Parceria Ibérica quer fazer do rio Douro a “espinha dorsal” de um destino turístico de qualidade no Norte de Portugal

O projecto transfronteiriço Discover Duero, dotado de mais de um milhão de euros, pretende desenvolver o território ibérico envolvente do rio Douro, com o objectivo de promover e inovar o turismo.

 

 

“O Discover Duero é para nós o projecto estrela para a promoção do rio, entre Castela e Leão e o Norte de Portugal, que provém de projectos como o Fluvial ou o Flumen Durius. É uma iniciativa que cumpre uma trajectória, e pretende melhorar e inovar tudo que se fez até agora no rio Douro, desde a nascente à foz”, disse à Lusa Lucía Garrote, coordenadora do projecto, que tem como principal beneficiário a Fundação Santa María la Real (Espanha).

 

A iniciativa integra os territórios transfronteiriços de Castela e Leão, Trás-os-Montes, Alto Douro e Beira Interior.

 

 

O Discover Duero integra o programa Interreg VA Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020 e tem uma dotação financeira de 1.070.894 euros, dos quais 75% serão financiados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

 

 

“Além das regiões inscritas no projecto, assumimos o resto do percurso do rio Douro da nascente à foz. Contudo, o enfoque principal no desenvolvimento de projectos incide em Castela e Leão, Trás-os-Montes, Alto Douro e Beira Interior”, concretizou a técnica.

 

 

Os representantes de todas as entidades que integram o plano definiram os objetivos do projecto e ajustaram o calendário de ações, de forma a planear as diferentes iniciativas, que serão realizadas até 2021.

 

 

“O desafio passa por posicionar o eixo Duero-Douro como destino turístico sustentável, capaz de gerar desenvolvimento e emprego, através da proteção e promoção do património natural e cultural”, segundo informação da organização.

 

 

Contudo, de acordo com Lucía Garrote, a missão vai além do turismo – implica a ativação do território, gera desenvolvimento e servirá para consolidar e dar continuidade ao que foi alcançado com o Flumen Durius ou o Fluvial, projetos transfronteiriços de valorização do rio Douro desenvolvidos no programa POCTEP.

 

 

“Nesse caso, o desafio será duplo: por um lado, gerar uma proposta de valor em torno do rio Douro, analisando os interesses da população e os recursos do território, e, por outro, uma vez que a proposta tenha sido identificada, dando-lhe um caráter diferencial que permite posicionar a rota ou o eixo Duero-Douro como destino turístico sustentável, com base em experiências únicas”, indicou a responsável.

 

 

Segundo o presidente, da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes, Artur Nunes, o projecto é coordenado pela Fundação Santa María la Real e será desenvolvido por um conjunto de entidades de Espanha e Portugal.

 

 

Para a gestão do projecto transfronteiriço, referiu o também autarca de Miranda do Douro, foi criado um consórcio ibérico que integra a Associação Empresarial Inovadora para Construção Eficiente, a Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro, a Direção-Geral do Património Cultural da Junta de Castela e Leão, a Câmara Municipal de Zamora, a Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes, a Comunidade Intermunicipal do Douro e a Associação de Municípios do Douro Superior, para o desenvolvimento de varias ações em ambos os lados da fronteira.

 

 

As oito entidades ibéricas envolvidas no projecto perspetivam que vão trabalhar em contacto direto com os agentes do território, projetando conferências, realizando estudos sectoriais, promovendo grupos de discussão ou gerando uma plataforma colaborativa que permita identificar e promover as melhores rotas e opções do Douro como destino turístico.

 

 

“Tudo isso será concluído com intervenções específicas que permitem a recuperação ou melhoria de certos activos. Além disso, um plano de marketing será desenvolvido e diferentes materiais promocionais serão projectados. Servirão de base para o posicionamento nacional e internacional da Duero-Douro como destino turístico sustentável, capaz de gerar desenvolvimento numa região de fronteira”, explicou Artur Nunes.

 

 

 

TPT com: AFP//AEP//Lusa//  24 de Junho de 2020

 

 

 

 

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