Milhares de pessoas em marcha de homenagem a procurador argentino

Foram mais de 400 mil os argentinos que encheram as ruas de Buenos Aires um mês depois da morte do procurador Alberto Nismán. Uma marcha de homenagem organizada por procuradores, que foi criticada pelo Governo de Kirchner.

 

Entre a chuva que caía, só se quebrava o silêncio para cantar o hino do país e para aplaudir. /  STRINGER/REUTERS

 

Expresso – 19 de fevereiro de 2015 – Cerca de 400 mil argentinos marcharam esta quarta-feira em Buenos Aires para assinalar o primeiro mês depois da morte de Alberto Nismán. Apesar de a autópsia falar em suicídio, os argentinos não acreditam que o procurador, com 51 anos, tenha decidido por termo à sua própria vida.

 

A marcha foi organizada por procuradores que se sentem indignados com a forma como o Governo da Argentina está a lidar com a morte do colega. Um marco que fica na história do país, já que esta é a primeira vez em três décadas de democracia argentina que uma marcha é convocada por procuradores da justiça.

 

Segundo descreve o jornal “El País”, entre a chuva que caía, só se quebrava o silêncio para cantar o hino do país e para aplaudir. Nos cartazes que as milhares de pessoas erguiam podia ler-se as palavras “justiça” e “verdade”. “Somos todos Nismán” também preenchia as mensagens de apoio que os argentinos levaram para a homenagem.

 

O Governo de Kirchner, por seu lado, criticou a iniciativa. “Oportunismo político” foi a expressão utilizada pelo Executivo que defende que a denúncia feita pelo promotor Nismán contra Kirchner é uma tentativa de envolver o país nos problemas do Médio Oriente.

 

A homenagem ao procurador Nismán teve também lugar noutras cidades argentinas bem como em países que acolhem emigrantes argentinos. À mesma hora, em frente às embaixadas, os argentinos nas outras partes do mundo manifestavam o seu apoio.

 

Recorde-se que o procurador foi encontrado morto a 18 de janeiro, quatro dias depois de ter feito uma denúncia contra a presidente da Argentina. Nismán acusava Kirchner de ter tentado encobrir o envolvimento dos responsáveis iranianos no ataque terrorista à Associação Mutualista Israelita Argentina. As causas da morte ainda estão a ser confirmadas.

 

 

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