Rebelo de Sousa apresenta jovem cientista como sua mandatária nacional

O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa apresentou nesta segunda-feira a investigadora científica Maria Pereira, de 29 anos, como mandatária nacional da sua candidatura, adiantando que optou por não ter um mandatário para a juventude.

 

 

Maria Pereira, investigadora na área da área da biotecnologia e medicina, que atualmente desenvolve a sua atividade em França, foi apresentada como mandatária nacional na cerimónia de inauguração da sede de campanha de Marcelo Rebelo de Sousa, localizada na Rua da Junqueira, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.

 

 

O antigo presidente do PSD disse que se trata uma desconhecida para a maioria dos portugueses, “mas não o é lá fora, nos meios mais sensíveis ao que de melhor se faz na ciência e na sua aplicação à tecnologia, como não o é para a informação nacional mais atenta”. Maria Pereira foi distinguida pela revista norte-americana Forbes como um dos 30 talentos mundiais com menos de 30 anos, referiu.

 

 

“Representa tudo o que eu quero para a minha candidatura”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que Maria Pereira representa “não o passado” mas “o futuro”, a aposta na educação e na ciência defendida pela sua candidatura, e é também um exemplo dos jovens que nos últimos anos partiram para o estrangeiro e um elogio aos emigrantes portugueses.

 

 

Maria Pereira contou que foi surpreendida com o convite de Marcelo Rebelo de Sousa e que ficou hesitante e pediu uns dias para refletir, mas decidiu aceitá-lo “por uma questão de responsabilidade cívica” e “para promover a aproximação dos jovens à política”.

 

 

A investigadora declarou-se uma defensora do ensino público português.

 

“Eu estou fora, mas estudei sempre em Portugal. Nós temos um sistema de ensino muito bom, público, que tem de ser preservado, que tem de ser melhorado – tudo o que existe tem de ser melhorado”, disse. “Atingi elevados graus de formação académica, sempre ao abrigo do sistema público português”, salientou.

 

 

Maria Pereira, licenciada em ciências farmacêuticas pela Universidade de Coimbra e doutorada ao abrigo de um programa de colaboração com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), considerou a sua geração é possivelmente “a mais qualificada de sempre” em Portugal, mas que “falta massa crítica económica capaz de gerar emprego, criar valor no país e conseguir integrar os jovens e também os menos jovens no mercado laboral”.

 

 

No seu entender, isso levou a que muitos portugueses “se sentissem desiludidos com o país”.

 

Segundo Maria Pereira, “quem permaneceu em Portugal por regra sofreu fortes restrições nos últimos anos, quem saiu sofreu o peso da distância e do afastamento”.

 

 

Porém, disse que vê a emigração também “como uma oportunidade de criar novas redes, colaborações, contactos, num mundo cada vez mais pequeno”.

 

 

Orçamento baixo mas que pesa na consciência

 

 

 

Numa sessão discreta de inauguração da sede da candidatura, sem a presença de quaisquer nomes sonantes da área política, Marcelo explicou ainda o porquê de ser o candidato com o orçamento de campanha mais baixo (157 mil euros), dizendo que “se pudesse voltar atrás”, o orçamento seria mais baixo ainda. “É por uma questão de princípio, as campanhas eleitorais devem ser muito mais modestas do que são habitualmente”, disse, acrescentando que em período de crise é “um escândalo gastar centenas de milhares de euros”.

 

 

“Se há alguma coisa que me pesa na consciência é o orçamento”, sublinhou, referindo que podia ter sido ainda mais baixo do que foi, sendo o desejável ficar a baixo dos 100 mil euros. A ideia é desenvolver uma campanha o mais simples possível e focada no “essencial”, daí que a própria sessão de inauguração da sede e apresentação da mandatária nacional tenha sido discreta, rápida e sem “floreados”, ouviu o Observador junto da organização da campanha.

 

 

Descartando a ideia de que a fraca aposta na dinamização da campanha se deva ao facto de já se considerar um candidato vencedor, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que em tempos houve “candidatos com notoriedade elevada que tiveram campanhas muito dispendiosas”, mesmo tendo “décadas” de experiência política.

 

 

 

José Sena Goulão/LUSA/Rita Dinis/OBS/TPT/28/12/2015

 

 

 

 

 

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