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Associação ambientalista Zero contra obra em praia no concelho de Almada

 

A associação ecológica afirma, em comunicado, que na passada semana tiveram início, na Fonte da Telha, no concelho de Almada, obras de requalificação do acesso à praia que incluem o alcatroamento de um acesso em terra batida, localizado em duna primária, na envolvente da Área de Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica.

 

A Zero considera que as obras em curso “vão, não apenas impermeabilizar de forma dramática um troço considerável junto à linha de água e à arriba fóssil”, mas também “permitir aumentar o acesso e a implantação de mais atividades numa zona já sensível e vulnerável às alterações climáticas e à subida do nível do mar”.

 

 

A associação refere que o projeto “não se encontra previsto em nenhum plano conhecido”, sendo mesmo “contrário às diretrizes estabelecidas”, adiantando que o Programa de Orla Costeira (POC Alcobaça-Espichel) “é omisso em relação a qualquer intervenção nos acessos nesta localização, identificando toda esta zona como duna primária”.

 

“Já o Plano de Ação Litoral XXI, aprovado e publicado em outubro de 2017, indica várias diretrizes para esta localização, nomeadamente ‘mitigar o risco repondo o sistema natural de dunas primárias e secundárias(…)’, a par com medidas de ‘demolição e remoção de estruturas localizadas em Faixas de Salvaguarda (…) incluindo implementação de ações de retirada planeada(…)’”, salvaguarda a Zero.

 

 

Para a Associação Sistema Terrestre Sustentável, “não é de todo compreensível que o Governo, através da Agência Portuguesa do Ambiente, tenha aprovado a obra em curso, uma vez que a mesma é contrária a todas as diretrizes emanadas, podendo mesmo ter efeitos negativos, contrários ao planeamento efetuado, ao incentivar o aumento da carga numa zona sensível”.

 

A Zero entende que se está perante um “precedente grave”, uma vez que “abre a possibilidade a intervenções análogas ao longo das zonas costeiras, aumentando a vulnerabilidade do litoral português.”.

 

 

Pretende-se questionar a Agência Portuguesa do Ambiente sobre as “fundamentações para a tomada desta decisão, que publicamente veio assumir a sua decisão, mencionando também que o pavimento era semipermeável”.

 

 

“Tal é na mesma inadmissível para a Zero, dado que o alcatroamento da via contribui claramente para uma degradação paisagística da zona, o que é verdadeiramente inconcebível”, frisa a associação ecológica.

 

 

A Zero cita o relatório do Grupo de Trabalho do Litoral para referir que cerca de 60% da costa do território continental “apresenta uma elevada vulnerabilidade a fenómenos climáticos extremos, nomeadamente inundações e galgamentos, que se têm verificado com maior frequência nas últimas duas décadas”.

 

 

 

 

Obra na Costa Nova, em Ílhavo, vai disciplinar acesso às dunas e estacionamento

 

 

 

A Câmara de Ílhavo vai gastar 700 mil euros para disciplinar o acesso pedonal ao areal da Costa Nova e o estacionamento na zona, bem como criar passeios e vias cicláveis, anunciou hoje a autarquia.

 

De acordo com a nota de imprensa alusiva à reunião do executivo daquela câmara do distrito de Aveiro, foi aprovada a abertura de concurso público para a requalificação da Avenida Nossa Senhora da Saúde (que dá acesso às praias marítimas da Costa Nova), num valor estimado em cerca de 700.000 euros.

 

 

“A Câmara Municipal entende que se torna urgente e imprescindível a intervenção nesta avenida, pela intenção de disciplinar o trânsito automóvel, motorizado, ciclável e mesmo o pedonal, dando uma melhor habitabilidade a esta zona, transformando-a num melhor e mais saudável espaço público”, refere o texto.

 

 

Com início a norte, na Avenida José Estêvão, até ao cruzamento com a Rua das Campanhas, junto à EB da Costa Nova, a empreitada consiste na construção de passeios, ordenamento do estacionamento, pista ciclável e pavimentação.

 

 

Vai contemplar ainda o passeio sul da Rua dos Banhos, a Rua Eça de Queiroz e a Praceta Nossa Senhora da Saúde, numa extensão aproximada de 1.350 metros.

 

Todas as ligações à praia, bem como aos espaços naturais de dunas, são feitas por esta via, “sofrendo na época balnear uma enorme pressão devido ao grande fluxo de veraneantes, o que torna esta via num espaço de certa maneira desordenado, com prejuízo para os percursos pedestres e clicáveis, sendo, por isso, necessário disciplinar todo este fluxo de pessoas”, reconhece a Câmara.

 

 

A requalificação daquela avenida tem como objetivos “promover a ligação pedonal e clarificar o corredor ciclável entre os vários quarteirões, reordenar o estacionamento e combater o estacionamento em zonas não permitidas, e evitar a “invasão abusiva” das dunas.

 

No que respeita aos peões, além da construção de passeios na avenida, vão ser delimitados os percursos de acesso à praia, com guardas em madeira entre a duna e os passeios e estabelecendo a ligação com passadiços.

 

 

O arruamento propriamente dito vai ser perfilado por forma a ser garantida uma via de circulação automóvel no sentido norte-sul, uma ciclovia dedicada com dois sentidos, e o estacionamento automóvel ao longo da via, paralelamente ou em espinha.

 

 

“Esta obra irá permitir que no início do verão de 2021 todos os que se desloquem à praia possam usufruir desta reabilitação urbana com melhor acessibilidade, mobilidade e segurança”, perspetiva a autarquia.

 

 

 

TPT com: AFP//MadreMedia//António Cotrim/Paulo Novais/Lusa// 14 de Junho de 2020

 

 

 

 

 

Uma a uma, saiba quanto custam as 60 medidas do Programa de Estabilização em Portugal

 

O Governo vai gastar 713 milhões de euros no regime que vai substituir o lay-off e 400 milhões na universalização da Escola Digital.

 

 

O primeiro-ministro já tinha revelado, na sexta-feira, alguns números do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), que vai servir de base ao Orçamento do Estado Suplementar que foi aprovado terça-feira(ontem) em conselho de ministros.

 

 

Por exemplo, António Costa já tinha anunciado que o prolongamento do ‘lay-off’ simplificado e os apoios que o irão substituir vão custar 2,5 mil milhões de euros. Em entrevista ao ECO, o ministro da Economia também já tinha quantificado em 5 mil milhões de euros o impacto do PEES na despesa do Estado.

 

 

Entretanto, o Governo publicou, este sábado, em Diário da República, um despacho que aprova o PEES e elenca todas as medidas dos quatro pilares que fazem parte do PESS: social, emprego, empresas e institucional. O Governo explica, para cada medida, o custo que terá para os cofres do Estado e a forma como cada uma será financiada.

 

 

A única exceção é a nova taxa de solidariedade que vai ser paga pela banca e que representa, naturalmente, não uma despesa, mas uma receita de 33 milhões de euros. O ECO faz o levantamento apenas das medidas em que o Governo detalha os custos.

 

 

 

Medidas sociais

 

 

 

Reforço do Serviço Nacional de Saúde

 

 

 

Recuperação da atividade assistencial no SNS

Destinatários: Profissionais de saúde
Montante: 33,7 M (7.7M€ para a recuperação de toda a atividade de primeira consulta perdida e 26M€ para recuperação de 25% da atividade cirúrgica de doentes em LIC acima do TMRG).
Financiamento: OE

 

Reforço da resposta de medicina intensiva

Montante: 26 M€
Financiamento: OE

Reforço da resposta da rede laboratorial

Montante: 8,4 M€
Financiamento: OE

 

 

 

 

Valorização dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde

 

 

 

Montante: 29 M€
Financiamento: OE

Valorização da saúde pública
Montante: 700 mil euros
Financiamento: OE

 

Redes de sistemas de informação em saúde

Destinatários: SNS
Montante: Até 6,8 M€
Financiamento: OE

 

 

 

 

Educação

 

 

 

 

Universalização da Escola Digital

Destinatários: Alunos e docentes
Montante: 400 M€
Financiamento: Fundos comunitários

 

 

 

Combate à pobreza

 

 

 

Alteração do período de referência no RSI

Destinatários: Beneficiários do RSI
Montante: 14 M€
Financiamento: OE

Subsídio Social de Desemprego (Prorrogação automática das prestações do subsídio social de desemprego até ao fim de 2020)

Destinatários: Beneficiários do SSD
Montante: 12 M€ por mês, 72 ME em 2020
Financiamento: OE

Programa Alimentar

Montante: 20 M€
Financiamento: 18 M€ POAPMC + 2 M€ OE

Reforço das respostas sociais

Destinatários: Instituições da Economia Social
Montante: +12M€ (2º semestre)
Fonte de financiamento: OE 2020 e Jogos Sociais

 

 

 

Programa Nacional Radar Social

 

 

 

Destinatários: Pessoas vulneráveis, nomeadamente pessoas idosas, vítimas de violência doméstica, pessoas com deficiência e crianças e jovens em risco
Montante: 21 M€/ano (inclui 18 M€ FF: +CO3SO Empreendedorismo Social)
Financiamento: OE e Fundos Comunitários

Adaptar Social +

Valor: 10 M€ FF: Receitas Próprias Jogos Sociais

 

 

 

Apoio à juventude e à infância

 

 

 

Reforço do abono de família

Destinatários: Beneficiários do abono de família
Montante: 32 M€
Financiamento: OE

 

Reconversão de Alojamento Local

Montante: 4,5 M€/ano (+ benefício fiscal de 12,9 M€/ano)
Financiamento: OE

 

 

 

Habitação

 

 

 

Proteção do arrendamento habitacional

Montante: 4 M€ em empréstimos concedidos | 1,5 M€ convertidos em subsídios não reembolsáveis
Financiamento: OE

Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Housing First

Montante: 7,5 M€
Financiamento: OE

 

Parque habitacional público de habitação a custos acessíveis

Montante: 48 M€ (2020)
Financiamento: OE

 

 

 

Medida para o emprego

 

 

 

ATIVAR.PT Apoios ao emprego, em especial para novos desempregados

Destinatários: desempregados, com especial enfoque em novos desempregados e jovens
Meta: abranger 50.000 novos desempregados e manter taxa de cobertura das medidas de política ativa próxima dos 20% entre 2020 e 2021
Montante: reforço orçamental de 106 milhões de euros IEFP, I. P.
Financiamento: FSE

Majoração de apoio para investimentos de emigrantes e lusodescendentes

Beneficiários: PME e entidades da economia social
Montante: 70 M€
Financiamento: FSE

 

 

ATIVAR.PT Formação Profissional

 

Destinatários: desempregados, com especial enfoque em novos desempregados e jovens
Meta: abranger pelo menos 40.000 novos desempregados e manter taxa de cobertura das medidas de política ativa próxima dos 20% entre 2020 e 2021
Montante: reforço orçamental de 35 milhões de euros IEFP, I. P.
Financiamento: FSE

Formações iniciais curtas no ensino superior politécnico

Destinatários: 10.000 novos estudantes do ensino superior
Montante: 5 M€ (2020) 10 M€ (2021)
Financiamento: UE (2020) UE+OE (2021)

Estímulo à inserção de adultos ativos no ensino superior (maiores 23 anos)

Destinatários: 10.000 novos estudantes do ensino superior
Montante: 5 M€ (2020) 10 M€ (2021)
Financiamento: UE (2020) UE+OE (2021)

 

Pós-graduações com empregadores, instituições científicas e centros de inovação

Destinatários: 10.000 novos estudantes do ensino superior
Montante: 15 M€ (2020) 25 M€ (2021)
Financiamento: UE (2020) UE+OE (2021)

 

Apoios à Contratação de Recursos Humanos Altamente Qualificados – RHAQ (licenciados, mestres, doutores)

Destinatários: Empresas e entidades do sistema científico e tecnológico
Montante: 18,1 M€
Financiamento: FSE
Responsáveis: MCT

 

 

Apoios ao emprego na retoma

 

 

Apoio à retoma progressiva. A medida que vem substituir o lay-off simplificado


Destinatários: Empresas que tenham beneficiado do regime de lay-off simplificado e mantenham quebras de faturação iguais ou superiores a 40%
Montante: 713 M€
Financiamento: OE + SURE

Incentivo financeiro extraordinário à normalização da atividade empresarial


Destinatários: empresas que tenham beneficiado do regime de lay-off simplificado ou do plano extraordinário de formação (PEF) desde que não tenham acedido ao mecanismo de apoio à retoma progressiva.

  • Apoio one-off 
  • Montante: 169 M€
    Financiamento: OE + SURE

 

  • Apoio ao longo de 6 meses
  • Montante: 434_ M€
    Financiamento: OE + SURE

 

 

 

Proteção de rendimentos

 

 

 

Complemento de Estabilização

Destinatários: trabalhadores com salário base superior a 1 SMN e inferior ou igual a 2 SMN que estiveram em lay-off.
Montante: 70 ME
Financiamento: OE (financiado pelo SURE)

 

Proteção de trabalhadores independentes e informais

Montante 38 M€
Financiamento: OE

 

 

Cultura

 

 

Programação Cultural em Rede

Montante: 30 M€
Financiamento: FEDER

Linha de apoio à adaptação dos espaços às medidas decorrentes do COVID-19


Valor da medida de apoio: 750 mil euros.

Linha de apoio a equipamentos culturais independentes

Valor da medida de apoio: 3 milhões de euros

Linha de apoio social aos artistas, autores, técnicos e outros profissionais das artes

Destinatários: Universo potencial de profissionais abrangidos pela medida 18000.
Montante 34.3 M€

 

 

 

Turismo

 

 

 

Turismo: IVA dos congressos

Montante: Até 6 M€
Financiamento: Turismo de Portugal, I. P.

 

Plano de Retoma da Operação Aérea do Turismo de Portugal

Destinatários: Empresas da cadeia de produção e distribuição turística no(s) mercado(s) em que atua
Montante: Reforço em 20 M€
Financiamento: Turismo de Portugal, I. P., fundos europeus

Apoio à Organização de Eventos

Destinatários: Empresas de Organização de Eventos
Montante: 20 M€
Financiamento: Turismo de Portugal, I. P., fundos europeus

 

Apoio a Microempresas da área do Turismo

Destinatários: Microempresas do Turismo
Montante: Reforço em 40 M€
Financiamento: Turismo de Portugal, I. P., fundos europeus

 

 

Cadastro

 

 

Informação cadastral simplificada

Destinatários: Municípios
Montante: 20 M€ (10 M€ na região Centro e 10 M€ na região Norte)
Financiamento: FSE

 

 

 

Obras de proximidade e outras

 

 

Remoção de amianto nas escolas

Destinatários: Municípios, para intervencionar escolas da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário
Montante: 60 M€
Financiamento: FEDER

 

Programa de apoio a edifícios mais sustentáveis

Montante: 40 M€ (2020-21)
Financiamento: Reforço do Fundo Ambiental

 

Pequenas obras pela AdP – Águas de Portugal
Montante: 140 M€ (2020-21)

Obras de manutenção pela IP
Montante: 81 M€ + 98 M€

 

 

 

Equipamentos sociais

 

 

 

Conservação e reabilitação do parque habitacional do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, I.P.

Destinatários: 4 mil fogos + conservação do restante parque habitacional
Montante: 7 M€ (2020), de um investimento de 43 M€
Financiamento: OE

PARES 3.0 – Alargamento da rede de Equipamentos Sociais

Montante: 110 M€
Financiamento: Jogos sociais


Acessibilidades para pessoas com deficiência

Destinatários:
Montante: 58 M€
Financiamento: OE+UE

 

 

Teletrabalho

 

 

 

Aumentar o número de trabalhadores da Administração Pública em teletrabalho

Destinatários: Trabalhadores da Administração Pública
Montante: 4,4M€
Fonte de financiamento: Orçamento do Estado

 

Trabalhar no Interior

Destinatários: Trabalhadores e suas famílias que queiram deslocar-se do litoral para trabalhar no interior
Montante: 3M€
Financiamento: FSE

 

Apoio à contratação em regime de teletrabalho

Valor FSE: 20 M€

 

Apoio à criação de espaços de coworking/teletrabalho, no interior, com o envolvimento dos municípios ou infraestruturas tecnológicas

Valor FEDER: 20 M€
Beneficiários: municípios e infraestruturas tecnológicas de territórios do interior

 

 

 

Medidas para as empresas

 

 

 

Linhas de crédito

Lançamento de linhas de crédito com garantia pública com dotação global até 1000M€, destinadas a financiamentos até € 50 000 de micro e pequenas empresas de todos os setores de atividade;
Destinatários: PMEs e MidCaps
Montante: 6.800 M€ de garantia para FCGM

Seguros de crédito

Destinatários: todas as empresas
Montante: 2000M€ de garantias para cobertura pública

Sale and Lease Back

Montante: 60M€

Adicional contribuição de solidariedade sobre o setor bancário

Montante: receita 33M€

 

Cadeias curtas de distribuição

 

 

Reforço da capacidade de produção local de equipamentos inovadores e estratégicos

Destinatários: Empresas
Montante: 30 M€ (2020) / 50 M€ (2021)
Financiamento: PT2020 (2020) / OE+PT2020 (2021)

 

 

Promoção de novas áreas de negócio

 

 

 

Inovação COVID / I&D COVID

Destinatários: Empresas / Unidades de I&D
Montante: 220 M€
Financiamento: FEDER

 

 

Aceleração de PME

 

 

 

«PMECrescer+»: Programa de aceleração de PME

Destinatários: PME
Montante:20 M€
Financiamento: FEDER

 

ADAPTAR 2.0: Adaptação e modernização de estabelecimentos comerciais

Destinatários: microempresas dos setores secundário e terciário
Montante: 50/50M€ (2020-21)
Financiamento: Fundos comunitários

 

Comércio Digital

Destinatários: PME do Comércio
Montante: 40M€
Número de Empresas Abrangidas: aproximadamente 10 000 empresas e 25 projetos conjuntos, com possibilidade de alargamento
Financiamento: Fundos comunitários

 

Mobilização do Fundo de Modernização do Comércio

Destinatários: micro e pequenas empresas dos setores do comércio e serviços
Montante: 47M€ (2020/2021)
Financiamento: Fundo de Modernização do Comércio
Responsáveis: MEETD

 

Promoção da Economia Azul

Destinatários: Jovens licenciados, mestres ou doutorados; Empreendedores de base tecnológica e científica; Pescadores
Montante: Voucher Emprego Azul 2M€; Voucher Inovação Azul 1,7M€; 250 mil euros
Financiamento: Fundo Azul; PO-MAR2020

 

Apoio ao investimento no sector agroalimentar agrícola agrícolas

Destinatários: Jovens agricultores; Agricultores de produção biológica, agrupamentos e organizações de produtores
Montante: (2M€ + 3M€; 0,5M€); Linha de crédito BEI
Financiamento: PDR2020 e BEI
Responsáveis: MA

 

 

 

Medidas institucionais

 

 

 

Finanças Regionais e Locais

Destinatários: RAs
Montante: 948 M€
Financiamento: Emissão de Dívida pelas Ras

 

 

 

 

Um “ano difícil” mas com a recuperação à espreita. Os números do Orçamento Suplementar que o Governo aprovou

 

 

 

 

Na despedida como ministro das Finanças, Mário Centeno dividiu o palco com o seu sucessor. Crise brutal mas efémera é a previsão do Governo, que apresentou esta terça-feira o orçamento de resposta à pandemia.

 

Para que não houvesse dúvidas, Mário Centeno disse-o com todas as letras: “Vai ser um ano difícil para a economia e para as finanças públicas”. Mas há, também, o lado meio cheio do copo. É que, garantiu o ministro das Finanças demissionário, naquela que deverá a sua última intervenção pública no cargo, “a recuperação já se começa a visualizar”. Para não fugir à regra dos últimos cinco anos, foi uma conferência de imprensa com muitos números, aquela a que Centeno presidiu esta terça-feira, no Ministério das Finanças, a menos de uma semana da sua saída do cargo.

 

 

Primeiro, esses números: do desemprego ao volume de pagamentos por meio automático, das exportações ao investimento, da receita à despesa pública para responder à crise sanitária. Muitos contas de subtrair nas verbas que entram nos cofres do Estado, muitas operações de soma do lado dos gastos com prestações sociais e injeção de dinheiro na economia para suavizar, tanto quanto possível, o impacto da crise económica que se seguiu à pandemia.

 

 

Com o seu sucessor ao lado, Mário Centeno acabou por dividir o palco com o ainda secretário de Estado do Orçamento. Centeno falou da quebra abrupta nos pagamentos por multibanco: no início da crise, na semana 23 março, houve uma “redução drástitca, quase imediata, do que era o e valor de volume de transações por pagamentos por meio automagico”, uma redução que chegou aos 48% face à semana imediatamente anterior. O ainda ministro falou, também, na “forte redução das exportações”, mais forte, aliás, do que a média da zona euro – uma realidade que se explica com a “grande abertura” da economia nacional ao exterior, em boa parte no que diz respeito ao setor to turismo. Em contraponto, a quebra no investimento foi, até agora, inferior ao que estava estimado para a zona euro e para o conjunto da União Europeia.

 

O desemprego é outro indicador do forte e imediato impacto que a crise teve no país. Em março, o número de desempregados subiu na ordem dos 2300 novos inscritos nos centros de emprego; e, em abril, o valor ainda passou para mais 3031 novos inscritos face à realidade pré-pandemia. Em maio, e também em junho, o nível de novos registos foram “inferiores ao do mês de março”, o que é um sinal do abrandamento da curva ascendente e de estabilização da subida do desemprego. Será “uma crise muito severa, mas temporária”, e “o grau de temporalidade depende de sucesso das estratégias de saída” da crise, considera Mário Centeno.

 

Depois, o ministro demissionário passou o palco ao ministro que lhe sucede. Nesta “crise sem precedentes”, e falando sobre o quadro orçamental que se adivinha, João Leão confirmou a previsão de que a economia portuguesa vai contrair 6,9% este ano. Prevê-se uma redução de 4500 milhões de euros nas receitas do Estado, sobretudo a partir do início do segundo trimestre, depois de Portugal ter registado o primeiro caso de contágio com Covid-19. E prevê-se, também – como o Programa de Estabilização Económica e Social já avançara – um aumento da despesa de mais 4300 milhões de euros face ao previsto no Orçamento do Estado para 2020. Essa verba divide-se entre as medidas de apoio ao emprego (600 milhões), medidas dirigidas às políticas ativas de emprego (300 milhões), o financiamento às empresas através de empréstimos com garantias do Estado (com um peso de 6600 milhões de euros), entre outras.

 

Consequência: um brutal aumento da dívida pública de 16,7%, só este ano, passando dos 117,7% de 2019 para uns históricos 134,4% no final de 2020. “Este aumento”, explicou João Leão, “é maioritariamente justificado pela queda do PIB”. Na linha daquilo que já tinha Mário Centeno, a expectativa do Governo é a de que o impacto (forte) da crise seja também efémero e que a “dinâmica” pós-pandemia permita reverter o quadro negro de 2020 “nos próximos anos”.

 

A proposta de Orçamento Suplementar que António Costa gostava de ver ser aprovada por unanimidade seguiu já esta tarde para a Assembleia da República. A votação final global do documento que suporta a resposta do país à crise económica e social provocada pela pandemia do novo coronavírus deverá acontecer a 3 de julho e terá, à partida, aprovação garantida.

 

 

TPT com: AR//ECO//Tiago Petinga/Lusa// 9 de Junho de 2020

 

 

 

 

 

 

 

A forma como António Costa geriu o dossiê do “coordenador económico” criou mal-estar no Executivo e também no PS

 

 

O perfil do gestor António Costa Silva para coordenar os trabalhos preparatórios de um plano de retoma económica a dez anos para o país não oferece dúvidas entre socialistas. Há até muitos elogios e quem diga que este é um bom sinal de que o primeiro-ministro tem capacidade para chamar destacadas personalidades da sociedade civil para o combate à crise provocada pela pandemia da covid-19.

 

 

Problema? A gestão do processo e a forma como foi assumido publicamente ao fim de quase um mês e meio de trabalho. Além do facto de, passado todo este tempo, o ministro de Estado e das Finanças, Mário Centeno, nem sequer ter conversado com o gestor. Foi isso que criou mal-estar evidente entre alguns ministros e também entre vários sectores do PS. Vários socialistas ficaram mesmo perplexos ou irritados.

 

 

No Governo a ordem é de silêncio, mas o ministro das Finanças quis desvalorizar o papel do gestor ligado à Partex e sinalizou (sem o dizer) o incómodo, numa  entrevista à Antena 1. Tal como, aliás, Pedro Siza Vieira teve necessidade de afirmar, em entrevista à Visão, que aceitou o convite para integrar o Governo como ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital com o pressuposto de coordenação a política económica do Governo.

 

 

 

«Escandaloso», diz Assis

 

 

 

No partido, Francisco Assis, ex-eurodeputado e antigo líder parlamentar do PS, é dos poucos destacados militantes do partido que aceitou, ao SOL, comentar abertamente o assunto. E fá-lo de forma muito crítica.

 

 

«Em primeiro lugar tenho uma profunda antipatia pela forma como isto tudo foi apresentado no sábado passado. Acho que não é maneira de apresentar isto, sobretudo a ideia de que ia ser um ‘para-ministro’, sobrepor-se aos ministros.. acho que até vexatório para os membros do Governo, prejudica as próprias instituições políticas. Acho que foi apresentado de uma forma negativa», afirma Assis ao SOL.

 

 

O ex-dirigente referia-se à notícia do Expresso que descrevia Costa Silva como um ‘paraministro’ que iria negociar com todos os ministros e falar até com partidos e com parceiros sociais com o beneplácito de António Costa. A ideia gerou resistência imediata no Bloco de Esquerda e do CDS, mas alastrou-se a toda a oposição rapidamente. E a ausência de uma explicação imediata pública do lado do primeiro-ministro ou do Governo aumentou a perplexidade no PS. Mais: quem clarificou quais seriam as funções de Costa Silva foi o antigo líder do PSD, Marques Mendes, no seu comentário dominical na SIC, garantindo ter apurado «junto do Governo» que Costa Silva iria ser formalmente nomeado como uma espécie de conselheiro especial, ou chefe de missão, pro bono. E foi. Nas redes sociais verificou-se o desconforto ou até algum descontentamento pela gestão deste caso. «Acho lamentável que Marques Mendes se assuma como porta-voz do Governo para a questão do Conselheiro do Governo António Costa Silva. Referiu mesmo que o tinham autorizado a dizer o que disse. Se é verdade é mau. Se é mentira deve ser desmentido»,  escreveu Alexandre Rosa, antigo  Secretário de Estado da Administração Pública e da Modernização Administrativa.

 

 

Já Francisco Assis  considera que «há aqui uma espécie de providencialismo, projetar isto tudo numa pessoa». Em seu entender «era preciso criar um outro modelo que garantisse a participação das várias forças políticas e dos vários segmentos sociais, empresários, sindicatos num processo que tem de ser obviamente liderado pelo Governo. O Governo tem de assumir essa responsabilidade. Não o pode entregar a ninguém», defendeu o ex-eurodeputado. Para o efeito, Assis sugeriu um grupo multidisciplinar e/ou um mecanismo de auscultação permanente «dos partidos, dos sindicatos, das universidades», entre outras entidades. «A prioridade é discutirmos abertamente, criarmos um fórum de discussão, envolvermos quem representa a sociedade», concluiu.

 

 

 

 

Centeno relativiza Costa Silva

 

 

 

Mas há outro problema. O ministro de Estado e das Finanças, Mário Centeno, assumiu ontem à Antena 1 que não falou com Costa Silva, mas também não está muito preocupado com esse facto. «Não  falei nunca com António Costa Silva na minha vida», declarou Centeno, que procurou desvalorizar a situação, porque  «o Governo tomou posse há muito pouco tempo, todos estamos muito focados, o programa de recuperação permite colmatar brechas provocadas por esta crise». Porém, esvaziou expectativas sobre o alcance do trabalho do gestor António Costa Silva: «Não tenhamos a ideia de com esta recuperação vamos criar uma economia nova, nem um mundo novo, nem um homem novo, isso não existe». E deu espaço para assinalar o incómodo no Executivo pela forma como Costa Silva apareceu como conselheiro especial  para reavaliar e fazer reorientações estratégicas em alguns setores.

 

 

Para Assis esta situação é incompreensível. «Como é possível alguém ter uma responsabilidades destas, estar a trabalhar há quase dois meses na elaboração de um documento e ainda não ter falado com o ministro das Finanças? Parece-me verdadeiramente escandaloso. Isto releva que isto é uma coisa que não é uma coisa para levar exageradamente a sério».

 

 

Assis defende que não está em causa o percurso de Costa Silva, uma figura que considera interessante e que até poderia ter um papel de destaque no grupo multidisciplinar que defende para pensar o relançamento da económico.

 

 

« Estou certo que [António Costa Silva] está a colaborar com a melhor das intenções. [ Mas]  julgo que era difícil fazer pior [neste processo]», concluiu o ex-dirigente socialista.

 

 

Também a ex-eurodeputada Ana Gomes disse ao SOL que é «absolutamente essencial uma conversa com o Ministério das Finanças.  Acho que bem que haja». E  a declaração de Centeno a deixou -apreocupada. Questionada sobre o facto desta posição do ministro das Finanças resultar também da circunstância de poder estar de saída do Executivo, Ana Gomes foi pronta na resposta: «Não tenho dúvidas nenhuma que ele está de saída. Não quer dizer que essa conversa não se justifique mesmo que o ministro esteja de saída».

 

 

Para a ex-eurodeputada «o modus faciendi  [deste caso] poderia ter sido melhor, mas não me parece que isso comprometa o objetivo do exercício», acrescentando que Costa Silva é uma pessoa competente, não tendo nada contra a sua escolha. Bem pelo contrário.

 

 

Já Eugénio Rosa, economista (ligado à CGTP), disse ao SOL que « um trabalho desta natureza deveria ser um trabalho multidisciplinar. Sendo tudo focado nele, nem sabemos quem é que trabalha com ele. Olhando só para aquilo que vem na comunicação social, não há ninguém sozinho que tenha capacidade para fazer um plano de desenvolvimento».

 

 

Por seu turno, José Abraão, da FESAP, afeta à UGT, e membro da comissão política do PS, garante que o seu sindicato falará com todos os que queiram dar um contributo. E aproveita para lembrar que só irá reunir com o Governo no dia 8, após uma ausência de diálogo de três meses.

 

 

 

A gestão no Governo

 

 

 

No Governo, Costa informou os ministros de que Costa Silva iria reunir com cada um (ou pelo menos dez) para elaborar o plano, tendo também informado o Presidente Marcelo. Que foi cauteloso, limitando-se a referir que  o chefe de Governo  lhe garantira que não era uma remodelação.

 

 

Costa Silva já reuniu com vários ministros, o que lhe permitiu  aplacar o incómodo inicial gerado sobre o destino das reformas que já estão em curso e preparadas pelo Executivo.

 

 

O despacho de nomeação, recorde-se, foi assinado também pelo ministro de Estado e da Economia, Siza Vieira , e por Nelson de Souza, do Planeamento, no passado dia 2 de junho. Mas o gestor começou a trabalhar no plano logo a partir de 25 de abril.

 

 

Esta semana, no rescaldo do despacho de nomeação, Siza Vieira deu uma entrevista à Visão onde elogiou o papel de Costa Silva (com quem já reuniu), destacou a importância dos contributos de uma figura como o ainda presidente da Partex, mas lembrou: «Quem fala pelo Governo são os membros do Governo. Quem tem a legitimidade e o poder de definir essas políticas e aplicar esses recursos é o Governo». Clarificação feita pelo número dois do Executivo que ganhou espaço ao ministro das Finanças no Governo pós-legislativas de 2019 e será  o homem de confiança de António Costa para gerir o Governo quando o primeiro-ministro tiver de se concentrar na presidência da União Europeia em 2021.

 

 

 

Remodelação?

 

 

 

Este caso surge numa semana decisiva, em que o Governo irá entregar a proposta de Orçamento Suplementar no Parlamento e Mário Centeno dirá no Eurogrupo se é ,ou não, recandidato à presidência. Ontem, na Antena 1, não abriu o jogo, mas em Bruxelas já é um dado adquirido de que está de saída. No Executivo e no PS também se dá como certa a sua saída a partir de julho.  Mas o governante só quis ontem dizer que irá trabalhar no fim de semana na proposta de Orçamento Suplementar, sem dar garantias de quem irá fazer a próxima proposta de Orçamento do Estado.  Entre os socialistas já se fazem apostas sobre a sucessão. E ,se a opção do primeiro-ministro for por uma solução interna, João Leão, secretário de Estado do Orçamento, pode ser uma hipótese.

 

 

Ricardo Mourinho Félix, da equipa de Centeno, seria o nome mais natural, mas o SOL sabe que não está na lista de preferências do primeiro-ministro. Costa, aliás, foi evasivo sobre o futuro do seu ministro das Finanças na entrevista desta semana à TVI. «Todos nós estamos a prazo na vida a partir do momento em que nascemos», declarou o primeiro-ministro, assegurando que se houver uma remodelação (mesmo que seja mínima), esta não será um segredo. Já Centeno considerou ontem à Antena 1 que «não há saídas inglórias. Nós não somos ministros, estamos ministros. Acha que ia acabar a minha vida como ministro? Nenhum português quereria isto», atirou o governante.

 

 

 

TPT com: Antena1//Cristina Rita/Sol// Expresso// 6 de Junho de 2020

 

 

 

 

 

 

Curso de Atualização para Professores de Português como Língua Estrangeira passa a ser feito de modo à distância

 

Numa parceria entre a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, irá decorrer, de 13 a 24 de julho, a primeira edição do Curso a distância de Atualização para Professores de Português como Língua Estrangeira (CAPPLE).

 

 

Este curso tinha lugar desde 2007, realizado pela FLUP em formato presencial, mas “respondendo aos constrangimentos que ainda se colocam à circulação de pessoas, a decisão do Camões, I.P. e da FLUP de cooperarem no desenvolvimento de uma edição online deste curso” diz uma nota do Instituto Camões. “Prende-se também com o objetivo de passar, complementarmente, a dispor de uma formação a que, deste modo, poderão aceder docentes em contextos mais longínquos e com menor oportunidade de se deslocarem a Portugal para a formação presencial”.

 

“Num momento em que o ensino da língua portuguesa se alarga a um número crescente de países, colocar à disposição dos docentes, da rede EPE e das redes locais nesses contextos, um curso que incide na atualização das suas competências científicas, pedagógicas e didáticas é também uma forma de impulsionar esse crescimento e apoiar um ensino de qualidade da língua portuguesa” diz o comunicado do Instituto Camões.

 

 

O curso mantém o caráter intensivo – agora com uma componente síncrona e uma outra assíncrona -, e tem um registo de acreditação do Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua (CCPFC), “relevando, por tal, para a progressão na carreira de Professores em grupos de docência associados à língua portuguesa, e conferir 3 ECTS no Sistema Europeu de Acumulação e Transferência de Créditos”.

 

As candidaturas estão abertas entre 16 e 30 de junho, constituindo público-alvo do Curso Professores de Português como língua estrangeira (PLE) ou Professores de Português como língua materna que desejem formar-se no ensino do Português como língua estrangeira/língua segunda, num e noutro caso desde que detentores de licenciatura no domínio da Língua Portuguesa ou de Estudos Portugueses, obtida em instituição de ensino superior portuguesa ou estrangeira.

 

Os candidatos poderão igualmente concorrer a uma das 10 bolsas que o Camões IP, no âmbito da sua participação no projeto, coloca à sua disposição, “as quais se dirigem, preferencialmente, a candidaturas com origem em países onde o ensino do Português se encontre em fase de implementação como língua curricular”.

 

 

 

TPT com: InstitutoCamões//LusoJornal//Lusa// 5 de Junho de 2020  

 

 

 

 

 

 

De Luther King às Panteras Negras. Porque George Floyd se tornou a bandeira do que já não cabe na história

 

Numa altura em que o mundo está focado no assassinato do afro-americano, George Floyd, por um polícia de Minneapolis, o ‘elEconomista’ publicou um artigo, no qual aprofunda a história dos Estados Unidos, mostrando que já existiram muitos casos semelhantes no país, ao longo dos anos.

 

 

 

 

O início de tudo

 

 

 

 

Tudo começou há vários séculos, com a chegada dos primeiros escravos africanos aos Estados Unidos. Em 1865 a escravatura no país foi abolida, mas os afro-americanos, nomeadamente as mulheres ainda tinham alguns direitos para conquistar.

 

Em 1909, foi criada a Associação Nacional para o Progresso das Pessoas Negras (NAACP), que desempenhou um papel fundamental no movimento dos direitos civis, um reflexo da trajectória do país norte-americano, em busca da igualdade.

 

 

As maiores atrocidades cometidas contra os afro-americanos, verdadeiros massacres, foram liderados por «cidadãos ilustres» de populações, que fizeram com que, por ironia do destino, os negros começassem a organizar-se em sindicatos para exigir melhores condições de trabalho e salários mais razoáveis.

 

 

A primeira dessas acções teve lugar em Elaine, Arkansas, em 1919, quando a cidade foi arrasada depois de uma manifestação que causou cerca de 237 mortes de afro-americanos. Logo depois, em Janeiro de 1923, em Rosewood, Flórida, dois homens brancos e 100 mulheres negras, bem como homens e crianças morreram.

 

 

 

 

A Era da Mudança

 

 

 

 

A década de 1950 começou definitivamente a marcar a mudança nos Estados Unidos, sobretudo a partir de 1955. Surgiu uma nova geração, com ícones revolucionários da época, como é o caso de Elvis Presley e James Dean, que passavam a ter voz na sociedade, questionando-se sobre o porquê de não poderem conviver livremente com pessoas de raça negra.

 

 

Muitos governos locais começam a colocar nesta altura em prática as chamadas «Leis Jim Crow», que defendiam a segregação racial em todas as instalações públicas. Naturalmente, as instalações para os brancos eram muitos diferentes das que estavam destinadas aos negros, em termos de qualidade, desempenho e higiene.

 

 

O primeiro grande passo para abolir as «Leis de Jim Crow» foi dado em 1954, quando o Supremo Tribunal declarou inconstitucional a medida, que deixou de existir de acordo com a Lei dos Direitos Civis de 1964 e a Lei dos Direitos de Voto de 1965, marcando assim mais uma conquista para a igualdade racial.

 

 

Em 1955 teve lugar uma outra atitude crucial para impulsionar a mudança de mentalidades e comportamentos. A afro-americana Rosa Parks, recusou-se a dar o lugar num autocarro a uma mulher de raça branca, por considerar que os direitos eram iguais.

 

Este comportamento apesar de heróico e louvado pelos defensores de direitos humanos, acabou por lhe valer uma condenação por desobediência civil, bem como a prisão. É aqui que surge o nome de Martin Luther King, que em conjunto com outros activistas, conseguem ajudá-la a regressar à tão desejada liberdade.

 

 

 

 

A Luta pelos Direitos Civis (com consequências trágicas)

 

 

 

 

A partir desse momento teve início uma luta feroz pelos direitos civis, que atingiu o seu auge com a marcha em Washington liderada por Luther King, em Março de 1963. Ao contrário de muitas manifestações actuais, aqui a premissa do movimento era o pacifismo.

 

 

Com Gandhi como referência, Luther King negou o discurso agressivo da Nação islâmica, liderando um total de três marchas na cidade, que apesar da intenção pacífica não conseguiram evitar dezenas de feridos e detidos.

 

Ainda assim, como diz o provérbio «há males que vêm por bem», isto porque as manifestações acabaram por levar o presidente da época, Lyndon B. Johnson, a aprovar a lei que reconhecia o direito de voto para todos os cidadãos em todo o país, independentemente da raça ou cor, mais um objectivo alcançado.

 

 

Mas nem tudo correu bem e nem sempre os defensores de igualdade de direitos conseguiram ser ouvidos e respeitados. O episódio mais dramático da história norte-americana deu-se em Abril de 1968, quando Martin Luther King foi assassinado na varanda de um motel em Memphis, Tennessee, por um cidadão classificado como um «louco solitário».

 

 

A morte violenta do homem que sempre lutou pelos direitos humanos e pela igualdade racial com muitos fãs ao seu redor, acabou por causar revolta e contribuir para mais um episódio de violência no país.

 

 

Mais tarde, em 1992, o motorista de táxi negro Rodney King foi espancado por vários agentes policiais, provocando fúria em várias cidades, com 59 mortos e 2.328 feridos.

 

 

Estes e muitos outros ataques de violência e racismo culminam com o assassinato de George Floyd, em 2020, mostrando que determinados comportamentos continuam a existir no país da América do Norte. A grande questão é: até quando?

 

 

 

 

 “O meu pai mudou o mundo”, disse a orfã Gigi Floyd

 

 

 

 

Divulgada pelo amigo e antigo campeão da NBA Stephen Jackson, a gravação da menina, de seis anos e filha do afroamericano morto pela polícia, já correu mundo.

 

Chama-se Gianna, está aos ombros do veterano dos San Antonio Spurs e, ao olhar em volta, nas ruas cheias de Minneapolis, exclama: “O meu pai mudou o mundo.” Stephen Jacskon, o antigo campeão da NBA, responde em seguida: “Isso mesmo, Gigi.”

 

 

A cena impressiona por si só. Mas mais ainda quando se sabe que foi gravada após a pequena se ter mostrado ao lado da mãe, Rosie Washington, a pedir justiça para a morte do pai, George Floyd. “Quero justiça porque ele era um homem bom. E há provas disso”, sublinhou, apontando para a menina, agarrada às suas pernas.

 

Já Gigi, como é carinhosamente tratada, assistia de semblante triste, mas calmo, às palavras empolgadas da mãe. “Agora nunca a verá crescer. Se ela tiver algum problema, não poderá contar com o pai.” Quando soube da morte do marido, não soube o que dizer à filha. Pouco depois, já a menina perguntava porque repetiam tanto o nome do pai na televisão.

 

 

Até que, finalmente, lhe perguntou como e porque é que o pai tinha morrido. Em lágrimas, seguiu-se a confissão: “Só tive coragem para lhe dizer que ‘ele não conseguia respirar’”. O desabafo final que se tornou símbolo de um mal-estar enorme na comunidade negra americana, vítima de racismo.

 

Afinal, aquelas foram as últimas palavras de George Floyd, um afroamericano de 46 anos que morreu no passado dia 25, depois de um polícia se ter ajoelhado sobre o seu pescoço durante quase nove minutos. Desde então o homem tornou-se mais um símbolo do protesto e justiça social – e ficará para sempre ligado a esse movimento contra o racismo chamado “Black Lives Matter”.

 

 

 

 

Polícia de Minneapolis há muito sem controlo

 

 

 

 

Os acordos do governo da cidade com um poderoso sindicato da polícia e as leis gerais que foram sendo refinadas colocam as forças policiais, e não apenas em Minneapolis, a salvo de problemas nos tribunais.

 

Muito antes da morte de George Floyd na semana passada, os esforços para rever a forma como o policiamento é realizado em Minneapolis fracassaram repetidamente perante um poderoso sindicato de polícias de 800 membros que defende táticas policiais ao estilo militar.

 

 

A agência Reuters refere que o contrato de trabalho do sindicato com a cidade é um obstáculo enorme para os cidadãos que buscam ação disciplinar após encontros agressivos com a polícia. Liderados pelo tenente Bob Kroll, presidente do sindicato, os oficiais raramente enfrentam sanções, o que de algum modo vem explicar o que aconteceu a George Floyd.

 

Uma análise feita pela Reuters às denúncias contra polícias de Minneapolis nos últimos oito anos mostra que 9 de cada 10 acusações de má conduta foram resolvidas sem punição pelo comportamento dos policias. A análise abrange cerca de três mil reclamações durante oito anos, depois das quais, apenas cinco oficiais foram demitidos.

 

A agência alerta para o facto de dezenas de outros contratos semelhantes existem nos Estados Unidos, contendo disposições que impedem os esforços para responsabilizar os policiais por violência e outros eventuais abusos. A agência examinou contratos em 82 cidades e descobriu que 46 exigem a exclusão de registros disciplinares, alguns após apenas seis meses. A ausência de registos dificulta o controlo.

 

Os polícias contam ainda com uma lei denominada imunidade qualificada, criada e reforçada pelo Supremo Tribunal Federal, que protege cada vez mais os agentes de qualquer responsabilidade civil.

 

Em Minneapolis, os oficiais usaram com sucesso a doutrina de imunidade qualificada para ganhar processos civis contra eles nos tribunais federais. É difícil identificar todos os processos por causa de força excessiva nos registos dos tribunais federais, mas a Reuters encontrou 28 casos de 2006 a 2018 nos quais, policiais de Minneapolis pediram a imunidade qualificada. Os juízes aceitaram em 15 deles, encerrando os casos sem julgamento.

 

O contrato do sindicato e a doutrina da imunidade qualificada desempenham um papel decisivo nos incentivos a alguns polícias para cometerem abusos, dizem juristas citados pela Reuters, mas nem sempre fornecem um escudo nos casos que desencadeiam acusações criminais ou o escrutínio da comunicação social – como agora está a acontecer em Minneapolis.

 

Desde a morte de Floyd, o geralmente acessível presidente do sindicato pouco surgiu em público. Mas já elogiou a polícia da cidade pela sua resposta ao “tumulto de maior escala que Minneapolis já viu” e caracterizou a agitação como um “movimento terrorista” que vem sendo construído há anos.

 

 

Em resposta, o ‘mayor’ de Minneapolis, Jacob Frey, afirmou que “para um homem que reclama com tanta frequência da falta de confiança e apoio da comunidade para o departamento de polícia, Bob Kroll permanece chocantemente indiferente ao seu papel de minar essa confiança e apoio”.

 

 

 

 

TPT com: CNN//Reuters//WP//NYT//FOXNEWS// JE// elEconomista//António Freitas de Sousa//Simone Silva/Visão// Stephen Maturen/Getty// 5 de Junho de 2020  

 

 

 

 

 

 

 

Xerife Armando Fontoura acumula mais uma difícil conquista ao vencer a Covid-19

 

Desde a cultura à política, passando também pelo mundo da moda e do desporto e por casas reais europeias, a pandemia de covid-19 atingiu igualmente várias personalidades conhecidas à escala global, sendo que algumas já estão a recuperar da doença, como é o caso do lusoamericano, Armando Fontoura, xerife do Condado de Essex, no estado de New Jersey.

 

 

“Não é fácil passar por essa doença assustadora e incerta”, diz Armando Fontoura que passou por um dos piores momentos da sua vida. “Os primeiros sete dias foram horríveis. A cabeça andava à roda e os suores não permitiam que descansasse. Durante a noite só conseguia dormir alguns minutos e acordava todo molhado”.

 

 

As manifestações de apoio a Fontoura foram uma constante ao longo de todo este processo e vieram dos mais variados quadrantes políticos e empresariais norteamericanos e também de Portugal.

 

Armando Fontoura que ficou muito feliz por voltar a casa curado, fez questão de expressar o seu agradecimento aos profissionais de saúde, aos médicos, aos enfermeiros, aos que trabalham nos hospitais, aos bombeiros, aos agentes da ordem e ainda a todos quantos servem os bem essenciais.

 

 

O xerife lusoamericano referiu ainda a sua gratidão e carinho pelo apoio e votos de melhoras que recebeu de toda a comunidade e também dos amigos em Portugal.

 

 

 

 

Fontoura é xerife desde 1991 e garantiu a continuidade até 2021

 

 

 

 

A carreira de Armando Fontoura começou pela polícia há mais de 50 anos, depois de frequentar a Academia e o Instituto do FBI, já que a “profissão nobre” de professor deixou-o desejoso de mais ação.

“Queria dar um pontapé numa porta de vez em quando para apanhar os que fazem mal à comunidade”, contou Armando Fontoura, que acredita que o seu interesse pela ordem e pela lei nasceu, por ver o seu pai na missão de guarda-fiscal em Portugal.

Armando Fontoura iniciou-se como xerife-adjunto em 1986, sendo depois convidado pelo Partido Democrata a concorrer às eleições de 1991 para xerife do Condado de Essex, no estado de New Jersey e ganhando cada vez mais o apoio da população.

Desde que foi eleito Xerife em 1991, já teve algumas eleições difíceis. Em 1994, o Partido Democrata decidiu concorrer com outro candidato, mas Armando Fontoura voltou a vencer as eleições, mesmo sem o apoio partidário.

 

Nascido em Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre, Trás-Os-Montes, Armando Fontoura é neto de imigrantes. A mãe nasceu nos Estados Unidos, mas voltou cedo para Portugal. Em 1954, tinha Armando 11 anos de idade, a família decidiu emigrar e apostar no “American Dream” (sonho americano).

 

 

Os primeiros tempos foram desafiantes para Armando Fontoura, que chegava a casa triste por não entender os colegas. “O meu pai disse: Olha, nós não vamos para trás. Isto é a nossa nação, por isso tens que aprender”. Eu ouvi o que ele disse e aprendi”, recorda ao The Portugal Times.

 

Conhecedor da dinâmica política desta região, Fontoura disse que as últimas eleições  para Xerife do Condado de Essex(2018), também tiveram uma participação significativa de apoiantes, com um total de 200 mil votos locais. Armando Fontoura é o 69º xerife do Condado de Essex, no estado de New Jersey, e é também aquele que durante mais tempo detém este cargo, desde que foi criado na América o posto de xerife.

 

 

“Se a gente faz um trabalho bom, o povo reconhece o que estamos a fazer”, costuma dizer o xerife transmontano (para quem a delinquência juvenil merece particular atenção), que tem muita honra por ter sido o primeiro lusodescendente eleito pela comunidade no estado de New Jersey.

 

Armando Fontoura dirige um departamento policial que tem mais de 500 funcionários e é responsável por um orçamento anual de cerca de 50 milhões de dólares. Consciente das responsabilidades cescentes que tem de desempenhar no combate à criminalidade e em especial no Condado de Essex, que é o terceiro maior Condado do estado de New Jersey e é constituído por 22 municípios e mais de um milhão de habitantes, o xerife português sente-se orgulhoso pela confiança que as pessoas e os membros do governo americano depositam na sua acção e lembra com alegria os encontros que teve com vários presidentes dos Estados Unidos, como os mais memoráveis da sua carreira, e recorda os tempos em que integrou o Conselho Estratégico Anti-Crime da Casa Branca a convite do presidente Bill Clinton.

 

 

Os apoios demonstrados a Armando Fontoura é a indicação de que após os anos difíceis os portugueses se afirmaram e prestigiaram no seio das sociedades de acolhimento, vivendo agora um tempo de transferência de testemunho para as novas gerações de lusodescendentes.

 

 

 

 

TPT com: JM//EssexCounty//NJNEWS// 3 de Junho de 2020

 

 

 

 

 

 

 

New York recebe ordens de recolher obrigatório perante quinto dia de protestos violentos

 

O governo de New York impôs hoje o recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 da manhã de terça-feira, com o dobro de polícias da noite anterior, perante protestos desde a morte do afro-americano George Floyd.

 

 

Andrew Cuomo, governador de New York, publicou hoje uma nota escrita na qual declara que o recolher obrigatório é implementado em conjunto com o ‘mayor’ Bill de Blasio e com o dobro de polícias em relação à última noite, esperando-se cerca de oito mil membros do Departamento de Polícia de Nova Iorque (NYPD).

 

Segundo a imprensa norte-americana, há décadas que nenhum recolher obrigatório era declarado para toda a cidade.

 

 

Nas palavras do ‘mayor’ da cidade, a ordem de recolher obrigatório impõe-se “para proteger contra a violência e destruição”.

 

A nova ordem foi publicada no quinto dia de protestos em New York, enquanto continuam a contar-se milhares de habitantes a marchar desde Times Square rumo a sul, para ‘downtown’ e com uma grande concentração na praça da rua 14, Union Square.

Lower Manhattan foi uma das partes da cidade que registou mais destruição na noite de domingo.

 

Grupos de protesto nas ruas de New York já admitiram que não vão respeitar o toque de recolher obrigatório imposto hoje. Os protestos de hoje têm sido classificados de mais “pacíficos” do que nos últimos dias.

 

New York é, assim, uma das 40 cidades dos Estados Unidos a decretar o recolher obrigatório, numa medida de prevenção e redução da violência nas ruas, por revoltas desde 25 de maio, quando a morte de um afro-americano foi provocada por um polícia e foi filmada.

 

 

O governador Andrew Cuomo declarou, na nota escrita, que defende os manifestantes, mas que a violência e saques procuram minimizar e “desacreditar o momento” e a verdadeira causa.

 

 

“Eu defendo os manifestantes e sua mensagem, mas infelizmente há pessoas que procuram distrair e desacreditar este momento”, declarou o governador Cuomo.

 

 

O governante diz que “a violência e os saques foram maus para a cidade, para o estado e todo este movimento nacional, minando e distraindo esta causa justa”.

 

 

“Embora incentivemos as pessoas a protestarem pacificamente e a fazerem ouvir suas vozes, a segurança do público em geral é fundamental e não pode ser comprometida”, acrescentou.

 

Já na conferência de imprensa diária, horas antes, o governador declarou que “para aqueles que fizeram sentir a sua presença, fizeram ouvir as suas vozes, o mais seguro a fazer a partir de agora é ficar em casa, obviamente”.

 

 

Na origem dos protestos está a morte do afro-americano George Floyd, de 46 anos, no dia 25 de maio, às mãos da polícia na passada segunda-feira, depois de ter sido detido sob suspeita de ter tentado usar uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) num supermercado de Minneapolis, no estado de Minnesota.

 

Nos vídeos feitos por transeuntes e difundidos ‘online’, um dos quatro agentes, que participaram na detenção, tem um joelho sobre o pescoço de Floyd, durante mais de oito minutos.

 

 

Os quatro foram já despedidos da força policial e um deles, o que prendeu George Floyd, foi acusado de homicídio involuntário.

 

Desde então têm-se registado confrontos entre manifestantes e polícias que em várias cidades dos Estados Unidos, tendo nalgumas sido decretado o recolher obrigatório.

 

 

 

 

Governador de New York receia que os protestos possam espalhar o vírus

 

 

 

 

O Governador do Estado de New York, Andrew Cuomo, disse hoje estar preocupado com os protestos em massa contra a morte do afro-americano George Floyd que podem colocar em risco a luta para conter a pandemia de covid-19.

 

 

“Liga-se a televisão e veem-se as reuniões em massa que poderiam infetar centenas e centenas de pessoas depois de tudo o que fizemos. Devíamos tirar um minuto e perguntar-nos: O que estamos aqui a fazer?”, questionou Cuomo durante a conferência de imprensa diária.

 

 

A cidade de New York é um dos locais mais atingidos pela doença a nível mundial.

 

O governador democrata reconheceu a luta dos manifestantes contra o racismo e as desigualdades sociais, mas confessou-se frustrado pelos eventuais efeitos negativos contra os dois meses de combate à pandemia, dado que New York tenciona reiniciar a actividade económica a 8 de junho.

 

O presidente da Câmara de New York, Bill de Blasio, também expressou preocupações semelhantes durante o seu encontro com a imprensa.

 

 

“Para aqueles que fizeram sentir a sua presença, fizeram ouvir as suas vozes, o mais seguro a fazer a partir de agora é ficar em casa, obviamente”, apontou.

 

As taxas de hospitalização em todo o Estado estão a diminuir há semanas e o número de mortes diárias passou de quase 800, no início de abril, para 54, registadas no domingo.

 

 

Algumas zonas já retomaram a actividade económica, e espera-se que Buffalo possa abrir lojas, cabeleireiros e escritórios na terça-feira, durante a segunda fase do regresso à normalidade, com a área de Albany a seguir-se na quarta-feira, segundo Cuomo.

 

 

 

TPT com: NBCNEWS//FOXNEWS//NYT//WP//Reuters//Times//MadreMedia//Lusa//sapo24// 2 de Junho de 2020

 

 

 

 

 

 

NASA e SpaceX lançam uma nova era de viagens espaciais naquela que é a primeira missão comercial tripulada dos Estados Unidos em nove anos

 

À segunda foi de vez. Depois do falhanço na quarta feira devido ao mau tempo, hoje as condições meteorológicas permitiram o lançamento do Falcon 9 e da missão Crew Dragon que chega amanhã à Estação Espacial Internacional.

 

As dúvidas mantiveram-se quase até ao fim, mas ainda antes do abastecimento o combustivel do Falcon 9, 35 minutos antes do lançamento, a previsão da meterologia era positiva, apesar da chuva ligeira. E à hora marcada o foguetão da SpaceX partiu da base Kennedy Space Center, na Flórida, Estados Unidos da América, algo que não acontecia desde 2011.

 

 

A missão é histórica por ser a primeira tripulada realizada com uma empresa comercial, mas também por abrir caminho para a realização de mais missões espaciais norte americanas.

 

O lançamento foi bem sucedido e é só a primeira fase da missão, que prevê também a separação da Falcon Crew Dragon, que segue em direção à Estação Espacial, enquanto o foguetão voltou à terra, e aterrou com sucesso alguns minutos depois. A Dragon ainda vai precisar de activar os motores para conseguir atingir a rota necessária para chegar ao seu destino.

 

 

A chegada dos astronautas à Estação Espacial Internacional está prevista para amanhã, às 1oh30 da manhã, hora local na Flórida, 15h30 em Portugal Continental, mas os astronautas só entrarão nas estação cerca de três horas depois.

 

 

 

 

Countdown desde as 16 horas

 

 

 

 

Todos os olhos estavam colados aos ecrãs e mais de 10 milhões seguiram a transmissão na NASA TV e nas redes sociais para acompanhar uma missão que prometia fazer história, com a entrega a uma empresa privada da tarefa de colocar astronautas no espaço, se as condições meteorológicas colaborarem, o que não aconteceu na última quarta feira, onde as tempestades típicas da Flórida e o mau tempo, não permitiam o lançamento da nave espacial.

 

 

Tudo indicava que existam 50% de hipóteses de lançamento, e Elon Musk, o patrão da SpaceX, confirmou o número no Twitter, mas essa probabilidade foi também referida desde o início nos comentários dos especialistas online. A chuva e os relâmpagos são as principais preocupações.

 

Por volta das 17 horas de Portugal, Bob Behnken e Doug Hurley, os dois astronautas que integram a missão, estavam a caminho da cápsula e foram transportados num Tesla. Depois de instalados completaram os testes necessários para o lançamento que decorreram a partir do Kennedy Space Center, na Flórida, Estados Unidos da América.

 

 

Este é o primeiro voo orbital com tribulação a ser realizado por uma empresa privada. A bordo estão dois veteranos da Nasa: Doug Hurley, 53 anos, e Bob Behnken, 49 anos. Os astronautas, ex-pilotos militares, entraram para a agência espacial em 2000. Eles decolaram rumo à ISS a partir da histórica plataforma de lançamento 39A, como a Apollo 11.

 

Com o contador a menos de 50 minutos para o lançamento e todas as verificações eram positivas, as condições metereológicas favoráveis e o relatório dizia que está “cautelosamente optimista” e a probabilidade de violação está nos 30%, pelo que havia 70% hipóteses de lançamento.

 

 

Aos 35 minutos começou o carregamento do combustível, um dos últimos passos antes do lançamento. Aos 10 minutos antes da hora marcada todos os controles receberam o OK, e o controle de missão desejou uma boa viagem aos astronautas.

 

Este é o último passo para a empresa de Elon Musk receber a certificação de transporte de pessoas para o espaço, com a Space X a planear fazer viagens espaciais turísticas de 10 dias em 2021, e a recuperação da capacidade de lançamento de astronautas a partir de território americano, do mesmo local de onde partiram as missões para a Lua.

 

 

 

 

Qual a importância da missão Demo-2?

 

 

 

 

Foi em 2015 que a Space X mostrou pela primeira vez o interior da Crew Dragon, a cápsula que quer levar, pela primeira vez desde 2011 a partir de solo americano, astronautas da NASA para o espaço. O voo de teste tripulado da Crew Dragon será o primeiro a partir do solo dos Estados Unidos desde 8 de julho de 2011, coincidindo com a última missão do Programa Space Shuttle. Desde então, a NASA tem colocado os seus astronautas na Estação Espacial Internacional à “boleia” da nave russa Soyuz.

 

Este é também o primeiro voo tripulado da empresa de Elon Musk e a primeira vez que uma nave espacial privada irá levar astronautas para o espaço. A data inicial de lançamento estava prevista para 7 de maio, mas foi adiada para dia 27, mas não conseguiu ser concretizada devido ao mau tempo.

 

 

 

Reunimos nesta lista as principais fases deste projeto que começou há seis anos.

 

 

 

 

2015: SpaceX mostra pela primeira vez o interior da cápsula que vai levar astronautas ao espaço

 

 

 

 

Em setembro de 2015 a SpaceX partilhou com o mundo imagens e um vídeo do interior da Crew Dragon, a cápsula que vai levar humanos para o espaço dentro de dois anos.

 

Pelas imagens é possível perceber que os interiores estão reduzidos ao necessário, havendo uma predominância da cor branca que traduz uma sensação de mais espaço.

 

Mas nem por isso deixa de haver um toque luxuoso: os assentos são construídos em fibra de carbono e revestido a Alcantara, uma tipologia de pele sintética.

 

A cápsula espacial tem ainda quatro janelas para que os tripulantes possam observar a Terra, a Lua e o restante Sistema Solar à medida que vão percorrendo o trajecto da viagem.

 

 

 

2016: SpaceX testa sistema de paraquedas que vai trazer astronautas de volta à Terra

 

 

 

O sistema de aterragem da Crew Dragon integra quatro paraquedas, que foram experimentados no teste documentado em vídeo, que faz parte do processo de certificação que os dois parceiros comerciais da NASA têm de cumprir para todo o tipo de processos que se proponham realizar.

 

 

2019: Crew Dragon: A cápsula da SpaceX para transportar humanos para o espaço está pronta

 

 

 

A cápsula da SpaceX passou a encontrar-se no topo de um foguetão Falcon 9, nos últimos preparativos para o seu primeiro teste.

 

 

 

 

2019: SpaceX põe motores a funcionar antes do voo de demonstração da Crew Dragon

 

 

 

 

Numa mensagem curta na sua conta no Twitter e a acompanhada por um vídeo de teste estático dos motores do foguetão Falcon 9, com a cápsula Crew Dragon acoplada, a SpaceX afinava as preparações finais para o derradeiro teste em fevereiro de 2019. “Teste de disparo estático completo – estamos a apontar para fevereiro para o lançamento histórico no complexo 39A (Centro Espacial Kennedy) a demonstração do voo da Crew Dragon”, lê-se na mensagem.

 

 

 

 

2019: Vaivém espacial da SpaceX descola sem percalços

 

 

 

 

O vaivém espacial da SpaceX descolou a 2 de março em direção à Estação Espacial Internacional. O aparelho, que seguiu sem tripulação a bordo, partiu do Kennedy Space Centre, na Florida, às 7h49, e foi impulsionado pelo foguetão Falcon 9.

 

 

 

 

2019: SpaceX confirma que cápsula da Crew Dragon foi destruída durante um teste

 

 

 

 

A SpaceX confirmou em conferência de imprensa, que uma das cápsulas da Crew Dragon, destinada a voos espaciais tripulados, foi destruída durante um teste na Florida. A perda do veículo representou um significativo revés para a SpaceX. O Crew Dragon destruído no teste era o mesmo veículo que tinha atracado com sucesso na Estação Espacial Internacional em março. A cápsula, sem tripulação a bordo, esteve cinco dias em missão na ISS antes de regressar e aterrar com sucesso no Oceano Atlântico.

 

 

 

 

 

SpaceX planeia viagens espaciais turísticas de 10 dias para o próximo ano

 

 

 

 

Depois de ter realizado uma parceria com a Space Adventures para colocar turistas no espaço, a SpaceX continua a formar novas ligações com empresas do sector para alargar a sua oferta de viagens.

 

Desta vez junta-se à Axiom, a empresa espacial localizada em Houston para enviar turistas ao espaço, mais concretamente a Estação Espacial Internacional.

 

 

 

 

 

 

NASA e SpaceX fizeram hoje com sucesso o lançamento da missão Demo 2

 

 

 

 

 

Passaram 9 anos desde que a NASA colocou no espaço o último astronauta. Desde então este trabalho tem estado a cargo das naves russas Soyuz. Assim, e com o tempo finalmente a permitir, a empresa SpaceX lançou hoje a missão “Demo 2”, na qual dois astronautas, Doug Hurley e Bob Behnken, farão um voo orbital do solo americano e a bordo de uma nave americana.

 

Na quarta-feira passada, faltavam apenas 17 minutos para a descolagem onde iríamos ouvir o foguete Falcon 9 a rugir na Plataforma de Lançamento 39, no Centro Espacial Kennedy, na Florida. Este local mítico foi testemunha dos principais lançamentos do programa Apollo. Contudo, a tempestade tropical Berta tornou as coisas difíceis e, infelizmente, a empresa SpaceX foi obrigada a suspender o lançamento.

 

 

Havia muita eletricidade na atmosfera. O perigo não é que tenha havido uma tempestade ou algo assim, mas que o lançamento em si possa desencadear um raio. De facto, o próprio foguete poderia ter-se tornado um para-raios.

 

 

Explicou Jim Bridenstine, administrador da NASA, na sexta-feira, conforme relatado pelo site Space.com.

 

 

 

 

Mas era um cenário perigoso?

 

 

 

 

Bom, a ideia não era transformar um foguete de 70 metros de altura, cheio de oxigénio líquido e querosene de foguete, num para-raios improvisado. Até, porque não seria um cenário seguro para a nave rumar ao espaço.

 

Muitas pessoas esperavam pelo momento, inclusive o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fez uma aparição estelar a bordo do Air Force One.

 

 

 

 

A importância da missão “Demo 2”

 

 

 

Conforme foi dado a conhecer pela NASA, esta missão é importante por vários factores, entre eles o acabar com a dependência da NASA da sonda russa Soyuz. Além disso, esta missão é importante para ser feita a primeira descolagem de astronautas num voo orbital de uma empresa privada, a SpaceX, da qual dependem o foguete e a cápsula.

 

Apollo 4 de 1967

 

Space Shuttle 2002

 

Crew Dragon 2020

 

Claro que ainda há mais uma boa razão. Este lançamento será o primeiro realizado em solo americano, pela primeira vez desde que as naves espaciais da NASA, caras e pouco confiáveis, ​​foram desativadas, em julho de 2011.

 

Fora isso, este será o primeiro voo de teste da cápsula Crew Dragon, um dispositivo futurista com um formato de bala projectado para enviar até sete membros da tripulação para o espaço. Portanto, para a NASA será a consolidação de um sistema de lançamento privado, do qual a agência espacial é cliente.

 

Este sistema de lançamento privado será um dos pilares das suas operações na Estação Espacial Internacional ou em futuras missões à Lua, sem mencionar uma atividade lucrativa e futura de empresas comerciais no espaço, com turistas e estações espaciais privadas.

 

 

 

TPT com:NYT//WP//AFP//Joe Raedle/GETTY//Fátima Caçador/TEKSapo// 30 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

Ao contrário do que se fala por aí, “plano da TAP” é criticado até dentro da empresa

 

O plano de voos para o Porto criou nova unanimidade nas críticas à TAP, onde se incluem pilotos e tripulantes de cabina. Representantes do Estado obrigam a ‘ajustar’ operações.

 

 

O descontentamento em torno do plano de retoma dos voos da TAP para o Porto em junho e julho não se resume aos responsáveis políticos – Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa, Rui Rio e Rui Moreira deram voz à insatisfação -, mas também aos próprios funcionários da companhia aérea que admitem «não compreender» a opção tomada pela comissão executiva da empresa – que, depois da avalancha de críticas, se viu ‘forçada’ a «ajustar» a estratégia.

 

 

Ao jornal SOL, pilotos e tripulantes de cabine da TAP, que preferem não dar a cara, garantem que «os voos do Porto estão sempre cheios» na época alta e com a lotação «a, pelo menos, dois terços», durante a época baixa, tal como se verificou nos dois primeiros meses do ano, antes da suspensão das viagens.

 

Reduzir, nesta fase, a operação do Porto para apenas quatro ligações (Lisboa, Paris, Luxemburgo e Madeira), pelo menos até 31 de julho, é considerado «pouco compreensível», uma vez que a rentabilidade destas operações esteve sempre garantida até aqui. E nem sequer o contexto pandémico esclarece totalmente a opção, uma vez que a diferença para Lisboa é vista pelos trabalhadores como «desproporcional»: o plano de voos anunciado inclui 27 ligações semanais em junho e 247 em julho (a esmagadora maioria com ligação a Lisboa).

 

Antes da crise, a TAP operava 18 rotas de e para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, onde se contavam as ligações de longo curso para Newark (Estados Unidos) e para São Paulo e Rio de Janeiro (Brasil). O sucesso desta aposta é, aliás, comprovado pela criação de seis novas rotas entre 2018 (Barcelona, Milão, Ponta Delgada e Londres) e 2019 (Bruxelas e Munique). Em 2020, a TAP avançou mesmo para um aumento da frequência das ligações para Madrid, Funchal, São Paulo e Newark.

 

 

O The Portugal Times tentou confirmar, junto da TAP, a elevada taxa de ocupação e rentabilidade dos voos do Porto até 23 de março (data do início da suspensão), mas a companhia aérea escusou-se a responder, alegando tratar-se de «informação comercial reservada».

 

A TAP terá, porém, contribuído decisivamente para que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tivesse ultrapassado a fasquia dos 13 milhões de passageiros em 2019, uma subida de 9,8% face ao ano anterior, e a mais expressiva entre as infraestruturas aeroportuárias em Portugal.

 

 

Oficialmente, a TAP transportou um total de 17,05 milhões de passageiros no ano passado (+8,2%) e a taxa de ocupação dos voos foi de 80,1%.

 

Contactado por vários órgãos de comunicação social, Henrique Louro Martins, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC)(na foto), dá voz às preocupações dos trabalhadores que, nesta fase, estão em layoff, pelo menos, até final de junho. Admitindo já se sentir, nesta fase, «ansiedade por se regressar ao trabalho», o sindicalista considera também que «se justifica um plano de voos diferente, que inclua o Porto». «É obrigatório que sejam retomados os voos no Porto, que, à saída, estão quase sempre com casa cheia, e são fundamentais para a ligação, não só com a cidade, mas com todo o Norte e o Sul da Galiza», diz Henrique Louro Martins.

 

 

 

 

Estado assume posição

 

                                                                             

 

 

 

A onda de críticas ao plano de voos de junho e julho levou o conselho de administração da TAP, presidido por Miguel Frasquilho – representante do Estado na companhia aérea -, a marcar posição em relação às opções da comissão executiva, liderada por Antonoaldo Neves.

 

Em comunicado, o conselho de administração garantiu que «a companhia está empenhada e vai de imediato colaborar com todos os agentes económicos, nomeadamente associações empresariais e entidades regionais de turismo, para viabilizar o maior número de oportunidades, adicionar e ajustar os planos de rota anunciados para este momento de retoma por forma a procurar ter um serviço ainda melhor e mais próximo a partir de todos os aeroportos nacionais onde a TAP opera».

 

 

Este posicionamento vem confirmar a informação avançada pelo jornal SOL, na edição de 17 de maio, onde se indicava que o Governo apenas começou a negociar a injeção de dinheiro na TAP – para enfrentar a crise causada pela pandemia de covid-19 – na condição sine quo non de os representantes do Estado que integram o conselho de administração passarem a ter uma participação direta na validação das decisões da comissão executiva da empresa. Esta foi, aliás, a condição irrevogável para que o grupo de trabalho encabeçado por João Nuno Mendes, nomeado pelo Executivo de António Costa, se sentasse à mesa das negociações, mesmo antes de alcançado qualquer acordo.

 

É uma exigência que vem ao encontro da opinião do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos (também membro do grupo de trabalho), que, no Parlamento, já havia adiantado que «qualquer intervenção do estado soberano na TAP implicará que o Estado português, através do Governo, acompanhe todas as decisões que serão tomadas nos próximos tempos com impacto relevante na vida e no futuro da empresa».

 

Este episódio foi ainda aproveitado por António Costa para voltar a deixar críticas à comissão executiva da TAP, controlada pelo parceiro privado – Atlantic Gateway (de David Neeleman e Humberto Pedrosa)(na foto) -, considerando que não aproveitar o aeroporto do Porto «não é boa gestão dos recursos». O primeiro-ministro sublinhou que «é essencial para o país que a TAP seja bem gerida, que tenha condições de sustentabilidade, que seja um instrumento de coesão nacional, de ligação com a diáspora, e de dinamização da economia nacional». «Por isso, fiz questão de recuperar 50% do capital da TAP logo no início do meu Governo», recordou António Costa.

 

 

 

Funcionários ‘desesperados’

 

 

 

 

O ambiente entre os trabalhadores da companhia aérea tem vindo a degradar-se, enquanto aguardam informações da empresa.

 

 

Em casa desde abril, vários tripulantes de cabine estão «desesperados» por regressarem aos céus, uma vez que muitos deles perderam, nesta fase, cerca de 60% dos seus rendimentos. Em causa, está a interpretação da lei do layoff feita pela TAP e a promessa não cumprida de nunca pagar abaixo do salário mínimo nacional (635 euros brutos).

 

 

Porém, a folha de ordenado de maio de vários tripulantes de cabine ficou-se entre os 300 e os 400 euros. Ao jornal SOL, um desses trabalhadores «confirma» a informação. Nas redes sociais, em mensagens trocadas em grupos privados, os tripulantes de cabine têm vindo a partilhar esses valores.

 

A situação tem gerado revolta, sobretudo, pelo facto de a TAP ter também prometido cobrir a diferença nas remunerações acima do teto máximo de 1.905 euros durante o layoff, até perfazer dois terços do salário, o que, neste caso, está a ser cumprido. «Esta situação é incompreensível e cria uma desigualdade ainda maior. Não se percebe como quem ganha menos é quem está, neste momento, a perder mais», diz o trabalhador.

 

 

Henrique Louro Martins recorda que «a lei do layoff foi feita para proteger os postos de trabalho, mas também o poder de compra das famílias portuguesas». «A TAP faz uma interpretação unilateral da lei, faz o que quer, e deixa-nos a todos nós numa situação particularmente difícil», refere o líder do SNPVAC.

 

A TAP, entretanto, nega a situação, afirmando que «cumpre escrupulosamente» a legislação, dizendo que nenhum trabalhador neste regime recebeu uma remuneração inferior ao salário mínimo nacional.

 

 

 

 

 

TPT com:JN//AFP//O Sol//Sapo24// 30 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

 

Maratona de Boston já não vai acontecer. É a primeira vez que é cancelada em 124 anos

 

A Maratona de Boston não se vai mesmo realizar este ano, no que é um histórico cancelamento após 124 edições da mítica corrida, a mais antiga maratona do calendário internacional.

 

 

Numa primeira fase adiada de abril para 14 de setembro, por causa da pandemia de covid-19, a Maratona de Boston passa a ser não viável mesmo no outono, segundo a organização, que anunciou hoje que apenas pretende agora assegurar um “evento virtual”, com medalha de participação para quem corra a distância “em casa”.

 

 

Apesar de a vitória ser disputada por poucas dúzias de atletas, são cerca de 30 mil os que correm por prazer ou para iniciativas sociais e há habitualmente mais de um milhão a assistir no percurso desde Hopkinton até à baía de Boston, o que geraria problemas de distanciamento social agora considerados não ultrapassáveis.

 

 

A nova data para a edição 124 passa para 19 de abril de 2021, mantendo-se a a tradição de ser corrida no Dia do Patriota, o feriado municipal em Massachussets, ou seja a terceira segunda-feira de abril, em que se celebram as primeiras batalhas da Guerra da Independência dos Estados Unidos da América.

 

 

Os efeitos da pandemia covid-19 fazem-se sentir de forma avassaladora no calendário desportivo, e as maratonas de topo não são exceção. Nenhuma se corre na primavera e depois haverá 15 dias intensos, entre setembro e outubro – Berlim (27 de setembro), Londres (04 de outubro) e Chicago (11 de outubro). Mais tarde só Nova Iorque, em 01 de novembro.

 

 

Em 1897, foram só 15 à partida em Boston e para este ano esperavam-se mais de 30 mil, para um percurso considerado um dos mais duros do mundo, por causa das várias colinas que se tem de superar.

 

 

Por questões técnicas, as marcas conseguidas em Boston não valem como recordes, o que tem afastado a melhor elite mundial, mas nem sempre foi assim e no seu historial de vencedores há nomes como Rosa Mota. A portuguesa, com triunfos em 1987, 1988 e 1990, ainda é uma das recordistas de vitórias.

 

 

A mais famosa edição é a de 2013, mas por razões alheias ao desporto – um atentado, base do filme de 2016 de Peter Berg, Patriots Day.

 

 

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 355 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

 

 

Os Estados Unidos são o país mais atingido: O total de casos subiu hoje para 1.761.886, com 103.115 mortes contabilizadas.

 

 

 

 

Sem provas, as corridas agora são virtuais e solidárias

 

 

 

 

Sem provas, os atletas de pelotão enfrentam agora corridas virtuais, para manterem o espírito competitivo e a forma física, mas, sobretudo, para ajudar o próximo, em iniciativas que mantêm as empresas ligadas ao sector.

 

Com uma enorme tradição um pouco por todo o mundo, as corridas virtuais ganharam espaço na agenda dos portugueses com a eclosão da pandemia de covid-19 e o cancelamento das provas em estrada e nos trilhos.

 

 

O ‘tiro de partida’ foi dado em abril pela Xistarca, com provas de meia hora gratuitas, e prosseguiu em 19 de abril com a iniciativa ‘Kilómetros em casa’, que contou com 2.847 participantes e angariou 32.301 euros para o Hospital de São João, no Porto, e para o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.

 

 

Em pleno estado de emergência, as opções para os atletas passavam por correr sozinhos numa esteira ou junto às casas, ou ainda nadar, remar ou pedalar, numa ação reeditada uma semana depois, com menos adesão, na ação ‘Quilómetros pelos Açores – Covid-19”, que valeu 3.720 euros para unidades hospitalares de São Miguel e Terceira.

 

 

Foi já em situação de calamidade que o Maratona Clube de Portugal, impossibilitado de organizar as tradicionais travessias das pontes em Lisboa, avançou para sete provas virtuais gratuitas, em sete fins de semana, mantendo os patrocinadores ativos na corrida e os cerca de 8.000 inscritos.

 

 

As consequências sociais da pandemia ganharam espaço, assim como a preocupação dos promotores das corridas, como comprovam a Maratona Virtual Solidária, organizada pela RunPorto, no próximo fim de semana, e a Corrida de Santo António, pela HMS, em 13 e 14 de junho.

 

 

“A HMS não vai ganhar nada com esta prova e quisemos apostar na vertente solidária sem envolver dinheiro, queremos converter os quilómetros em comida. A ideia é que os nossos patrocinadores ofereçam 10 euros para a Rede de Emergência Alimentar por cada finalista. Se conseguirmos 10.000 euros em alimentos, vai ser espetacular”, afirmou Hugo Miguel Sousa, responsável pela organização da São Silvestre de Lisboa.

 

 

A Corrida de Santo António virtual vai levar os participantes a correrem cinco ou 10 quilómetros, tendo inscrições gratuitas, enquanto a Maratona Virtual Solidária premeia com medalha qualquer distância percorrida, mediante os 10 euros de inscrição que revertem para a Cruz Vermelha Portuguesa.

 

 

“A pandemia descobriu mais pessoas para a corrida e o objetivo é estimular esta comunidade e, enquanto não pudermos ir para a estrada, mantermo-nos activos, em contacto e solidários, dentro das nossas possibilidades”, referiu Jorge Teixeira, da RunPorto, que conta com cerca de 1.100 inscritos na prova.

 

Ainda sem certezas sobre a realização da Maratona do Porto, prevista para 8 de novembro e que conta com dois mil inscritos, Jorge Teixeira vai organizar a Corrida de São João também de forma virtual, até porque, confia, “quando autorizarem a realização de eventos, os números de participantes vão disparar”.

 

 

Igualmente em equação está a organização da São Silvestre de Lisboa, que poderá incluir “uma opção virtual, mas mais barata”, o que até nem seria inédito neste percurso pela capital portuguesa.

 

 

“Já tivemos participantes estrangeiros que se inscreveram, submeteram a actividade e receberam a camisola e a medalha, só não tiveram a festa”, frisou Hugo Miguel Sousa.

 

 

A solidariedade é também o mote da iniciativa ‘Alimenta esta corrida’, marcada para 6 de junho, apadrinhada por Aurora Cunha e Pedro Fernandes, e que já conta com a adesão de 36 grupos de corrida na angariação de bens essenciais e alimentares para as instituições solidárias da região de cada uma dessas estruturas.

 

 

 

TPT com: NYT//WP//EPA/CJ GUNTHER//MadreMedia / João Pedro Simões //Lusa//Sapo24// 28 de Maio de 2020