Presidente Jorge Carlos Fonseca pede às Forças Armadas para reforçarem relações com a sociedade

O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, pediu hoje às Forças Armadas cabo-verdianas que adotem uma «atitude e medidas» que reforcem as relações com a sociedade, numa «simbiose permanente» baseada no respeito e na confiança.

 

«Um importante aspeto a ter sempre em conta é o relacionamento que deve ser o mais cordial e respeitoso possível, com a sociedade», sustentou Jorge Carlos Fonseca, que discursava, na cidade da Praia, no acto comemorativo do 50º aniversário das Forças Armadas cabo-verdianas.

 

Segundo o chefe de Estado cabo-verdiano, as relações das Forças Aramadas com a sociedade devem ser reforçadas, nomeadamente com a realização de atividades militares e desportivas, com a participação da população e da sociedade civil.

 

Os 50 anos assinalam o dia em que, em 1967, em Cuba, os elementos do núcleo fundador das Forças Armadas de Cabo Verde prestaram juramento perante o líder histórico da Independência Amílcar Cabral.

 

Em 1988, o Governo fixou o dia 15 de janeiro como Dia das Forças Armadas cabo-verdianas.

 

Para o Presidente da República, que é também Comandante Supremo das Forças Armadas, a instituição castrense tem «correspondido às obrigações», apesar de considerar que ainda existem «dificuldades e limitações».

 

Jorge Carlos Fonseca disse que vai continuar a empenhar-se para que sejam criadas condições que assegurem que o processo de reestruturação e modernização das Forças Armadas atinja os objetivos preconizados, bem como para a profissionalização de Praças, Sargentos e Oficiais.

 

«O objetivo desse processo é contribuir para que cada membro das Forças Armadas, mais do que um cidadão fardado, seja um verdadeiro profissional pronto a cumprir escrupulosamente a sua nobre missão», sublinhou.

 

O mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana pediu ainda que sejam adotadas «medidas concretas» no sentido do cumprimento do Serviço Militar Obrigatório.

 

As Forças Armadas cabo-verdianas assinalam este ano o 50º aniversário após 2016 ter ficado marcado pela morte, em abril, de oito militares e três civis, no posto de Monte Tchota, interior da ilha de Santiago, às mãos de um soldado do mesmo destacamento.

 

O incidente pôs a descoberto as fragilidades da instituição, nomeadamente ao nível das comunicações, dos critérios de recrutamento e das condições nos quartéis.

 

O Chefe de Estado Maior das Forças Armadas (CEMFA), Anildo Morais, que assumiu o comando da instituição após os acontecimentos de Monte Tchota, disse que as Forças Armadas enfrentaram e estão a ultrapassar essa situação.

 

«O ano de 2016 ficou marcado pelos acontecimentos de Monte Tchota que abalaram o país e as estruturas das Forças Armadas. Contudo, com a força anímica que carateriza os militares, temos vindo a enfrentar esta situação e, hoje, sentimos que estamos a ultrapassar essa grande dor», sustentou.

 

Anildo Morais caraterizou os 50 anos das Forças Amadas cabo-verdianas como um «marco histórico» para a instituição e para o país e considerou que «se cumpriu» o juramento dos elementos do núcleo fundador.

 

Quanto aos desafios do futuro, apontou a nova reestruturação, com melhorias na gestão dos recursos humanos e revisão do Estatuto dos Militares, melhoria das condições de vida e de trabalho e dotar as Forças Armadas de maiores capacidades operacionais.

 

Afirmando que as Forças Armadas vão continuar a ser um instrumento do esforço coletivo e de reforço da unidade nacional e da democracia, o CEMFA disse, porém, que é preciso o «esforço ativo e permanente de todos» para que o país seja cada vez mais seguro.

 

O acto central das comemorações do 50º aniversário das Forças Armadas cabo-verdianas foi realizado na Avenida Cidade de Lisboa, a maior da cidade da Praia, e na presença das mais altas entidades do Estado, corpo diplomático, militares na reserva e na reforma e muitos civis.

 

A cerimónia, em que o Presidente da República condecorou alguns militares, terminou com um desfile dos mais diversos ramos das Forças Armadas cabo-verdianas, acompanhados por um grupo da marinha brasileira, convidado especial nas comemorações.

 

 

TPT com: AFP//Lusa//Sapo24//15 de Janeiro de 2017

 

 

 

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