O Presidente dos Estados Unidos Barack Obama advertiu que os recentes incidentes ocorridos em Baltimore “levantam sérias questões” sobre o policiamento das comunidades negras e apelou para um “exame de consciência” por parte da nação.
A violência e os saques irromperam em Baltimore na segunda-feira, dia 27 de abril, na sequência do funeral de Freddie Gray, um afro-americano de 25 anos que sucumbiu a graves lesões na coluna vertebral causadas por uma detenção policial.
Durante a noite, lojas foram roubadas, prédios incendiados e 15 polícias ficaram feridos, tendo sido detidos 200 suspeitos, pelo que tropas da Guarda Nacional foram estacionadas em Baltimore para evitar a ocorrência de novos tumultos, tendo as escolas locais sido encerradas.
Falando em Washington, Obama condenou as reações violentas da população, mas disse também que uma série de incidentes – com início em 2014, com um tiro da polícia sobre Michael Brown, um adolescente negro desarmado em Ferguson, Missouri – é preocupante.
“Desde Ferguson… temos visto muitos exemplos do que parecem ser agentes da polícia a interagir com indivíduos – principalmente afro-americanos, muitas vezes pobres – de uma forma que levanta questões preocupantes”, afirmou.
Barack Obama expressou simpatia pelos ativistas dos direitos cívicos e pelos manifestantes mas igualmente pela polícia que fica na linha de frente das manifestações, sublinhando que a América tem de debater a relação tensa entre as autoridades policiais e os negros.
“Existem departamentos da polícia que têm de fazer um exame de consciência, existem algumas comunidades que têm de fazer um exame de consciência. Nós, como país, temos de fazer um exame de consciência. Isto não é novo. Isto vem acontecendo há décadas”, concluiu Obama.
A morte de Freddie Gray, que os advogados da família dizem ter sido causada por ferimentos sofridos após a sua detenção, tendo o jovem perdido a consciência quando estava detido e morrido no prazo de uma semana, é o mais recente de uma série de confrontos entre a polícia norte-americana e jovens afro-americanos revoltados com o que entendem ser atitudes racistas.
Agência Lusa/TPT
28/04/2015