Governo dos Estados Unidos pede a Luanda que respeite princípios democráticos

O subsecretário adjunto para os Assuntos Africanos do Departamento de Estado norte-americano urgiu hoje o governo angolano a respeitar os princípios democráticos e da desobediência civil desenvolvidos no quadro da Constituição.

 

 

“É imperativo que os cidadãos angolanos possam participar em atos de desobediência civil de forma consequente e construtiva. Através da legalização de manifestações, cultura política e oposição politica e usando os mecanismos que são garantidos pela Constituição angolana que devem ser respeitados pelos líderes”, disse Todd Haskell, subsecretário adjunto para os Assuntos Africanos do Departamento de Estados norte-americano.

 

 

O responsável intervinha na conferência “Perspetivas sobre a Transparência, Direitos Humanos e Sociedade Civil em Angola”, organizada na capital norte-americana pelo National Endowment for Democracy (NED) em que estiveram presentes o embaixador itinerante da República de Angola, António Luvualu de Carvalho; o embaixador Princeton Lyman, conselheiro do presidente dos Estados Unidos e o jornalista e ativista angolano Rafael Marques.

 

 

Haskell recordou que, tal como a Nigéria e a África do Sul, Angola faz parte do grupo de parceiros “especiais” dos Estados Unidos e que as relações que têm como base a preservação da paz na região as ligações comerciais e políticas têm de ser ampliadas ao nível da sociedade civil angolana.

 

 

“Espero forte cooperação entre os nossos dois países a nível governamental mas também com a sociedade civil e com uma imprensa livre. Aplaudimos os progressos alcançados por Angola mas urgimos que o governo se empenhe nos princípios democráticos, direitos humanos, liberdade de expressão e transparência para que sejam atingidos os desafios do presente”, disse Todd Haskell.

 

 

Para o subsecretário adjunto para os Assuntos Africanos do Departamento de Estado, a liberdade de imprensa é uma componente da democracia e nesse sentido afirmou que a administração norte-americana está preocupada.

 

 

“Temos informações de jornalistas foram intimidados ou presos por desempenharem a profissão”, sublinhou, pedindo diálogo em Angola sobre governança e assuntos políticos em qualquer fórum da sociedade.

 

 

“As redes sociais são uma plataforma importante e está a tornar-se relevante cada vez mais promovendo discussões e as recentes considerações do governo sobre a limitação de liberdade de expressão nas redes sociais são preocupantes para nós”, alertou.

 

 

Haskell recordou que o presidente José Eduardo dos Santos disse no aniversário das celebrações do dia da Independência (11 de novembro) que os princípios democráticos são o melhor caminho “em qualquer parte do mundo” e que a liberdade de associação é um ato de democracia.

 

 

“Nós não diríamos melhor e acreditamos que esses princípios sejam respeitados”, afirmou, frisando que os princípios democráticos devem ser promovidos.

 

 

“Há um papel para todos nós desempenharmos no sentido da paz e da prosperidade. O presidente Obama já disse que África está em movimento e Angola está em movimento também. Mudanças positivas verificaram-se nos últimos 40 anos e agora é tempo de nos concentrarmos naquilo que podemos fazer juntos e aproveitarmos as oportunidades na direção da promoção dos princípios democráticos”, concluiu.

 

 

 

Reuters/Lusa/AFP/19 de Fevereiro de 2016

 

 

 

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