António Guterres, Helen Clark e Christiana Figueres são os candidatos a secretário-geral da ONU preferidos pelos funcionários da organização, segundo uma sondagem interna. A sondagem foi realizada pela Avaaz, uma organização não governamental que tenta aproximar o cidadão comum das grandes decisões mundiais, e envolveu cerca de 1000 funcionários da organização.
Quando lhes foi pedido que indicassem três nomes de pessoas que gostavam de ver como secretário-geral, a nova-zelandesa Helen Clark surgiu em primeiro lugar, com 439 referências, António Guterres em segundo, com 381, e em terceiro Christiana Figueres, da Costa Rica, com 340.
Irina Bokova, a búlgara que atualmente lidera a UNESCO, foi referida 269 vezes, o nome de Susanna Malcorra foi dito 201 e apenas um outro candidato, Danilo Turk, com 130 votos, ultrapassou os três dígitos.
A nível de entusiasmo pelas candidaturas, Figueres ultrapassou Guterres no segundo lugar, sendo Helen Clark a candidata que mais entusiasma os funcionários da ONU.
A Avaaz também pediu a pessoas de 50 países que lessem as biografias dos candidatos, assistissem a vídeos com depoimentos e depois indicassem os seus favoritos.
Nesse estudo, Figueres foi a candidata preferida, com 34 por cento dos votos, seguida de Clark, com 31 por cento, e, finalmente, António Guterres.
O resultado para o pior desempenho de Guterres deve-se a uma preferência anunciada dos inquiridos por uma candidata, uma vez que a ONU nunca teve uma mulher na sua liderança.
A Avaaz terminou o seu estudo com uma série de entrevistas a especialistas de relações internacionais, que apontaram Guterres como a sua primeira escolha, seguido de Figueres e Clark.
António Guterres venceu as primeiras quatro votações secretas para o cargo, que aconteceram a que aconteceram a 21 de julho, 05 de agosto, 29 de agosto e 09 de setembro.
Duas outras votações estão agendadas: uma semelhante às primeiras quatro, que acontece a 26 de setembro, e uma na primeira semana de outubro, em que os votos dos membros permanentes do conselho, que têm poder de veto sobre os candidatos, serão destacados.
A organização espera ter encontrado o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final do ano, durante o outono.
António Guterres vai novamente a votos a 26 de setembro para secretário-geral da ONU
Depois de ter vencido as três primeiras votações secretas do Conselho de Segurança para chegar ao cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres e os restantes candidatos voltarão a votos no dia 26 de setembro. Se não houver desistências até lá, continuarão a ser 10 os candidatos ao cargo mais cimeiro das Nações Unidas.
De acordo com a Xinhua, agência de notícias estatal chinesa, a votação continuará a ser feita de forma totalmente secreta, seguindo o atual modelo em que todos os países têm boletins de voto iguais.
Depois desta votação a 26 de setembro, haverá outra, na primeira semana de outubro. Será nesta votação, a sexta desde que o processo foi iniciado, que os cinco países que são membros permanentes do Conselho de Segurança (Rússia, China, EUA, França e Reino Unido) vão passar a ter boletins de voto coloridos.
Este sistema permitirá saber quem são os candidatos que recebem votos de desencorajamento por parte dos membros permanentes — uma informação importante, uma vez que aqueles cinco países têm poder de veto sobre todas as decisões do Conselho de Segurança, inclusive sobre qual candidato é que aquele órgão aconselha para nomeação para o cargo de Secretário-Geral. Desta forma, essa informação poderá ser vital para acelerar o processo, levando à desistência de pelo menos alguns dos candidatos que contem com a oposição de um país com poder de veto.
Votos de desencorajamento de membros permanentes podem travar Guterres
Esse poderá vir a ser um problema para António Guterres, mesmo que se tenha distinguido até agora, e de forma clara, como o candidato com melhor resultado. Isto porque, de votação em votação, foram aumentando os votos de desencorajamento contra a sua candidatura. Em 21 de julho não teve nenhum; em 5 de agosto recebeu dois votos de desencorajamento; em 29 de agosto o número subiu para três, aumentando a probabilidade de, entre estes, estar pelo menos um dos países com poder de veto.
Além dos cinco membros permanentes, o Conselho de Segurança conta com 10 membros rotativos: Angola, Egito, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Senegal, Espanha, Ucrânia, Uruguai e Venezuela.
A votação do Conselho de Segurança é secreta e não tem caráter vinculativo, tratando-se apenas de uma recomendação daquele órgão sobre quem acredita que deve ocupar o cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas. A votação final cabe à Assembleia Geral das Nações Unidas, que terá de tomar a decisão final até 31 de dezembro deste ano, o dia em que Ban Ki-moon termina as suas funções como Secretário-Geral das Nações Unidas.
SECRETÁRIO-GERAL DA ONU
Candidatos para 2016
1. Irina Bokova
Bulgária
2. Helen Clark
Nova Zelândia
3. Christiana Figueres
Costa Rica
4. Natalia Gherman
Moldávia
5. António Guterres
Portugal
6. Vuk Jeremić
Sérvia
7. Srgjan Kerim
Macedónia
8. Miroslav Lajčák
Eslováquia
9. Susana Malcorra
Argentina
10. Danilo Türk
Eslovénia
TPT com: Peter Foley//EPA//AFP// Manuel Elias/LUSA//João de Almeida Dias//Observador// 12 de Setembro de 2016