4.500 portugueses foram chamados às urnas este fim de semana nas cidades de Washington e Newark

Cerca de 4.500 portugueses registados em Newark e Washington, nos Estados Unidos, começaram a votar no sábado nas eleições presidenciais de Portugal, depois do cancelamento no passado fim-de-semana devido a uma tempestade de neve.

 

 

Apesar de o seu voto não alterar o resultado da eleição, que terminou no domingo com a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa, na tarde de sábado encontravam-se alguns eleitores no consulado de Newark, em Nova Jérsia.

 

 

Luís Pires, diretor do jornal da comunidade Luso-Americano, era um dos presentes.

 

 

“O voto de cada pessoa é importante para consolidar a nossa democracia. Um voto na semana passada vale o mesmo que um voto esta semana”, disse Luís Pires.

 

 

Noutras cidades dos Estados Unidos da América (EUA), a votação aconteceu na semana passada, mas apenas 3,5% dos cerca de 7.800 eleitores inscritos compareceu.

 

 

Marcelo Rebelo de Sousa conquistou 59% dos votos, seguido por Sampaio da Nóvoa (27%) e Marisa Matias (6%).

 

 

“A abstenção é sempre muito alta, por vários motivos. Um deles é a necessidade de um cartão de cidadão atualizado, por exemplo, que muitos não têm. Uma das coisas que melhorariam a abstenção seria o voto eletrónico”, explicou Luís Pires.

 

 

Em Newark, onde estão registados 4.264 dos eleitores que neste fim de semana vão a votos (Washington apenas tem recenseados 289 eleitores), a abstenção nas últimas eleições foi de 96,43%.

 

 

Além da distância que se cria com o país depois de décadas de ausência, alguns dos eleitores vivem em zonas distantes de Nova Jérsia ou até no estado da Pensilvânia e Delaware, que estão incluídos nesta zona consular.

 

4.500 portugueses chamados às urnas este fim de semana em Washington e Newark 2

José Luís Fernandes, juiz de 1.ª instância na Pensilvânia, tinha conduzido cerca de duas horas desde Filadélfia para votar.

 

 

“Vale a pena, claro que sim. É muito importante para a representação da nossa comunidade. Se não votarmos, não podemos mostrar aos políticos em Portugal que existimos e que merecemos a sua atenção”, explicou Fernandes.

 

 

João Machado, que se mudou para os EUA há 21 anos e ainda viveu em Portugal durante a ditadura, diz que o voto é uma forma de honrar a história do país.

 

 

“Além de ser um dever cívico, é um direito que custou muito a conquistar. A nossa comunidade devia entender melhor a importância do voto. Temos população suficiente para ser relevantes e garantir voz às nossas comunidades”, referiu.

 

 

O cônsul de Newark, Pedro Soares de Oliveira, disse à Lusa que “a participação de todos os eleitores é importante”, mesmo que os números sejam quase insignificantes e não influenciem o resultado.

 

 

“A repetição do ato eleitoral nesta assembleia de voto resulta de um imperativo legal que valoriza esse mesmo objetivo”, esclareceu o diplomata.

 

 

Alguns dos portugueses que hoje votaram apreciam essa exigência. Uma das eleitoras tinha caminhado a pé desde Kearny com temperaturas perto de zero, durante cerca de uma hora, para cumprir a distância entre as duas cidades.

 

 

Nos EUA, Marcelo Rebelo de Sousa venceu em todas as áreas consulares já contabilizadas, excluindo São Francisco, onde empatou com Sampaio da Nóvoa.

 

 

Em Boston, por exemplo, venceu com 17 votos, contra 11 de Sampaio da Nóvoa. Em New Bedford, recebeu 69 votos, mais do triplo do que os 20 conseguidos pelo ex-reitor da Universidade de Lisboa.

 

 

No final do dia de sábado, cerca de duas dezenas de pessoas tinham votado no consulado de Newark.

 

 

As urnas fecham às 15:00 de domingo, hora local.

 

 

AYS // ROC/Lusa/TPT/30/1/2016

 

 

 

 

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