É uma posição tomada quando Eric Holder se encontra próximo de deixar o cargo
Luís M. Faria | Expresso – 18 de fevereiro de 2015 – FOTO EPA – O debate sobre a pena de morte continua intenso nos Estados Unidos. Após várias execuções que não correram como deviam – numa delas, o condenado levou quase uma hora a morrer, e deu sinais de grande sofrimento – vários estados suspenderam a aplicação da sanção.
Em parte, as dificuldades têm que ver com o facto de as companhias que forneciam drogas usadas na injeção letal terem deixado de o fazer por causa da má publicidade. Isso levou as autoridades a procurarem alternativas, que se revelam pouco adequadas.
Agora, o próprio procurador-geral, Eric Holder, pediu que até a questão sobre a utilização de uma droga chamada “midazolam” estar resolvida judicialmente, todos os estados seguissem o exemplo daqueles que temporariamente pararam as condenações. “Acho que uma moratória até o Supremo Tribunal tomar essa decisão seria apropriado”, disse Holder.
O procurador-geral acrescentou que ele próprio é contra a pena de morte. “Uma coisa é pôr alguém na cadeia durante um longo período de tempo, aparecer algum teste novo que se pode fazer e descobrir-se que essa pessoa na realidade era inocente. Não há possibilidade de corrigir um erro quando a pessoa foi executada. E isso, na minha perspetiva, é o maior pesadelo.”
A posição pessoal do procurador-geral parece ter evoluído, pois ainda há uns anos garantia que Khalid Sheik Mohamad, aliado de Bin Laden que terá sido o arquiteto do plano para os atentados do 11 de setembro e que se encontra preso em Guantánamo, “irá certamente encontrar o seu Criador” quando o seu julgamento chegar ao fim.