Seis cidadãos chineses, entre eles três professores universitários, estão a ser acusados de espionagem por roubarem tecnologia para beneficiarem universidades e empresas controladas por Beijing.
Hao Zhang e Wei Pang, professores da Universidade de Tianjin, terão planeado roubar a tecnologia FBAR, dispositivo sem-fios que permite filtrar sinais indesejados de telefones móveis e outros aparelhos. Os dois professores, e mais um grupo de chineses, criaram alegadamente uma empresa de produção de FBAR, em Tianjin.
John Carlin, advogado assistente da Segurança Nacional norte-americana, defende que os professores universitários que “obtiveram ilegalmente” a tecnologia, “partilharam os segredos com o Governo chinês para terem vantagem económica”, segundo declarações ao Washington Post. “A espionagem económica impõe grandes custos aos negócios americanos.
Enfraquecem o mercado global e destroem os interesses norte-americanos por todo o mundo”, acrescentou Carlin.
Hao Zhang, de 36 anos e formado em engenharia na Universidade da Califórnia do Sul, foi preso no passado sábado, 16 de maio, no aeroporto Internacional de Los Angeles. Voava da China para os Estados Unidos, para participar numa conferência. Zhang e Wei Pang, de 35 anos, estavam a liderar uma pesquisa no FBAR, em inglês Thin-film bulk acoustic resonator, uma tecnologia patrocinada pelo Departamento de Defesa norte-americano.
A espionagem económica chinesa tem sido uma preocupação para o Governo norte-americano. Suspeita-se que o esquema tenha começado há cerca de uma década. Em 2006, Zhang, Pang e os seus alegados co-conspiradores, começaram a desenvolver um plano de negócio, começando a solicitar parcerias com universidade chinesas interessadas na tecnologia FBAR.
Caso os seis acusados forem condenados, esperam-lhes severas sentenças, visto que a justiça norte-americana guarda graves consequências para casos de espionagem.
Foto: AFP/Getty Images
Observador
09/06/2015