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Referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia no discurso da Rainha de Inglaterra

A rainha de Inglaterra, Isabel II, revelou esta quarta-feira o programa do novo Governo conservador britânico. A monarca anunciou também um referendo sobre a permanência do Reino Unido na UE.

 

Referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia no discurso da Rainha de Inglaterra5

 

O programa do novo Governo conservador britânico foi apresentado esta quarta-feira pela rainha Isabel II, no tradicional discurso de abertura da nova legislatura. O discurso, lido pela rainha mas redigido pelo governo, apresenta o programa legislativo para os próximos cinco anos e marca a abertura da sessão parlamentar. A cerimónia incluiu o anúncio de uma proposta de lei para a organização até ao final de 2017 de um referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE), feito pela monarca.

 

Referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia no discurso da Rainha de Inglaterra12

 

 

“Será apresentada uma lei para organizar um referendo sobre a manutenção, ou não, (do Reino Unido) na União Europeia até ao final de 2017”, leu Isabel II. “O governo renegociará a relação do Reino Unido com a União Europeia e prosseguirá a reforma da União Europeia para benefício de todos os Estados membros”, acrescentou.

 

Referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia no discurso da Rainha de Inglaterra7

 

O referendo, que deverá realizar-se até ao final de 2017, foi uma das promessas eleitorais do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que num resultado surpresa das eleições realizadas em 7 de maio conquistou a maioria absoluta para os conservadores. A consulta popular poderá ser realizada a partir de 2016, mas só depois de concluída uma fase de negociações sobre as condições de permanência do país na UE.

 

Referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia no discurso da Rainha de Inglaterra-4

 

Os pormenores da lei serão oficialmente apresentados aos deputados na quinta-feira, à exceção da data exata do referendo. Posteriormente, logo no início de junho, segundo a imprensa, a lei será discutida na Câmara dos Comuns.

 

Referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia no discurso da Rainha de Inglaterra6

 

David Cameron lançou uma operação diplomática junto dos parceiros europeus para explicar as suas propostas de reforma para a União Europeia, nomeadamente em áreas sensíveis como a imigração. O primeiro-ministro reuniu-se na segunda-feira com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e tem previstos encontros com os líderes da Dinamarca, Holanda e França na quinta-feira e da Polónia e Alemanha na sexta-feira.

 

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O discurso da Rainha perante a Câmara dos Comuns abordou ainda a devolução de “uma ampla gama de poderes” à Escócia, cujo partido nacionalista obteve uma vitória esmagadora nas legislativas, prometida por Cameron após a vitória do ‘não’ no referendo escocês sobre a independência do Reino Unido realizado em setembro.

 

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Isabel II anunciou também que o governo vai apresentar uma lei para congelar os impostos pagos pelas famílias até 2020.

 

 

 

“Será apresentada uma lei (…) para assegurar que não haverá subidas do imposto sobre o rendimento, do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) ou das contribuições sociais nos próximos cinco anos”, disse.

 

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O governo prevê por outro lado que os trabalhadores que auferem o salário mínimo fiquem isentos de imposto na remuneração das primeiras 30 horas de trabalho de cada semana. Estas medidas são compensadas com outras de redução da despesa, nomeadamente nas prestações sociais, que deverão sofrer um corte de 12 mil milhões de libras (17 mil milhões de euros) ao ano.

 

Referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia no discurso da Rainha de Inglaterra17

 
O programa prevê ainda novas medidas para impedir a atividade de “organizações extremistas” envolvidas na radicalização de ‘jihadistas’ e um polémico projeto sobre dados pessoais de utilizadores que pode vir a obrigar as operadoras telefónicas e os fornecedores de internet a disponibilizar este tipo de informações.

 

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27/05/2015

 

 

Fotos: Getty Images

 

 

Observador

 

 
Agência Lusa

 

 

 

 

Compadrio, interesses especiais, tráfico de influências e corrupção minam Hospital de Santa Maria, diz estudo

Um estudo revelou que o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está envolto numa teia de interesses e de lealdades a partidos políticos, à maçonaria e a organizações católicas.

 

 

“A Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos ainda são três realidades externas que intersetam a esfera do HSM”, refere o estudo.

 
O Hospital de Santa Maria, o maior do país, está minado por uma teia de interesses especiais e lealdades a partidos políticos, à maçonaria e organizações católicas, conclui um estudo que avaliou a qualidade e funcionamento de seis instituições nacionais. A análise ao Hospital de Santa Maria (HSM), a cargo de Sónia Pires, salienta que, “apesar das melhorias registadas a partir de 2005″, a unidade hospitalar “continua atravessada por fortes conflitos de interesse e atos nas zonas cinzentas ou silenciadas que se configuram como corrupção“.

 
“A Maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos ainda são três realidades externas que intersetam a esfera do HSM”, refere o estudo “Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal, encomendado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que vai ser apresentado na quinta-feira.

 

 

 

A investigadora, que se baseou em questionários e entrevistas recolhidos entre 2012 e 2013, traça um retrato negro da instituição onde se entrecruzam os interesses públicos e privados de “grupos poderosos“, nomeadamente na classe médica e na direção de serviços de apoio que condicionam o funcionamento dos serviços a nível de recursos humanos e aquisição de material clínico.

 

 

O diagnóstico era ainda pior há dez anos: “a situação estava fora de controlo, não havendo registos de utilização do equipamento e verificando-se roubos regulares, por parte de médicos e de outro pessoal, que se serviam a seu bel-prazer dos armazéns do hospital para fornecer as suas clínicas privadas“.

 

 

 

O fecho do hospital chegou a ser ponderado e foi necessária “a intervenção enérgica” do ministro da Saúde, que nomeou um novo Conselho de Administração e um novo presidente para salvar a instituição, refere o documento, acrescentando que esse dirigente e a sua família receberam ameaças de morte e chegaram a ser acompanhados por uma escolta policial.

 

 

 
Sónia Pires destaca que “as condições melhoraram” entretanto, mas continuam a ser “prática comum” pequenos atos de corrupção como, por exemplo, “troca de favores, fazendo passar à frente, nas listas de espera, amigos e familiares, e o médico assistente canalizar os pacientes que têm de fazer análises para laboratórios privados dos quais é sócio”.

 

 

A corrupção foi mais evidente até meados de 2000, e sofreu uma quebra com a reorganização dos serviços.

 
“Com efeito, a introdução da informatização dos serviços, as alterações nas chefias dos serviços de apoio (com a vinda de atores do setor privado bancário ou do setor dos seguros de saúde), a entrega de relatórios de contas por serviço, área ou departamento, ou a externalização de certos serviços (como a alimentação, a lavandaria ou obras de manutenção) fazem com que o despesismo seja mais controlado”, adianta o relatório.

 

 

 

O documento revela igualmente casos de absentismo de chefias médicas nos serviços de ação médica e nomeações dos diretores de serviço feitas “à revelia das normas e regulamentos”.

 

 

 

Justifica, por outro lado, a permanência de alguns médicos no serviço público com o facto de “pertencer ao HSM ser útil para conseguir o estatuto social e simbólico próprio à profissão”, admitindo que, embora se mantenham os melhores elementos, há ausência de meritocracia, nas nomeações e na promoção.

 

 
“Os processos de nomeação não são claros e estão atravessados por outras dinâmicas como os jogos de interesse e as lutas entre professores na Faculdade de Medicina, e a presença de dinâmicas externas próprias à sociedade portuguesa — como a maçonaria, a Opus Dei e a ligação a partidos políticos (ligação mais recente, temporalmente, e com ênfase particular no Partido Comunista e no Partido Socialista)”, salienta a investigadora, baseando-se nas informações que recolheu.

 

 
Santa Maria foi a organização mais mal classificada entre as seis analisadas no estudo (Autoridade Tributária, ASAE, EDP, Bolsa de Lisboa, Hospital de Santa Maria e CTT), destacando-se essencialmente na avaliação sobre inovação e flexibilidade tecnológica. No entanto, a partir de 2011, as restrições orçamentais no Serviço Nacional de Saúde condicionaram a introdução de maior flexibilidade tecnológica e inovação nos serviços, notou Sónia Pires.

 

 
O estudo envolveu vários investigadores e foi coordenado pela professora da Universidade Nova de Lisboa Margarida Marques e pelo professor da Universidade de Princeton Alejandro Portes.

 

 
O HOSPITAL DE SANTA MARIA É UMA INSTITUIÇÃO “ÓRFÔ E SUBORÇAMENTADA

 

 
O Hospital de Santa Maria foi “abandonado à sua sorte” e está suborçamentado para fazer face aos elevados custos que tem com os seus utentes, devido ao seu estatuto de hospital de fim de linha, refere também Sónia Pires.

 

 
Segundo a investigadora, as relações entre o Hospital de Santa Maria e os seus aliados naturais, o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças, deterioram-se nos últimos anos, num contexto de “sucessivos cortes orçamentais, que atingiram dezenas de milhões de euros” e passaram a ser “de confronto”.

 
“O Hospital de Santa Maria é, para todos os efeitos, uma instituição órfã”, diagnostica a investigadora, salientando que, “para fazer face à crise, o Conselho de Administração do Hospital foi abandonado à sua sorte, tanto pelos utentes, como pela Faculdade de Medicina, ou ainda as organizações profissionais médicas”.

 

 
Apesar das fortes restrições, o estudo destaca que o hospital procurou “manter os compromissos com os utentes, durante o período de governação interna de 2010-2012”, com o atendimento indiscriminado de utentes e a dispensa de medicamentos e tratamentos caros.

 

 

 

“É opinião unânime que o HSM é suborçamentado pelos custos elevados em medicação e que o seu estatuto de hospital de fim de linha deve ser considerado pela tutela para rever os pagamentos feitos em sede de contrato-programa”, sublinha Sónia Pires.

 

 
Por outro lado, apesar da perceção negativa do HSM e dos hospitais públicos, em geral, na opinião pública portuguesa devido às longas de listas de espera para consultas e cirurgias, a investigadora valoriza “o trabalho árduo” em contexto de crispação económica grave, “nomeadamente no que diz respeito ao atendimento de todos os utentes (vindos do setor privado e do setor público, da região de referência ou fora dela, e dos PALOP) e no facto de contemplar os melhores cuidados possíveis” aos utentes.

 

 

 

O HSM assume “um papel fundamental” perante os doentes do setor privado, salientaram vários responsáveis ouvidos para este trabalho, já que os seguros de saúde só permitem tratamentos até um determinado nível de complexidade devido aos tetos de reembolso preestabelecidos, levando muitos utentes com doenças complexas a recorrer aos serviços públicos.

 

 

 

O HSM foi escolhido como estudo de caso para avaliar, de forma indireta o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e as respetivas políticas governamentais.

 

 

 

27/05/2015

 

 

Foto: Wikipedia

 
Agência Lusa

 

 

 

 

Procissão em Matosinhos leva milhares às ruas

Chegada ao Senhor do Padrão foi o ponto alto do cortejo religioso.

 

 
Por mais um ano, a tradição voltou a cumprir-se: a procissão do Senhor de Matosinhos saiu às ruas, este domingo, e levou consigo milhares de pessoas que quiseram assistir à cerimónia.

 

 
Depois de sair da Igreja do Bom Jesus, o cortejo religioso passou pelas principais artérias da cidade, sempre sob o olhar atento dos fiéis.

 

 
O ponto alto foi a chegada ao Senhor do Padrão – o local onde, segundo a lenda, apareceu a imagem do agora padroeiro da cidade. Depois de uma pequena homilia, a procissão seguiu novamente para a igreja.

 

 
A festa do Senhor de Matosinhos começou a 8 de maio e só termina no dia 1 de junho.

 

 

 

 

 

Por Catarina Gomes Sousa

 
20/05/2015

 

 

 

 

 

Catorze suspeitos e sete dirigentes da FIFA detidos na Suíça por corrupção

Em cima, os sete detidos: (em cima) Rafael Esquivel, José Maria Marin, Eduardo Li, Eugénio Figueiredo, (em baixo) Costas Takkas (sem foto), Jeffrey Webb e Júlio Rocha.

 

 

 

Justiça suíça investiga atribuição dos mundiais de futebol de 2018 e 2022. Segundo o New York Times, a investigação prossegue e Blatter não está ilibado.

 

 

 

Sete dirigentes da FIFA foram detidos esta quarta-feira na Suíça, a pedido da Justiça norte-americana que solicitou a sua extradição para que sejam julgados por corrupção. O caso envolve o alegado pagamento de subornos, na ordem dos 92 milhões de euros, desde a década de 1990.

 

 
Apesar de terem sido realizadas sete detenções – entre os detidos encontram-se dois atuais vice-presidentes da FIFA – a acusação das autoridades norte-americanas contempla nove dirigentes do organismo, entre estes o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação de Futebol da América do Sul (Conmebol) e Jack Warner, de Trinidad e Tobago, que não estão sob custódia das autoridades.

 

 
Segundo nota da procuradoria norte-americana, as autoridades suíças detiveram Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão, atual vice-presidente da FIFA, membro do comité executivo do organismo e presidente da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas); o costarriquenho Eduardo Li, presidente da Federação de Futebol da Costa Rica e membro do comité executivo da FIFA; o nicaraguense Júlio Rocha, presidente da Federação de Futebol da Nicarágua; Costas Takkas, das Ilhas Caimão, ligado ao presidente da Concacaf, Jeffrey Webb; o uruguaio Eugenio Figueredo, atual vice-presidente da FIFA e membro do comité executivo; o venezuelano Rafael Esquivel, presidente da federação venezuelana de futebol e membro do comité executivo da Conmebol; e ainda o brasileiro José Maria Marin, membro do comité organizador da FIFA para os torneios olímpicos de futebol e antigo presidente da federação brasileira de futebol.

 

 

Catorze suspeitos e sete dirigentes da FIFA detidos na Suíça por corrupção

 
A justiça suíça abriu, paralelamente, um outro inquérito relativo à atribuição dos Mundiais de Futebol de 2018 e 2022, à Rússia e Qatar, respetivamente, segundo avança a agência Associated Press. O inquérito contra desconhecidos tem data de março deste ano e refere-se a “branqueamento de capitais e gestão danosa”. Os enriquecimentos ilícitos na atribuição das competições ocorreram em parte na Suíça, esclareceu em comunicado o gabinete do procurador-geral helvético, que ordenou buscas aos escritórios da FIFA no âmbito deste processo.

 

 

 
Na sequência das buscas foram apreendidos documentos e dados informáticos. Contas em vários bancos suíços foram ainda congeladas, por alegadamente terem servido aos arguidos para movimentar dinheiro dos subornos recebidos. Os documentos bancários relacionados foram também apreendidos.

 

 

Segundo o Guardian, as autoridades suíças vão chamar para interrogatório, a propósito desta investigação, dez membros do comité executivo da FIFA. Entre eles, encontram-se o espanhol Angel Maria Villar Llona, presidente da federação de futebol de Espanha, Issa Hayatou, da Confederação Africana de Futebol e Vitaly Mutko, ministro russo do Desporto responsável pelo Mundial de Futebol de 2018, que irá realizar-se no país. Blatter e Platini deverão também ser chamados a prestar esclarecimentos, avança o jornal.

 

 
Nesta altura, decorrem também buscas na sede da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), em Miami. O organismo é liderado por um dos detidos na operação, Jeffrey Webb.

 

 

 
Em comunicado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que indiciou nove dirigentes da FIFA e também cinco executivos de empresas de marketing desportivo, acusando-os de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos. “É um período de, pelo menos duas gerações de dirigentes de futebol que, alegadamente, abusaram das suas posições de confiança para adquirirem milhões de dólares em subornos e comissões”, disse a procuradora Loretta Lynch.

 

 

Catorze suspeitos e sete dirigentes da FIFA detidos na Suíça por corrupção3

 

 

 

As autoridades norte-americanas consideram que a corrupção fazia parte da cultura dos dirigentes da FIFA, estando fortemente enraizada nos comportamentos dentro da instituição.

 

 

 
Os executivos visados pelos EUA, e cujos nomes foram divulgados pelo The Guardian, são Alejandro Burzaco, líder da Torneos y Competencias SA, uma empresa de marketing desportivo com sede na argentina, Aaron Davidson, presidente da Traffic Sports USA Inc, e Hugo e Mariano Jinkis, da argentina Full Play Group SA.

 

 

 

Estes parceiros da FIFA são suspeitos de terem pago mais de 150 milhões de dólares (cerca de 137 milhões de euros) em subornos, em troca de acordos com os media associados aos grandes campeonatos de futebol. Quatro indivíduos e duas empresas ter-se-ão já declarado culpados, avança a agência Reuters.

 

 

 

BLATTER CONTINUA NA FIFA E ELEIÇÕES VÃO REALIZAR-SE SEXTA-FEIRA

 

 

 

Em conferência de imprensa, o diretor de comunicação da FIFA, Walter de Gregorio, assegurou que a eleição para a presidência do organismo, que está marcada para sexta-feira, vai prosseguir, assim como o encontro anual da FIFA, que se realiza no mesmo dia – razão pela qual, aliás, muitos dos altos dirigentes que foram detidos se encontravam já em Zurique.

 

 

 

Walter de Gregorio sublinhou que Joseph Blatter, que procura o quinto mandato à frente da FIFA, não está envolvido nem foi acusado pelas autoridades, tal como o secretário-geral da FIFA, Jerome Valcke. Aos jornalistas, repetiu que a FIFA é a “parte prejudicada” em todo este processo, garantindo que o organismo está a fornecer às autoridades todas as informações ou elementos solicitados. “É um momento difícil, mas estamos satisfeitos com o que está a acontecer”, resumiu.

 

 

 

Em relação aos Mundiais de Futebol sob investigação, Gregorio não quis entrar em especulações e garantiu que, da parte da FIFA, a intenção é que ambas as competições se mantenham nos locais já definidos.

 

 

 
OPERAÇÃO AO INÍCIO DA MANHÃ EM ZURIQUE

 

 

 

A operação foi levada a cabo pela polícia suíça, nas primeiras horas do dia, no luxuoso hotel Baur au Lac, nos Alpes, onde os dirigentes se reuniam para o seu encontro anual. O Ministério da Justiça e a polícia da Suíça confirmaram as detenções e indicaram que se prevê a extradição dos detidos para os Estados Unidos, onde as autoridades de Nova Iorque os investigam por terem, alegadamente, aceitado subornos desde o início dos anos 1990.

 

 

 

As detenções realizaram-se de forma pacífica. Após pedirem as chaves na receção, os agentes dirigiram-se aos quartos dos arguidos. Pelo menos dois homens saíram do hotel sem algemas.

 

 

 

Em causa estarão suspeitas de corrupção nas duas últimas décadas envolvendo os concursos para acolher os Mundiais de Futebol, bem como negócios de marketing e transmissão de jogos, de acordo com três agentes com conhecimento direto do caso.

 

 

O New York Times afirma que a investigação representa uma ameaça ao presidente da FIFA, Joseph Blatter, apesar de este não ter sido acusado. No entanto, escreve o jornal, a investigação prossegue e Blatter não está ilibado.

 

 

 

O FBI, responsável pela investigação nos Estados Unidos da América, terá contado com a colaboração de Chuck Blazer, antigo membro do comité executivo da FIFA que decidiu tornar-se informador da polícia, quando confrontado com acusações de branqueamento de capitais, extorsão e evasão fiscal. Segundo uma investigação publicada em novembro de 2014 pelo The New York Daily News, Blazer, que saiu da FIFA em 2113, chegou a acordo com as autoridades e terá mesmo gravado reuniões que manteve ainda no organismo com outros dirigentes. As provas foram então entregues às autoridades, que obtiveram meios para construir o caso que deu origem às detenções hoje ocorridas.

 

 

 

Foto: DR

 

 

Lusa

 
Diario de Noticias

 
27/05/2015

 

 

 

Maçonaria – O pai, o filho, a maçonaria e as suspeitas de corrupção política

Há uma coincidência rara nos percursos de João Rosado Correia, pai, e João Alberto Correia, filho.

 

 
João Correia é arquitecto, maçon, professor e influente nos corredores da política governativa. O seu pai também era. Também ele se chamava João.

 

 

João Rosado Correia, o pai, que faleceu em 2002, foi ministro do Equipamento Social, nos tempos do bloco central, um Governo que juntou PS e PSD, sob a liderança de Mário Soares. E também viu o seu nome envolvido num escândalo.

 

 

No dia 15 de Agosto de 1987, dois anos após a sua saída do Governo, a sua foto aparecia na primeira página do Expresso: “Ex-ministro trouxe dinheiros de Macau para o PS”. A história tem todos os ingredientes de uma narrativa negra, e envolve queixas de extorsão, vinganças políticas e muitos detalhes que o correr do tempo se encarregou de soterrar.

 

 

Rosado Correia, revelava o Expresso, estava no aeroporto de Hong Kong quando foi interceptado por António Vitorino, à época governante em Macau, que o intimou a devolver três milhões de patacas (300 mil euros) que tinha em seu poder. A partir daqui as versões divergem. Fonte próxima de Vitorino, citada pelo Expresso, garantia que o dinheiro provinha de uma “extorsão” sobre empresários macaenses.

 

 

Rosado Correia dizia que o dinheiro era fruto de uma “colecta de fundos” de que fora encarregado pelo PS. E acusava Vitorino, indirectamente, de ter impedido o dinheiro de chegar ao partido, de procurar “estrangular financeiramente” a direcção do PS, na altura presidida por Vítor Constâncio. Duas versões opostas e nunca esclarecidas. Até porque o caso nunca foi alvo de nenhuma acusação.

 

 

O empresário chinês da construção Ng Fok confirmou ter dado o dinheiro. O Expresso cita fontes do Governo de Macau que garantem que, como contrapartida, lhe seria perdoada uma multa. Para complicar tudo, umas versões falam de uma mala com dinheiro, outras de cheques. Segundo Vitorino, o dinheiro foi apreendido. Segundo Rosado Correia, o dinheiro acabou por chegar a Lisboa. Aparentemente, a dívida foi mesmo perdoada.

 

 

E João, pai, escapou a uma acusação. Mas não voltaria à ribalta política.

 

 

João Alberto Correia, o filho, também frequentou o Terreiro do Paço, mas apenas como director-geral de Infra-Estruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna. Também ele acabou por sair, entre suspeitas.

 

 
Mas não se ficam por aqui as coincidências. Nos nomes, nos episódios, na formação em Arquitectura, no berço alentejano, na militância socialista. E em algo mais misterioso.

 

 
João, pai, foi grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, o maior ramo maçónico português. O filho é membro de uma loja com peso histórico, a 25 de Abril. A sua nomeação para o Ministério da Administração Interna deve-se a outro maçon, também do GOL, Rui Pereira, na altura ministro, que se orgulhava, numa entrevista à SIC, de nunca ter sido “proposto ou nomeado para nenhum cargo por um maçon”.

 

 
A maçonaria é um ponto central na vida de João, filho. Integrou o conselho editorial da Revista de Segurança e Defesa, tal como consta do seu currículo, com um restrito grupo de maçons influentes, como Ângelo Correia e o próprio António Vitorino, que há 18 anos acusara o seu pai.

 

 
Mas o ex-líbris da família é a Fundação Convento da Orada, fundada em 1988 – pouco depois do escândalo de Macau – por João, pai, e presidida entre 2006 e 2008 por João, filho. Com sede em Monsaraz, a fundação detém uma universidade, a Escola Superior Gallaecia, que funciona em Vila Nova de Cerveira, e onde João, e vários familiares, integram o corpo docente.

 

 

João Alberto Correia tem 49 anos, e é o mais velho de seis irmãos . É doutorado em Arquitectura pela Universidade de Salford, Reino Unido. Ao contrário do pai, não assina com o título “professor doutor arquitecto”. Mas tem interesses muito variados, que não se resumem à arquitectura.

 

 

Foi adjunto de Conde Rodrigues, quando este ocupou a Secretaria de Estado da Justiça. Dirigiu cursos na extinta – e também polémica – Universidade Independente. Integrou a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária. Foi membro da Associação Nacional de Jovens Empresários. E também, em simultâneo, sindicalista do Sindep. Durante sete anos presidiu a um pouco conhecido Instituto para o Desenvolvimento Sustentável.

 

 

Ganhou um concurso — também ele polémico — a que mais ninguém concorreu, quando João Soares era presidente da Câmara de Lisboa. Graças a ele ficou com a concessão do conhecido restaurante Eleven, no Parque Eduardo VII, que projectou e vendeu a José Miguel Júdice e alguns amigos.

 

 

O seu currículo encheu uma página do Diário da República. Mas as suspeitas que sobre si recaem prometem encher muitas mais, noutros periódicos.

 

 

 

Paulo Pena

 

 

17/05/2015

 

 

 

Corrupção Política: Ministério Público acusa Director do Ministério da Administração Interna de beneficiar amigos e maçons

Em cima ao centro, João Correia,  Director de Infraestruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna.

 

 

 

 

Processo Criminal. João Correia,  director de Infraestruturas e Equipamentos, foi acusado de 32 crimes de corrupção passiva. Acusação diz que distribuiu obras no valor de 5,9 milhões pelos irmãos da maçonaria e por amigos

 

 
Clube maçónico e grupo de amigos “Pingas” dominaram ajustes no MAI.

 

 
Acusação. João Correia,  director-geral de Infraestruturas e Equipamentos, foi acusado de 32 crimes de corrupção passiva. Ministério Público diz que distribuía obras pelos irmãos da maçonaria e pelos amigos das confraternizações,

 

 

Durante três anos, de 2011 a2014, muitas obras adjudicas pelo Ministério da Administração Interna (MAI) terão obedecido apenas a dois critérios: os beneficiários ou pertenciam à maçonaria ou a um clube informal de amigos autointitulado “Os Pingas”. Este é o ponto de partida da acusação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) contra João Correia,  diretor da Direção-Geral de Infraestruturas e Equipamentos CDGIE), imputando-lhe 32 crimes de corrupção passiva. Além do diretor-geral, também dois ex-quadros da DGIE foram acusados, assim como nove empresários.

 

 

 
Segundo o despacho da procuradora Inês Bonina, durante anos, João Correia, com a colaboração dos coarguidos Albino Rodrigues e Luísa Sá Gomes, adjudicou por ajuste direto 5,9 milhões de euros em obras a empresários das suas relações pessoais ao arrepio das “normas da contratação pública, da transparência e da livre concorrência”. Com esta atuação, o arguido terá prejudicado o Estado em 909 mil euros.

 

 

 
Um dos empresários que mais terão beneficiado do alegado esquema foi Henrique Oliveira, ligado a empresas como a Primenext e a Interclima. Com João Correia partilhava a filiação maçónica no Grande Oriente Lusitano, “estando ligados por essa qualidade e pelos deveres de obediência e lealdade que essa organização professa”. E terá sido por esta via que as empresas de Henrique Oliveira foram beneficiadas em dezenas de ajustes diretos decididos por João Correia.

 

 

 
Como contrapartida, o empresário terá pago ao ex-diretor-geral um terço do valor das obras que lhe foram adjudicadas. A acusação do Ministério Público refere que esses eventuais pagamentos foram realizados ou através de transferências ou de pagamentos de dívidas de João Correia. Por isso, Henrique Oliveira foi acusado de 27 crimes de corrupção ativa, um crime de participação económica em negócio e outro de branqueamento de capitais. O empresário é suspeito de ter pago um pouco mais de 60 mil euros ao ex-diretor da Direção-Geral de Infraestruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna

 

 

 
No plano do clube de amigos “Os Pingas”, a Unidade Nacional contra a Corrupção da Polícia Judiciária identificou vários ajustes diretos feitos a membros daquele clube. Clube esse que “além de disponibilizar eventos lúdicos aos associados constitui um modo de facilitar o seu acesso, em violação da lei, à adjudicação de contratos públicos e à ocultação e dissipação de proventos indevidos assim obtidos”, refere a procuradora do Ministério Público.

 

 

 

Outro maçon beneficiado?

 

 

Outro caso de eventual benefício de um maçon diz respeito a uma adjudicação de um parecer à empresa Prosas & Diálogos, de Paulo Noguês, um conhecido maçon. Segundo a investigação, João Correia terá abordado Paulo Noguês para este, na qualidade de editor da revista Segurança e Defesa, lhe publicar artigos na referida revista, que goza de prestígio e notoriedade entre as forças de segurança e militares.

 

 

 

O Ministério Público refere que João Correia pretendia, através de artigos na revista, “consolidar a sua posição no cargo de diretor-geral e ganhar espaço político, sugerindo a Paulo Noguês que a revista publicasse “notícias referentes à sua atividade” como diretor-geral do MAI. Dois artigos terão sido publicados.

 

 

Em contrapartida, o ex-diretor-geral do MAi terá proposto a Paulo Noguês que este endereçasse um pedido de patrocínio à DGIE para a realização de uma conferência. Porém, um jurista da DGIE terá dado um parecer contrário ao pagamento, impossibilitando o mesmo. A situação terá sido contornada, segundo o MP, com a encomenda de um parecer à Prosas & Diálogos sobre “Comunicação/informação que deve existir no interior e exterior dos postos e esquadras das forças de segurança”, com um preço de 4850 euros.

 

 

 
CARLOS RODRIGUES LIMA

 

 

Diário Notícias

 

 
17/05/2015

 

 

 

 

Maçonaria – A democracia não é compatível com sociedades secretas

O Dr. Rui Pereira, sobre quem já me pronunciei a 13 de Outubro de 2012, personalidade ideológicamente primária e maçon declarado, a propósito dos ajustes directos realizados por João Alberto Correia, ex-director geral de Infra-estruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna (MAI), escreveu na edição em papel do Correio da Manhã de ontem, o seguinte: “A instituição (a Maçonaria) merece ser evocada a propósito de causas nobres: o liberalismo, a república, a democracia; a abolição da escravatura, da pena de morte e da tortura; o ensino público e o serviço nacional de saúde“.

 

 

 

A democracia não é compatível com sociedades secretas3

 

 

Como canta Jorge Palma:  Deixa-me rir, Essa história não é tua…Deixa-me rir, Tu nunca lambeste uma lágrima…Pois é, pois é, Há quem viva escondido a vida inteira, Domingo sabe de cor, o que vai dizer Segunda feira…Deixa-me rir, Tu nunca auscultaste esse engenho, De que falas com tanto apreço, Esse curioso alambique, Onde são destilados, Noite e dia o choro e o riso…Pois é, pois é, Há quem viva escondido a vida inteira…

 

 

 

No seu artigo de opinião, qual paladino dos tempos modernos da Maçonaria, refere que como responsável pela primeira nomeação de João Alberto Correia, apenas atendeu ao Curriculum do filho do antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), João Rosado Correia, ex-ministro de um governo liderado por Mário Soares, e não ao facto de ser também maçon e membro da Loja 25 de Abril, integrada no GOL.

 

A democracia não é compatível com sociedades secretas4

Refira-se que João Correia é doutorado em Arquitectura pela Universidade de Salford, no Reino Unido, e foi docente na extinta Universidade Independente, integrando também o corpo docente da Escola Superior Gallaecia, de Vila Nova de Cerveira, onde vários familiares também leccionam, e que pertence à Fundação Convento da Orada, fundada em 1988 pelo seu pai, com sede em Monsaraz, à qual também já presidiu.

 

 

 

É urgente mudar o estado a que chegou o nosso país, cujos órgãos de decisão (governo, Assembleia da República, serviços de informação, etc.) estão repletos membros de obediência a rituais “aventaleiros”.

 

 

 

 

 

Assim, entendemos que os deputados, membros do governo, magistrados, agentes dos serviços de informação, etc., devem declarar as suas ligações maçónicas, permitindo uma maior transparência na democracia portuguesa e contrariamente ao que pensa o Dr. Rui Pereira, não há qualquer inconstitucionalidade nisso.

 

 
De acordo com o Jornal Público, João Alberto Correia Integrou o conselho editorial da Revista de Segurança e Defesa, juntamente com um restrito grupo de influentes maçons, como Ângelo Correia, António Vitorino, etc.

 
Noticia o jornal i, que João Alberto Correia, se encontra detido desde a semana passada e que terá alegado no interrogatório a que foi sujeito no Tribunal Central de Instrução Criminal, que os ajustes directos foram feitos com aval superior e que, nalguns casos terá mesmo “desenrascado” respostas a ordens superiores que tinham carácter de urgência.

 

 

É muito importante descobrir a verdadeira dimensão da teia!

 

 

A propósito Dr. Rui Pereira, carece de fontes fidedignas a afirmação de que a maçonaria esteve na origem da abolição da pena de morte e da tortura em Portugal, mas de facto esteve na génese da implantação da república em Portugal, ordenando o assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe D. Luís Filipe, baptismo de sangue desse regime.

 

 

Sobre a Maçonaria, o histórico do PS Henrique Neto acusou-a de corromper o PS e a democracia com alianças secretas e planos de poder que atropelam os interesses do país, acrescentado que: ”Técnicas maçónicas, usadas por maçónicos.

 
A maçonaria tem uma grande importância no PS. A maçonaria tem essa diferença em relação ao país – a maçonaria tem e sempre teve uma estratégia, uma estratégia de poder. Não o poder como instituição, mas o poder para os membros da maçonaria.

 

 

Hoje o poder é poder económico. E como o secretismo é uma vantagem, é fácil aos maçons controlarem deliberações, grupos de decisão. Tenho experiência de quando estava no parlamento.

 
Numa comissão de inquérito, se quatro ou cinco das 20 pessoas são da maçonaria, os outros votam de acordo com a sua visão e eles decidem todos juntos a nomeação de alguém, numa instituição, num concurso público, e a maçonaria tem vantagem”.

 

 

Perante isto, está tudo dito!

 

 

 

 

José Aníbal Marinho Gomes

 

 

11/05/2014

 

 

 

Ucrânia está numa “guerra real” com a Rússia e existe risco de ofensiva

O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou que a Ucrânia está envolvida numa “guerra real” com a Rússia, alertando que uma “ofensiva” militar russa pode acontecer a qualquer momento.

 

 
“Isto não é uma luta contra os separatistas apoiados pela Rússia, é uma guerra real com a Rússia”, disse o chefe de Estado ucraniano, numa entrevista ao canal público britânico BBC.

 

Ucrânia está numa ‘guerra real’ com a Rússia e existe risco de ofensiva1

 

“O facto de termos capturado (…) soldados das forças especiais russas é uma prova sólida”, acrescentou.

 

 

O conselheiro dos serviços ucranianos de segurança, Markian Lubkivski, anunciou hoje que os dois alegados soldados russos capturados no leste separatista pró-russo da Ucrânia foram acusados de “atividades terroristas”.

 

Ucrânia está numa ‘guerra real’ com a Rússia e existe risco de ofensiva4

 

Na terça-feira, os serviços de segurança ucranianos (SBU) convidaram vários ‘media’ internacionais e representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), da União Europeia e da Amnistia Internacional para se deslocarem ao hospital militar de Kiev para verem os dois homens feridos em combate.

 

Ucrânia está numa ‘guerra real’ com a Rússia e existe risco de ofensiva8

 

A Ucrânia apresentou-os como soldados das forças especiais russas, enquanto a Rússia afirmou que os homens eram antigos militares.

 

 

Ucranianos, europeus e norte-americanos continuam a denunciar a presença de forças regulares russas ao lado dos rebeldes separatistas do leste ucraniano, acusação que Moscovo nega categoricamente.

 

Ucrânia está numa ‘guerra real’ com a Rússia e existe risco de ofensiva3

 

“Penso que eles preparam uma ofensiva e penso que devíamos estar prontos, e penso que não lhes vamos dar qualquer oportunidade para relançarem as provocações”, assegurou Petro Poroshenko, ainda em declarações à BBC.

 

 

O Presidente ucraniano acrescentou que não confia no seu homólogo russo, Vladimir Putin, realçando, no entanto, que tem de dar uma oportunidade à diplomacia.

 

Ucrânia está numa ‘guerra real’ com a Rússia e existe risco de ofensiva2

 

Também referiu que os territórios do leste ucraniano controlados pelos rebeldes não podem ser tomados através da via militar.

 

 

Ucrânia está numa ‘guerra real’ com a Rússia e existe risco de ofensiva-11

 

 

“Duvido que a libertação dos meus territórios possa ser feita através de meios militares”, reforçou Poroshenko.

 

 

O conflito armado entre o exército ucraniano e os rebeldes pró-russos fez mais de 6.200 mortos desde abril de 2014.

 

 

Ucrânia está numa ‘guerra real’ com a Rússia e existe risco de ofensiva10

 

 

Uma nova trégua foi acordada em fevereiro último em Minsk, na Bielorrússia, sob a mediação da França e da Alemanha e na presença do Presidente russo, mas os atos de violência naquela região continuam a ser quase diários.

 

 

 

Observador

 

 

20/05/2015

 

 

 

Hugh e Tony Rodham, os irmãos incómodos de Hillary Clinton

Hillary Clinton com o irmão Hugh Rodham

 

 
Adversários da ex-primeira-dama e favorita à nomeação democrata para presidenciais de 2016 acusam os dois empresários de se aproveitarem das relações familiares

 

 
Tony e Hugh Rodham “personificam tudo o que as pessoas mais odeiam nos Clinton. São vistos como oportunistas sem ética”, dizia há dias um responsável do Partido Republicano ao Business Insider.

 

 
Afinal ao longo dos anos os irmãos de Hillary Clinton, a agora hiperfavorita candidata à nomeação democrata para as presidenciais de 2016 nos EUA, tornaram-se peritos em pequenos escândalos que incomodaram a presidência do cunhado, Bill, e agora ameaçam tornar-se um problema para a campanha da irmã mais velha.

 

 
O último incidente envolvendo um dos irmãos Rodham foi revelado nesta semana pelo The New York Times. Segundo este jornal, Tony Rodham terá procurado usar a influência do ex-presidente Bill Clinton para favorecer uma mina de ouro no Haiti a cuja administração presidia.

 

 
Apresentando-se como facilitador, o irmão mais novo de Hillary terá tentado beneficiar do facto de Bill pertencer à comissão de recuperação criada após o sismo de 2010 no Haiti.

 

 
Nessa altura, Tony Rodham e os sócios candidataram-se a um contrato de 22 milhões de dólares para a reconstrução de casas na ilha.

 

 
Apesar de o negócio não ter chegado a avançar, tanto a Fundação Clinton como o gabinete do ex-presidente vieram negar ter ajudado o cunhado nos seus contactos com as autoridades haitianas.

 

 

 

Foto: Fotografia © Colin Braley / Reuters

 

 
Helena Tecedeiro

 

 
23/05/2015

 

 

 

Secretário-geral da NATO diz “As nações europeias devem gastar mais dinheiro na sua defesa”

Anders Fogh Rasmussen foi secretário-geral da NATO entre 2009 e 2014.

 

 

 

O antigo líder da NATO disse ao Observador que a paz na Europa não é um dado adquirido. Quanto à Síria, onde o Estado Islâmico avança cada vez mais, diz ter “pena” de não haver reação internacional.

 

 

 

Anders Fogh Rasmussen abandonou o cargo de secretário-geral da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em outubro de 2014. Desde que foi sucedido por Jens Stoltenberg, fundou a Rasmussen Global, uma empresa de consultoria para assuntos militares e internacionais. Tem sede na Dinamarca, país do qual foi primeiro-ministro entre 2001 e 2009.

 

 
Quando deixou a liderança da NATO, já se tinha tornado evidente que o conflito entre as tropas pró-russas e o exército da Ucrânia não seria de fácil resolução. Logo após a anexação russa da Crimeia, em março de 2014, não poupou nas palavras para explicar a dimensão do atual contexto: “Está é a maior ameaça à segurança e estabilidade da Europa desde o final da Guerra Fria”.

 

 

 
Sentado com o Observador para uma curta entrevista a propósito das Conferências do Estoril, Rasmussen insistiu que, perante “o ataque russo à Ucrânia”, as “nações europeias devem gastar mais dinheiro na sua defesa”. Portugal, que ajudou a fundar a NATO em 1949, entra nestas contas, por mais distante que a Rússia fique. “Se um dia Portugal for ameaçado por um país do Norte de África, então terá a ajuda dos seus aliados”, contrapõe.

 

 
Tem dito várias vezes que os países da NATO devem gastar mais dinheiro no setor da defesa. Já liderou um governo, por isso sabe certamente que não é fácil vender esta ideia. Como é que os líderes políticos, sobretudo os europeus, podem convencer a opinião pública dos seus países de que uma fatia maior dos seus impostos devia ir para a defesa, ao mesmo tempo que lhes são cortados os salários e as pensões?

 

 

 

O meu passado ensinou-me que não é de facto fácil vender essa ideia, tem razão. Mas o ataque russo à Ucrânia é um facto novo a ter em conta. Isto é um alerta e um lembrete para não pensarmos que na Europa a segurança, a estabilidade e a paz são dados adquiridos.

 

 

 

Tem de se fazer alguma coisa. E uma das coisas que a NATO decidiu foi estabelecer a Força de Reacção Rápida, uma resposta militar que pode chegar ao local desejado em poucas horas.

 

 

Posso dizer-lhe que isto é muito caro. Porque se é preciso destacar 5 mil soldados em poucas horas, são necessárias outros 10 mil para dar apoio e permitir uma rotatividade entre eles. É muito caro. E é por isso que as nações europeias devem gastar mais dinheiro na sua defesa.

 

 
A Rússia e Portugal estão em pontas opostas da Europa. Perante esta distância, tanto geográfica como de percepção, como é que espera que o Estado português gaste mais na defesa?

 

 

 

O ideal da NATO é a solidariedade. Ajudamos-nos uns aos outros. Mesmo que a Rússia seja muito longe de Portugal e apesar de não se sentir diretamente ameaçado pela Rússia, Portugal é membro de uma aliança solidária.

 

 

Temos o 5º artigo que diz que um ataque a um [dos membros da NATO] é um ataque a todos. Por exemplo, se um país báltico for atacado, todos teríamos a obrigação de ajudá-lo. E se um dia Portugal for ameaçado por um país do Norte de África ou por um grupo terrorista, então Portugal teria a ajuda dos seus aliados.

 

 
Quanto aos países bálticos, disse numa entrevista que há uma “alta probabilidade” de a Rússia intervir naquela zona. É um facto que a Rússia tem uma influência considerável nesta região, tanto política, cultural ou histórica. Ainda assim, será assim tão provável que a Rússia arrisque entrar num destes países, que são membros da NATO?

 

 

 

Não há nenhum ataque iminente e eu nunca sugeri isso. Antes pelo contrário. Eu disse que o cenário mais realista é uma guerra híbrida. Homenzinhos verdes [soldados pró-russos, como no Leste da Ucrânia], juntamente com campanhas de propaganda e contra-informação sofisticadas.

 

 

 

Não devemos esquecer que a doutrina de Putin indica que a Rússia tem o direito de intervir noutros países para proteger o que consideram ser os interesses das comunidades russas. E nos países do Báltico há comunidades russas grandes, particularmente na Estónia e Letónia.

 

 

 
Quão importante tem sido a contra-informação de que fala para a estratégia russa?

 

 

 

É um elemento muito importante na estratégia russa. Na Ucrânia vemos soldados russos a agir de forma ativa. Mas também vemos aquilo que eu posso chamar de guerra de informação, que é a combinação de várias coisas.

 

 

 

Há os media russos a comunicarem em várias línguas, como a Russia Today e, mais recentemente, a Sputnik [disponível em 30 línguas, incluindo português]. Também existe uma rede de trolls na Internet que usam as redes sociais para espalhar notícias falsas. Tudo isto pode parecer um movimento de poucas pessoas ou até de indivíduos, mas é totalmente financiado pelo Kremlin.

 

 
Fora da Europa, o Estado Islâmico está cada vez a conquistar mais território. Mais recentemente tomaram Ramadi, no Iraque, e Palmira, na Síria. A guerra civil na Síria começou em 2011 e tornou-se incontrolável. Porque é que a NATO foi tão rápida a intervir na Líbia no mesmo ano e ao mesmo tempo não age na Síria?

 

 
Porque não há nenhum mandato das Nações Unidas (ONU) para uma ação militar. Quando entrámos na Líbia foi em resposta a uma decisão de Conselho de Segurança da ONU. E nesse mandato levámos a cabo uma operação militar com bastante sucesso. Mas na Síria, tal não existe.

 

 
Mas, entretanto, o Estado islâmico já chegou à Europa, de certa forma. Recruta pessoas e reivindicou os atentados em França. Não será isto uma consequência da ausência de uma tomada de ação internacional quanto à guerra na Síria?

 

 
Isto preocupa-me e tenho muita pena de a comunidade internacional ainda não ter reagido na Síria. Mas não há a possibilidade de tomar uma medida através do Conselho de Segurança da ONU. Mas a NATO deve estar, e está, concentrada na defesa da Turquia [país membro da NATO]. É este o nosso objetivo principal.

 

 

 

 

 

João de Almeida Dias

 

 
21/05/2015