Numa iniciativa da Embaixada de Portugal em Washington e do Consulado Geral de Portugal em Newark, New Jersey, Bethlehem e Pennsylvania, mais de uma centena de convidados comemoraram com um brinde de “generoso” Vinho Madeira, os 240 anos da Independência dos Estados Unidos da América.
A recepção que decorreu nos jardins do Museu da cidade de Newark, foi muito apreciada pela comunidade americana e luso-descendente de New Jersey, devido ao significado da celebração e da oportunidade das pessoas desfrutarem das maravilhas do ar livre, naquele que é um dos mais emblemáticos espaços da cidade de Newark.
Entre os convidadas, estavam várias figuras públicas americanas e luso-americanas ligadas à política, ao empresariado, ao associativismo e à cultura das cidades de Newark e Elizabeth, no estado de New Jersey, com destaque para o Dr. Alberto Santos, mayor de Kearny, Steven Kern, Director do Museu de Newark, Lígia De Freitas, assessora do mayor da cidade de Newark, Ras Baraka, Glenn Motten, directora de arte e cultura de Newark, Elizabeth Silva, directora do Departamento Económico do East Ward, de Newark, Sérgio Granados, Freeholder do Condado de Union, Stephanie Oliveira Gonçalves, Membro do Conselho de Educação da cidade de Elizabeth, José Carlos Adão, Instituto Camões, Joe Rendeiro, professor, Fernando da Silva, pintor e ceramista, João Martins, poeta e escritor, o conceituado advogado luso-americano Júbilo Afonso, José Carlos Brito, Presidente do Clube Português de Elizabeth (PISC), Joaquim Martins, Relações Públicas do PISC, Jack Costa, Presidente do Sport Clube Português de Newark(SCP), Glória de Melo, Coordenadora da Seccção Cultural do SCP e ainda os empresários José Mário Gomes, Luís Nogueira, Ricardo Brochado, Al Silva, Mário Seca, Carlos Couto e muitos outros.
Esta recepção que foi presidida pelo Cônsul Geral de Portugal, Dr. Pedro Soares de Oliveira e sua esposa Cristina Pucarinho (à esquerda na foto), aqui acompanhados pelo Director do Museu de Newark, Steven Kern, e sua esposa Josephine Nieuwenhuis, proporcionou um espectacular encontro convívio entre portugueses e americanos, com o bom tempo que se fazia sentir a ajudar à confraternização.
Destas celebrações do 4 de Julho no Museu de Newark, faziam parte vários eventos culturais, com destaque para a prova de vinhos da Madeira, petiscos do Valênça Restaurante, da cidade de Elizabeth, concerto musical pelo pianista Júlio Resendes, que para além do seu tradicional concerto, acompanhou ao piano o jovem fadista comunitário Pedro Botas, e ainda uma interessante exposição de bordados da Ilha da Madeira.
No espaço Bordado Madeira, estava presente a imponente toalha “A Venturosa” (na foto), uma autêntica obra de arte, desenhada pelo artista Leandro Jardim, aquando da Expo/98, que, como sabem, decorreu em Lisboa.
A toalha “A Venturosa”, é uma representação única do Bordado Madeira, na qual está patente uma homenagem aos Descobrimentos Portugueses.
Paula Cabaço, presidente do Instituto de Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira (IVBAM), que também esteve presente no Museu de Newark, destacou a importância que estas iniciativas têm na divulgação dos nossos melhores produtos.
A engenheira Paula Cabaço, para além dos preciosos vinhos Madeira e dos bordados que trouxe, atribuiu também vários prémios aos vencedores de uma rifa que decorreu no local, sendo o 1º Prémio uma estadia de oito dias, num dos hotéis da Ilha da Madeira.
O tempo de espera para os discursos e para o concerto musical era excelente e beneficiava o convívio geral enquanto se bebericava um copo de vinho e se degustava por exemplo uma tábua de queijos, ou um prato de cogumelos recheados.
Habituados(as) ao corre-corre do stress do quotidiano, as pessoas acabam muitas vezes por não terem tempo para usufruirem de espaços verdes, ou da sombra de uma árvore no fim de tarde.
Mas aqui, no 4 de Julho, todos pararam desse stress para desfrutar de um copo de vinho Madeira e de uns petiscos, saboreando o momento e deixando-se descontrair numa sensação de conforto e comunhão com a natureza, brindando em conjunto à Independência dos Estados Unidos da América.
Segundo alguns dos convidados presentes com quem o The Portugal Times falou (na foto, esq./dir., Lígia De Freitas, assessora do mayor da cidade de Newark, Ras Baraka, Glenn Motten, directora de arte e cultura de Newark, e Elizabeth Silva, directora do Departamento Económico do East Ward, de Newark,) “o Cônsul Geral, Pedro Soares de Oliveira, tem vindo através de iniciativas próprias e parcerias de relevo, a posicionar-se como agente dinamizador da cultura, aplicada ao tecido empresarial, nas mais diversas áreas de negócio.
“Esta projecção vai ao encontro da estratégia do Governo em dinamizar a captação de eventos de animação que projectem a imagem de um Portugal moderno, culto, hospitaleiro e empreendedor”, disse ao The Portugal Times o Cônsul Geral, Dr. Pedro Soares de Oliveira (na foto à direita, acompanhado por sua esposa Cristina Pucarinho e pelo pianista Júlio Resende).
Antes do concerto de Júlio Resende, Luís Pires que foi “mestre de cerimónias”, dicertou sobre o momento e fez as apresentações “da praxe”. Após Steven Kern, Director do Museu de Newark, dar as boas vindas e elogiar esta iniciativa das autoridades representativas do Governo Português neste país, foi a vez do Cônsul Geral de Portugal em Newark, Dr. Pedro Soares de Oliveira (na foto), incentivar todos os convidados ao tradicional brinde de celebração da Independência dos Estados Unidos que este ano comemora os 240 anos da sua independência.
Após o brinde, o Dr. Pedro Soares de Oliveira fez questão de referir com orgulho, que a celebração da independência dos Estados Unidos, no dia 4 de julho de 1776, foi comemorada com um brinde de vinho Madeira.
Pedro Soares de Oliveira, após os tradicionais cumprimentos, recordou durante a sua alocução a memória do português Peter Francisco, herói da Guerra da Independência, e a quem George Washington considerava “um soldado excepcional” e o seu “Gigante da Virgínia”, sem esquecer de referir que “muitas foram as personalidades, estadistas e personagens míticas, que se deixaram deslumbrar por este vinho, de que são emblemáticos exemplos George Washington, Thomas Jefferson e Winston Churchil”, sem esquecer as referências ao vinho Madeira em obras literárias, tais como as de Shakespeare, Tolstoi e Dostoievski, assim como a paragem de Napoleão a caminho do exilio para levar um tonel para a ilha de Santa Helena.
Perante uma plateia atenta, o Dr. Pedro Soares de Oliveira sublinhou também que “Portugal foi o terceiro país a reconhecer a independência americana”, e realçou as fortes ligações históricas e culturais estabelecidas entre o Vinho Madeira e a Nação Norte Americana, replicando assim o brinde efetuado há 240 anos aquando da Declaração da Independência dos Estados Unidos.
Seguiu-se depois a actuação do pianista Júlio Resende, cujos sons proporcionaram um espectacular encontro convívio entre portugueses e americanos, nos jardins do Museu de Newark, com o bom tempo que se fazia sentir a ajudar à confraternização.
Ao longo do seu percurso musical, Júlio Resende vai desenvolvendo parcerias onde celebra a paixão pela liberdade musical que o define. Do Jazz ao Fado, conta com várias colaborações de sucesso com grandes nomes da música portuguesa: Maria João, Aldina Duarte, Elisa Rodrigues, Hélder Moutinho, António Zambujo, Ana Moura, Cristina Branco, Cuca Roseta, Marco Rodrigues.
No panorama do jazz internacional destacam-se as colaborações com Matt Penman, reconhecido contrabaixista nova-iorquino, Perico Sambeat, um dos melhores saxofonistas espanhóis de todos os tempos, John Hebert, Carlos Bica, Ole Morten Vogan, Will Vinson, entre outros.
Neste concerto em Newark, Júlio Resende pegou em alguns dos temas de Amália, adaptados por si ao piano, e fez-nos voltar a apaixonar destes temas e a senti-los de um modo diferente. Afinal, se o objectivo de Júlio Resende era fazer-nos recordar Amália Rodrigues através do seu piano, o objectivo foi conseguido. O público gostou e aplaudiu fortemente.
Júlio Resende que também acompanhou ao piano o jovem fadista comunitário Pedro Botas, fez questão de lembrar a todos os presentes “que gravou o seu primeiro disco em 2007, “Da Alma”, para a prestigiada editora de Jazz – Clean Feed -, editora de nomes como Mário Laginha, Bernardo Sassetti, João Paulo Esteves da Silva, Gerry Hemmingway, Tony Malaby, tornando-se no mais jovem músico nacional a editar um disco para e sta editora enquanto líder”. Disco, esse, que foi considerado um dos melhores discos do ano pela revista “Jazz.pt”, e que tem recebido excelentes distinções, quer pela imprensa nacional, quer pela imprensa estrangeira.
O concerto que teve início ainda de dia, entrou pela noite dentro, com os sons do piano de Júlio Resende a cativar a atenção de todas as pessoas.
No final do concerto e já noite cerrada, foram muitos os convidados que procuraram de Júlio Resende o tão desejado autógrafo.
Porém, para quem não conhecia o Museu teve, neste dia, uma boa oportunidade para o visitar, ouvir explicações e histórias, bem como colocar questões sobre as mais importantes exposições de arte que já passaram e vão passar pelo Museu de Newark nos próximos tempos.
O Cônsul Geral de Portugal, Dr. Pedro Soares de Oliveira, aqui acompanhado pelo mayor do município de Kearny, Dr. Alberto Santos, disse ao The Portugal Times que “esta comemoração reveste-se de uma considerável relevância histórica pois a associação do Vinho da Madeira à América do Norte é bastante estreita e antiga”.
Os primeiros dados da presença do Vinho Madeira nos Estados Unidos recuam a 1640, quando chegou a New England, espalhando-se depois para Boston e outras cidades. Mas só em meados do século XVIII é que passa a ser muito procurado pelos americanos. Desde aí, o Vinho Madeira começou a marcar presença nos portos de Boston, Charleston, Nova Iorque e Fiiladélfia, Baltimore, Virginia, estados fundadores desta Nação, sendo usado como produto de troca por farinha ou madeira para pipas.
O Director do Museu de Newark, Steven Kern (na foto à direita), acompanhado pelo casal Pedro Soares de Oliveira e Cristina Pucarinho, reconhece que “as relações comerciais de Portugal com os EUA revestem-se de um significado histórico e comercial muito profundo, “quer para a ilha da Madeira e seu desenvolvimento, quer na própria história dos EUA onde o Vinho da Madeira manteve um papel importante, integrando hábitos e costumes dos seus habitantes e fazendo parte de acontecimentos históricos relevantes para a História americana”, disse.
As primeiras vinhas da Ilha da Madeira foram cultivadas por João Gonçalves Zarco, entre 1420 e 1425, aquando da sua fixação no pequeno porto natural existente. O Vinho Madeira, que viajou pelas cortes europeias e fez parte das rotas da India e das Américas, o preferido de governantes e estadistas, amado por poetas, apreciado por exploradores e aventureiros e fonte de inspiração de artistas, marcou a sua história no Mundo e ainda hoje é relevante nos momentos históricos internacionais, bem como o será também no futuro.
Sobre a arte de bordar, esta também faz parte da cultura e da história da Madeira e foi originalmente introduzida pela família inglesa Phelps que se instalou na ilha em 1784.
Estes bordados inicialmente eram vendidos de forma privada a amigos da família e só mais tarde se expandiu a venda a turistas. Devido à sua qualidade e beleza, os bordados tornaram-se populares e muito procurados na Ilha da Madeira.
Hoje em dia o mais fino e delicado Bordado Madeira é um “souvenir” muito procurado pelos turistas que visitam a ilha, que muito admiram a sua beleza e perfeição; um tesouro para durar várias gerações.
Sobre a história das comemorações da Independência dos Estados Unidos da América o Cônsul Geral de Portugal em Newark, Dr. Pedro Soares de Oliveira disse que “esta já foi contada muitas vezes, mas merece ser sempre repetida”!.
JM//The Portugal Times// 6 de Julho de 2016