O Presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro indiano, Narenda Modi, reuniram-se no Kremlin para concluir contratos bilaterais avaliados em 7 mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros) e impulsionar as relações estratégicas.
“Desenvolvemos de forma consciente e sólida a cooperação estratégica entre a Índia e a Rússia. As nossas relações abrangem todos os âmbitos, incluindo as questões de caráter político e a coordenação na arena mundial”, disse Putin no início do encontro.
Modi, que se encontra em visita de Estado à Rússia, sublinhou por sua vez que as cimeiras anuais russo-indianas, como a que agora decorre na capital russa e inclui reuniões entre empresários dos dois países, “permitem desenvolver as relações e tomar decisões importantes”.
“Estou seguro que esta cimeira dará um novo impulso às nossas relações bilaterais e reforçará a nossa confiança mútua”, assinalou o primeiro-ministro indiano perante Putin.
Apesar dos “diversos problemas no mundo, apesar das pressões [internacionais] contra a Rússia, conseguiu colocar o seu país num outro nível. Hoje a Rússia é respeitada e está orgulhosa do percurso do seu desenvolvimento”, disse Modi numa referência ao papel de Putin.
Após a reunião bilateral, os dois responsáveis tinham previsto comparecer num encontro entre empresários dos dois países, que segundo fontes do Kremlin poderão implicar contratos e convénios de 6,4 mil milhões de euros.
Especialistas citados pela agência noticiosa Efe consideram que Modi deverá anunciar a intenção de aprovar o acordo com a Rosatom, a agência de energia atómica russa, para a construção de uma nova central nuclear com reatores no estado de Andhra Pradesh (sul), junto às margens do Golfo de Bengala.
Aguarda-se ainda a assinatura de um contrato técnico para a construção de dois novos reatores, o quinto e sexto, na central nuclear de Kudankulam, construída pela Rosatom no extremo sul do país e cujo primeiro reator entrou em funcionamento em 2014.
No âmbito militar, as duas partes também poderão assinar um contrato para a venda de cinco sistemas de defesa antiaérea S-400, e que faria da Índia o segundo país estrangeiro, depois da China, a garantir estas armas de última geração.
A nível oficial, Moscovo suspendeu as exportações destes sistemas até que a sua produção contemple as necessidades das Forças Armadas russas.
Fontes do Kremlin referiram ainda que a Índia está interessada na compra de dois submarinos ‘diesel’ e outro nuclear, além de 48 helicópteros de transporte Mi-17V5 e até 150 blindados ligeiros de infantaria.
Hoje deverá ser ainda assinado um acordo intergovernamental para a construção conjunta de uma fábrica de helicópteros Ka-226T na Índia.
MAXIM SHIPENKOV / POOL/EPA/TPT/5/1/2016