto, preso nas cercas elétrificadas do complexo nazi.
Após terem sido derrotados pelo General Francisco Franco na Guerra Civil Espanhola, vários perseguidos políticos fugiram para França. Em 1940, depois de a Alemanha ter conquistado a França, cerca de 30.000 foram enviados para campos de concentração devido à sua filiação política anti-fascista ou comunista. Eram chamados os “espanhóis vermelhos”.
Um grupo de prisioneiros derruba o símbolo nazi colocado à entrada do campo de concentração, a 5 de maio de 1945, no dia da libertação.
A história do fotógrafo Francisco Boix foi contada pelo historiador Benito Bermejo no livro “O fotógrafo do horror”. Boix morreu em 1951 em Paris, na sequência do seu cativeiro.
Corpos de prisioneiros amontoados em Mauthausen. A fotografia foi tirada no mesmo dia da libertação do campo de concentração nazi
Veja as imagens arrepiantes que ele conseguiu recuperar e que serviram como prova dos crimes nazis nos julgamentos de Nuremberga.
O fotógrafo espanhol, Francisco Boix, com uma câmara dos nazis e uma pulseira que o identifica como repórter da guerra espanhola, pouco depois da libertação do campo de Mauthausen a 5 de maio de 1945. O fotógrafo morreu em 1951 em Paris, na sequência do seu cativeiro.
06/05/2015
Observador