28 Julho 2014 – por David Santiago | Jornal de Negócios
O novo rei espanhol vai adoptar um código de conduta com o objectivo de melhorar a imagem pública da casa real. Entre os vários objectivos consta a redução de custos e a proibição de desempenho de cargos privados. Outra novidade passa pela auditoria externa às contas da casa real.
Proclamado há pouco mais de um mês rei de Espanha, numa altura em que a casa real enfrenta uma crise de aceitação pública, Felipe VI já começou a delinear medidas com o objectivo de melhorar a forma como os espanhóis vêem a monarquia espanhola. O novo rei de Espanha vai adoptar um código de conduta que deverá ser seguido por todos os elementos da família real, sendo a redução dos gastos uma das metas definidas.
O El País escreve que Felipe VI vai proibir os membros da família real de receber qualquer tipo de remuneração proveniente do sector privado. Esta proibição estende-se, neste caso, aos pais de Felipe VI e às suas filhas que são ainda crianças. Esta medida visa impedir situações como a que permitiu à infanta Cristina, irmã do rei, envolver-se nos negócios do seu marido e ter sido, entretanto, constituída arguida.
Outra medida passa pela constituição de um organismo jurídico permanente da casa real que deverá ter, entre outras, a incumbência de regular as ofertas dadas aos monarcas espanhóis.
Estas medidas que deverão entrar em vigor a partir do próximo dia 31 de Dezembro, irão também abranger as irmãs do rei. Além de as desvincular das habituais actividades da casa real, fará com que estas deixem também de receber os subsídios de representação até aqui atribuídos.
Normal noutras monarquias mas inédita em Espanha, a casa real passará também a ser auditada por uma entidade externa, à imagem do que acontece em Inglaterra, na Suécia, Noruega ou Holanda. A auditoria externa e pública das contas da monarquia será feita conjuntamente com o Estado espanhol.
O novo rei de Espanha quer também imprimir novas incumbências à casa real espanhola. Em parceria com a secretaria de Estado do Comércio, de acordo com o El Mundo, a casa real deverá promover a economia de Espanha e procurar trabalhar no sentido de favorecer os interesses económicos do país.