Aventureirismo, irresponsabilidade e imprudência são características que Duarte Marques, ex-presidente da JSD e atual deputado social-democrata, não cola só a Sócrates ou a Costa, mas ao socialismo.
Que balanço faz da Convenção do PS e do programa apresentado por António Costa?
António Costa terminou a Convenção sem propor uma solução para os problemas da dívida e propondo uma bomba-relógio para as pensões. Assim, parece que a sua solução resultaria em recorrer ao Orçamento do Estado, isto é, aumentando impostos. Não resolve o problema das atuais pensões e ainda coloca em causa as das futuras gerações. Foi uma convenção ao estilo Gladiador de Sócrates em que Capucho fez o papel de Freitas do Amaral. Não aprenderam com os erros do passado e em política isso é muito grave.
José Sócrates continua a ser um alvo apetecível ou uma tentação para a campanha da coligação?
Nós temos um PS muito inspirado em José Sócrates. Não criticamos o PS por alegados crimes daqui ou dali. Criticamos por uma política que nos levou à bancarrota. E esta linha do PS é muito próxima da estratégia de Sócrates. Não é um alvo fácil por estar preso, mas porque a estratégia que seguiu nos levou à bancarrota. E, infelizmente, o PS parece que não aprendeu com isso. E insiste. É por isso, por exemplo, que queremos colocar na Constituição o limite ao endividamento.
A maioria tem tentado colar Costa a Sócrates não só em termos de projeto político mas também no plano das características pessoais, nomeadamente o aventureirismo, o facilitismo, a imprudência…
Essas não são características de Sócrates ou de Costa; são características do socialismo. Prefiro ter um país com um partido que até arrisque menos, menos ambicioso, mas mais estável porque os portugueses precisam neste momento é de estabilidade.
por Octávio Lousada Oliveira
Diario de Noticias
08/06/2015