A presumível candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, foi ouvida durante mais de três horas este sábado pelo FBI no âmbito da investigação à utilização da sua conta de email privada enquanto era secretária de Estado.
De acordo com a campanha de Clinton, foi a própria candidata que se disponibilizou a ser ouvida pelos investigadores federais. O porta-voz da campanha, Nick Merril, disse que a ex-secretária de Estado não irá prestar quaisquer declarações sobre o caso “por respeito pelo processo de investigação”.
Clinton foi interrogada durante cerca de três horas e meia na sede nacional do FBI, em Washington DC, segundo declarações à AFP de uma fonte próxima da candidata
O interrogatório acontece apenas três semanas antes da convenção do Partido Democrata, em Filadélfia, onde Hillary Clinton deverá ser nomeada oficialmente como candidata à Casa Branca.
Durante os quatro anos em que fez parte da Administração Obama, entre 2009 e 2013, Clinton utilizou uma conta de email privada — e não uma agregada ao Departamento de Estado, como é hábito — para lidar com assuntos de Estado. O FBI está a investigar se Clinton ou a sua equipa comprometeram informação secreta durante o seu mandato como secretária de Estado.
O caso não afectou de forma significativa a campanha da antiga primeira-dama, que continua a liderar a maioria das sondagens a nível nacional. Mas a notícia recente de que o seu marido, Bill Clinton, teve um encontro com a procuradora-geral (equivalente a ministra da Justiça), Loretta Lynch, no aeroporto de Phoenix, veio criar suspeitas de que o ex-Presidente estaria a pressionar a procuradora.
Lynch esclareceu que se tratou de um encontro de teor “social” e que o caso do email de Clinton não foi abordado. Na sexta-feira, a procuradora revelou que a sua decisão se irá reger pelo parecer dado pelos investigadores do FBI encarregados do caso.
Hillary Clinton tem dito várias vezes que tem a certeza absoluta que a utilização do seu email pessoal durante o seu mandato nunca comprometeu informação confidencial.
TPT com: Aaron P. Bernstein//AFP//Reuters//CNN//Público//3 de Julho de 2016