Em cima, a Agência de Notícias do Estado Português, a Lusa, localizada na zona de Benfica em Lisboa. Para além de ser uma empresa pública (nacionalizada) é responsável pela maior parte (senão de todos) dos conteúdos editoriais publicados em jornais portugueses. Conhecida pela sua extrema parcialidade a favor do regime político vigente em Portugal, portanto pela sua inclinação à esquerda, em prole do socialismo chamado de democrático em Portugal, com o qual estão compremetidos todos os partidos políticos constitucionais.
A este propósito e sem querer mudar nada no actual regime de monópolio do Estado Português sobre a ‘liberdade’ de imprensa em Portugal, o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional afirmou esta terça-feira que já iniciou a discussão do contrato de concessão da agência de notícias Lusa com a administração da empresa. O contrato da Lusa termina no final deste ano.
É preciso referir que todas as notícias publicadas nos jornais portugueses são o resultado de uma notícia pre-publicada pela Agência Lusa e enviada para todos jornais, antes destes escolherem pegar na notícia ou não e decidirem publicá-la. O problema de fundo é que quando a notícia da Lusa chega aos jornais, já sofreu um tratamento que se reflecte primeiro, no tema da notícia, o destaque ou enfoque que lhe é dado no próprio titúlo, bem com o angúlo ou ponto de vista com que são abordados os factos e os temas salientes na notícia. Na verdade, o facto de a política editorial dos jornais portugueses estar nacionalizada e monopolizada pelo Estado Português desde a revolução comunista do 25 de Abril de 1974 em Portugal (à 40 anos), tem por reflexo uma mentalidade extremamente fechada na população portuguesa continental em geral. Um exemplo já referido em outras notícias, foi o que sucedeu após as recentes eleições no Reino Unido. Recorde-se que os ingleses estão a meia-hora de viagem das suas casas de campo e de praia em várias partes de Portugal. O que aconteceu foi que no dia a seguir às eleições não havia notícia dos resultados eleitorais nos jornais, como se nada tivesse acontecido na véspera, bem como na madrugada com emissões televisas em directo com a contagem dos resultados apurados. Em conclusão, se o Porto estivesse a jogar na Luz contra o Benfica a final do campeonato nacional, e se o Porto ganhasse a Taça e em Lisboa não se fizesse notícia desse facto nos jornais, que significaria isso? Ora foi exactamente o equivalente a isso que aconteceu.
Ainda assim, o ministro Miguel Poiares Maduro falava na audição regimental da comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, a qual teve como tema central a emigração. “Já iniciámos a discussão do contrato de concessão com a administração da Lusa”, disse o governante, em resposta aos deputados.
“Há um novo Conselho de Administração que entrou em funções no início do ano e esse Conselho de Administração já nos apresentou um primeiro conjunto daquilo que considera ser as orientações estratégicas para orientar-se um mapa de trabalho”, tendo em vista a discussão do novo contrato de concessão da Lusa, disse Miguel Poiares Maduro.
“E essas orientações estão largamente em linha com aquilo que temos vindo a discutir”, no sentido de “um reforço do papel da Lusa em novas plataformas no digital, mas também da sua internacionalização”, concluiu.
JOÃO RELVAS
LUSA
08/06/2015