Nóbel da Literatura 2016 vai para o músico norte-americano Bob Dylan

Horas depois de a academia sueca lhe ter atribuído um surpreendente e polémico Nobel da Literatura, Bob Dylan subiu ao palco em Las Vegas para mais um concerto. A primeira aparição pública depois do prémio era aguardada com expectativa, mas sobre o Nobel houve zero comentários, conta o enviado a Las Vegas do jornal The Guardian.

 

 

No The Chelsea at The Cosmopolitan, em Las Vegas, Bob Dylan mal  falou com a audiência, conta o Guardian. E perante o pedido repetido de mais canções, o músico norte-americano fez apenas um breve encore, cantando Why Try To Change Me Now de Frank Sinatra.

 

 

Na passada sexta-feira à noite, Dylan esteve em Indio (Califórnia) para mais um concerto da sua Never Ending Tour [“Digressão Interminável”], iniciada em meados dos anos 1980.

 

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O silêncio de Dylan imperou também para a Academia Sueca. Em declarações à AFP, o director administrativo, Odd Zschiedrich, contou que a Academia Sueca falou com o agente e responsável pela digressão do músico, mas não conseguiu ainda falar com o vencedor do Nobel, como faz com todos os distinguidos.

 

 

De acordo com Bob Neuwirth, músico e amigo do cantor,  no que diz respeito a prémios e distinções, o novo Nobel da Literatura é discreto e “pode nem mesmo agradecer”, conta ao Washington Post.

 

 

Caso escolha não aceitar o prémio, Dylan não será o primeiro a fazê-lo. Em 1964, o filósofo francês Jean-Paul Sartre recusou o Nobel da Literatura, não recebendo, à época, as 273 mil coroas suecas de prémio.

 

 

Dylan tornou-se na quinta-feira o primeiro norte-americano a ganhar o prémio desde Toni Morrison, em 1993. Mais relevante, porém, é o facto de, depois de vários anos em que o seu nome foi avançado como possível vencedor, a atribuição do Nobel a Dylan servir como legimitação literária da canção popular, de que o cantor de Blowing in the wind é um dos maiores representantes. Não por acaso, Sara Danius, Secretária Permanente da Academia Sueca, reconhecendo que a distinção de alguém cujo ofício é o das canções pode ser controverso, manifestou a esperança de a Academia não ser criticada pela escolha.

 

 

Tecnicamente, esta não é a primeira vez que um músico é distinguido com o Nobel da Literatura. Em 1913, o indiano Rabindranath Tagore recebeu a distinção. Tagore, que, curiosamente, morreu no ano do nascimento de Dylan, foi não só um escritor destacado na literatura indiana, enquanto romancista, poeta e dramaturgo, mas também um pintor de reconhecido mérito e um compositor que assinou mais de duas mil canções nos seus 80 anos de vida. Bob Dylan, porém, é o primeiro Nobel da Literatura cujo ofício se centra num campo exterior ao literário. Isso explicará não só a surpresa com que o anúncio do prémio foi recebido, mas também a polémica que se desencadeou entre os que defendem e os que questionam a justiça da distinção.

 

 

 

Bob Dylan não merecia

 

 

 

Bruno Vieira Amaral escreve que este prémio é um manguito a todos os grandes escritores norte-americanos dos últimos 40 anos. Roth, McCarthy, DeLillo e Pynchon foram ultrapassados de moto por Dylan. De referir que Bruno Vieira Amaral é crítico literário, tradutor e autor do romance As Primeiras Coisas, vencedor do prémio José Saramago em 2015.

 

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Vi em direto o anúncio do vencedor do Prémio Nobel da Literatura: “strodmondstalet eigvarna literature prize vöng Bob Dylan…”. Quase caí da cadeira. “strodmondstalet eigvarna”????? Estes gajos só podem estar a gozar. Mas pronto. Quanto ao vencedor, acho bem. Também acho um bocado mal. Enfim, ainda não sei. Foi, sem dúvida, uma escolha corajosa. No ano em que pela segunda vez o prémio foi anunciado por uma mulher, a Academia mostrou ter tomates. Ou então que, lá dentro, estavam todos sob o efeito daquelas cenas que o Bob fumava.

 

 

Mais do que qualquer outra coisa – e o que, em menos de três horas, já se disse sobre o papel da Academia Sueca na destruição das barreiras da literatura daria para encher várias bibliotecas, ou discotecas – este prémio é um manguito a todos os grandes escritores norte-americanos dos últimos 40 anos. Philip Roth, Cormac McCarthy, Don DeLillo, Thomas Pynchon, geralmente apontados como possíveis galardoados foram ultrapassados pela direita, de moto, por Dylan. Há uns anos, um membro da academia criticava a literatura norte-americana por ser demasiado “insular”, umbiguista. Escolher Bob Dylan à frente de todos os outros é o mesmo que lhes dizer: “estão a ver o que é ser universal?” Recorde-se que Toni Morrison tinha sido a última norte-americana a receber o Nobel, há vinte e três anos.

 

 

Agora, a sério. Bob Dylan? É verdade que já tinha sido apontado várias vezes como um dos favoritos, mas era uma espécie de brincadeira paralela e secundária. Ninguém levava isso muito a sério até porque nenhum outro letrista, talvez à excepção de Leonard Cohen, era apontado como potencial nobelizado. E o que não falta são grandes letristas. A história do século XX está cheia deles. Claro que, sendo discutível, se pode dizer que Bob Dylan está noutro patamar. Tudo bem. Porém, repare-se nos nomes que o acompanham quando se trata de escolher os melhores autores de letras da música anglo-saxónica, de acordo com uma votação num site manhoso: John Lennon, Eminem, Roger Waters, Elliot Smith, Kurt Cobain, Neil Young, Tupac Shakur, Robert Plant e Freddie Mercury.

 

 

Pronto, talvez não seja a melhor lista, mas mesmo uma que inclua Bruce Springsteen, Nick Cave, Jarvis Cocker e Jay-Z, ou Joni Mitchell, Fiona Apple e Suzanne Vega, não fornece nenhum nome que possa algum dia vir a estar nas cogitações da Academia. Já para não falar que uma lista de potenciais letristas nobelizáveis seria ainda mais “ocidentalizada” do que é habitual: ou alguém consegue imaginar o Nobel ir para aquele grande letrista checo? Ou para um grande baladeiro turco? Ou para um tipo que renovou a grande tradição musical da África Ocidental? Ou para, por exemplo, Chico Buarque? E, na minha modesta opinião, a opinião de quem não faz parte da Academia, Chico Buarque é um letrista superior a Bob Dylan.

 

 

A Academia é muitas vezes criticada por atribuir o prémio a escritores desconhecidos, daqueles com nomes impronunciáveis, quando esse talvez seja o efeito mais positivo do Nobel: o de permitir que alguns grandes escritores com pouca ou nenhuma repercussão internacional vençam as barreiras de um mercado editorial cada vez mais dependente das “descobertas” recomendadas pelo mundo anglo-saxónico. Nesse sentido, atribuir o prémio a Bob Dylan é um desperdício, uma espécie de parênteses em que a Academia preferiu celebrar-se a si própria e à sua veia provocatória, naquele género de provocação passivo-agressiva em que o galardoado é um mero instrumento de agressão. Portanto, mais do que lhe atribuir o prémio, a academia atirou-lho à cabeça. E o grande Bob Dylan não merecia.

 

 

 

Bob Dylan está do lado certo da história

 

 

Telmo Rodrigues, autor das teses “Bob Dylan: Música com Poesia” e “For a Lark: The Poetry of Songs”, escreve sobre o novo Nobel da Literatura, “um dos escritores mais importantes das últimas décadas”, referiu o seguinte:

 

Bob Dylan acaba de ganhar o Nobel da Literatura e os livros que escreveu não o qualificariam para o prémio, com certeza: a qualidade deTarântula é, na melhor das hipóteses, dúbia e as Crónicas, excelentes como são, não constituem matéria suficiente para explicar o prémio literário. Seguir-se-ão nas próximas semanas, portanto, um conjunto de invectivas contra a Academia Sueca premiar um “não-escritor”, em detrimento de outros que realmente escrevem livros e que mereciam mais (um nome desconhecido da maioria das pessoas seria certamente menos polémico e deixaria muitos felizes). Contudo, se há uma virtude na atribuição deste prémio, que seja o facto de algumas pessoas se poderem hoje escandalizar com um assunto literário.

 

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Há muitos anos, num artigo de opinião de um crítico de música português, publicado em vésperas da atribuição do Nobel, argumentava-se que se Bob Dylan era candidato ao prémio, teríamos de abrir a possibilidade a outros cantores, muito mais próximos daquilo a que chamaríamos “poetas”; se era para dar o Nobel a um cantor, certamente que Leonard Cohen, com obra poética publicada, seria mais consensual. Nesse texto ecoavam os rumores de que Dylan seria um candidato forte ao Nobel desse ano, uma pretensão que tinha vindo a ganhar força desde a década de 90, quando o professor Gordon Ball começou a sua demanda por aquilo que achava ser o necessário reconhecimento do génio de Dylan (uma demanda a que se juntaram muitos mais nomes durante os anos seguintes, em particular o do eminente Christopher Ricks). Duas décadas depois a Academia reconhece que Dylan é um nome incontornável: mas será mesmo um escritor?

 

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Uma defesa rápida, mas desajeitada, de Dylan escritor seria incluí-lo numa história muito antiga de tradição oral, onde textos que circulavam apenas oralmente são hoje tratados por especialistas, que recolhem e conservam as várias versões de um mesmo poema. Esta tradição não esquece, obviamente, a relação de dependência que a poesia e a música mantiveram até pelo menos à altura do Renascimento, altura em que começaram a tornar-se independentes uma da outra. Defender Dylan como apenas mais um nome nesta linhagem é válido, como antologias poéticas têm feito nos últimos anos, incluindo-o ao lado do de Pete Seeger, por exemplo, em secções com títulos tão vagos quanto “Cultura Folk” (curiosamente, há uns anos, ignoravam-se estas distinções e na secção de poesia contemporânea apareciam textos de Dylan e de John Lennon e Paul McCartney). Mas pô-lo nessa lista parece pôr de lado a originalidade e alguma da produção lírica mais inventiva que se viu nas últimas décadas, seja no seu período áureo nos anos sessenta (Bringing it All Back Home, 1965;Highway 61 Revisited, 1965; Blonde on Blonde, 1966), seja com a obra-prima dos anos setenta (Blood on the Tracks, 1974), seja com as obras-primas posteriores, como, por exemplo, Oh Mercy (1989) e Time Out of Mind (1997).

 

 

Uma segunda defesa de Dylan escritor, mais técnica, seria notar que as canções estão cheias de referências literárias e que isso denota preocupações típicas de escritores; mas preocupações literárias não originam necessariamente textos literários, maus ou bons, e não é por isso que Dylan é mais interessante. Esta defesa não coloca questões sobre a natureza dos textos, considerando simplesmente que letras de canções têm validade enquanto poemas; muitos dos fãs mais acérrimos de Dylan acham que é assim que se deve tratar a obra do autor, na busca incessante de segundos sentidos e referências autobiográficas — criou-se até uma “ciência” dedicada ao estudo de tudo o que diz respeito à vida do cantor: a Dylanologia.

 

 

Para quem gosta apenas de ouvir Dylan, em sentido inverso, falar do cantor enquanto poeta não passa de heresia e pôr uma canção de Dylan no papel e tentar decifrá-la é diminuir toda a sua magia. Provavelmente estarão certos, como provam os milhares de versões de Dylan que circulam: por muito bom compositor que Dylan seja, e muitos ficaram famosos a cantar canções suas, uma canção de Dylan requer a voz de Dylan, as modelações vocais únicas que este lhes introduz (e que fazem da sua voz, ao contrário do que muitos detractores consideram, um portento de técnica). Para estas pessoas, poesia é uma coisa que fica apenas no papel e não pode capturar uma essência particular de Dylan que só pode ser apreendida pela audição; só num sentido muito abrangente de poesia, em que toda a arte sublime é um acto poético, é que Dylan poderia ser considerado poeta.

 

 

Em 1983, Dylan escreve “Blind Willie McTell”, uma canção que só seria editada em 1991 (The Bootleg Series Volumes 1–3, 1991) — provavelmente um dos momentos maiores da carreira. Aí, reproduzindo uma estrutura clássica de canção folk, Dylan cantava sobre um conjunto de lugares comuns nas canções da folk americana, coisas que está a ver e a ouvir e que incluem a toponímia e o ambiente que esperaríamos encontrar nesse tipo de canções. Depois, na última estrofe, Dylan menciona que vê e ouve estas coisas da janela do hotel St. James, numa referência à canção popular “St. James Infirmary”. Nesse movimento de se pôr à janela de um hotel que era simultaneamente uma referência a outra canção, Dylan inclui-se a ele próprio entre todas as coisas que fazem parte daquilo que é a tradição americana. Ora, esse movimento parece ganhar hoje, mais do que nunca, relevância, uma vez que com este prémio Dylan vê reconhecido o seu lugar numa tradição literária americana à qual, independentemente de o considerarmos escritor ou não, pertence indelevelmente.

 

 

Aquilo que este Nobel representa não pode ser visto, assim, como mais do que o reconhecimento de uma carreira que tem estado sempre ligada à literatura, quer pela relação que manteve desde cedo com a poesia Beat, quer pela relação que foi mantendo, e ampliando ao longo dos anos, com uma tradição popular americana que reproduziu nos vários discos que foi (e vai) editando. Essa relação de Dylan com a literatura torna claramente infundados os receios de que agora qualquer pessoa esteja apta a vencer um Nobel da Literatura; aliás, a relação entre música e poesia é demasiado evidente para aceitarmos esse tipo de cinismo.

 

 

O que se segue, então, a Dylan ter ganhado este prémio? Em primeiro lugar, justiça seja feita: se algum cantor merecia o prémio, Dylan era certamente o mais merecedor. Mas para quem gosta de Dylan, e acha que o prémio é justo, este não significa nada mais do que umas semanas de incómodo: pessoas que não gostam de Dylan farão piadas sobre o Nobel da Literatura não escrever livros ou sobre outros possíveis candidatos (e, conforme a qualidade humorística de quem se pronunciar, seguir-se-ão um conjunto de nomes distintos) que nos farão encolher os ombros e franzir o sobrolho. Depois regressará tudo ao normal: continuaremos a ouvir Dylan com a reverência que sabemos que merece e conservaremos a mágoa por não conseguirmos convencer mais pessoas de que este é um dos escritores mais importantes das últimas décadas.

 

 

 

E agora, o que será deste prémio depois de Bob Nobel?

 

 

 

De cada vez que alguém usa a frase “Times they are a changin’” para ilustrar os novos rumos da Academia Sueca, morre uma foca bebé de desnutrição.
Hoje fomos quase todos apanhados de surpresa com a atribuição do Prémio Nobel de Literatura a Bob Dylan mas convém não abusar dos paralelos entre realidade e êxitos do pop rock.

 

 

Comecemos pela nacionalidade. Dylan é norte-americano, o que reforça a perplexidade, sabendo-se que a Academia diz dos autores daquele país o que o Abu Bakr Al-Baghdadi não diz da entremeada. Mais. Dylan não é um escritor, é apenas um cantautor, poeta e sósia da Cate Blanchett, mas verdade seja dita, já andava há anos nas listas das casas de apostas que adoram especular com este galardão. Por alguma razão, a literatura é um dínamo de sedução mediática. Cria muitas expectativas, contribui para a sociedade do espectáculo, obriga as televisões à realização de directos a partir de livrarias e transforma anónimos em especialistas instantâneos. “O Dylan? Pffff, quem é o Dylan ao pé do Thiong’o?”

 

 

A verdade é que está aberto um novo paradigma nesta categoria do prémio que concentra todas as atenções. Depois da escolha de Svetlana Alexievich, uma repórter, temos agora um, digamos, músico. Escreveu com fartura, de facto, fez rimas, que fez, mas aposto um dedo mindinho em como o CAE do IRS de Bob Dylan atesta isso mesmo. Músico. O que faz com que se abra toda uma Caixa de Pandora da história contrafactual. E se tivessem escolhido outro músico? Quem seria merecedor da distinção? Aqui deixo algumas sugestões:

 

 

Nick Cave

 

 

Seria a escolha acertada do zeitgeist, do espírito do tempo. Acabado de lançar um álbum nascido de um luto profundo, Cave conquista muitos corações, extravasando largamente o universo indie onde começou por fazer carreira. Se Dylan tem “Knockin on Heaven’s Door”, Cave já entrou por ele adentro. Foi capaz de transformar-se sucessivamente, tem espiritualidade e sensibilidade para dar e vender e até já publicou livros, imagine-se. “I had a dream, Joe”. Se era o Nobel, esquece.

 

 

Leonard Cohen

 

 

O poeta por excelência. O cúmulo do charme. O Kilimanjaro da elegância. Ainda por cima, nas palavras do próprio, está pronto para morrer, situação que normalmente favorece a atribuição dos melhores prémios de carreira. À semelhança de Cave, também escreveu romances, mas o novo mindset da Academia Sueca parece apontar noutra direcção. Vantagem que poderá brandir num futuro próximo: é norte-americano, mas do Canadá.

 

 

Chico Buarque

 

 

Quando se soube da atribuição do prémio a Bob Dylan, metade dos portugueses suspiraram “Oh pá, ainda se fosse o Chico”. A outra metade estava mais preocupada em manter-se afastada de Aguiar da Beira. Chico Buarque é, digamos, um génio das letras, agrupadas no formato canção ou em páginas umas a seguir às outras, como costuma acontecer nos romances. Que, assinale-se, Buarque está farto de publicar, o que à luz do novo paradigma, não lhe traz vantagem nenhuma. Enfim, se me perguntassem, eu diria que a odisseia de “Geni e o Zepelim” vale por qualquer livro do senhor Odysseas Elytis. Quem? Exacto.

 

 

Sérgio Godinho

 

 

Clássico puxar de brasa à nossa sardinha, a verdade é que Sérgio Godinho não fica a dever nada a Bob Dylan. Godinho canta há décadas a condição humana, o amor e os desencontros, a transgressão e o desamparo, a luz e as trevas. É um mestre com as palavras e, no ano em que se assinalam os 500 anos da Utopia de Thomas More, seria só justo atribuir o prémio ao autor de “Liberdade”. Afinal, haverá utopia maior do que conseguir manter a paz, o pão, a habitação, a saúde e a educação, num período de assalto fiscal? Uma nota: convém que a casa não tenha boas vistas. Caso contrário, não há Prémio Nobel que lhe sustente o IMI.

 

 

Marcelo sobre Bob Dylan: “The Times They Are a-Changin’”

 

 

O Presidente da República já comentou a atribuição do Nobel da Literatura a Bob Dylan considerando-a um “sinal claro de que os tempos estão a mudar”, numa referência à canção “The Times They Are a-Changin’”.

 

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Marcelo Rebelo de Sousa escolheu esta canção de Bob Dylan, que saiu num álbum com o mesmo nome em 1964, para título da mensagem que divulgou na página da Presidência da República na Internet, em reação à distinção do compositor e cantor norte-americano.

 

 

“O Presidente da República, evocando a sua juventude, não pode deixar de se associar a esta homenagem, inesperada mas significativa, com a atribuição do prémio Nobel a Bob Dylan, alguém que para além da riqueza das suas letras se notabilizou pelas sua músicas, sinal claro de que os tempos estão a mudar…”, lê-se na mensagem.

 

 

Dylan, de 75 anos, foi distinguido por “ter criado novas expressões poéticas no âmbito da música norte-americana”, de acordo com a secretária-geral da Academia Sueca, Sara Danius.

 

 

 

TPT com: AFP//CNN//Reuters//Lusa//Telmo Rodrigues//Público//Observador// 16 de Outubro de 2016

 

 

 

 

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