O dia amanhecia quando a Polícia Federal chegou ao prédio onde mora o ex-presidente Lula em São Bernardo do Campo (SP), com um mandado de condução coercitiva, expedido pelo juiz Sérgio Moro. Esse mandado obriga o suspeito ou investigado a apresentar-se a uma autoridade policial.
No despacho, Moro disse que a medida era necessária para evitar tumultos políticos como o ocorrido no Fórum Criminal da Barra Funda, em fevereiro, quando várias pessoas ficaram feridas.
Lula deixou São Bernardo num carro da Polícia Federal sem logotipo e foi levado para o aeroporto de Congonhas. Assim que a notícia se espalhou, manifestantes começaram a reunir-se em frente ao apartamento de Lula e houve confrontos entre pessoas contra e a favor do ex-presidente.
Militantes do PT tomaram o saguão e a parte externa do aeroporto, e houve mais confusão com pessoas que comemoravam o avanço da Operação Lava Jato.
Cerca de 200 polícias e 30 fiscais da Receita Federal participaram na 24ª fase da Lava Jato. Batizada de “Aletheia”, que em grego quer dizer “verdade”, a operação investiga a relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares com empreiteiros envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras.
No total, o juiz Sérgio Moro expediu 33 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
O Ministério Público Federal diz que a empresa “LILS Palestras” recebeu R$ 10 milhões de doações de empresas e o Instituto Lula outros R$ 20 milhões. Os investigadores querem saber se o dinheiro foi desviado da Petrobras.
Houve busca e apreensão na casa do ex-presidente, no sítio em Atibaia, no tríplex em Guarujá (SP) e no Instituto Lula.
Paulo Okamoto, presidente do instituto, foi trazido de Atibaia para São Paulo para depor, também com um mandado de condução coercitiva.
“Foi tranquilo. Perguntaram como funciona o Instituto Lula, como é que funciona a empresa de palestra do Lula, como é que as pessoas são contactadas. Eu tive a oportunidade de esclarecer para a polícia. Eu já tinha esclarecido para a Receita Federal, já tinha esclarecido para o Ministério Público e faltava esclarecer para a polícia”, diz Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.
O Ministério Público Federal pediu também um mandado de condução coercitiva contra dona Marisa Letícia, esposa de Lula, mas o juiz Sérgio Moro indeferiu.
Depois do depoimento, o ex-presidente Lula deixou Congonhas por uma saída na parte de trás do aeroporto e foi para a sede nacional do PT, que estava cercada por militantes. Ali, Lula falou por 20 minutos sobre sua trajetória pessoal e a do PT e também rebateu acusações.
“Se a Polícia Federal e o Ministério Público, ou quem quer que seja encontrar um real de desvio na minha conduta, eu não mereço ser desse partido”, diz Lula.
No fim da tarde voltou para casa, em São Bernardo do Campo (SP), onde mais militantes esperavam o ex-presidente. Lula preferiu o contacto com as pessoas e desceu do carro para entrar no prédio a pé.
À noite, Lula deixou novamente o apartamento e seguiu para a quadra do Sindicato dos Bancários, no centro de São Paulo, onde centenas de militantes estavam concentrados. Discursou por mais de uma hora, emocionou-se e disse que não vai desanimar.
“Eu não sou vingativo, eu não carrego ódio na minha alma, mas eu quero dizer para vocês uma coisa: eu tenho consciência do que eu posso fazer por esse povo e tenho consciência do que eles querem comigo. Se vocês estão precisando de alguém para animar a nossa tropa, o animador está aqui”, afirmou Lula diante de militantes do PT.
Lula diz que “se sentiu prisioneiro” e que quem “não deve nem teme”
O ex-presidente do Brasil acredita que o mandado de “condução coercitiva” era desnecessário e que “não vai abaixar a cabeça” diante da “luta”.
O ex-presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, criticou o mandado de “condução coercitiva” que o levou a ser detido de manhã da passada sexta-feira no Aeroporto de Congonhas para depor, na sequência da 24º etapa da Operação Lava Jato. Em declaração aos militantes na sede do PT em São Paulo, Lula disse acreditar que a medida era desnecessária, pois já tinha colaborado em outras ocasiões com as autoridades brasieiras.
Já fui prestar vários depoimentos na Polícia Federal, no Ministério Público, e para vocês que não sabem, no dia 5 de janeiro estava de férias, suspendi as férias para ir à Brasília [para] prestar um depoimento a convite da Polícia Federal. Se o juiz [Sérgio] Moro ou o Ministério Público quisessem me ouvir, era só ter-me mandado um ofício e eu ia como sempre fui porque não devo e não temo”, explicou.
O ex-presidente do Brasil afirmou ainda que o mandado de condução coercitiva valeu mais pelo “show mediático do que pela “apuração séria” de qualquer facto. “Lamentavelmente, eu acho que estamos vivendo um processo em que a pirotecnia vale mais do que qualquer coisa. O que vale mais é o show mediático do que a apuração séria, responsável, que deve ser feita pela Justiça, pela polícia, pelo Ministério Público”.
Lula, no entanto, diz valorizar os trabalhos realizados pelas autoridades do país em todas as etapas da Operação Lava Jato. “Eu não só valorizo como valorizei muito quando era Presidente da República [as investigações de casos de corrupção e lavagem de dinheiro], porque nunca se investiu tanto nestas coisas como eu investi nas instituições”.
Depoimento à imprensa
Horas depois, ainda na sede do PT em São Paulo, Lula afirmou aos jornalistas, em conferência de imprensa, que se sentiu “um prisioneiro” durante a ação da Polícia Federal do país. O ex-presidente repetiu alguns dos principais pontos do seu discurso para os militantes: reafirmou que “não vai abaixar a cabeça” e que “a luta continua”. “O que eles [a Polícia Federal, o Ministério Público Federal] fizeram com esse ato de hoje é que, a partir da próxima semana, CUT [Central Única dos Trabalhadores], PT, [Movimento dos Trabalhadores Rurais] Sem-terras, PC do B, me convidem, que eu vou andar esse país”, disse.
Lula voltou a insistir na sua discordância com o mandado de condução coercitiva ao dizer que o comportamento dos investigadores é “muito grave”, porque sempre esteve disponível para cooperar com as autoridades. O ex-presidente acredita que “ser amigo de Lula é uma coisa criminosa hoje no Brasil” e que a elite “não se conforma” que ele tenha sido presidente do país. “Eu e meus companheiros me levaram a ser presidente desse país, e fui melhor que todos eles [os outros presidentes], que todos cientistas políticos, fazendeiros, advogados”, afirmou, citado pela Folha de São Paulo.
Para Lula, “há uma tentativa de criminalizar o PT” com o objetivo de “cercear a liberdade de Dilma Rousseff” para governar o Brasil. “Se tem alguém neste país que precisa de autonomia é a presidente da República. Ninguém quer que essa mulher governe este país. Desde 26 de outubro de 2014, eles não estão permitindo que a Dilma governe”, defendeu.
O ex-presidente foi detido esta manhã para depor, ao abrigo de um mandado de “condução coercitiva” [que é emitido quando a pessoas que está ser investigada é obrigada a depor] assinado pelo juiz federal Sérgio Moro. A polícia tinha ainda em sua posse um outro mandado de busca e apreensão para a sua casa, a sede do Instituto Lula e outros locais ligados ao petista. As autoridades investigam suspeitas de que ele tenha cometido crimes de corrupção e lavagem de dinheiro provenientes de desvios da Petrobrás.
Dilma diz-se “inconformada” com “desnecessária condução coercitiva” de Lula da Silva
A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, demonstrou o seu “mais absoluto inconformismo” com a “desnecessária condução coercitiva”, que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a prestar depoimentos na sequência da 24º etapa da Operação Lava Jato.
O respeito aos direitos individuais passa, nas investigações, pela adoção de medidas proporcionais que jamais impliquem em providências mais fortes, ou seja, mais gravosas do que aquelas necessárias para o esclarecimento dos factos”, afirmou num pronunciamento realizado à imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília.
Dilma também mostrou a sua “indignação” com a os termos da “hipotética delação premiada” do senador Delcídio do Amaral, medida utilizada pela Justiça brasileira para diminuir a pena de um réu em troca de informações privilegiadas que possam ajudar uma investigação, no caso referente à Operação Lava Jato.
De acordo com o depoimento de Delcídio, citado pela revista “IstoÉ”, a presidente do Brasil nomeou um ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) do país para beneficiar empresários denunciados na investigação.
Do ponto de vista institucional, não teria nenhuma razão a pedir com um senador para conversar com um juiz. Não é o senador que participa dos processos de nomeação dos ministros do STJ e nem do Supremo [Tribunal Federal]. É importante destacar que nomeei 16 ministros do STJ e 5 do Supremo. (…) É absolutamente subjetiva e insidiosa a fala do senador, se ela foi feita”, explicou.
Outra informação mencionada no depoimento de Delcídio segundo a revista “IstoÉ” foi a alegada interferência de Dilma Rousseff nos processos da Operação Lava Jato em reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, ocorrida no Porto no ano passado. “Em nota, o presidente da Suprema Corte desmentiu essa absurda versão. O objectivo dessa reunião foi a discussão de um projeto de lei que tratava do reajuste dos servidores do Poder Judiciário”, justificou.
Dilma ainda criticou a fuga de informações sobre o alegado depoimento de Delcídio e afirma que a ação foi realizada por “desejo de vingança”.
Acredito ser lamentável que ocorra ilegalmente o vazamento de uma hipotética delação premiada, que, se chegou a ser feita, teve como motivo único a tentativa de atingir a minha pessoa e o meu governo. Provavelmente pelo desejo de vingança, pelo imoral e mesquinho desejo de vingança e de retaliação de quem não defendeu quem não poderia ser defendido pelos actos que praticou”, assegurou.
É de salientar, no entanto, que a delação premiada de Delcídio não foi homologada pela Procuradoria-Geral da República, porque algumas informações prestadas ainda estão sob investigação. O depoimento do senador, réu da Operação Lava Jato, só terá validade caso seja homologado.
Lula da Silva e Dilma Rousseff alegadamente beneficiaram da corrupção na Petrobras, diz procurador
O procurador do Ministério Público Federal do Brasil, Carlos Fernando dos Santos Lima, disse que tanto o ex-presidente como a atual governante podem estar vinculados com o esquema da Lava Jato.
O procurador do Ministério Público Federal do Brasil Carlos Fernando dos Santos Lima disse que tanto o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a atual chefe de Estado, Dilma Rousseff, beneficiaram dos esquemas de corrupção na Petrobras.
Falando sobre as investigações contra Lula da Silva, detido hoje para depor, no âmbito da 24.ª fase da operação Lava Lato, que investiga um alegado esquema de corrupção que envolve empresas privadas e públicas, incluindo a Petrolífera Petrobras, o procurador citou vantagens supostamente obtidas pela Presidente em exercício.
“Como já foi dito pelo Procurador-Geral da República, este esquema de corrupção na Petrobras é um esquema de compra de apoio político partidário. É neste sentido que existe a vinculação da Presidente Dilma porque ela é a chefe de Estado”, disse.
Santos Lima fez questão de dizer, porém, que Dilma não é investigada na Operação Lava Jato.
“Não investigamos ninguém com foro privilegiado em Curitiba. Se aparecer qualquer indício da participação de algum envolvido que tenha foro privilegiado nós remeteremos a informação para Brasília”, declarou.
Mesmo que o seu nome não seja vinculado como participante ativa do escândalo, a credibilidade pessoal da Presidente brasileira deve ser abalada pelo caso porque Lula da Silva, que é seu padrinho político, passou a figurar entre os suspeitos de obter vantagens no esquema de corrupção da Petrobrás.
Petrobras sobe 18% em bolsa e real valoriza depois das buscas a casa de Lula
As ações da Petrobras abriram a subir 18% na bolsa de São Paulo, num dia que está a ser marcado pela divulgação de bons indicadores económicos e pelas buscas a casa do antigo Presidente brasileiro ‘Lula’ da Silva, que foi levado pelas autoridades para depor.
De acordo com a agência financeira Bloomberg, o Ibovespa abriu a subir mais de 6% e a moeda brasileira estava a valorizar-se quase 3% no dia que começou com as imagens da detenção do antigo Presidente da República ‘Lula’ da Silva.
Partidos da oposição brasileira reforçam pedido de renúncia de Dilma Rousseff do cargo de Presidente
Vários partidos da oposição brasileira voltaram a pedir a renúncia de Dilma Rousseff, na sequência da divulgação de uma denúncia que a compromete na Operação Lava Jato.
Vários partidos da oposição brasileira voltaram, esta quinta-feira, a pedir a renúncia de Dilma Rousseff do cargo de Presidente, na sequência da divulgação de uma delação que a compromete no âmbito do Operação Lava Jato.
O senador Delcídio do Amaral, do Partido dos Trabalhadores (PT), numa delação premiada [prestação de informações em troca de possível redução de pena] citada pela revista IstoÉ, disse que a chefe de Estado brasileira interferiu por três vezes na investigação ao caso Lava Jato com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e usou a sua influência para evitar a punição de empreiteiros.
O senador referiu ainda que Dilma lhe pediu para tentar garantir que os empresários Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, presos no âmbito da Operação Lava Jato, fossem libertados.
Nesta delação, o mesmo dirigente do PT também fez declarações que comprometem o ex-Presidente, Lula da Silva, dizendo que mandou comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, e de outras testemunhas e pediu-lhe para evitar a convocação de pessoas para depor.
Para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e para os Democratas (DEM), já não se pode negar que a Presidente e o seu antecessor sabiam do esquema de corrupção na Petrobras.
“Chega, Presidente Dilma. Não dá mais. A senhora tem de ir à população esclarecer os fatos e dar uma chance ao povo brasileiro de recuperar a sua esperança”, afirmou o deputado Betinho Gomes, em nome do PSDB, na tribuna do plenário.
O deputado pediu à Presidente para ter “humildade de dizer que não há condições de ficar à frente do país”. O deputado Pauderney Avelino, líder do DEM, considerou que a delação de Delcídio “coloca mais uma vez a crise e a Lava-Jato no colo da Presidente Dilma e abraça Lula definitivamente”.
“A cúpula do PT transformou-se numa organização criminosa contra o Brasil”, acusou, defendendo que “a Presidente tem que pedir a renúncia”.
Já o vice-líder do governo, deputado Silvio Costa, do Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB), defendeu a inocência de Dilma e pediu um tratamento igual da oposição relativamente às denúncias de recebimento de subornos envolvendo o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves.
O deputado Waldih Damous, uma espécie de assessor jurídico do PT, referiu que o senador Delcídio desmentiu a notícia de delação.
Dilma foi a casa de Lula oferecer solidariedade
O ex-Presidente pediu aos apoiantes para saírem em defesa do Partido dos Trabalhadores. “Se eles me querem vencer, têm que me enfrentar nas ruas deste país”, disse.
A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, foi neste sábado a casa de Lula da Silva para lhe prestar solidariedade, depois de o ex-chefe de Estado ter sido levado para prestar depoimento pela polícia federal, no âmbito da investigação à rede de corrupção na Petrobras.
Dilma esteve no apartamento de Lula em São Bernardo do Campo (estado de São Paulo) uma hora, durante a qual os dois surgiram numa varanda para acenar às cerca de 250 pessoas — segundo o jornal O Globo — que ali se juntaram em apoio do ex-Presidente. Na véspera, Rousseff tinha criticado a forma como Lula fora levado pela polícia, considerando que fora “desnecessário”, pois o líder histórico do Partido dos Trabalhadores (PT) já teria comparecido várias vezes de forma voluntária para prestar esclarecimentos.
Dilma Rousseff e Lula da Silva foram acusados por Delcídio Amaral — que era o representante do Governo no Senado e no Congresso e que fez um acordo com a polícia — de interferência na Lava Jato, a operação do Ministério Público e da Polícia Federal que expôs o esquema na petrolífera estatal. A Presidente denunciou a fuga de informação que fez chegar as declarações de Amaral à imprensa e disse que este agira por “vingança”.
Depois de Lula ter sido ouvido, o Ministério Público divulgou que Lula foi “um dos principais beneficiários” da corrupção na Petrobras. O ex-Presidente contra-atacou, pedindo aos seus apoiantes para saírem à rua em sua defesa e do PT. “Se eles querem vencer, têm que me enfrentar nas ruas deste país”, disse Lula, que na sexta-feira à noite saiu do apartamento em São Bernardo para falar com os apoiantes. “Eu sobrevivi à fome, e quem sobrevive à fome nunca é derrotado”, disse, citado pela AFP.
Já neste sábado, pelas nove horas, a polícia fechou uma das vias da avenida onde Lula mora, preparando o local para a manifestação de apoio. Foi pendurada uma faixa a dizer “Lula o mais honesto e honrado deste país” e os manifestantes cantaram “Lula, guerreiro do povo brasileiro” e “Lula meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”. Quando Dilma chegou, relata O Globo, gritaram ainda que não iriam permitir “o golpe”.
Empresa diz ter pago ilicitamente despesas da campanha da PR Dilma Rousseff
A multinacional brasileira Andrade Gutierrez disse ter pago ilicitamente despesas com fornecedores da campanha eleitoral da Presidente Dilma Rousseff, de acordo com um acórdão citado hoje pelo jornal Folha de São Paulo.
A revelação foi feita no acordo para a delação premiada de 11 executivos da empresa e o pagamento terá ocorrido através de um contrato fictício de prestação de serviços e a pedido direto de um dos coordenadores da campanha do Partido dos Trabalhadores (PT), a formação política de Dilma Rousseff.
O fornecedor conhecido até aqui, segundo pessoas que tiveram acesso aos detalhes do acordo e citadas pelo diário brasileiro, é a agência de comunicação Pepper, que trabalhou para Dilma em 2010.
Esta é a primeira citação direta de irregularidades apuradas no âmbito da Operação Lava Jato que envolve a campanha eleitoral da Presidente brasileira.
Para efeitos contabilísticos, a empresa terá feito um contrato fictício com a Pepper, sendo o valor envolvido de 5 milhões de reais (1,147 milhões de euros), avança o diário.
Nesse ano, a empresa fez três doações oficiais para o comité financeiro da campanha de Dilma Rousseff, entre agosto e outubro, que totalizam 5,1 milhões (1,170 milhões de euros).
Já a campanha da atual Presidente declarou gastos de 6,4 milhões de reais (1,468 milhões de euros) com a agência Pepper.
Tratando-se da campanha de 2010, segundo o jornal, se o crime for provado, não haverá implicações diretas na Justiça Eleitoral, como perda do mandato, porque o governo terminou funções em 2014.
Vários elementos da oposição têm reiterado pedidos de renúncia da Presidente e recentemente decidiram-se aliar-se a movimentos anti-Dilma nos protestos de rua agendados para dia 13 de março.
The Portugal Times com: Carla ModenaSão Paulo, SP/AFP/Lusa/TPT/Nelson Almeida/AFP/Milton Cappelletti/OBS/ Fernando Bizerra Jr./EPA/
6 de Março de 2016