EUA acusam novamente o Irão pelo ataque aos petroleiros no Estreiro de Ormuz

 

As tensões entre a administração norte-americana e o Irão continuam a aumentar.

 

 

As Forças Armadas dos Estados Unidos divulgaram um vídeo esta sexta-feira que terá provas do envolvimento do Irão nas explosões dos petroleiros da passada quinta-feira, no Estreito de Ormuz, no Golfo do Omã. A tensão entre Washington e Teerão continua a subir e aumentam os receios de um conflito armado. A administração de  Donald Trump, Presidente dos Estados Unido, continua o cerco à República Islâmica, com as alegadas provas do envolvimento iraniano no ataque aos petroleiros.

 

 

Em causa estão os navios Kokura Courageous e Front Altair, embarcações japonesa e noruguesa, respetivamente, que foram atacadas com explosivos em águas internacionais, obrigando à evacuação dos tripulantes. De acordo com os militares norte-americanos, a filmagem mostra a Guarda Revolucionária iraniana a remover uma mina (que não explodiu) do petroleiro japonês.

 

À semelhança dos outros ataques nos últimos meses no Estreito de Ormuz, a administração Trump foi rápida a culpar o Irão pelas explosões “Foi o Irão que os fez, e vocês sabem-no porque viram o barco”, disse o Presidente norte-americano à Fox News na manhã de sexta-feira, falando do vídeo.

 

 

O presidente da empresa que detém o Kokura Courageous, Yutaka Katada, negou em conferência de imprensa que tinham sido utilizadas minas no ataque, pois foram “bem acima da linha naval”. Katada também salientou que a tripulação do petroleiro avistou objetos voadores antes da explosão. Por sua vez, a Associação Internacional de Proprietários de Petroleiros, a Intertanko, disse que os navios foram atingidos “na linha de água ou abaixo desta, próxima da sala do motor” e enalteceram  que os ataques pareciam ser “bem planeados e coordenados”.

 

 

O Irão negou veementemente o ataque. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, considerou que a palavra “suspeição” nem começava por descrever os incidentes. “Nós somos os responsáveis por manter a segurança do Estreito e salvámos as tripulações dos petroleiros no mínimo de tempo possível. As acusações do secretário de Estado Pompeo são alarmantes”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Abbas Mousavi.

 

 

As narrativas de Teerão e Washington são contraditórias. O Estados Unidos garantem ter resgatado 21 tripulantes do Kokura Corageous, enquanto a estação estatal do Irão afirma que a equipa de resgate iraniana salvou 44 membros de ambos os navios.

 

A República Islâmica tem ameaçado constantemente bloquear o Estreito de Ormuz, caso Washington não suavize as sanções económicas de que é alvo. É naquela zona do globo que atravessa cerca de um quinto do petróleo consumido no mundo.

 

No mês passado, ocorreram ataques semelhantes no Golfo de Omã, que justificaram as sanções de Washington, que tem procurado apertar o cerco às exportações iranianas, tendo inclusivamente aumentado o contingente militar na região. Recorde-se que as exportações de petróleo do Irão, a sua principal fonte de receita, diminuíram 400 mil barris por dia em maio passado.

 

 

Emirados querem intervenção internacional para garantir segurança no comércio marítimo

 

 

 

Na quinta-feira, um petroleiro norueguês e outro japonês foram atacados quando navegavam no Golfo de Omã, junto ao Estreito de Ormuz, ao largo do Irão.

 

Os Emirados Árabes Unidos apelaram hoje à intervenção das potências internacionais para a proteção do comércio marítimo e para o aprovisionamento de energia no Golfo de Omã, após ataques a dois petroleiros.

 

“A comunidade internacional deve cooperar para garantir a segurança na navegação internacional e no acesso à energia”, afirmou, citado pela agência de notícias AFP, o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos, Abdallah ben Zayed Al-Nahyane, que estava numa cimeira na Bulgária.

 

 

Na quinta-feira, um petroleiro norueguês e outro japonês foram atacados quando navegavam no Golfo de Omã, junto ao Estreito de Ormuz, ao largo do Irão.

 

 

Um dia depois, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt, afirmou que a responsabilidade pelos ataques é “quase de certeza” do Irão.

 

 

“Condeno os ataques […] contra dois navios no Golfo de Omã. A nossa própria avaliação leva-nos a concluir que a responsabilidade pelos ataques recai quase de certeza no Irão”, disse, em comunicado, o chefe da diplomacia britânica, secundando a posição dos Estados Unidos.

 

 

Jeremy Hunt apelou, na altura, ao Irão para que acabe com toda a “atividade desestabilizadora”, sublinhando que o Reino Unido “está em estreita coordenação com os parceiros internacionais para encontrar soluções diplomáticas que visem acalmar as tensões”.

 

 

 

TPT com: Reuters//FOX News//AFP//Jornal Económico//CNN// 15 de Junho de 2019

 

 

 

 

 

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