Carlos Campos-Trinidad Jr. é acusado de no dia 16 de agosto de 2011 esfaquear fatalmente o seu pai, Carlos A. Campos-Trinidad Sr. de 56, a sua mãe Ruth L. Pereira, de 58 e a sobrinha de 3 anos de idade, Gabriella Morales, dentro de sua casa, localizada na Hamilton Street em Harrison, NJ.
“O Sr. Campos é ativamente psicótico e não poder participar de forma racional num julgamento”, afirmou o advogado de defesa na audiência de hoje, sobre o réu que estava com as mãos algemadas a uma corrente em torno de sua cintura.
Antes do homicidio Campos-Trinidad foi avaliado no Hospital Universitário de Newark onde “informou acreditar que estava num programa de televisão e sendo treinado por um amigo para se juntar a uma sociedade secreta”, de acordo com documentos judiciais.
De acordo com o depoimento de hoje, Campos-Trinidad sofre de delírios graves, acredita ter ordens para matar, que é controlado por uma sociedade secreta de nome “Illuminati” e não tem controle sobre a sua vida.
No dia após a sua prisão, Campos-Trinidad foi considerado doente mental e perigoso para os outros, sendo involuntariamente admitido no Centro Forense Ann Klein em Trenton.
O réu foi considedo não competente para ser julgado depois das avaliações psiquiátricas estaduais e das avaliações da defesa, diagnosticado-o com esquizofrenia ou transtorno psicótico/delirante em quatro ocasiões, mais concretamente entre 18 Maio de 2012 e 10 de Junho de 2014.
Contudo um psiquiatra estadual considerou Campos-Trinidad como esquizofrénico, mas descartou a competência para ser julgado em novembro de 2014 e em março deste ano. Dois psiquiatras da defesa posteriormente reforcaram a tese de imputabilidade.
Hoje, o Juiz Superior do condado de Hudson, John Young, considerou convincente os argumentos da defesa e ordenou uma audiência sobre o status de Campos-Trinidad a cada seis meses. O antigo Procurador Edward DeFazio, disse na época dos assassinatos, que pode ter havido uma discussão entre o pai e o filho no início do dia.
Campos-Trinidad Sr. foi esfaqueado uma vez na parte de trás do pescoço e não tinha feridas defensivas, levando os detetives a suspeitar que ele foi morto em primeiro lugar, disseram as autoridades, acrescentando que o seu corpo foi encontrado no seu quarto. Ruth Pereira, a mãe do assassino, foi encontrada morta no corredor fora do quarto e os detetives suspeitam que quando a mãe foi ver o que se estava a passar, sofreu um ferimento na área do peito e do pescoço tendo também sofrido ferimentos de defesa nas mãos e no ombro, disseram as autoridades.
A menina de 3 anos pode ter sido a última a ser morta. Foi encontrada uma faca de cozinha, pensado-se que seja a arma do crime, disseram as autoridades.
Em 2011 este crime chocou a comunidade brasileira de New Jersey e o motivo continua a ser um mistério
Um crime que está a deixar a comunidade brasileira de New Jersey desesperada em busca de respostas. O que levou o brasileiro Carlos Campos de 23 anos a assassinar a facadas os pais e a sobrinha de 3 anos? Ninguém parece ter a certeza do que teria acontecido, mas a polícia está levantando suspeitas de que uma discussão entre eles, aliada a uma possível depressão de Carlos, teria sido um dos motivos que levou ao triplo assassinato.
As vítimas foram os mineiros Carlos Campos-Trinidad, 56, Ruth Pereira, 58 e Gabriella Morales, 3. No dia do crime, a mãe de Gabriella estava em viagem para o Haiti com um grupo missionário. Após cometer os crimes, Carlos teria caminhado até à esquadra da polícia local, onde se entregou. O assassino, que na altura do crime residia na cidade de Harrison, está a ser acusado de tríplo assassinato qualificado e posse de arma perigosa.
Após o crime e antes de comparecer em Tribunal, o assassino passou por uma Junta de Avaliação Psiquiátrica no Jersey City Hospital, informou na altura, o procurador do condado de Hudson, Edward DeFazio, tendo a justiça estabelecido na altura uma fiança de 3 milhões de dólares. As evidências apontam para uma possível discussão entre Carlos e o pai antes do crime. Cada uma das vítimas tinha pelo menos uma marca de facada no pescoço, informou o procurador.
Amigos e vizinhos descreveram o casal como trabalhadores, religiosos que tinham chegado de Belo Horizonte há mais de 20 anos. A notícia do crime espalhou-se rapidamente pela comunidade brasileira e portuguesa do conhecido bairro do Ironbound, onde a família frequentava a igreja.
João Abreu, que diz ter sido amigo pessoal do pai de Carlos, disse que eles se conheceram anos atrás num grupo de brasileiros especializados em trabalhos realizados em grandes altitudes, nas áreas da pintura, solda e reparação de pontes e torres de água. Ele disse ainda que o brasileiro assassinado tinha-se aposentado por invalidez, depois de sofrer uma lesão nas costas.
Na altura dos crimes, o João disse ainda, que o assassinado nunca falou sobre os problemas com o filho, que recentemente havia tirado uma licença de “caçador de recompensas”, mas que estava deprimido por ter dificuldade em achar um emprego fixo.
Ele afirmou ainda que a mãe de Carlos tinha um problema de temperamento, descrevendo-a como profundamente religiosa e que ia à igreja vários dias por semana, mas que constantemente perseguia o marido e o seu filho. Segundo ele, Ruth gritava com o marido na porta de casa, para ele entrar. “Ele era sempre calmo, ele nunca levantou a voz, mas reclamava em particular que ela sempre o humilhava”, disse João.
Pedro Fernandes/J.M./The Portugal Times//7/10/2011
Fontes: The Jersey Journal/ NJ.com