A Câmara de Matosinhos está a preparar a criação da Casa da Diáspora e da Língua Portuguesa e o presidente da autarquia, Guilherme Pinto, assume que gostaria de poder inaugurar este novo espaço museológico em 2017. A ideia foi apresentada ao ministro da Cultura, João Soares, durante uma visita às futuras casas da Arquitectura e do Design.
Depois da visita, em declarações ao PÚBLICO, Guilherme Pinto disse estar muito satisfeito por o ministro ter considerado que o novo projecto que a autarquia quer desenvolver “tem interesse nacional”. “Não queremos fazer coisas para o nosso umbigo. Nada disto tem interesse se for apenas para Matosinhos, é necessário dar-lhe uma dimensão nacional”, disse.
O autarca independente disse que a ideia de criar um museu dedicado à língua portuguesa tem já alguns anos, mas que, no último ano e meio, o conceito evoluiu, para ganhar uma dimensão considerável associada à diáspora. “Vamos explorar as evoluções da língua, pelos vários continentes, bem como as várias línguas concorrentes no território nacional, como o mirandês. Além disso, queremos homenagear a diáspora e vamos fazê-lo, contando vários casos de sucesso, quer dos que saíram quer dos que, ao longo do tempo, contactaram com Portugal”, explica.
Guilherme Pinto diz que a casa – que deverá chamar-se Cais da Diáspora e da Língua Portuguesa – ficará instalada numa antiga fábrica que será reabilitada para o efeito, mas recusa, para já, dar a localização exacta do espaço, uma vez que, diz, o negócio relativo ao edifício ainda não está fechado. Contudo, o autarca tem a expectativa de que tal possa acontecer já no início do ano, a mesma altura em que espera ter pronto o programa museológico. Quanto à rua onde ficará instalado este novo espaço, poderá vir a receber um de dois nomes – Rua das Fábricas (por ter vários edifícios ligados à actividade fabril) ou Rua dos Museus. Isso, diz, vai depender da vontade da população.
O projecto está a ser encabeçado pela ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, e será entregue a uma equipa externa à autarquia. Quanto aos custos, Guilherme Pinto aponta para cerca de dois milhões de euros – o que inclui a reabilitação mas não a aquisição do prédio. Apesar de reconhecer que o projecto poderá ser candidatado a fundos comunitários, o presidente da câmara garante que ele se irá fazer, com ou sem esse apoio.
Patrícia Carvalho/Pub/TPT/28/12/2015