O General Michael T. Flynn (à esq.) foi Director da Defense Intelligence Agency e recipiente da Medalha de Honra, Michael S. Smith II foi conselheiro para Contra-terrorrismo do National Security Council, e o Major General dos Marines James E. Livingston, USMC, já reformado, são co-fundadores da consultora Kronos Advisory.
Dois generais e um conselheiro para o terrorismo norte-americanos censuram o papel de Barack Obama, que dizem ser um “ingénuo” que vê o mundo como quer e não como realmente é.
Num texto publicado na CNN, dois reputados generais norte-americanos, já reformados, e um conselheiro para o terrorismo, vincaram as suas preocupações e reticências quanto ao método da Casa Branca para travar o avanço do Estado Islâmico. Michael T. Flynn, James E. Livingston e Michael S. Smith, fundadores da Kronos Advisory, uma empresa para aconselhamento estratégico, consideram uma “ironia trágica” que as políticas de um Nobel da Paz — Barack Obama, presidente norte-americano — tenham transformado a Síria no novo palco da jihad.
Mais: essas políticas, segundo os autores do texto, tornaram a Líbia num Estado falhado, o que acontecerá também com o Iémen.
O texto acusa ainda Barack Obama de ser “ingénuo”, com o “perigoso hábito” de ver o mundo como gostaria que fosse e não como realmente é. O número de vítimas, que aumenta todos os dias, é, dizem, fruto da lentidão de uma resposta da Casa Branca e lembram: “Nem os Estados Unidos nem outros aliados do Ocidente estão imunes a este cancro”.
O texto começa com um direto e sombrio “Tenham medo, tenham muito medo”. No parágrafo seguinte chega a motivação desta carta. “Os resultados dos esforços inovadores da Casa Branca em fazer do mundo um lugar melhor podem ser contabilizados pelo número crescente de vítimas do Islão radical no Médio Oriente, norte de África e sul da Ásia. Para não mencionar aqui nos Estados Unidos, Canadá e Europa.”
Depois surge o entendimento que têm do Médio Oriente e da evolução do mesmo no pós-Primavera Árabe. “A jihad síria ergueu o Estado Islâmico no Iraque e Síria, que agora usa a Síria como base de apoio para apoiar a sua jihad no Iraque, que poderá brevemente espalhar-se para a Jordânia”, explicam. E acrescentam: “Mais, a Líbia é agora usada como base de apoio do EI e outros elementos jihadistas globais que desejam redesenhar o mapa do Médio Oriente, assim como planear ataques na Europa e América do Norte.”
“IRÁ OBAMA TOMAR AS DECISÕES DIFÍCEIS?”
O cenário atual, asseguram, é responsabilidade da ausência de uma resposta assertiva. “Dada a lentidão assustadora do presidente da América em permitir que o exército e os serviços secretos tomem medidas contra o Estado Islâmico e o seu progenitor, al-Qaeda, o cenário é claro: a contagem de corpos continuará a crescer.”
Os três fundadores da Kronos Advisory alertam que a morte de Osama bin Laden, e “ao contrário do que a Casa Branca parecia pensar em 2011″, não eliminou todas as nuvens e ameaças que pairam sobre o mundo Ocidental.
“Irá Obama tomar as decisões difíceis?”. É assim o último subtítulo de um longo texto que visa atrair a atenção para os perigos do avanço do Estado Islâmico e do fundamentalismo islâmico. “A História mostrou os perigos que milhões correm se os nossos líderes não enfrentam uma ameaça iminente chamando-a pelo que é e colocando todo os esforços em marcha para destruí-la.” Por último, estes três senhores aconselham Obama a não esperar que os parceiros árabes façam o trabalho mais difícil.
Hugo Tavares da Silva
Observador
27/04/2015