Após consultas com o Rei Filipe VI mantem-se o “impasse” para formar governo em Espanha

O segundo dia de consultas do rei espanhol, Felipe VI, com os partidos políticos terminou sem quaisquer avanços, continuando o Partido Popular a não ter os apoios suficientes para formar um novo governo.

 

 

O impasse político não foi desfeito e continua assim a pairar a possibilidade de se realizarem eleições pela terceira vez para tentar resolver o bloqueio atual.

 

 

Algumas das cinco formações políticas que foram esta quarta-feira recebidas pelo rei fizeram questão de afirmar a sua recusa em aceitar um executivo da responsabilidade do PP (Partido Popular, de direita).

 

 

Há uma grande expetativa quanto ao resultado das reuniões que Felipe VI terá na quinta-feira com os líderes dos partidos com maior representação no Congresso de Deputados: Albert Rivera (Ciudadanos, centro), Pablo Iglesias (Podemos, radicais de esquerda), Pedro Sánchez (PSOE, Partido Socialista Operário Espanhol) e Mariano Rajoy (PP).

 

 

De acordo com o representante de Compromís-Podemos, Joan Baldoví, o rei transmitiu-lhe a sua preocupação pela eventual situação de “absoluto bloqueio” político para a investidura, assim como a possibilidade de não haver avanços na formação de um governo durante o verão.

 

 

O porta-voz do Partido Nacionalista Basco, Aitor Esteban, depois de se reunir com o rei, insistiu que os deputados desta força política irão votar “não” na primeira votação no parlamento e também “não” na segunda, se Mariano Rajoy for candidato a presidente do executivo espanhol.

 

 

O candidato designado pelo rei terá de se sujeitar a uma primeira votação no Congresso de Deputados em que, para ser confirmado como novo presidente do governo, precisa de obter a maioria absoluta dos votos dos deputados, e se isso não acontecer haverá uma segunda votação em que apenas necessita de ser o mais votado.

 

 

Mariano Rajoy já afirmou estar pronto para governar, mas não tem os apoios necessários para garantir a nomeação.

 

 

O Ciudadanos está disposto a abster-se na segunda votação, mas isso não será suficiente se todas as outras forças políticas votarem contra Rajoy, como têm defendido até agora.

 

 

Depois de quinta-feira terminar a ronda de conversações, Filipe VI convocará a presidente do Congresso, Ana Pastor, para a informar do resultado das consultas e, se tudo correr bem, apresentar a proposta de candidato a presidente do executivo.

 

 

O atual Congresso de Deputados foi formado na sequência das eleições de 26 de junho último, seis meses depois das eleições anteriores, de 20 de dezembro, em que os partidos políticos espanhóis não conseguiram formar um governo estável.

 

 

Nessa altura, Felipe VI fez três rondas de encontros com os partidos representados no parlamento para tentar encontrar uma solução para o impasse que se manteve até ao fim.

 

 

Todos os partidos defendem que não deve haver novamente eleições (pela terceira vez), mas a falta de uma maioria clara bloqueia a formação de um executivo.

 

 

O Partido Popular foi o mais votado nas eleições de 26 de junho e também o único que subiu em votantes e número de deputados, mas com os seus 137 lugares continua sem a maioria absoluta de 176 deputados num total de 350.

 

 

O PSOE ficou em segundo lugar, conquistando 85 lugares, enquanto a aliança Unidos-Podemos ficou em terceiro, com 71 deputados. A quarta formação mais votada foi o Ciudadanos, que alcançou 32 assentos.

 

 

TPT com: El País//Reuters//Lusa//BALLESTEROS//EPA//Observador// 27 de Julho de 2016

 

 

 

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