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Curto-circuito atrasa maior acelerador de partículas

Técnico do CERN em Genebra

 

 

A retoma do funcionamento pleno do maior acelerador de partículas do mundo pode atrasar-se, durante dias ou semanas, devido a um curto-circuito verificado no sábado.

 

 
A anomalia ocorreu nos circuitos de ímanes do acelerador e a sua reparação poderá demorar “alguns dias ou várias semanas”, admitiu a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear/CERN, em comunicado.

 

 
A organização, da qual Portugal é um dos países-membros, refere que “uma avaliação completa da situação está em curso” e que “o calendário revisto será anunciado assim que for estabelecido”.

 

 
Há cerca de duas semanas, o CERN anunciou que o Grande Colisionador de Hadrões (LHC, na sigla inglesa) deverá retomar a colisão de protões no fim de maio ou em junho, após uma paragem técnica de mais de dois anos.

 

 
Na nota divulgada esta terça-feira, a organização assinala que sete dos oito setores da máquina estão em condições de trabalhar com o dobro da energia.

 

 
Contudo, a reparação da avaria “poderá demorar um certo tempo”, uma vez que a anomalia “se situa na parte fria da máquina e, por conseguinte, será possivelmente necessário proceder a um reaquecimento, e depois a um arrefecimento após a reparação”, adianta o comunicado.

 

 

O CERN ressalva, porém, que as consequências do atraso para a exploração da segunda fase do LHC “serão mínimas” e que as melhorias introduzidas, este ano, permitirão explorar o potencial do acelerador para a física no período 2016-2018.

 
O LHC parou em fevereiro de 2013 para revisão, depois de ter confirmado a existência do Bosão de Higgs, também conhecido como “partícula de Deus”, que, para os físicos, é considerada a chave mestra da estrutura fundamental da matéria.

 
O Bosão de Higgs valeu, nesse ano, o Prémio Nobel da Física para a dupla François Englert (belga) e Peter Higgs (britânico).

 

 

O acelerador de partículas, quando voltar a estar totalmente operacional, vai funcionar com o dobro da energia e com feixes mais intensos.

 

 
Os cientistas do CERN esperam descobrir novas partículas, que poderão alterar a compreensão do Universo, e vão sondar a supersimetria, um conceito teórico batizado como “Suzy” que procura explicar a matéria escura, matéria invisível que compõe cerca de um quarto de toda a matéria e energia do Universo e que manifesta a sua presença através dos efeitos gravitacionais que exerce sobre a matéria visível, como as galáxias e as estrelas.

 

 
Feixes contendo mil milhões de protões, e lançados a uma velocidade muito próxima da luz, vão circular no interior do LHC, um túnel circular escavado no subsolo e com 27 quilómetros de comprimento, situado na fronteira franco-suíça.

 

 

 
JN
FOTO DENIS BALIBOUSE/REUTERS
24/03/2015

 

 

 

 

Como alcançar o Sucesso e manter uma Atitude Vencedora

Conheça os conselhos do neuropsicólogo Ian Robertson para atingir o sucesso através do treino da mente.

 

 

Todos os anos, no âmbito do Dia Internacional da Felicidade, é realizada em Portugal a “Happy Conference”, um evento que tem como objetivo relembrar os empresários do crescimento positivo e da cultura vencedora, justificada pela importância que a psicologia positiva pode ter nas organizações. A iniciativa deste ano contou com a presença de Ian Roberston, neuropsicólogo e autor do livro “The Winner Effect: The science of success and how to use it”. Durante duas horas no auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, Ian Robertson falou sobre como se pode atingir o sucesso, recorrendo a histórias da vida real.

 

 

O neuropsicólogo deu o exemplo de Mike Tyson, o famoso pugilista que conseguiu recuperar o título de campeão de boxe depois de ter passado três anos na prisão. Mas os exemplos continuam: Numa estatística curiosa sobre os vencedores de um Oscar, Ian Robertson revelou que os premiados com a estatueta dourada têm, em média, mais quatro anos de vida do que os nomeados, numa prova de que o sucesso também tem influência na longevidade das pessoas.

 

 

 

Saiba então como pode “treinar” a sua mente para ser uma pessoa bem-sucedida.

 

 
1. Conheça-se a si próprio

 

 
O primeiro passo é perceber o que o motiva e como deve trabalhar esses sentimentos. De acordo com Ian Robertson existem três motivos que nos levam a ser bem-sucedidos: a associação, as conquistas e o poder. De forma inconsciente consegue equilibrar estas três motivações.

 

 

Associação: Um dos maiores fatores de stress para os seres humanos é o medo de uma avaliação negativa feita por outra pessoa. O medo da rejeição e de não ser aceite pelo grupo pode potencializar atitudes positivas, como por exemplo, manter um bom comportamento, e atitudes negativas, como evitar tomar decisões necessárias para o bom funcionamento da empresa. Daí existirem pessoas que trabalham mais facilmente em equipa do que outras.

 

 
Conquistas: Motivar-se através de conquistas e objetivos é um dos elementos cruciais para atingir uma atitude vencedora. Além disso é uma das chaves para o desenvolvimento económico das empresas e até dos países. Se planeia em detalhe a sua carreira, é ambicioso e sente-se impulsionado no trabalho é um sinal que é motivado pelos objetivos propostos e as suas conquistas.

 

 

Poder: O gosto pelo poder significa que as pessoas apreciam controlar o que os outros querem, precisam ou temem. Contudo, nem todos possuem a mesma motivação para o poder. O neuropsicólogo referiu na conferência que nem todos os líderes e funcionários possuem o ‘killer instinct’, ou seja, nem todos estão confortáveis em dominar o outro. Esta característica é fundamental nos líderes pois é responsável pelo aumento dos benefícios do poder e o apetite pelo sucesso.

 

 
2. Saiba como funciona o seu cérebro

 

De acordo com Ian Robertson, o segredo do sucesso é só um: o próprio sucesso. E é isto que traduz a atitude vencedora. Ao conseguir vencer uma simples competição é provável que consiga mais tarde vencer uma competição mais difícil. Assim sendo, é importante que consiga desfrutar dos benefícios positivos do sucesso. Estabeleça metas que não sejam demasiado difíceis de atingir, mas que também não sejam muito fáceis. É este equilíbrio e o estabelecimento de objetivos alcançáveis e a sua conquista que irá levar o cérebro a ficar afetado pelo efeito do ‘winner effect’.

 

 

Entender como as reações químicas do nosso cérebro funcionam é também uma forma que o neuropsicólogo propõe para atingir o sucesso. Uma vez que os efeitos do sucesso ajudam a libertar testosterona e que, por sua vez, esta liberta a dopamina (hormonas que podem causar vício no poder), pode conseguir enganar o seu cérebro a sentir-se bem-sucedido. E, neste campo, a linguagem e a postura corporal são fatores cruciais para essa tarefa. Ian Robertson explica que ao adotar uma pose que transpareça confiança e domínio, através de pequenos gestos como levantar a cabeça, endireitar as costas e ocupar espaço com os seus braços e pernas, uma pessoa pode estar a “enganar” o cérebro e a contribuir para aumentar os seus níveis de auto-confiança. E, segundo a sua teoria, este procedimento é salutar: Para ele, fingir que se é poderoso até conseguir, leva a resultados positivos com outras pessoas, mesmo que no interior a pessoa esteja a sentir-se pouco confiante.

 

 

3. Foque-se em objetivos

 

 

Possuir objetivos é o caminho mais fácil de conseguir atingir o sucesso. Assim, é importante que para manter uma atitude vencedora faça uma lista de objetivos que devem ser específicos, mensuráveis, atribuíveis, realistas e de duração limitada para conseguir uma ‘performance’ de sucesso. Desta forma, é possível conseguir atingir as metas propostas e manter a concentração. Assim consegue perceber quais são os seus motivos, como pode melhorar a sua prestação em vários campos da sua vida e atingir as suas metas. Ao fazer tudo isto, irá tornar-se numa pessoa mais feliz porque consegue definir o que é o sucesso para si e como manter uma atitude vencedora.

 

 

 

 

Primeiro Ministro David Cameron ganhou último debate mas ainda não ganhou as eleições

O Reino Unido vai a votos a 7 de Maio e a luta entre os dois primeiros classificados é intensa.

 

O Reino Unido vai ter eleições legislativas daqui a uma semana. Embora o último debate televisivo tenha sido “ganho” pelo actual chefe de Governo, é a oposição quem está à frente nas sondagens.

 

O Partido Trabalhista tem um ponto percentual de vantagem sobre os Conservadores. Se fosse hoje, Ed Milliband venceria com 35% dos votos, contra 34% do actual primeiro-ministro, David Cameron. A sondagem foi feita para o jornal “The Sun” e a margem de erro é de 3%. Desde o início do ano que nenhum estudo de opinião dá uma maioria clara a qualquer dos principais partidos.

 

 

Esta quinta-feira David Cameron foi apontado como o vencedor do último debate televisivo, segundo o veredicto dos espectadores televisivos. O debate, em que foi uma plateia de cidadãos comuns a colocar as questões aos candidatos a primeiro-ministro, o debate centrou-se na Economia.

 

 

David Cameron, o actual chefe de Governo, dos Conservadores, prometeu não cortar benefícios fiscais nem apoios à natalidade, se vencer as eleições de 7 de Maio, mas insistiu em apontar o dedo aos seus antecessores, aos Trabalhistas.

 

 

Cameron mostrou mesmo uma fotocópia — que tirou do bolso do casaco — da carta que o anterior ministro das Finanças lhe deixou, há cinco anos, dizendo que “não há dinheiro”, para sublinhar que os Trabalhistas só trataram de gastar dinheiro.

 

 

“Tornei-me primeiro-ministro numa altura em que não havia dinheiro. Trago comigo sempre este papel do ministro das Finanças em que se lê: ‘Temo que não haja dinheiro’. Foi a situação que herdei, por isso tivemos de tomar decisões difíceis nos últimos cinco anos. Nem todas as decisões foram fáceis para o povo, mas a verdade é que, passados cinco anos, o défice está em metade, dois milhões de pessoas voltaram a trabalhar e a economia está a crescer mais rápido que qualquer outra grande economia do mundo ocidental”, disse.

 

Já Ed Milliband, do Partido Trabalhista — partido que Governou durante 13 anos, até 2010, uma década (primeiro) com Tony Blair e três anos com Gordon Brown — esforçou-se por tentar apagar esse passado, que a assistência insistia em recordar: os Trabalhistas são gastadores.

 

 

Miliband reiterou que Blair e Brown reconstruiram escolas e hospitais, investimento público que foi necessário.

 

 

“Pode não concordar com isto, mas deixe-me ser claro: houve escolas que foram reconstruidas, há hospitais que foram reconstruidos, foram construídos centros de dia construídos, o que não teria acontecido. Deixe-me dar-lhe a minha posição: foi uma crise global que causou o défice e o fez crescer. Repare: O presidente Obama não tem um défice mais elevado por termos construído mais escolas e hospitais. Obama tem um alto défice porque houve uma grave crise financeira global”, referiu.

 

 

Nota ainda para o facto de Milliband ter rejeitado uma eventual aliança pós-eleitoral com o SNP, o Partido Nacional Escocês.

 
 
 
 
 
 
 01/05/2015
 
 
 
 
Radio Renascença
 
 
 
 

 

De quantos amigos precisa?

Na série Friends cada personagem tinha cinco amigos.

 

 

“Poucos mas bons” é o que muita gente responde à pergunta sobre o número de amigos que tem. Mas haverá um número ideal? A revista Time dá a resposta.

 

 

Durante anos, foram vários os estudos que incidiram sobre os benefícios da amizade. O que foi publicado na PLOS One chegou à conclusão que os amigos protegem a nossa saúde tanto quanto deixar de fumar e muito mais do que fazer exercício. Outros estudos mostraram que as pessoas solitárias têm duas vezes mais probabilidades de virem a morrer de doenças coronárias do que as que têm um círculo de amigos consistente.

 

 

Para Debra Umberson, socióloga da Universidade do Texas, “as relações sociais fortes são um apoio à saúde mental, e isso leva a um melhor sistema imunitário, menos stress e menos ativação cardiovascular”. A socióloga salienta que o apoio emocional é apenas uma das formas, de entre dezenas, com que os amigos podem proteger a sua saúde e aumentar a sua esperança de vida.

 

 

 

Infelizmente, ao que parece, nem todos nós temos tantos amigos quanto devíamos. De acordo com dados da General Society Survey, o número de americanos que admite não ter nenhum amigo próximo triplicou nas últimas décadas, sendo que a resposta mais frequente à pergunta “quantos confidentes tem” foi zero. De entre os questionados, os homens adultos são os que têm mais dificuldade em fazer e manter novas amizades.

 

 

 

Numa era em que quase toda a gente tem centenas de amigos no Facebook e no Twitter, e outros tantos seguidores no Instagram, as pessoas parecem mais sozinhas do que nunca. A verdade é que essas “amizades” não valem de nada no que diz respeito à sua saúde e felicidade. Ou seja, o facto de ter mais amigos nas redes sociais do que a maioria das pessoas não lhe dará uma saúde de ferro, nem o tornará mais feliz — até porque muitas pessoas adicionam “amigos” que nem conhecem.

 

 

De quantos amigos precisa4
Abraçar os amigos é um antídoto contra o stress, a ansiedade, a depressão e até a gripe. Na verdade sem o abraço as pessoas vivem desconsoladas.

 

De quantos amigos precisa6

As amizades vitais — aquelas pessoas com quem pode rir, chorar, contar a sua vida e abraçar — são as que têm um maior impacto tanto na saúde como na felicidade. Segundo Robin Dunbar, um psicólogo evolucionista da Universidade de Oxford, cada pessoa precisa de três a cinco destas amizades para melhorar o seu bem-estar.

 

 
O psicólogo tem dedicado grande parte da sua carreira a estudar a amizade, e desde que começou a investigar o cérebro e os círculos sociais dos primatas, apercebeu-se de que a dimensão do grupo de amigos de um ser humano pode ser limitada pelo tamanho do seu neocórtex (todas as áreas mais desenvolvidas do córtex). Dunbar chegou ao número que define o limite cognitivo de pessoas com as quais um indivíduo pode manter relações sociais estáveis, que ficou conhecido como o “número de Dunbar”.

 

 

Esse número — geralmente citado como 150, mas que pode variar entre os 100 e os 200 — é o tamanho aproximado de um círculo de amigos, que pode incluir família. No fundo, estas pessoas são aquelas que convidaria para uma grande festa em casa, e com as quais estaria à vontade e se sentiria bem. De acordo com as pesquisas de Dunbar, o seu cérebro não é capaz de manter uma conexão com mais de 150 amigos. E dentro desse número, as suas amizades mas próximas, de entre família e amigos, são as mais cruciais para a saúde mental e física.

 

 

No entanto, Dunbar acredita que um irmão ou irmã não oferecem os mesmos benefícios do que um amigo próximo. Os irmãos mais depressa estarão lá para si sempre que precisar de ajuda, mas os bons amigos têm o dom de “incendiar” o seu sistema nervoso, libertando as afamadas endorfinas, conhecidas por hormonas da felicidade e que também estão presentes no chocolate. Ou seja: se estiver de dieta, aposte nas amizades verdadeiras.

 

 

Apesar de todos os benefícios para a saúde, evite olhar para os seus amigos como um medicamento. Mark Vernon, filósofo e autor do livro The Meaning of Friendship, faz um aviso: não torne os seus amigos em “prestadores de serviços” porque essa não é a essência da amizade. Qual é, ou como se cultiva? Vernon acredita que Ralph Waldo Emerson deu o melhor conselho no que diz respeito a fazer e manter amizades próximas quando disse que “a única maneira de ter um amigo é sendo um”.

 

De quantos amigos precisa8

 

 

Matemáticas à parte, a conclusão é clara: cultive as amizades próximas, até porque é sabido que são cada vez mais raras.

 

 

 
CAROLINA SANTOS
OBSERVADOR
23/03/2015

 

Seis erros de maquilhagem que fazem com que pareça que passou a noite em branco

Cuidado com o look “cat eye”. Em olhos cansados, só vai fazer pior.

 

 

Se com um sono de beleza e uma maquilhagem completa ainda parece estar mais cansada do que antes, saiba o que pode estar a sabotar o seu bom aspecto diário.

 

 
“Foste para a farra ontem à noite? Estás com uma cara…”, é provavelmente a coisa mais irritante que nos podem dizer, especialmente se nos deitámos cedo e se passámos, de manhã, meia hora em frente ao espelho a tentar fazer uma maquilhagem perfeita. Onde é que está o problema? Com os quilos de informação que existe — os concealers certos, pós VS cremes, os primers, os bronzes, como aplicar base –, é provável que as dicas mais importantes fiquem perdidas pelo caminho e que esteja a cometer alguns erros sem sequer se aperceber. E não pense que só as novatas é que metem os pés pelas mãos. Se faz um sono de beleza completo e, mesmo assim, as suas colegas acham que teve insónias, pode ser que a sua velhinha rotina de beleza a esteja a impedir de estar no seu melhor.

 

 
ERRO Nº 1: NÃO COMEÇAR A SUA ROTINA COM HIDRATANTE

 

 

Grande parte das dicas que nos dão não menciona sequer este passo. Mas uma pele seca não vai ajudar a ter uma maquilhagem impecável porque nada do que colocar vai ter bom aspecto. Para quem (ainda) não tem hábitos de tratamento matinais, com cremes, séruns ou óleos, usar um hidratante (com proteção solar) é o primeiro grande passo de uma rotina. Não só hidrata e deixa a pele preparada para receber a maquilhagem, como protege-a das agressões externas.

 

 

 

ERRO Nº 2: USAR DEMASIADA BASE

 
É um erro geral acreditar-se que a base esconde tudo. E toca de aplicar camadas e camadas e camadas. Errado. A não ser que precise de esconder alguma mancha, não há necessidade de aplicar, no dia-a-dia, a base no rosto todo literalmente como uma máscara. Usar demasiada base deixa-nos com tão mau aspecto como não usar nenhuma — o que vai acontecer é que, ao endurecer, a base vai rachar e fazer com que as rugas e as imperfeições se destaquem ainda mais. Assim, escolha uma base adequada ao seu tipo de pele, concentre-se nas zonas problemáticas do rosto, como a zona-T (testa, nariz e queixo), e deixe o resto da pele fresca.

 

 

ERRO Nº 3: NÃO USAR OU ABUSAR DO BLUSH

 

 

Se tem por hábito ignorar o blush, eis o problema: falta de cor é a mesma coisa que ter pele opaca e sem vida. Se não gosta de bronzes durante o dia, use apenas um pouco de blush em tons pêssego para dar luz ao rosto. Comece sobre as maçãs do rosto e aplique em direção à linha do cabelo. Por outro lado, para quem abusa do blush, os bronzes pesados envelhecem e deixam o rosto com aparência cansada. Dica: os pós tendem a durar mais tempo mas os blushes em creme criam mais naturalidade. Tenha também em conta o seu tipo de pele: os pós acentuam ainda mais as rugas e os cremes não funcionam em peles oleosas.

 

 

Seis erros de maquilhagem que fazem com que pareça que passou a noite em branco2
Blush: comece pelas maçãs do rosto e aplique em direção à linha do cabelo.

 

 

 

ERRO Nº 4: USAR TONS ERRADOS DE CORRETOR OU CONCEALER

 

 

Muitas mulheres, com olheiras pesadas, tendem a usar corretores demasiado claros com o objetivo de anular o tom arroxeado. Parece fazer sentido, não é? A verdade é que ainda vai chamar mais atenção para o que se tenta esconder – os olhos vão ficar com um aspecto pastoso e ainda mais cansado. O corretor deve ter exatamente o mesmo tom da base. E ambos devem corresponder ao nosso tom natural de pele. Dica: quem tem olheiras muito marcadas deve escolher corretores com mais pigmento, exatamente para não se aplicar camadas múltiplas e criar o efeito pastoso.

 

 

 

ERRO Nº 5: EXAGERAR NO EYELINER OU NAS SOMBRAS ESCURAS

 

 

Quanto mais eyeliner ou sombras se usar, durante o dia, mais pequenos e mais cansados os olhos vão parecer. E, se estiver realmente cansada, linhas escuras e pesadas só vão acentuar ainda mais o efeito de olhos injetados de sangue. É por isso que os cat eyes são visuais perfeitos para sair à noite e não tanto para trabalhar. Opte por delinear os olhos com lápis ou sombras de cores mais claras (castanhos, beiges ou cinzentos, por exemplo) para abrir o olhar. Nas pálpebras inferiores pode usar lápis branco ou pêssego – vai criar um olhar mais brilhante e revigorado.

 

 

 

ERRO Nº 6: ESPALHAR O PÓ DE BRONZE PELO ROSTO TODO

 

 

Muitas mulheres acreditam que um rosto bronzeado é sinónimo de um rosto saudável. Mas se quiser simular que passou a semana inteira na praia, use um auto-bronzeador e não um pó de bronze. Rostos cor de laranja e pescoços brancos são dos efeitos visuais que mais envelhecem uma mulher. O pó de bronze é para ser aplicado de forma suave: levemente na ponta do nariz, nas maçãs de rosto, queixo e testa, para simular um ar bronzeado, saudável e bonito.

 

 

 
Foto: Mireya Acierto/Getty Images
HELENA MAGALHÃES
OBSERVADOR
13/3/2015

 

 

 

Sara Sampaio nomeada para a mulher mais bonita do mundo

Sara Sampaio nasceu no Porto e mora nos Estados Unidos da América.

 

 
É portuguesa, muito jovem e exótica. Estas características tornam Sara Sampaio especialmente atraente, o que lhe valeu uma nomeação para mulher mais bonita do mundo.

 

 

Olhos de esmeralda, pele bronzeada, curvas bem torneadas. A formosura de Sara Sampaio já tinha conquistado as terras lusitanas e inspirado homens e mulheres nos seus conceitos de beleza, mas agora a modelo deixou que a sua graça exótica conquistasse território além-mar.

 

 

Aos 23 anos, a elegância desta pérola de Portugal valeu-lhe uma nomeação para mulher mais bonita do mundo. Está entre as cem beldades que a revista Maxim deixa à disposição dos seus leitores para votação. E é a única portuguesa a constar na lista.

 

 

Sara Sampaio acabou de participar numa sessão fotográfica para a revista britânica Lipsy. Caminha a passos largos para o título de “supermodelo”, mas já é um dos anjos da Victoria’s Secret. E foi com essa sensualidade que lhe foram entregues três Globos de Ouro para Melhor Modelo Feminino, nos anos 2011, 2012 e 2014. Um percurso que ganhou visibilidade há oito anos, com a Pantene e depois com a Axe, já na América. Entretanto, o trabalho com a Calzedonia fez dela capa da Vogue em 2012, mas também já figurou para a revista GQ, Elle, Glamour, entre outras.

 

 
Nasceu na cidade invicta e cresceu “a ver programas na televisão de cultura americana”. É precisamente nos Estados Unidos da América que Sara Sampaio reside agora, seguida no Facebook por 700 mil pessoas e no Instagram por 1 milhão de fãs.

 

 

O prémio Maxim para mulher mais bonita do mundo do ano de 2013 foi entregue a Miley Cyrus. O ano passado foi vencido por Candice Swanepoel. Os resultados da votação 2015 vão ser conhecidos no final de maio.

 

 

 

Getty Images for Calzedonia

 

OBSERVADOR

 

24/03/2015

 

 

 

O misterioso caso da mulher viking enterrada com um anel árabe

O anel foi encontrado na cidade histórica de Birka a 30 quilómetros de Estocolmo.

 

 

Um grupo internacional de investigadores terá encontrado o elo perdido entre os vikings e o mundo islâmico. A história passa por uma mulher enterrada no século IX, conforme avança a revista Scanning.

 

 

Esta não é a sinopse de um filme. Um anel árabe com a inscrição “Para Alá”foi encontrado no século XIX num túmulo de uma mulher viking em Birka, uma povoação comercial fortificada fundada no século VIII a 30 quilómetros de Estocolmo, na Suécia. Feito de liga de prata, o acessório continha uma suposta ametista no topo, que mais tarde veio a revelar-se ser vidro clorido, onde estava escrita a frase em caligrafia cúfica, considerada o tipo mais antigo de escrita utilizada nos países do norte da África e da península Arábica.

 

 

A origem do anel foi tema de debates entre arqueólogos e historiadores durante anos, uma vez que não há provas materiais sobre a relação direta entre os vikings e o mundo islâmico, e gerou diversas teorias e histórias. A imagem do “anel misterioso” da mulher viking foi divulgada pelo Museu da História Sueca, onde se encontra em exposição.

 

O misterioso caso da mulher viking enterrada com um anel árabe2

 

Finalmente, parece que a ciência encontrou uma luz sobre a questão. Ou pelo menos sobre parte dela. Um grupo interdisciplinar de investigadores internacionais publicou na revista científica Scanning um artigo no qual explica a proveniência do objeto. Para isso, a equipa teve de utilizar um microscópio eletrónico de varredura para remover a nível atómico as impurezas e o mofo antes de encontrar algumas pistas sobre a sua possível história.

 

 

 

Comecemos pela sua composição. Os cientistas descobriram que a pedra no anel é, na verdade, vidro colorido trazido pelos vikings do Médio Oriente ou do norte da África através de embarcações comerciais que circulavam entre as regiões. No século XI, os vikings eram conhecidos pelas suas longas viagens marítimas, que atingiam regiões como Constantinopla, atual Istambul.

 

 
“É preciso lembrar que, apesar de vidro colorido ser considerado hoje um material falso ou de menor valor, não era necessariamente assim no passado”, explicou à CNN Sebastian Wärmländer, biofísico da Universidade de Estocolmo. “Mesmo que a produção de vidro tenha começado cerca de cinco mil anos atrás, na região ainda era um material exótico”, conta.

 

 
Outra curiosidade do anel é que não teve muitos proprietários, conforme demostra a ausência de marcas no objeto. “Se a sua superfície fosse dourada e tivesse sido desgastada, as inscrições também haveriam desaparecido. Mas como a sua superfície é de metal e não exibe nenhum desgaste, presumimos que o anel não foi muito usado”, afirma Wärmländer. O misterioso caso da mulher viking enterrada com um anel árabe3
E como o anel terminou na mão da mulher viking? Os cientistas acreditam que foi passado direta ou indiretamente de um ourives árabe durante uma viagem. “Não é impossível que a própria mulher, ou alguém próximo a ela, possa ter visitado o Califado [região que compreendia na época a Tunísia e parte da Índia] ou regiões próximas”, conta o investigador. No entanto, ele reconhece que os textos históricos referentes a estas viagens confundem-se com contos de “gigantes e ladrões”, o que torna difícil a sua credibilidade científica.

 

 

Wärmländer defendeu a relevância das descobertas. “A importância do estudo do anel de Birka é que corrobora mais eloquentemente contos antigos sobre os contactos diretos entre a era dos vikings e o mundo islâmico. Esses contactos devem ter facilitado a troca de produtos, cultura, ideias e novidades de maneira mais eficiente do que o comércio indireto envolvendo vários comerciantes intermediários”, conclui.

 

 

Foto: Getty Images
Autor: Milton Cappelletti
Observador /20/03/2015

 

 

 

 

As princesas vestem-se de austeridade

É uma tendência na monarquia europeia: as princesas tão depressa vestem Prada, como preferem as humildes peças da Mango. Porque a austeridade chega a todos.

 

 

Antes de ser Duquesa de Cambridge, Kate Middleton já se havia proclamado rainha. Do low cost, leia-se. É que Catherine sempre se vestiu com peças de preço acessível, a combinar com a austeridade que reina entre a plebe. A história vem contada no El Mundo.

 

 

Mas esta é uma tendência da monarquia europeia, que gosta de alternar entre as marcas luxuosas e as mais baratas. Kate, à semelhança de outrasprincesas senhoras das famílias reais da Europa, chegou mesmo a repetir conjuntos. Letícia de Espanha também partilha este comportamento: tão depressa escolhe peças do designer Felipe Varela, como opta por roupa da Mango.

 

 

É assim que o Reino Unido e Espanha elevam a reciclagem: ao nível do trono. E esta reciclagem de roupa pode acontecer tanto com a roupa mais cara, como com a mais acessível. E quantas vezes forem necessárias! Kate já repetiu um vestido três vezes e Letícia não se intimida de o fazer, mesmo em frente aos mais altos representantes políticos.

 

 

Quem mais sai a ganhar com as preferências económicas das princesas, rainhas e duquesas europeias são mesmo as lojas de roupa: as suas coleções esgotam quando uma das figuras da monarquia aparece em público vestida com elas.

 

 

 

Observador – 19/03/2015

 

 

 

 

 

 

Monica Lewinski: Uma lição de ciberbullying (violência verbal) dezassete anos depois

Monica Lewinski. “Com 22 anos apaixonei-me pelo meu patrão. Mas dois anos depois aprendi as devastadoras consequências dessa paixão”.

 
Monica Lewinski foi uma das primeiras pessoas a descobrir o que era ter a sua vida exposta na Internet. Dezassete anos depois do seu caso com o antigo Presidente dos Estados Unidos se ter tornado público, Lewinski fala sobre as consequências do ciberbullying e o sofrimento que este caso lhe causou.

 

 
“Sou provavelmente a única mulher com 44 anos que não quer voltar a ter 22”, admitiu Monica Lewinski, numa palestra sobre as consequências do ciberbullying, em que recordou as consequências do seu caso com o antigo Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Conseguiu silenciar a audiência, esta quinta-feira, na conferência do Ted Talk, em Vancouver, Canadá, e apelou a um “fim à humilhação cultural”.

 

 

Dezassete anos depois do caso ter sido manchete em muitos jornais e sites, Lewinski decidiu falar sobre as consequências do ciberbullying que diz ter sofrido, afirmando que foi a “paciente zero da vergonha online”. “Não era normal naquele tempo [1998]. Estou a referir-me ao que me fizeram: roubar a minha privacidade, as conversas, as palavras e até fotografias e, depois, torná-las públicas”. Quando voltou atrás no tempo, Lewinski afirmou ter sido várias vezes insultada e chamada até de “lunática narcísica”.

 

 
“Com 22 anos apaixonei-me pelo meu patrão [Presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton]. Mas dois anos depois aprendi as devastadoras consequências dessa paixão”, disse a antiga estagiária.

 

 

“Não há um dia em que não me lembrem do meu erro, do qual me arrependo profundamente”, desabafou Lewinski, classificando o seu caso com Bill Clinton como um “romance improvável”.

 

 
Em 1998, a internet projetou o caso difundindo as informações como nunca antes. Nessa altura, Lewinski lembra que quase colocou um termo à sua vida. Os seus pais obrigaram-na a tomar banho com a porta aberta, preocupados com a sua segurança. “Os meus pais tinham medo que me sentisse humilhada ao ponto de me matar, literalmente”, admitiu.

 

 
Para Lewinski, o que lhe aconteceu foi mais do que apenas um drama pessoal, foi uma “chamada para a ação” contra as pessoas que fazem ciberbullying nas redes sociais. “A humilhação pública é um produto e a vergonha uma indústria. Alguém está a ganhar muito dinheiro através do sofrimento dos outros”, declarou Monica, acrescentando que se debate muito a liberdade de expressão, mas o mais importante é refletir sobre o impacto da liberdade de expressão na sociedade.

 

 

Durante a sua palestra, Lewinski apelou à necessidade de uma revolução cultural: “A vergonha online é um jogo sangrento que tem que terminar. Precisamos de voltar aos valores antigos de compaixão e empatia”.

 

 
FOTO: HANDOUT/ REUTERS

 

19/03/2015

 

 

 

Robôs a escrever notícias – Para onde caminha o jornalismo?

Algumas redações começaram recentemente a ‘contratar’ robôs para escrever as suas notícias. Estes não são mais que softwares, construídos com base em algoritmos, capazes de produzir mais de dois mil artigos por segundo. Na batalha pela produtividade, a robótica começa a emergir. O que podem esperar os jornalistas? E para onde caminha o jornalismo?

 

 
Quando Spike Jonze realizou o filme “Her” (2013), projetou um mundo onde a robótica não substitui os humanos, antes os complementa. De tal forma que Theodore Twombly, um homem divorciado e solitário, acabaria por apaixonar-se pelo seu sistema operativo, Samantha. Este não é mais do que um sistema avançado de inteligência artificial controlado através da voz, que funciona como assistente pessoal no computador e telemóvel, organizando os seus contactos, emails e, aos poucos, a sua vida. À medida que interage com Theodore, e vai recebendo cada vez mais informação sobre ele, Samantha torna-se mais inteligente.

 

 

O que acaba de ler pode parecer (e é, na verdade) saído de um filme de ficção científica. Pode parecer distante, com lugar apenas num futuro longínquo. Mas Spike Jonze coloca a linha do tempo num futuro próximo. E alguns desses elementos já existem, com maior ou menor expressão, no mundo em que vivemos. Talvez não falte muito até que possam ser uma presença constante no nosso dia-a-dia. Já existe o Siri, da Apple, que permite utilizar a voz para escrever mensagens, o Google Now, que responde a perguntas e faz recomendações em função dos hábitos de navegação de um utilizador na internet – e também há o Cortana, da Microsoft, na linha da Siri e do Google Now.

 

 

Recentemente, e ainda no universo dos sistemas informáticos inteligentes, as notícias são outras. Algumas redações começam, aos poucos, a introduzir verdadeiros robôs-jornalistas, que nunca descansam, nunca dormem, não param de escrever. E escrevem artigos a uma rapidez alucinante – alguns deles são até capazes de produzir mais de dois mil por segundo –, muitas vezes sem a intervenção humana.

 

 

Mas, afinal, como é isso possível? A resposta é mais simples que a execução prática: programando softwares, através de algoritmos, para agirem como jornalistas. “Os robôs-jornalistas são um software capaz de extrair automaticamente informação de tabelas ou de bases de dados e, a partir deles, ‘escrevê-los’ em forma de notícia”, explica o jornalista António Granado, que integrou o projeto de jornalismo computacional REACTION, apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Referindo-se ao à tecnologia PLN (Processamento de Linguagem Natural), utilizada por estas plataformas, Granado explica que esta acrescenta “palavras no meio dos dados que recolhe, palavras essas que lhe foram ‘ensinadas’ previamente” e programadas e, muitas vezes, com capacidade de escolher ângulos noticiosos.

 

 

Apesar de parecer retirada de um filme futurista, “esta tecnologia não é nova de forma nenhuma”, explica o professor de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico Mário Gaspar da Silva, investigador principal do REACTION. “Quem vai a uma estação de comboios da CP ouve as ‘notícias’ das chegadas de comboios, proveniência e destino, quanto tempo de atraso, etc. São programas simples que, a partir da informação tabular relativa ao tráfego, sintetizam textos que podem a seguir, inclusive, ser passados a sintetizadores de voz que fazem a sua leitura.”

 
NA LUTA PELA PRODUTIVIDADE, QUEM GANHA SÃO OS ROBÔS

 

 

Há um ano, em março de 2014, um tremor de terra na Califórnia foi noticiado pelo “Los Angeles Times” antes de todos os outros jornais. A notícia – que parecia, à primeira vista, tirada de uma agência noticiosa – foi elaborada sem qualquer intervenção humana. O robô (ou software) recebeu dados de vários sismógrafos, selecionou a informação relevante e escreveu o artigo em inglês.

 

 
Imediatamente, os olhos do mundo viraram-se para Los Angeles, em particular para este jornal, que nos últimos anos tem despedido alguns dos seus jornalistas. A associação entre os despedimentos e o robô que deu a notícia do terramoto em primeira mão fez tremer algumas pessoas, levantando novas questões. Irá o homem, nas redações, ser progressivamente substituído por robôs? “Não me parece [que os robôs possam tirar lugar aos jornalistas]”, realça António Granado. “A não ser que os editores achem que as máquinas podem substituir o juízo humano sobre um determinado acontecimento. Ou que achem que é possível alimentar sites noticiosos apenas com informação de última hora, sem qualquer citação de fontes humanas ou reportagem no local dos acontecimentos”, precisa.

 

 

Apesar de estas ferramentas poderem ser um fim em si mesmas – assumindo o papel dos jornalistas na seleção e produção de informação –, também são utilizadas como assistentes de pesquisa, ajudando a simplificar dados por vezes complexos. O objetivo não é serem uma alternativa aos jornalistas, diz James Kotecki, diretor do departamento de relações públicas da Automated Insights, que comercializa o Wordsmith.

 

 

Softwares como este, o Quill da Narrative Science ou a solução da empresa francesa Yseop – que têm a capacidade de “escrever como um especialista humano a uma rapidez que o homem não alcança” – servem para produzir conteúdo que os humanos não conseguem, libertando-os para “trabalhos mais interessantes”, acrescenta Kotecki. Só em 2013, o Wordsmith originou mais de 300 milhões de histórias personalizadas na área do desporto, consumo, negócios e análise de sites.

 

 

A diferença entre o jornalismo tradicional e o computacional não está tanto no seu objetivo, mas essencialmente nas técnicas utilizadas para recolha de informação e identificação da matéria noticiosa, explica Mário Gaspar da Silva. “As técnicas de jornalismo computacional permitem recolher grandes quantidades de informação, que pode depois ser sintetizada de forma a elaborar uma notícia. É a quantidade, complexidade e rapidez com que se trata essa informação” que diferenciam os dois.

 

 

PALAVRAS, INFOGRAFIAS E ALGORITMOS

 

 

A relação entre jornalismo e computação não é uma novidade total. No início, o jornalismo começou a servir-se de ferramentas informáticas de extração de dados que poderiam, através dos humanos, ser traduzidos em palavras – e em artigos. Falamos no jornalismo assistido por computador. É em 1952, e não agora, que se identifica o primeiro caso deste tipo, com uma análise da CBS das presidenciais norte-americanas. E, em 1999, o prémio Pulitzer de Serviço Público era atribuído ao “Washington Post” pelos seus trabalhos neste ramo sobre a elevada taxa de utilização de armas de fogo pelos polícias de Washington.

 

 

Já o jornalismo de dados, enquanto conceito, surgiria dez anos depois, colocando a tónica na construção de infografias que sintetizam a informação – ainda que antes já marcasse presença, de forma mais ou menos tosca, nas redações.

 

 

São vários fenómenos que podem ser explicados por outro mais moderno e abrangente, o jornalismo computacional, que envolve esta realidade ainda em gestação da criação de algoritmos capazes de escrever, selecionar informação e escrever notícias. Apesar de ainda ser um bebé no universo do jornalismo (utilizado apenas em alguns meios, como a Associated Press e a Forbes, entre outros), já é algo utilizado em muitas circunstâncias do nosso quotidiano.

 

 
“Nós nem nos apercebemos, mas já estamos rodeados desta tecnologia para nos dar informação no dia-a-dia”, realça Mário Gaspar da Silva. “Os sistemas de navegação por satélite fazem isso, no fundo. Primeiro criam uma representação de um trajeto (a sua necessidade de informação), que depois é convertida numa sequência de indicações que lhe vão sendo lidas ao chegar a pontos de referência.”

 

 

Mário Gaspar da Silva considera, assim, “natural” que estes “assistentes se tornem cada vez mais parte do nosso dia-a-dia”, encontrando uma aplicação direta no jornalismo. A síntese do boletim meteorológico, as cotações da bolsa ou a tabulação de eventos desportivos ou resultados de colocação de professores podem ser áreas onde estes robôs-jornalistas – cuja expectativa é que sejam, no futuro, cada vez mais sofisticados – podem encontrar aplicação.

 

 

Esse futuro, para Gaspar da Silva, pode ser animador, com a geração de noticiários microlocalizados, “reportando sobre eventos como assaltos, fecho e abertura de estabelecimentos, estradas interrompidas, etc., a partir de dados de sensores e bases de informação à população de uma rua”. Isto só será possível com esta tecnologia, porque “seria proibitivamente caro” ter um jornalista dedicado a cada rua.

 

 
Com a tónica no complemento e não na substituição, os robôs-jornalistas podem trazer mais vantagens do que inconvenientes para o universo dos media, segundo estas opiniões. Quererá isto dizer que não existe qualquer motivo de apreensão?

 

 
Há cuidados a ter e questões éticas que se levantam. A credibilidade e confiança nas instituições jornalísticas podem, por vezes, sair abaladas deste novo quadro, pelo que a introdução destes robôs no jornalismo não deve ser feita sem se levantar algumas questões. “Se um robô repete o que lê noutros locais sem confirmar nada, então a tarefa de autenticação que atribuímos aos jornalistas desaparece”, sublinha Granado. “E se alguém entrar na base de dados onde os robôs vão ler as informações e as modificar? De quem é a culpa de difusão de informação errada?”

 

 

 

Foto: John Macdougall/Afp/Getty Images

 

Por: Maria João Bourbon

 
15/03/2015