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Alimentos Que Rejuvenescem

23/02/2015

 

A chave da juventude pode estar na alimentação..

 
Perda de memória, problemas cardíacos, menos força muscular, perda de visão. A idade traz, inevitavelmente, alguns problemas de saúde.

 

E, ainda que não seja possível travar o envelhecimento, a ciência confirma que uma alimentação composta por nutrientes específicos pode atrasar ou mesmo fazer recuar este processo. Fomos conhecer os nutrientes chave da juventude. Faça deles os seus melhores amigos.

 

«Os alimentos, para além de serem fonte de energia e de substâncias necessárias às nossas funções vitais, desempenham um papel muito importante no processo de envelhecimento», refere o médico Pedro Lôbo do Vale. Alguns nutrientes são quase verdadeiros medicamentos que intervêm diretamente na nossa saúde e no nosso bem-estar.

 

Para além disso, o facto de determinados alimentos serem eficazes a cuidar da nossa saúde, promovendo a longevidade e protegendo-nos de doenças, está comprovado cientificamente em inúmeros estudos médicos sobre a ação dos nutrientes no organismo.

 

Sabemos, então, que uma atitude importante a tomar na prevenção do envelhecimento precoce é a escolha consciente de uma alimentação equilibrada e diversificada. Mas, afinal, o que é que conseguimos atingir concretamente com essa atitude? Descubra, de seguida.

 
Oito passos antienvelhecimento

 

1. Reduza os níveis de stress com alface e aveia

 
O stress consiste numa resposta do organismo a determinados estímulos que poderão levar a situações de tensão e desgaste. Cada pessoa reage de maneira diferente ao stress mas isso não implica que deixe de ser um problema com consequências fisiológicas.

 
O especialista Pedro Lôbo do Vale refere que «existem alguns alimentos com propriedades relaxantes como a alface ou a aveia».

 
Em concreto, as substâncias mais conhecidas por ajudar a aliviar o stress são o magnésio e as vitaminas do complexo B, nomeadamente a B6. O magnésio está presente em hortaliças de folha verde e em frutos secos oleaginosos como a aveia, a noz ou o caju. Atenção, Segundo a Associação Portuguesa de Dietistas, a maior parte dos portugueses adultos não atinge a dose diária recomendada de magnésio (320 mg/dia para as mulheres e 420 mg/dia para os homens).

 

2. Reduza os danos celulares provocados pelos radicais livres com uvas pretas, romã e morangos

 
«A redução da ação dos danos causados pelos radicais livres passa pela ingestão de alimentos antioxidantes», refere Pedro Lôbo do Vale. Comprovados cientificamente estão os benefícios de frutos como o mangostão, o noni, a romã ou as bagas de goji, sem esquecer a riqueza nutricional e aporte antioxidante de produtos como vinho tinto, chá verde, ginkgo biloba e frutos de bagas azuis escuras ou vermelhas (uvas pretas, mirtilos, groselhas, morangos, entre outros).

 
Alimentos ricos em selénio, zinco, cobre, coenzima Q10, vitaminas A, C e E, resveratrol e bioflavonoides, são substâncias que diminuem a oxidação das células. Caso procure potenciar os benefícios da alimentação pode procurar tomar estas substâncias em fórmulas concentradas.

 

3. Reduza o colesterol e aumente a capacidade cardiovascular com alho, salmão, fruta, atum, óleos vegetais e sementes

 

Para ver diferença nos níveis de colesterol das suas próximas análises, aposte em peixes gordos, ricos em ómega-3, óleos de origem vegetal e vegetais em geral por serem ricos em fitoesteróis. «Os óleos de peixes como o salmão, o arenque, o atum ou a sardinha fornecem ácidos gordos Ómega-3, que se transformam em prostaglandinas anti-inflamatórias, regulando todas as funções orgânicas, incluindo as cardiovasculares, entre as quais a redução dos níveis de colesterol e triglicéridos», explica Pedro Lôbo do Vale.

 
Para além disso, o consumo intensificado de «frutas, produtos hortícolas, legumes, sementes, cereais, óleos vegetais e outros de origem vegetal, em detrimento da ingestão de gordura de origem animal, também contribui para a diminuição do colesterol, devido à presença de fitoesteróis, compostos cuja composição é semelhante ao colesterol e atua como bloqueador da absorção do colesterol alimentar», explica o especialista. É importante não esquecer também os benefícios do alho, que atua diretamente no sistema cardiovascular, na prevenção da aterosclerose e também na redução da viscosidade do sangue.

 

4. Baixe a pressão arterial com mais legumes e menos sal

 

A regra mais importante que deve seguir para reduzir a pressão arterial é reduzir o consumo de sal. Ao mesmo tempo, pode também aumentar o consumo de potássio, «por este se tratar de um mineral necessário a um equilíbrio hídrico adequado, assim como à contração muscular, à transmissão nervosa e à regulação dos batimentos cardíacos», explica Pedro Lôbo do Vale. Para consumir mais potássio, dê preferência a cereais, vegetais e fruta como folhas de beterraba, espinafres, batata, feijão, abóbora, ameixas secas, sumo de ameixa e passas.

 
5. Aumente a memória e diminua a perda cognitiva com fibra, peixe, azeite e nozes

 

A primeira regra está em reduzir o consumo de álcool e de nicotina presente no tabaco. Depois deste passo, «uma dieta favorecedora das capacidades da memória deve ser rica em fibras, fruta, vegetais e peixe, em detrimento da carne, gorduras e açúcares refinados», recomenda o especialista.

 
Muitas investigações têm sido desenvolvidas sobre os benefícios de determinadas substâncias em doenças cognitivas como alzheimer.

 
Por exemplo, um estudo recente publicado no The Archives of Neurology refere que os ácidos gordos polinsaturados encontrados no peixe, nozes e azeite têm um efeito protetor contra as doenças cognitivas.

 

6. Reduza os níveis de homocisteína com fruta, lentilhas, espinafres e feijão

 

O excesso de homocisteína é um fator de risco cardiovascular. «Trata-se de um aminoácido que pode provocar um aumento do risco de coágulos e entupimento das artérias, além de contribuir para a formação de depósitos de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos», explica o médico Pedro Lôbo do Vale.

 
Para reduzir estes níveis, deve-se potenciar o consumo de ácido fólico, principalmente através de frutos e vegetais e/ou alimentos como cereais, lentilhas, espinafres e a maioria dos feijões. «Para além da ingestão de ácido fólico é também importante a ingestão de vitaminas B6 e B12 e lecitina de soja», acrescenta o médico.

 

7. Melhore a visão com cenouras, gema de ovo, pêssegos e mirtilos

 

Alguns alimentos garantem nutrientes importantes para a estrutura dos olhos. «A cenoura é rica em betacaroteno, um componente da vitamina A que é fundamental para a visão normal», refere Pedro Lôbo do Vale. Para além disso, é importante também o consumo de luteína, «um pigmento da família dos carotenoides que é o principal antioxidante presente nas membranas oculares (retina e mácula)», acrescenta.

 
A luteina está presente em alguns frutos como laranja, mamão, pêssego e quivi, bem como na gema de ovo. Um outro fruto muito especial para a visão é o mirtilo. «Estudos recentes provam que as bagas de mirtilo podem melhorar vários problemas de visão, incluindo a miopia e a degeneração da mácula devido à idade ou diabetes», refere.

 

8. Fortalecer os ossos com leite, bebidas de soja, amêndoas, feijão e queijo

 

As substâncias que mais interagem com a saúde óssea são o cálcio (e a vitamina D), o magnésio, o boro e a vitamina k2. O cálcio está essencialmente presente no leite e nos seus derivados, mas também nos legumes, peixes gordos e bebidas à base de soja.

 
«O magnésio e o boro são também indispensáveis à obtenção de ossos saudáveis, devido ao seu papel para o metabolismo do cálcio», refere Pedro Lôbo do Vale. Estes estão essencialmente presentes nos cereais integrais, frutas secas, vegetais de folha verde escura e feijão.

 
Mais comum no queijo, «a vitamina K2 está associada à densidade óssea, havendo estudos a documentar que a toma de suplementos desta vitamina reduziu a incidência de fraturas, a taxa de perda de densidade mineral óssea e aumentou a resistência óssea», refere o médico. E, ainda que a alimentação possa prevenir estes casos, em estados mais avançados de osteoporose as concentrações de nutrientes presentes nos alimentos podem não ser suficientes para evitar fraturas graves.

 
As estrelas da sua despensa

 

 

Uvas, vinho tinto, chocolate negro, pistácios e amendoins

 
O resveratrol é um composto presente na pele com eficácia comprovada na proteção antioxidante, prevenção do envelhecimento precoce e manutenção de uma circulação sanguínea saudável. Para além disso, é conhecido por ativar o gene da sirtuina (SIRT1), conhecido como o gene da longevidade. Poderá estar associado ao padrão alimentar francês que garante valores reduzidos de cancro e de doenças cardiovasculares.

 

Salmão, atum, polvo, sardinha e lulas

 

São fontes de gordura polinsaturada, que também está presente, em menor quantidade, nas nozes e em alguns óleos vegetais, como o óleo de milho ou de girassol. O importante é equilibrar o consumo de dois ácidos gordos polinsaturados essenciais (Ómega-3 e Ómega-9). Vários estudos comprovaram a eficácia do aumento do consumo de alimentos ricos em Ómega-3 na prevenção de diversas patologias cardiovasculares inflamatórias.

 

Bebidas de soja, rebentos de soja, molho de soja, grão de soja, tofu e sobremesas de soja

 

São fonte de aminoácidos de alto valor biológico, isoflavonas, ácidos gordos polinsaturados, minerais, vitaminas e fibras. «As isoflavonas da soja são benéficas na prevenção da osteoporose e na melhoria dos sintomas associados à menopausa», refere Pedro Lôbo do Vale, sendo igualmente reconhecidos os seus efeitos ao nível do coração, da diabetes e da arteriosclerose.

 

Frutos vermelhos, frutos secos, tomate, cenoura, chá verde e vegetais de folha verde

 

Minimizam os malefícios dos radicais livres e respetivos danos provocados nas células. «Existem vários nutrientes e vitaminas que têm a função de proteger o organismo contra os efeitos nefastos dos radicais livres e proteger as células e o ADN», explica o especialista que recomenda a «ingestão de um número variado destes agentes, de forma a que o seu benefício seja potenciado, uma vez que os diversos antioxidantes atuam de modos diferentes».

 

Texto: Ana Catarina Alberto com Pedro Lôbo do Vale (médico de clínica geral e docente do Mestrado em Nutrição da Faculdade de Medicina de Lisboa)

 
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O Que é o Colesterol?

23/02/2015

 

Tipos de colesterol e os principais factores de risco.

 
O colesterol é uma gordura essencial existente no nosso organismo, que tem duas origens: uma parte produzida pelo próprio organismo, em particular o fígado, e outra parte obtida através da alimentação, em particular pela ingestão de produtos animais, como a carne, os ovos, e os produtos lácteos.

 

O organismo necessita de colesterol para produzir as membranas (paredes) celulares, hormonas, vitamina D e ácidos biliares, que ajudam a digerir os alimentos. No entanto, o nosso organismo necessita de apenas uma pequena quantidade de colesterol para satisfazer as suas necessidades.

 

Que tipos de colesterol existem?

 

O colesterol circula no sangue ligado a uma proteína: este conjunto colesterol – proteína é, por isso, conhecido por lipoproteína. As lipoproteínas são classificadas em altas, baixas ou muito baixas, em função da respectiva proporção de proteína e gordura em cada uma, o que determina a sua densidade.

 

• Lipoproteínas de baixa densidade (LDL): são vulgarmente conhecidas como «mau» colesterol, por ser aquele que se deposita na parede das artérias, provocando aterosclerose. Quanto mais altas forem as LDL no sangue, maior é o risco de doença cardiovascular.

 
• Lipoproteínas de alta densidade (HDL): também conhecidas por colesterol «bom», que tem como papel a limpeza das artérias, pelo que quanto mais altas forem menor risco há de surgir doença cardiovascular.

 
• Lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL): são semelhantes às LDL, mas contendo mais gordura e menos proteínas.

 
• Triglicéridos: são um outro tipo de gordura que circula no sangue ligada às VLDL. Uma alimentação excessivamente rica em calorias, açúcares ou álcool eleva os triglicéridos, aumentando o risco cardiovascular.

 

Que factores afectam os níveis de colesterol?

 

Um elevado número de factores influenciam os níveis de colesterol no sangue..

 
Dieta

 

O consumo excessivo de gordura saturada e de colesterol eleva os níveis de colesterol. Para os reduzir deve-se evitar o consumo de gorduras de origem animal, como as carnes gordas, o presunto, o queijo, a manteiga, as charcutarias, a fastfood, etc.

 

Peso corporal

 

Ter excesso de peso aumenta o colesterol. Controlar o peso reduz os níveis de colesterol das LDL e tem ainda a vantagem de elevar as HDL.

 
Actividade física

 
O exercício regular baixa o colesterol das LDL e sobe as HDL. Aconselha-se a pratica de 30 minutos diários de actividade física, como por exemplo, a marcha em passo rápido.

 

Hereditariedade

 
Os nossos genes determinam em parte a quantidade de colesterol que cada organismo produz. Há famílias em que o colesterol é elevado.

 

Quando está o colesterol demasiado elevado?

 

Um estudo da Fundação Portuguesa de Cardiologia mostra que cerca de dois terços da população adulta portuguesa têm o colesterol elevado. No entanto, o colesterol elevado não causa sintomas. Quando estes ocorrem podem surgir sob a forma de dor no peito por angina ou enfarte do miocárdio. Estamos pois, perante uma patologia grave em que é fundamental fazer prevenção.

 
As sociedades científicas europeias recomendam, como valores normais um colesterol inferior a 190 mg/dl quando se trata da população em geral. No caso dos doentes com patologia coronária, ou outra doença aterosclerótica (acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, etc.), diabetes ou insuficiência renal, que são considerados doentes de alto risco, recomendam-se valores de colesterol inferiores a 175 mg/dl. Já para o colesterol das LDL os valores recomendados são respectivamente inferiores a 115 mg/dl para a população em geral e a 100 mg/dl nos doentes de alto risco.

 

 

Estas recomendações agora referem mesmo que nos doentes de alto risco, como é o caso dos doentes coronários e diabéticos, há vantagem em atingir níveis de LDL inferiores a 70 mg/dl para assegurar maior protecção cardiovascular e até tornar possível a regressão da aterosclerose. Por isso a American Heart Foundation, assim como outras Instituições norte-americanas recomendaram mais recentemente que os doentes de alto risco devem ter valores de colesterol inferiores aos propostos pelas Sociedades Europeias.

 

 

Um trabalho recente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, ainda em curso junto dos utentes dos Centros de Saúde (Projecto Coração Seguro), mostra que cerca de 35% dos doentes, apesar de estarem a fazer terapêutica para redução do colesterol, não estão controlados, ou seja não cumprem os objectivos estabelecidos pelas Sociedades Científicas Europeias. No que respeita às HDL, níveis inferiores a 40 mg/dl e de trigliceridos superiores a 150 mg/dl conferem risco cardiovascular acrescido. Por outro lado, quanto mais elevadas forem as HDL menor é o risco de doença cardiovascular.

 

Veja as medidas que deve adoptar para reduzir os níveis de colesterol aqui (http://saude.sapo.pt/saude-medicina/medicacao-doencas/artigos-gerais/como-tratar-o-colesterol.html)

 

 

Texto: Prof. Manuel Carrageta , médico cardiologista e presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia

 

 

A filiação no Clube Rei Coração é livre e destina-se a todos os que se interessam pelas doenças do foro cardiovascular, em saber como as prevenir e melhor lidar com a sua existência, de modo a conseguirem mais bem-estar e qualidade de vida.

 

 

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Rejuvenesça o seu Coração

23/02/2015

 

 

Onze cuidados que lhe oferecem anos de vida.

 

 

O som é fácil de reconhecer. Tic-tac, tic-tac. Sístole, diástole, sístole, diástole… Este é o ritmo constante do seu coração, que, por razões óbvias, se pode comparar a um relógio.

 

 

Para além de cuidar do seu mecanismo (através das medidas preventivas sobejamente conhecidas e recomendadas habitualmente), deve acertá-lo, conhecendo e pondo em prática as últimas novidades da ciência.

 

 

Alguns investigadores já chamaram a atenção para truques cardioprotectores ditos não-tradicionais e todos eles têm algo em comum, ajudam a rejuvenescer o coração. Lembre-se que as doenças cardiovasculares têm um desenvolvimento progressivo e que, apesar do resultado destas medidas não ser imediatamente visível, revelar-se-á fundamental daqui a 10 ou 20 anos.

 

 

1. Gordura abdominal sob controlo

 

 

Para saber se alguém tem excesso de peso e, por isso, tem aumentado o seu risco cardiovascular, é essencial medir o perímetro abdominal. Na mulher é considerado saudável se for inferior a 88 cm, e no homem se for menor do que 102 cm.

 

 

De acordo com os especialistas na área de obesidade, se estes valores forem ultrapassados, é necessário visitar o médico para perder peso e reduzir a gordura abdominal acumulada, que aumenta substancialmente o risco de vir a padecer de complicações cardiometabólicas.

 

 

2. Dê água aos seus rins

 

 

De acordo com os especialistas em Nefrologia, os rins são a
sentinela do coração, pelo que a proteção cardiovascular está
relacionada com a renal e vice-versa.

 
Para reforçar a saúde de ambos os órgãos é recomendável, entre
outras medidas, moderar a ingestão de bebidas alcoólicas (em excesso podem danificar os rins, provocar hipertensão e insuficiência renal) e ingerir menos sal (o seu consumo excessivo não só está relacionado com a subida da tensão arterial, como também afeta a função renal).

 
Para além disso, alguns estudos indicam que beber três litros de
água por dia não só prolonga a vida de uma pessoa, em média, cinco anos, como lhe dá mais qualidade.

 
3. Uma hora de atividade física por dia

 
Quanto tempo devemos dedicar à actividade física para manter o coração e as artérias em boa forma e reduzir a possibilidade de adoecerem?

 

 

De acordo com um estudo recente (DREW) publicado no jornal da associação médica americana JAMA, o benefício da atividade física depende da dose. Quanto mais se fizer, mais vantajosa é para a saúde, embora esta seja sempre benéfica independentemente do número de horas praticadas.

 

 

«O que tem sido recomendado», refere Luís Negrão, «são 30 minutos de atividade física de intensidade moderada, durante cinco dias por semana, que podem ser divididos em três períodos de 10 minutos». Mas esta recomendação tem vindo a ser alvo de atualizações. «Alguns organismos internacionais propõem que se passe a 60 minutos de atividade física diária», explica o especialista.

 

 

Por atividade física entende-se todo o movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, do qual resulta um dispêndio energético acima do nível de repouso. Não confundir com exercício físico, que é um tipo de atividade física em que o movimento é repetitivo, devidamente estruturado e planeado, com o objetivo de melhorar ou manter a condição física.

 

 

4. As últimas novidades da nutrição

 

 

A par das recomendações genéricas subscritas pelo Instituto Nacional de Cardiologia Preventiva (reduzir o consumo de sal, álcool, açúcar e gorduras saturadas e aumentar a ingestão diária de vegetais e fruta), investigações recentes comprovaram os benefícios dos seguinte alimentos para a saúde do coração:

 

 

O estudo PREDIMED, criado para analisar os efeitos da dieta mediterrânica na prevenção cardiovascular, demonstrou que incluir nozes na alimentação diária potencia a redução do dano oxidativo causado pelo colesterol mau ou LDL.

 

 

As nozes são ricas em ácidos gordos ómega-3, nutrientes e outros compostos cardiosaudáveis, como fibra, fitoesteróis, ácido fólico e antioxidantes, que normalmente ajudam a reduzir o risco de enfarte. A Fundação Espanhola do Coração incluiu a carne de coelho entre os alimentos recomendáveis para a dieta de prevenção cardiovascular, por ser uma carne magra, com uma baixa proporção de gordura e menor conteúdo de ácidos gordos saturados e colesterol do que outras carnes.

 

 

Para além disso, possui minerais como ferro, zinco, magnésio, e uma grande quantidade de vitaminas do grupo B, E e um baixo conteúdo de sódio. Quanto mais colorido for um vegetal, mais rico é em antioxidantes, substâncias que ajudam a contrariar as reações químicas que provocam aterosclerose.

 

 

A cor é tão importante que a Associação Americana do Coração recomendou explicitamente que o «consumo de frutas e verduras variadas regularmente, especialmente as verde escuras, cor de laranja intenso ou amarelas», como as cenouras, a beterraba, folhas verdes. No caso da fruta, o mais importante é a cor da polpa.

 

 

5. Fomente o trabalho de equipa

 

 

Fazer atividade física, controlar o peso e largar o tabaco. Quando este tipo de comportamentos são adoptados em conjunto, a adesão é maior do que quando são colocados em prática individualmente.

 

 

«Para ter um coração saudável e evitar que adoeça convém juntar-se a um grupo», foi um dos lemas difundidos em diferentes países no Dia Mundial do Coração em 2007. De acordo com Manuel Triana, da Sociedade Colombiana de Cardiologia, «em grupo, tem-se três vezes mais hipóteses de manter uma dieta e peso saudáveis, e as probabilidades de deixar de fumar duplicam».

 

 

6. Fuja da poluição

 

 

Quanto mais tempo se afastar da poluição e do trânsito e quanto mais limpo for o ar que respira, mais anos o seu coração e as suas artérias vivem. Especialistas da Universidade de Taiwan demonstraram, através de um estudo, que o ar poluído da cidade afeta os indicadores-chave do risco cardiovascular nos jovens, como a inflamação, o stress oxidativo e a coagulação.

 

 

De acordo com outro estudo das universidades de Edimburgo e Umea, pessoas com uma doença cardíaca estável que se exponham, mesmo por poucos instantes, à combustão de gasóleo, habitual na cidade, têm um menor afluxo sanguíneo ao coração e sofrem mudanças na sua actividade cardíaca.

 

 

7. Respire fundo

 

 

Os ataques de fúria podem desencadear arritmias severas, que, por sua vez, são mais prováveis quanto mais a pessoa estiver aborrecida ou irritada, podendo até ser potencialmente mortais, segundo revela um trabalho do Hospital Brigham and Women’s de Boston, nos EUA.

 

 

De acordo com a Federação Espanhola do Coração (FEC), a relação entre as tensões e as doenças do coração está confirmada. Quando os sintomas de stress aparecem, tente abrandá-los, refletindo e perguntando a si mesmo «O que é que provoca este stress?» e «Vale mesmo a pena aborrecer-me por causa disto?». De certeza que é mais do que suficiente para reduzir, pelo menos, a ansiedade e procurar ajuda.

 

 

8. Durma sete horas

 

 

«É fundamental para prevenir problemas de saúde», revela Francesco Cappuccio, professor de Medicina Cardiovascular da Universidade de Warwick e responsável por um estudo britânico.

 

 

Segundo este especialista, as pessoas que não dormem horas suficientes são duas vezes mais propensas a morrer de doença cardíaca.

 

 

A sua investigação de 17 anos foi baseada em 10.000 funcionários públicos.

 

 

Esta análise mostrou que aqueles que reduzem o sono noturno a menos de sete a cinco horas têm mais do dobro de risco de morrer por causa de um problema de origem cardiovascular. A falta de sono parece estar relacionada com um aumento da pressão sanguínea, que, por sua vez, está relacionado com o risco de ter um ataque cardíaco ou um AVC. Há, contudo, pessoas cujo organismo requer, naturalmente, menos horas de sono, sem com isso correrem maior risco.

 

 

9. Duas gorduras sob controlo

 

 

A vida de um indivíduo é a vida dos seus vasos e artérias e depende dos triglicéridos e do colesterol, duas gorduras que trabalham em equipa. As primeiras vão depositando umas placas de ateroma nas paredes das artérias, enquanto as segundas vão endurecendo as artérias.

 

 

Estes processos prejudicam a saúde, na medida em que impedem a distribuição adequada do sangue pelo organismo (podendo mesmo bloquear uma artéria) e aceleram o envelhecimento. Para prevenir e tratar estes processos, deve fazer uma análise ao sangue, para conhecer as suas gorduras sanguíneas. Trata-se de cuidar dos níveis de colesterol e triglicéridos. Se tiver o colesterol alto por causa de factores genéticos, o seu médico vai-lhe prescrever estatinas.

 

 

Mas se a sua hipercolesterolemia for familiar ou se se dever à sua alimentação, deve seguir uma dieta equilibrada, sem se exceder com as gorduras saturadas. Para melhorar a sua saúde arterial, a Fundação Portuguesa de Cardiologia e a Sociedade Portuguesa de Aterosclerose aconselham a manter os valores de colesterol abaixo dos 190 mg/dl.

 

 

Se os triglicéridos também estiverem elevados, existem combinações de estatinas com outros fármacos, que conseguem baixar os níveis de ambas as gorduras. Para as baixar, convém reduzir ou eliminar os alimentos gordos da alimentação.

 

 

10. Abandone o tabaco

 

 

O fator de risco cardiovascular evitável de mais evidente solução é o tabagismo, um hábito prejudicial e desnecessário que está na linha da frente dos culpados da doença coronária.

 

 

Deixar de fumar é mais benéfico do que qualquer outra medida preventiva. Tês anos depois de o fazer, o risco de enfarte do miocárdio ou de acidente vascular cerebral (AVC) é o mesmo de uma pessoa que nunca fumou na vida. Esta constatação não significa, contudo, que, uma vez livre do fumo, possa descuidar a actividade física, o controlo de peso e a alimentação saudável.

 

 

11. A partir dos 40 anos tenha um maior controlo

 

 

De acordo com os especialistas, a partir do momento em que se entra na quarta década de vida, é necessário estar mais atento à saúde cardiovascular, porque existem indícios de que a aterosclerose, uma doença que começa muito antes, aumenta as probabilidades de se desenvolver a partir dos 40.

 

 

E há que ter em conta certos parâmetros que não precisam de ser vigiados tão de perto em idades mais precoces, como o colesterol ou a tensão arterial. Para além disso, as pessoas com antecedentes familiares de doenças cardíacas ou de certas doenças que a favoreçam, como a diabetes, devem ter uma vigilância mais apertada.

 
Texto: Fernanda Soares

 
Revisão científica: Luís Negrão (assessor médico da Fundação Portuguesa de Cardiologia)

 
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Sabe Tudo Sobre Células Estaminais?

23/02/2015

 

O que são, para que servem, que doenças podem ser tratadas? A resposta a estas e outras questões sobre células estaminais.

 
1. O que são as células estaminais?

 

As células estaminais definem-se por duas propriedades básicas: a capacidade de se auto renovarem indefinidamente num estado indiferenciado e a possibilidade de se diferenciarem num ou mais tipos de células especializadas. As células estaminais podem ser classificadas em função da sua origem e/ou da sua capacidade de diferenciação em dois tipos principais: embrionárias e adultas. As células estaminais embrionárias, presentes numa fase muito inicial do desenvolvimento humano, conseguem dar origem a todos os tipos de células que constituem o nosso organismo. As células estaminais adultas permitem manter as funções dos tecidos e órgãos onde estão presentes, bem como reparar os tecidos em caso de lesão. Alguns tecidos neo-natais, como a placenta, o sangue e o tecido do cordão umbilical, contêm também populações de células estaminais adultas (assim designadas por se obterem após o nascimento), com interesse para a medicina.

 

As células estaminais que têm tido maior relevância a nível clínico são as células estaminais da medula óssea, do sangue periférico e do sangue do cordão umbilical. Estas fontes são ricas em células estaminais hematopoiéticas, as células que dão origem às células do sangue: glóbulos vermelhos, plaquetas e todas as células do sistema imunitário.

 

O sangue do cordão umbilical é actualmente considerado uma fonte de células estaminais para o tratamento de mais de 80 doenças, que incluem doenças hematológicas, imunológicas e metabólicas, tendo em 2012 sido contabilizados mais de 30.000 transplantes com sangue do cordão umbilical em todo o mundo. Para além disso, a sua utilização encontra se em estudo em ensaios clínicos, em doenças como paralisia cerebral, autismo, diabetes tipo 1 e lesões da espinal medula, entre outras, o que poderá aumentar o leque de aplicações clínicas do sangue do cordão umbilical.

 

O tecido do cordão umbilical é muito rico num outro tipo de células, as células estaminais mesenquimais que poderão vir a ser úteis no tratamento de um conjunto alargado de doenças. Também o seu potencial clínico se encontra em estudo, em ensaios clínicos, em diversas doenças. Dadas as aplicações actuais e o crescente número de ensaios clínicos com células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical, assume cada vez mais importância a criopreservação destas células, cuja colheita pode apenas ser feita no momento do parto.

 

Recentemente descobriu-se que células maduras especializadas podem ser reprogramadas para se tornarem células imaturas com características semelhantes às das estaminais embrionárias, capazes de dar origem a todos os tecidos do corpo. As células assim obtidas designam-se de células estaminais pluripotenciais induzidas (iPSC, do inglês: induced pluripotent stem cells), e têm o potencial de poderem vir a revolucionar a realidade terapêutica e contribuir para a cura de patologias actualmente sem tratamento. Por esta razão, as iPSC são promissoras para futuras terapias celulares tendo despertado a atenção generalizada de investigadores e médicos.

 
2. Para que servem as células estaminais?

 

 

As células estaminais desempenham funções importantes no nosso organismo. Por um lado, as células estaminais embrionárias, presentes numa fase muito inicial do desenvolvimento humano, conseguem dar origem a todos os tipos de células que constituem o nosso organismo e, por outro, as células estaminais adultas, encontram-se em muitos tecidos do organismo adulto e permitem a renovação e reparação dos tecidos de que fazem parte. Para além do papel fisiológico das células estaminais, elas têm também um papel importante no contexto terapêutico.

 

 

A capacidade das células estaminais se diferenciarem em vários tipos de células, podendo substituir células lesadas ou destruídas e regenerar tecidos danificados, explica o grande interesse na utilização das células estaminais no contexto terapêutico. As células estaminais hematopoiéticas são as que têm tido maior relevância a nível clínico, particularmente em doenças nas quais é necessário regenerar o sistema sanguíneo e imunitário do doente. No indivíduo adulto as células estaminais hematopoiéticas estão maioritariamente localizadas na medula óssea, e originam todas as células do sangue: glóbulos vermelhos, plaquetas e todas as células do sistema imunitário.

 

 

O sangue do cordão umbilical é também uma importante fonte de células estaminais hematopoiéticas, razão pela qual se tornou, nos últimos anos, numa alternativa à medula óssea nos transplantes hematopoiéticos. As células estaminais hematopoiéticas da medula óssea, do sangue periférico e sangue do cordão umbilical têm sido usadas para o tratamento de mais de 80 doenças, que incluem doenças hematológicas, imunológicas e metabólicas. No início de 2013 foram contabilizados mais de 1.000.000 de transplantes hematopoiéticos para o tratamento de um conjunto alargado de doenças, entre as quais se encontram vários tipos de leucemias e anemias, linfomas e doenças metabólicas.

 
3. Quais as doenças que podem ser tratadas com as células estaminais?

 

 

Até ao momento, as células estaminais que têm tido maior aplicação clínica são as células estaminais hematopoiéticas que se encontram na medula óssea, no sangue periférico mobilizado e no sangue do cordão umbilical.

 

Conforme publicado, por exemplo, no site do banco público de Nova Iorque (http://www.nationalcordbloodprogram.org/qa/), são mais de 80 as doenças em que já foi usado sangue do cordão umbilical (à semelhança da medula óssea e do sangue periférico). A maioria dos transplantes realizados destinam-se ao tratamento de doenças do sangue (como leucemias e alguns tipos de anemias) e do sistema imunitário, mas as células do sangue do cordão umbilical são também usadas no tratamento de algumas doenças metabólicas.

 

A utilização das células do sangue do cordão umbilical para além da utilização nas mais de 80 doenças já descritas, encontra se em estudo em ensaios clínicos (utilização em humanos a título experimental), em doenças como paralisia cerebral, autismo, diabetes tipo 1 e displasia broncopulmonar, entre outras, o que poderá aumentar o leque de aplicações clínicas do sangue do cordão umbilical.

 

Para além das células estaminais hematopoiéticas, há outros tipos de células estaminais, como as mesenquimais, que se encontram no tecido do cordão umbilical, na medula óssea e no tecido adiposo. As células estaminais mesenquimais podem diferenciar-se em cartilagem, osso, músculo e gordura. Para além disso, estas células têm a capacidade de regular a resposta do sistema imunitário e assim aumentar a probabilidade de sucesso dos transplantes, quando utilizadas em conjunto com células estaminais hematopoiéticas.

 

A utilização simultânea das células mesenquimais com células estaminais hematopoiéticas (por exemplo do sangue do cordão umbilical) reduz as complicações associadas aos transplantes alogénicos (em que as células do sistema imunitário do dador podem rejeitar o doente transplantado – doença do enxerto contra hospedeiro). O potencial destas células está actualmente em estudo, com mais de 400 ensaios clínicos a decorrer em doenças como a diabetes, colite ulcerosa, cirrose hepática, cardiomiopatias, esclerose múltipla, lúpus e doença do enxerto contra hospedeiro, entre outras.

 

Muitos destes ensaios clínicos encontram-se ainda numa fase inicial, mas alguns já apresentam resultados preliminares promissores. Considerando todas as fontes de células estaminais, estão actualmente em curso mais de 4.000 ensaios clínicos com células estaminais de várias fontes, e o que se espera é que estes venham a proporcionar, num futuro próximo, opções terapêuticas para muitas doenças actualmente sem tratamento.

 
4. Que tipos de transplantes de células estaminais podem ser feitos? No caso de irmãos, podem usar-se as células estaminais de um irmão no outro?

 

 

As células estaminais podem ter aplicação autóloga (quando são usadas no próprio) ou alogénica (quando dador e receptor são pessoas diferentes). Dentro da utilização alogénica, esta pode ser relacionada, também designada de familiar (quando o dador é familiar do doente, mais frequentemente um irmão), ou não relacionada (quando o dador das células não é familiar do doente).

 

Em caso de transplante autólogo não existe risco de rejeição, pois as amostras são 100% compatíveis com o próprio. Nos transplantes alogénicos, apesar de se usarem amostras compatíveis com os doentes a quem se destinam, há sempre algum risco de rejeição. A utilização de uma amostra de um familiar compatível (preferencialmente de um irmão) é preferível à de um dador não relacionado. O transplante de sangue do cordão umbilical alogénico com amostras de um dador familiar (preferencialmente de um irmão) aumenta o sucesso do transplante, pois é maior a probabilidade de sobrevida e menor probabilidade de doença do enxerto contra hospedeiro, uma complicação grave e frequente dos transplantes alogénicos. Para além disso, é entre irmãos que é mais fácil encontrar um dador com a compatibilidade necessária para o transplante.

 

A probabilidade de compatibilidade total entre irmãos, filhos do mesmo pai e da mesma mãe, é de 25%. Os bancos privados de sangue do cordão umbilical têm carácter familiar, permitindo não só a libertação de amostras para uso autólogo mas também para uso alogénico relacionado, sendo grande parte das amostras libertadas para utilização entre irmãos. O que normalmente dita a escolha entre o recurso a um transplante autólogo ou alogénico é a doença em causa.

 

No âmbito das aplicações actuais na área da hemato-oncologia, existem doenças (e.g. doenças genéticas) para as quais é indicada a utilização de células de um dador compatível e nestes casos recorre-se a um transplante alogénico. As principais indicações para o transplante alogénico são leucemias, hemoglobinopatias e doenças genéticas hematológicas, imunológicas ou metabólicas.

 

No entanto, existem outras aplicações para as quais a abordagem autóloga é a preferencial. Entre as doenças em que mais se recorre a transplantes autólogos encontram-se os linfomas e os tumores sólidos. Para além disso, actualmente estão em curso vários ensaios clínicos que envolvem a utilização autóloga de sangue do cordão umbilical em crianças com paralisia cerebral, autismo, diabetes, entre outras doenças, o que traz enormes perspectivas de aplicação do sangue do cordão umbilical nestas doenças.

 
5. Há garantias de eficácia do tratamento de doenças com células estaminais do sangue do cordão umbilical?

 

 

O primeiro transplante de sangue do cordão umbilical realizou-se em Paris, em 1988, para tratar uma criança com Anemia de Fanconi, tendo sido usadas as células de uma irmã sua compatível. Desde então, o sangue do cordão umbilical tem sido usado em todo o mundo, sendo hoje considerado uma alternativa à medula óssea no tratamento de um leque alargado de doenças do foro hemato-oncológico.

 

Em 2012 foram contabilizados mais de 30.000 transplantes com sangue do cordão umbilical em todo o mundo, cerca de 75% dos quais nos últimos 6 anos, o que evidencia a crescente adopção do sangue do cordão umbilical como alternativa terapêutica nos transplantes hematopoiéticos (transplantes de sangue do cordão umbilical, medula óssea e sangue periférico).

 

Estes dados são demonstrativos dos bons resultados que têm sido conseguidos com esta fonte de células estaminais Os resultados destes transplantes são semelhantes aos que se conseguem com os transplantes de medula óssea, com a vantagem de se registarem menos casos de doença do enxerto contra hospedeiro (uma complicação frequente dos transplantes) e, nos casos em que tal acontece, a gravidade desta doença ser inferior quando se recorre ao sangue do cordão umbilical. Estes são resultados de alguns estudos publicados em revistas científicas da especialidade em que é feita a comparação dos dois tipos de transplantes.

 

Pelo número crescente de transplantes com sangue do cordão umbilical a que temos vindo a assistir, quer em crianças quer em adultos, podemos concluir que se trata de um procedimento eficaz, nomeadamente para o tratamento de doenças do foro hemato oncológico, quando há necessidade de repor a medula óssea. Para além de doenças hematológicas, o sangue do cordão umbilical também é usado no tratamento de algumas doenças metabólicas e encontra-se em estudo em ensaios clínicos noutras doenças, com resultados promissores.

 

Texto: Crioestaminal

 

 

SUSANA KRAUSS

 

GRAVIDEZ

 

 

 

Tratamento de Lesões Desportivas é possível com recurso a Células Estaminais Criopreservadas

28/02/2015

 

A investigação envolveu 55 pacientes com idades compreendidas entre os 18 e 60 anos.

 

 

Um estudo desenvolvido pela American Academy of Orthopaedic Surgeons acaba de concluir que uma única injeção de células estaminais após uma cirurgia ao menisco, pode ajudar a aliviar a dor e a acelerar a regeneração desta cartilagem. A investigação envolveu 55 pacientes com idades compreendidas entre os 18 e 60 anos submetidos a uma intervenção cirúrgica de remoção total ou parcial de um menisco rasgado.

 

Os pacientes foram divididos em três grupos: o grupo A recebeu um dose de 50 milhões de de células estaminais mesenquimais após uma semana da operação; o grupo B recebeu uma dose de 100 milhões; e o Grupo de Controlorecebeu apenas hialuronato de sódio.

 

Os resultados finais demonstraram que o grupo A e B obteve um aumento significativo do volume do menisco durante o primeiro ano mas, em oposição, nenhum dos pacientes do grupo decontrolo chegou sequer ao limiar de 15% no aumento do volume. Os pacientes do grupo A e B que sofriam com osteoartrite também sentiram uma redução na dor, ao contrário do grupo de controlo.

 

“A eficácia da aplicação de células estaminais no tratamento das contusões desportivas mais comuns, como a lesão no menisco, tem vindo a ser comprovada com sucesso ao longo dos anos”, explica Hélder Cruz, diretor da ECBio, empresa que desenvolveu o método de isolamento de células estaminais do tecido do cordão umbilical utilizado pela Cytother.

 

“Estas células estaminais adultas podem ser retiradas da medula óssea, do sangue periférico ou da gordura do próprio paciente mas o processo de colheita é muito invasivo, doloroso e possui um elevado risco de infeção para o dador. Como tal, a criopreservação das células estaminais provenientes do tecido do cordão umbilical dos filhos – um processo completamente não invasivo, indolor e sem qualquer risco para a mãe e para o recém-nascido – começa a ser cada vez mais pensado pelos pais, não só pela prevenção da saúde das suas crianças mas também da família, uma vez que as células estaminais mesenquimais indiferenciadas do bebé são 100% compatíveis com familiares diretos”, acrescenta, em comunicado.

 

A lesão do menisco é uma das lesões desportivas mais comuns, especialmente no futebol, com uma taxa de insucesso de operações que pode chegar até aos 45%, o que implica que, mais tarde, os pacientes tenham de voltara sofrer intervenções cirúrgicas. Mesmo nos casos de sucesso, após várias intervenções cirúrgicas, a capacidade do atleta na prática desportiva pode ainda ficar fortemente debilitada.

 

A aplicação da terapêutica com recurso a células estaminais poderá vir a ser uma opção viável para acelerar a recuperação e evitar paragens prolongadas dos atletas ou, até mesmo, o fim da sua carreira. No futebol português, são vários os atletas que já sofrerasofreram esta lesão: Pedro Mantorras, Nuno Gomes, Pedro Barbosa, entre outros.

 

NUNO NORONHA

 

NOTÍCIAS

 

Por SAPO Saúde

 

 

Lesões no Menisco com Novo Tratamento à base de Células Estaminais

23/02/2015

 

Lesões cerebrais e hemoglobinopatias são outras das aplicações que estão a ser estudadas.

 

Os desportos de contacto são os principais potenciadores de lesões dos meniscos, uma rotura da cartilagem que pode, contudo, verificar-se em atividades do dia a dia em qualquer idade.

 
Este tipo de lesão resulta frequentemente do resultado de um movimento de torção, de um gesto decorrente de uma mudança súbita de direção, de desaceleração ou consequência de um impacto súbito.

 

Nos Estados Unidos da América, um estudo enaltece as vantagens de um novo tratamento à base de células estaminais. Em Portugal, o professor Hélder Cruz, director-geral da empresa de investigação e desenvolvimento em biotecnologia ECBio e investigador da Cytothera, elogia o procedimento e aponta outras utilizações para este tipo de células que, no futuro, podem vir a tratar casos de lesões cerebrais, esclerose, osteoartrite, enfarte, distrofia muscular, doenças oncológicas, doenças autoimunes, hemoglobinopatias, doenças metabólicas, imunodeficiências, deficiências medulares e até ajudar na cicatrização de feridas.

 
As principais conclusões de um estudo divulgado pela American Academy of Orthopaedic Surgeons abrem uma nova esperança para o tratamento das lesões no menisco. O que podemos esperar da implementação prática dessas descobertas e como se irá processar?

 

O estudo divulgado pela American Academy of Orthopaedic Surgeons demonstra que uma única injeção de células estaminais após uma cirurgia pode ajudar a aliviar a dor e acelerar a regeneração do menisco. Na verdade, já diversos estudos comprovam a eficácia da aplicação de células estaminais em problemas na cartilagem e uma das formas mais seguras de garantir uma solução rápida e menos dolorosa, caso aconteça um problema destes no seio familiar, é fazer criopreservação das células estaminais mesenquimais do bebé, pois podem ser utilizadas em familiares diretos sem quaisquer problemas de compatibilidade. A aplicação deste tipo de tratamento pode ser fundamental para acelerar a recuperação e evitar paragens prolongadas de desportistas.

 

O potencial terapêutico das células estaminais no tratamento de lesões desportivas é apenas uma esperança ou já uma realidade com validação científica em mais do que um estudo científico?

 

Existem atualmente diversos estudos que comprovam a eficácia da aplicação de células estaminais criopreservadas em problemas na cartilagem, sendo que esta aplicação terapêutica poderá vir a ser uma opção viável para acelerar a recuperação e evitar, por exemplo, paragens prolongadas de atletas ou, até mesmo, o fim da sua carreira. Vários estudos desenvolvidos, que continuam a ser realizados, comprovam que a aplicação de células estaminais mesenquimais criopreservadas neste tipo de problemas favorece a reparação a nível celular e pode acelerar o processo de cicatrização, fortalecer membros e diminuir a dor local.

 

A forma de recolha e obtenção das células estaminais pode condicionar o êxito do tratamento deste tipo de lesões?

 

Sim, sem dúvida. Estas células estaminais adultas podem ser retiradas da medula óssea, do sangue periférico ou mesmo da gordura do próprio paciente, mas o processo de colheita é muito invasivo, doloroso e possui um elevado risco de infeção para o dador. Já o processo de recolha das células estaminais provenientes do tecido do cordão umbilical (as mais puras e primitivas células) e, a sua posterior criopreservação, é completamente não invasivo, indolor e não representa qualquer risco, quer para a mãe, quer para o recém-nascido.

 

Optando por esta última opção, é necessário que os pais tenham em atenção que nem todas as empresas de criopreservação isolam e multiplicam as células na altura da sua recolha, procedimento que permite que as mesmas fiquem imediatamente disponíveis para utilização em caso de necessidade, evitando assim o risco de o isolamento falhar quando as células são necessárias.

 
O ideal é que os pais optem por fazer a criopreservação das células estaminais do tecido do cordão umbilical numa empresa que realize todo o processo de isolamento e multiplicação das células logo após a recolha, ao invés de apenas recorrerem ao congelamento do cordão. Este congelamento leva a que não seja possível identificar, na altura da recolha, a tipologia de células presente no cordão nem se as mesmas apresentam as condições necessárias para serem multiplicadas e criopreservadas.

 

Sem esta separação de células, é possível que, na altura necessária à sua utilização, os pais descubram que não existem células saudáveis passíveis de serem aplicadas na regeneração dos seus tecidos e não possam recorrer a esta metodologia. Mesmo quando seja possível o isolamento, o tempo de processamento e cultura em laboratório poderá ser precioso. Devem ser as células que aguardam pela utilização no paciente e não o paciente a aguardar pelas células.

 

Outro fator essencial na escolha da empresa de criopreservação é a capacidade de investigação das potencialidades das células estaminais para a constituição de uma terapêutica efetiva, de um medicamento. Na ECBio, patenteámos uma tecnologia de isolamento e de criopreservação das células do tecido do cordão umbilical, designada por células UCX. O nosso objetivo é desenvolver métodos e novas soluções terapêuticas com células estaminais, que permitam diminuir o tempo entre a descoberta e a sua aplicação clínica.

 
Ao fazer a criopreservação das células estaminais do sangue e do tecido na Cytothera, o único banco privado que utiliza a nossa tecnologia patenteada, os pais estão a garantir o acesso futuro a todos os avanços científicos e tratamentos desenvolvidos com a nossa metodologia e que vão, com certeza, ser uma opção viável na minimização de danos futuros na saúde de toda a família.

 
A utilização terapêutica de células estaminais tem vindo a crescer nos últimos anos. Em que novas áreas é que está a ser mais usada e em que outras é que o poderá vir a ser nas próximas décadas?

 

A utilização terapêutica de células estaminais criopreservadas como solução potencial para tratar futuras doenças ou problemas de saúde é cada vez mais uma realidade.

 

É sabido que a criopreservação das células estaminais pode ser aplicável não só ao bebé mas também os próprios pais e os familiares diretos, uma vez que há uma compatibilidade elevada.

 
Hoje em dia as células estaminais são aplicadas não apenas os conhecidos problemas do foro hemato-oncológico, mas também a problemas de saúde relacionados com a regeneração do músculo, do osso e da cartilagem, sobre os quais se têm desenvolvido mais pesquisas e avanços.

 
Outros ensaios clínicos relacionados com lesões cerebrais, esclerose, osteoartrite, enfarte, distrofia muscular, doenças oncológicas, doenças autoimunes, hemoglobinopatias, doenças metabólicas, imunodeficiências, deficiências medulares ou até cicatrização de feridas estão ainda a ser desenvolvidos. A medicina regenerativa atual está a ajudar a combater doenças de formas nunca antes consideradas possíveis, recorrendo a células estaminais criopreservadas para aumentar a qualidade de vida e minorar a deterioração dos órgãos sujeitos ao processo natural do envelhecimento.

 

 

PREVENIR

 
SAPO – SAÚDE E MEDICINA

 

 

 

Tecido do Cordão Umbilical ajuda a Tratar Doentes após Ataques Cardíacos

23/02/2015

 

 

Investigação lusa garante que transplante com células mesenquimais tem risco de rejeição reduzido.

 

 

As conclusões de uma nova investigação portuguesa, que assegura que a terapia celular pode ajuda a tratar doentes após ataques cardíacos, abre novas perspetivas para um problema que mata anualmente 1.300 portugueses.

 
A maioria dos ataques cardíacos são provocados por um coágulo que bloqueia uma das artérias coronárias.

 
Essa situação impede o sangue e o oxigénio de chegar ao coração. Um grupo de especialistas da ECBio, empresa dedicada à investigação e desenvolvimento em biotecnologia, publicou nos primeiros meses de 2014 um artigo na revista científica internacional Stem Cell Research and Therapy, que sublinha o potencial terapêutico das células mesenquimais do tecido do cordão umbilical (UCX) no tratamento de doentes com enfarte agudo do miocárdio, vulgarmente conhecido por ataque cardíaco.

 

O artigo descreve os resultados de estudos em animais, realizados em colaboração com o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB), que demonstram como a terapia com estas células estaminais adultas pode melhorar a função cardíaca, atenuar a remodelação do ventrículo esquerdo e reduzir o tamanho do enfarte, que surge na sequência da chamada doença coronária, que se desenvolve devido à obstrução das artérias do coração.

 

A precocidade de deteção dos sintomas pode ser fundamental para evitar a morte. Em entrevista à Prevenir, Hélder Cruz, investigador especializado em biotecnologia e director-geral da ECBio explica o que são este tipo de células, como atuam e que tipo de patologias ajudam a prevenir. «No futuro, a aplicação de células estaminais pode revolucionar ainda a terapêutica de várias patologias neuro degenerativas, como as doenças de Parkinson e Alzheimer», assegura o especialista.

 

 

O que são células mesenquimais?

 

 

As células estaminais mesenquimais são células que apresentam um elevado potencial de multiplicação e capacidade de diferenciação em vários tipos celulares, como pele, osso, músculo, cartilagem, tecido nervoso e gordura, o que as torna uma ferramenta muito útil na medicina regenerativa. Por serem muito imaturas imunologicamente, o risco de rejeição do transplante em familiares é muito reduzido.

 
A investigação científica tem demonstrado um número crescente de potenciais aplicações terapêuticas destas células. Mais recentemente, o interesse pelas células estaminais mesenquimais tem-se centrado nas suas propriedades anti-inflamatórias, imunossupressoras e indutoras de regeneração endógena.

 

 

Por que é que células mesenquimais são retiradas do tecido do cordão umbilical?

 

 

As células mesenquimais são retiradas do tecido do cordão umbilical porque este é uma das fontes mais ricas deste tipo de células estaminais. Para além disso, a sua recolha é completamente indolor e não invasiva.

 

 
O cordão umbilical é uma fonte de células que seria descartada aquando o parto e da qual é possível o isolamento de um número de células relativamente elevado de células estaminais mesenquimais.

 

 
Isto, comparando, relativamente às outras fontes alternativas.

 
No que é que consiste a criopreservação?

 

 

A criopreservação é o processo de congelamento das células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical. O recurso às células estaminais do cordão umbilical criopreservadas já é considerado, com sucesso, no tratamento de mais de 80 patologias diferentes. O potencial único das células estaminais do sangue do cordão umbilical permite a sua utilização no tratamento de doenças graves, como deficiências medulares, doenças metabólicas, leucemia, imunodeficiências, linfomas e anemias potencialmente fatais.

 

 
As aplicações de células estaminais do tecido do cordão umbilical têm tido o seu foco na diminuição da rejeição de transplantes e em doenças autoimunes como a artrite reumatoide,
esclerose múltipla e algumas patologias cardiovasculares. No futuro, a aplicação de células estaminais pode revolucionar ainda a terapêutica de várias patologias neuro degenerativas, como as doenças de Parkinson e Alzheimer. A investigação científica tem demonstrado um número crescente de potenciais aplicações terapêuticas destas células.

 

 

Pode descrever a ação destas células no organismo, após um doente ter sofrido um enfarte agudo do miocárdio?

 

 
Os principais resultados do mais recente estudo que realizámos demonstram que a terapia com células estaminais adultas, isoladas e multiplicadas através do método de isolamento desenvolvido pela ECBio, podem melhorar a função cardíaca, atenuar a remodelação do ventrículo esquerdo e reduzir o tamanho do enfarte.

 

 
As conclusões indicam ainda que estas células têm a capacidade de agir de forma dinâmica e transmitir os efeitos terapêuticos através de múltiplos modos de ação, como proteção das células do miocárdio da morte celular, promoção da formação de novos vasos e recrutamento de células progenitoras cardíacas.

 

 
Estas células têm apenas um efeito curativo ou também podem prevenir problemas cardíacos?

 

 

Até agora, só existem resultados comprovados no que respeita ao tratamento.

 

 
No entanto, a ação das células envolve vários mecanismos de reparação.

 

 
Este é um paradigma central que distingue a terapia celular dos medicamentos tradicionais e representa um avanço potencialmente importante no tratamento do ataque cardíaco.

 

 

Estes resultados abrem novas potencialidades para o tratamento de uma situação de saúde responsável pela morte de 1.300 portugueses todos os anos. Mas ainda é muito cedo para especular sobre os seus efeitos preventivos em futuros ataques cardíacos.

 

 

Em que medida é que o método desenvolvido pela ECBio é melhor para recolha e conservação das células?

 

 

Para ser possível isolar e criopreservar as células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical que nos permitem obter estes resultados, desenvolvemos na ECBio uma metodologia que consiste no isolamento destas e na sua multiplicação, atingindo-se uma pureza superior a 95%. O processo é iniciado com a separação das células estaminais mesenquimais das restantes células existentes no tecido do cordão umbilical como, por exemplo, as células epiteliais.

 
Numa primeira fase, as células estaminais isoladas encontram-se em minoria e numa quantidade muito reduzida, tendo de ser purificadas mediante um processo de multiplicação. No final da etapa, são criopreservadas células estaminais mesenquimais com elevado grau de pureza e numa quantidade muito superior à existente inicialmente. Após o isolamento, procede-se à criopreservação das células estaminais a temperaturas abaixo dos 150º C negativos.

 

 

Em Portugal, nem todas as empresas fazem o isolamento das células estaminais mesenquimais a partir do tecido do cordão umbilical, sendo a Cytothera a única empresa, em Portugal, a utilizar o método de isolamento de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical da ECBio, garantindo que os seus clientes possam ter acesso a qualquer futura terapia resultante desta investigação.

 

 
Texto: Filipa Basílio da Silva com Luis Batista Gonçalves (edição)

 
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Ataque Cardíaco

23/02/2015

 

 

Grave ameaça à vida.

Um ataque cardíaco ocorre quando uma das artérias coronárias entope subitamente, bloqueando o acesso de sangue e oxigénio a uma zona do músculo cardíaco.

 

O entupimento deve-se na sua esmagadora maioria à aterosclerose, uma doença em que se acumulam depósitos de colesterol na parede das artérias, que levam à diminuição do seu calibre.

 

A causa final do bloqueio da artéria deve-se à formação de um coágulo de sangue que se forma na zona da placa de aterosclerose, acabando por obstruir completamente a artéria coronária.

 
Se o fornecimento de sangue for interrompido completa e prolongadamente, as células do músculo cardíaco da zona afectada sofrem gravemente e acabam por morrer, provocando a dor própria do ataque cardíaco. O termo médico para descrever esta ocorrência é a de enfarte do miocárdio.

 
Todos os anos morrem cerca de 10.000 portugueses devido a ataques cardíacos, enquanto outros vinte mil sobrevivem a este evento extremamente perigoso. Até à meia-idade morrem mais homens que mulheres, mas a partir da menopausa o risco aumenta muito na mulher, o que está relacionado com a descida dos estrogéneos, a hormona feminina, que tem uma acção protectora na mulher.

 
Embora a esmagadora maioria dos ataques cardíacos se deva à aterosclerose, alguns enfartes, embora extremamente raros, são devido a doenças, como a anomalias congénitas das artérias coronárias, a perturbações da coagulação, etc. Nos últimos anos tem-se observado alguns casos devidos ao uso da cocaína, devido a um mecanismo de espasmo (contracção) prolongado das coronárias.

 
Sintomas

 
O sintoma mais comum de ataque cardíaco é a dor no peito, que os doentes descrevem como um aperto, uma sensação de peso, uma queimadura, geralmente localizada na parte central do peito.

 

Esta dor pode espalhar-se para o braço esquerdo, pescoço, maxilar inferior.

 

Outros sintomas podem ser fraqueza súbita, sudação abundante, náuseas, vómitos, eructações, falta de ar, perda de conhecimento, tonturas e palpitações.

 
Por vezes, os sintomas confundem-se com os de indigestão ou dor esofágica, levando o doente a ignorar os sintomas de ataque cardíaco, que colocam a sua vida em risco.

 
Embora o enfarte do miocárdio possa ocorrer a qualquer momento, um maior número de ataques cardíacos ocorre no período inicial da manhã.

 

Diagnóstico

 
O médico fará inicialmente algumas perguntas relativas às características da dor e a outros sintomas. O exame físico será essencialmente dirigido à região cardiovascular, com medição da tensão arterial e auscultação cardíaca e pulmonar.

 
Para confirmação do diagnóstico (ou sua exclusão) será efectuado um electrocardiograma, que permitirá verificar se há alguma zona do miocárdio em risco ou já gravemente lesada.

 
Serão também realizadas análises de sangue para determinar as enzimas cardíacas que, em caso de enfarte do miocárdio, estão elevadas. Exames adicionais, como o ecocardiograma, permitem avaliar a função cardíaca que pode estar afectada.

 
Factores de risco

 
A probabilidade de um indivíduo sofrer um enfarte do miocárdio depende em grande parte do nível dos seus factores de risco. Um factor de risco é uma variável biológica que aumenta a probabilidade de se sofrer de uma doença. Como os ataques cardíacos são na sua esmagadora maioria causados pela aterosclerose, os factores de risco envolvidos nas duas situações são basicamente os mesmos.

 
Alguns factores de risco não podem ser controlados, como a idade e a história cardiovascular da nossa família.

 

No entanto, a maior parte dos factores de risco pode ser controlada, de forma a reduzirmos o risco de sofrer um ataque cardíaco, como o colesterol elevado, a hipertensão arterial, o tabagismo e a diabetes. É também prudente praticar exercício físico regularmente e manter um peso corporal normal.

 
Tratamento

 
Habitualmente os objectivos do tratamento são aliviar a dor, preservar o músculo cardíaco e evitar a morte. Geralmente o médico dá uma aspirina para o doente mastigar, com o objectivo de prevenir fenómenos de coagulação.

 
O doente na urgência fará oxigenioterapia para melhorar a oxigenação da zona do coração em sofrimento e também terapêutica para aliviar a dor, bloqueadores beta para reduzir o consumo de oxigénio pelo miocárdio, e se a tensão arterial não for demasiado baixa, nitroglicerina para aumentar o fluxo sanguíneo ao coração.

 
Durante o internamento os doentes recebem habitualmente doses diárias de bloqueadores beta e de inibidores da ECA, que ajudam o coração a trabalhar melhor, em parte devido à redução da tensão arterial e aspirina, para prevenção de novos episódios de trombose.

 
A maior parte dos doentes também toma uma estatina, um fármaco que reduz o colesterol, para diminuir o risco de novo enfarte.

 
Se o diagnóstico de ataque cardíaco estiver confirmado, o doente deve fazer terapêutica de reperfusão o mais rapidamente possível. Quanto mais cedo for realizada maior é a quantidade de músculo que se pode salvar. O objectivo é o de restaurar o fluxo sanguíneo à zona do coração comprometida o mais depressa possível de modo a reduzir mais deterioração do músculo cardíaco.

 
A medida ideal é fazer reperfusão mecânica. O doente é levado para a sala de cateterismo onde um cateter é introduzido por uma artéria, geralmente da perna, ao nível da virilha e as artérias coronárias são visualizadas através de uma injecção de contraste nas coronárias para localizar a obstrução que está a causar o ataque cardíaco.

 
O passo seguinte é o de introduzir outro cateter, com um pequeno balão, que, depois de colocado na zona de estreitamento da artéria, é insuflado para esmagar o coágulo e a placa de aterosclerose, restaurando deste modo o fluxo de sangue à área afectada do coração. A este procedimento chama-se angioplastia.

 
Em muitos doentes, é de seguida colocado um pequeno anel de rede metálica, chamado stent, na zona previamente dilatada, para manter a artéria aberta. Vários novos fármacos são utilizados nestes doentes que vão ser submetidos a angioplastia, como o abciximab e o tirofiban, que reduzem os fenómenos de coagulação, associados ao ataque cardíaco e às próprias manobras da angioplastia, ainda mais poderosamente que a aspirina.

 
A reperfusão pode também ser conseguida com a chamada terapêutica fibrinolitica, através da infusão numa veia de medicamentos que dissolvem o coágulo, que precipitou o ataque cardíaco, para deste modo restabelecer o fluxo à zona enfartada. Esta terapêutica é feita em hospitais que não tenham meios disponíveis para fazer angioplastia de urgência.

 
A terapêutica de reperfusão, quanto mais cedo for realizada, maior é a quantidade de músculo que pode salvar. Não devemos esquecer que as células do músculo cardíaco começam a morrer quase imediatamente após o ataque cardíaco e que os grandes enfartes, além de serem mais letais na fase aguda, têm maior tendência para evoluir, com o tempo, para insuficiência cardíaca.

 
Depois do enfarte

 
A melhor maneira de assegurar uma recuperação completa por um longo período de sobrevivência é participar num programa de reabilitação cardíaca. Este programa pode ter várias modalidades, mas habitualmente consiste num programa de actividade física supervisionada, preferivelmente incluindo monitorização electrocardiografica. Em adição o programa, oferece educação alimentar, apoio emocional, ensina técnicas de controlo do stress e de cessação tabágica.

 
Por outro lado, os doentes são submetidos a um programa rigoroso de controlo dos factores de risco, como a hipertensão arterial, o colesterol elevado, a diabetes e a redução do peso. Em suma, a participação no programa tem como objectivo que o doente adopte um estilo de vida saudável e reaprenda a viver.

 
Quando e como procurar assistência médica

 
Quando se suspeita que se está a sofrer um ataque cardíaco é vital procurar-se auxílio médico imediato através de um telefonema para o 112, solicitando um transporte rápido e seguro para o hospital.

 

É importante evitar cair no erro de ir no seu carro a conduzir ou pedir auxílio a um familiar ou amigo para o levar ao hospital, o que pode ser fatal, como já aconteceu nomeadamente a figuras públicas em Portugal.

 

 

Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta
Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia

 
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Guia do Enfarte Cardíaco

25/02/2015

 

As melhores estratégias para impedir que o seu coração pare.

 

O enfarte cardíaco afecta homens e mulheres de forma idêntica e resulta, na maior parte dos casos, da adopção de estilos de vida pouco saudáveis.

 
A prática de um regime alimentar saudável e de exercício físico podem fazer toda a diferença, num contexto nacional marcado pelo aumento crescente das taxas de obesidade, adulta e infantil.

 
Resultado? Níveis elevados de mau colesterol (LDL), tensão arterial, diabetes e triglicéridos que podem provocar um enfarte cardíaco.

 
Como se dá o enfarte cardíaco?

 
A contracção do músculo cardíaco (miocárdio) faz trabalhar o coração e, para que esta missão seja cumprida, é necessária a obtenção de energia.Essa energia é conseguida pela «combustão» dos açúcares. Os hidratos de carbono são os fornecedores de açúcar no organismo. Quando a combustão dos açúcares é feita na presença do oxigénio, produz-se a energia necessária ao funcionamento do coração.

 
«Se não existir oxigénio, não é realizada parte da combustão do açúcar e produz-se o ácido láctico que “fere” o músculo cardíaco, provocando dor e desconforto e ficando comprometida a contracção cardíaca», explica Luís Negrão, médico de Saúde Pública e assessor da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

 
Se a falta de oxigenação (isquémia) superar os cinco minutos e a pessoa não recuperar, a célula cardíaca morre e dá-se o enfarte. Conforme explica o especialista, «o enfarte do miocárdio é a morte da célula cardíaca por falta de oxigénio».

 

Quais os sintomas de um enfarte?

 
Sensações de morte iminente, de dor, de peso no peito, ansiedade, suor. Para fazer face ao evento, deve descontrair, tentar não se emocionar e chamar um familiar para o auxiliar.

 
Chame o 112 explique muito bem o que está a sentir e como a dor apareceu, mantenha-se calmo, respire fundo e fale pausadamente.

 
Porque nem todas as isquémias culminam em enfarte?

 
A isquémia pode evoluir de forma irreversível, culminando num quadro clínico de enfarte de miocárdio, ou reversível, gerando «apenas» uma angina de peito, uma situação menos grave, porém de risco para a ocorrência de enfarte, mais tarde.

 
«Frequentemente, muitos doentes que tiveram um enfarte, têm uma história de angina que se manifesta a partir de uma dor, após a realização de um esforço por menor que seja, ou de um estado de nervos», sublinha Luís Negrão.

 
Este cansaço ocorre porque o coração tem que trabalhar mais e as artérias não têm o oxigénio necessário. As pessoas com angina de peito podem descansar após o esforço, mas o seu coração trabalhará mais devagar do que antes e a oxigenação será inferior. A dor pode abrandar só pelo facto de se descontrair e de estar menos ansioso.

 

Quais as consequências de um enfarte?

 
Um enfarte do miocárdio origina sempre uma zona do coração que funciona mal (o músculo deixa de se contrair eficazmente), situação que pode ser mais ou menos grave consoante a zona atingida.

 
Se a obstrução da artéria afectar uma zona bastante extensa, deixando-a sem aporte sanguíneo, então as consequências funcionais para o coração serão muito maiores e a disfunção deste órgão passa a ser grande. Pelo contrário, se a zona afectada for muito pequena, o prejuízo funcional é também reduzido.

 
Há zonas no coração que são vitais para o seu funcionamento e se o enfarte abranger zonas relacionadas com a estimulação eléctrica do coração, deixa de haver corrente e ele pára (morte súbita).

 
A principal consequência do mau funcionamento do coração é a insuficiência cardíaca, situação caracterizada por um cansaço fácil para gestos muito simples como são a higiene pessoal ou o vestir-se.

 

Quais as causas de um enfarte cardíaco?

 
Por definição, o enfarte cardíaco é uma situação clínica provocada pela oclusão súbita de uma artéria coronária, conduzindo à total falta de irrigação e oxigenação de uma determinada área de músculo cardíaco.

 
Luís Negrão explica que o sangue não circula nas artérias coronárias (que formam uma espécie de coroa em torno do coração) e, portanto, todas as doenças que lesionem estas artérias são perigosas.

 
«Falamos de uma doença aterosclerótica responsável pelo surgimento de gordura nas artérias, que se manifesta, na maioria das vezes, no coração, embora possa afectar os rins, os membros inferiores, entre outros orgãos», ressalva. Explica que todas as doenças do aparelho circulatório começam habitualmente por ocasionar isquémia (falta provisória da irrigação sanguínea) e acabam por evoluir para um enfarte.

 
A hipertensão arterial, a hipercolesterolémia (colesterol elevado no sangue), a diabetes e a hipertrigliceridémia (os triglicéridos aumentados no sangue) são factores que estragam as nossas artérias.

 
Quando estes factores de risco aparecem precocemente estão quase sempre associados a hábitos e estilos de vida poucos saudáveis. Assim, se quer diminuir o seu risco cardiovascular, designadamente de enfarte, deve ter atenção ao seu estilo de vida. Isto porque um estilo saudável anda de mãos dadas com a saúde do coração, sendo importante resistir, em particular, ao sedentarismo, ao seguimento de uma dieta pouco saudável, à obesidade e ao tabagismo.

 
«O estilo de vida pouco saudável faz com que as doenças do aparelho circulatório surjam com mais frequência e mais cedo, daí a importância da prevenção », alerta Luís Negrão.

 

Quais os factores de risco de enfarte?

 

Diabetes

 
A diabetes é uma doença do metabolismo dos açúcares e provoca uma desregulação das gorduras. Se não estiver bem controlada contribui grandemente para a formação de placas de gordura no interior das artérias, especialmente as da microcirculação. Manter a diabetes muito bem controlada é decisivo para uma maior esperança e qualidade de vida.

 
Hipertensão arterial

 

Caracteriza-se pela perda de elasticidade das artérias, que dificulta o transporte do sangue, e pela ausência de permeabilidade do seu interior. As artérias «ficam entupidas devido aos depósitos de gordura e rígidas por causa da hipertensão», explica Luís Negrão.

 
A tensão arterial ideal é 12/8 em centímetros de mercúrio (cmHg) ou 120/80 em milímetros de mercúrio (mmHg).

 

Colesterol elevado

 

O colesterol é uma gordura que vai depositar-se no interior das artérias prejudicando a circulação sanguínea e comprometendo o funcionamento do coração.

 
A prática de uma alimentação muito rica em carne (vermelha especialmente) e pobre em legumes e hortícolas contribui para a deposição do excesso de colesterol no interior das artérias.

 
O valor do colesterol não deverá ser superior a 190 mg/dl.

 

A hereditariedade é um factor de risco?

 
Se vivêssemos numa sociedade sem hábitos prejudiciais à nossa saúde, a hereditariedade teria uma importância grande e determinante na saúde das pessoas. Mas vivendo numa sociedade em que os factores, hábitos e comportamentos de risco abundam, o peso da hereditariedade dilui-se. A existência de uma história familiar marcada pelo aparecimento precoce de doença cardíaca (hereditariedade).

 
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SAPO – SAÚDE E MEDICINA

 

 

 

Doença Arterial Periférica

25/02/2015

 

 

Um problema que pode levar à amputação dos membros inferiores ou mesmo à morte por enfarte do miocárdio ou AVC

 

A doença arterial periférica (DAP) caracteriza-se por uma diminuição do fluxo sanguíneo nos membros superiores e inferiores (especialmente nestes últimos) devido a obstruções existentes nas artérias.

 

 

Estas obstruções e consequente diminuição do fluxo sanguíneo devem-se ao acumular de placas de colesterol e gordura, causando um estreitamento gradual das artérias e dificultando a passagem do sangue leve e a chegada de oxigénio necessário aos músculos.

 

 

As alterações resultantes da falta de oxigenação dos tecidos constitui o conjunto de sintomas que se designam por isquemia. É necessário ter em conta que a doença arterial periférica é reconhecida como um importante marcador de risco cardiovascular global, não constituindo apenas risco para os membros inferiores (a maior parte dos doentes com DAP não morre com uma complicação vascular nos membros inferiores, mas sim com um enfarte agudo do miocárdio ou um AVC).

 

 

Fatores de risco

 

 

Os principais fatores de risco da DAP são a tensão arterial elevada, alimentação imprópria (nomeadamente o excesso de sal, gorduras e açúcar), sedentarismo, excesso de peso, hábitos tabagistas e a diabetes, tendo um maior destaque no aparecimento desta doença os dois últimos fatores.

 

 
Grande parte dos indivíduos que sofre de doença arterial periférica tem aterosclerose, uma doença degenerativa arterial crónica, que se caracteriza pela formação de placas (ateromas) nas paredes dos vasos sanguíneos, compostas principalmente por lipídos e tecido fibroso.

 
A DAP atinge 3 a 10% da população com mais de 50 anos, sendo que, na presença dos fatores de risco como a diabetes e o tabagismo e nos maiores de 70 anos, esta pode ser muito superior.

 

 

Sintomas

 

 

Devido à obstrução das artérias, um dos principais sintomas que pode ocorrer nos indivíduos com doença arterial periférica é uma sensação dolorosa nas pernas aquando da prática de atividade física ou ao caminhar. Esta dor (claudicação intermitente) é aliviada com o repouso, mas, à medida que a doença evolui, pode manifestar-se mesmo nestes períodos de repouso.

 
Outros sinais típicos da DAP são a falta de pulso detetável abaixo de um certo ponto na perna, pele seca e descamativa nos membros inferiores, temperatura fria dos pés e a falta de sensibilidade nos mesmos e o crescimento defeituoso das unhas e a rarefação dos pêlos.

 

 
Diagnóstico

 

 

A forma mais simples de diagnóstico da doença arterial periférica é a análise do fluxo sanguíneo através da comparação entre a pressão arterial do braço e a do tornozelo (índice tornozelo-braço), que em indivíduos sem doença arterial deverá ser de 1.0.

 

 

A diminuição de 0,1 no valor deste índice representa um aumento de 10% do risco. Este diagnóstico é também possível através de um ecodoppler vascular, onde são utilizados ultra-sons de forma a examinar o fluxo sanguíneo nos vasos e localizar os seus níveis de obstrução.

 

 

Pode ainda ser realizada uma angiografia, que consiste na injecção de uma solução opaca aos raios X, na artéria, e que permite verificar (através da radiografia) a velocidade do fluxo sanguíneo e o diâmetro da artéria obstruída.

 

Note-se que o diagnóstico tardio da doença pode conduzir a algumas consequências graves como o enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e amputação dos membros inferiores.

 

 

Tratamento

 
O exercício físico é fundamental para melhorar a função muscular e, desta forma, aumentar o calibre dos vasos sanguíneos. Assim, aquando do diagnóstico da DAP, devem fazer-se caminhadas diárias por um período de cerca de 30 a 60 minutos em terreno plano.

 

É fundamental a correção dos fatores de risco nomeadamente deixar de fumar. A supressão do consumo de tabaco é fundamental para o sucesso prolongado do tratamento.

 
A administração de fármacos que provoquem um aumento da distribuição de oxigénio aos músculos é também um fator importante no tratamento desta doença. Em alguns casos, poderá ser necessário proceder a uma angioplastia para desobstrução da artéria.

 

Trata-se de uma pequena intervenção cirúrgica onde se coloca um cateter com um diminuto balão insuflável na extremidade que, ao ser expandido, força a abertura da artéria obstruída restaurando assim o fluxo sanguíneo.

 

Quando a angioplastia não pode ser realizada (se forem vários os segmentos afetados pelo estreitamento e de uma dimensão considerável ao longo de toda a artéria), é forçosa a realização de uma cirurgia mais complexa.

 

Através desta cirurgia pode remover-se o trombo que obstruí a artéria (endarterectomia) ou optar por duas outras soluções como o bypass que consite na colocação de um excerto artificial ou de uma veia de outra parte do corpo que estabeleça a ligação entre segmentos arteriais normais derivando a circulação arterial ao lado do segmento de artéria que está ocluído. Ou a remoção da parte obstruída e a subsequente substituição por um enxerto sintético ou biológico.

 

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