A docente universitária Graça Castanho anunciou, hoje, em Ponta Delgada (ilha de S. Miguel, Açores) que pretende ser candidata às eleições presidenciais de 2016.
“Os Açores fazem parte do todo nacional. Depois de 40 anos de democracia não faz sentido nenhum que não haja um candidato ou uma candidata a partir dos Açores”, defendeu Graça Castanho.
De acordo com a docente da academia açoriana, os Açores e a Madeira dão “grandiosidade territorial a Portugal”, o que “atribui grandes responsabilidades” em termos de gestão dos destinos do país.
“Ter uma mulher açoriana a avançar é também promover as mulheres e a força das mulheres na discussão dos destinos comuns do nosso país”, considerou.
“Estou a concorrer como independente e a minha candidatura corresponde a uma proposta bastante inovadora em Portugal porque propõe uma campanha circular que não se posiciona nem à esquerda, nem ao centro, nem à direita, para que se possa agir com isenção e imparcialidade”, declarou a professora universitária.
A potencial candidata açoriana considera ser “urgente promover um exercício de unidade nacional, unindo as parcelas do território”, porque “os Açores desconhecem a Madeira, a Madeira desconhece os Açores, os dois arquipélagos desconhecem o continente, que também desconhece os seus arquipélagos”.
“Temos divergências incríveis entre o litoral e o interior, o norte rivaliza com o sul e com o centro, e vice-versa”, acentuou a candidata, que preconiza uma presidência de proximidade que vá de encontro das populações mais abandonadas de Portugal.
“Portugal não é só Lisboa, não são só os centros urbanos, nós temos populações esquecidas e abandonadas pelas suas sucessivas presidências e é preciso trabalhar, ir ao Portugal profundo”, preconizou.
Questionada sobre se gostaria que Carlos César – atual presidente do PS e antigo presidente do Governo Regional dos Açores – apoiasse uma sua candidatura, Graça Castanho [que foi diretora regional de um dos governos do ex-presidente do executivo açoriano] refere que quer “toda a gente como cidadã”.
“Quem vier para me apoiar só virá nesta qualidade, não representando partidos nem com cores partidárias”, afirmou.
Graças Castanho disse ainda que quer honrar o legado dos dois primeiros presidentes da República, Manuel da Arriaga e Teófilo Braga, ambos naturais dos Açores, bem como promover e limitar o exercício do cargo de Presidente da República a apenas um mandato.
“Dez anos é demais. Quando nós falamos de moralizar a política também precisamos muito de trabalhar esta ideia de que estar em cargos públicos não é algo vitalício. Nós não temos o direito de cansar o povo nem de nos apoderarmos dos cargos”, declarou a candidata oriunda dos Açores.
A concretizar-se esta candidatura será a primeira vez no pós 25 de Abril que as eleições presidenciais podem vir a contar com um candidato oriundo dos Açores.
JN
30/05/2015