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Fretilin, na oposição em Timor-Leste, continua a criticar instrumentalização dos órgãos de soberania

O maior partido timorense, a Fretilin, atualmente na oposição criticou este domingo o que diz ser a “instrumentalização dos órgãos de soberania pelo poder informal”, apelando aos líderes nacionais para “se unirem na libertação do povo”.

 

 

Esta foi uma das recomendações que saiu do retiro político de dois dias que dirigentes, quadros superiores e militantes da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) mantiveram este fim de semana em Viqueque, sudeste de Díli.

 

 

Em comunicado assinado pelo secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, e enviado à Lusa, o partido deixa várias recomendações depois de um debate centrado no tema: “Ampliar a inclusão para reforçar a democracia.”

 

 

No contexto de tensão política que tem marcado Timor-Leste no último ano, a Fretilin explica ter analisado questões como “os fundamentos da legitimidade democrática num sistema multipartidário” e o “contínuo diferendo entre os líderes da libertação da pátria”.

 

 

Os participantes no encontro “rejeitam ardentemente a instrumentalização dos órgãos de soberania pelo poder informal, pondo em causa a integridade das instituições do Estado, o processo de construção do Estado e o reforço a democracia no país”, refere o comunicado.

 

 

O texto alude a algumas das polémicas recentes, incluindo críticas à ação do Presidente da República – que ainda é presidente da Fretilin -, considerando que as suas posições “assumidas (…) na gestão dos assuntos do Estado são uma forma educativa de toda a sociedade e, em particular, da classe política”.

 

 

Refere-se ainda ao polémico relatório da Câmara de Contas sobre a Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) – presidida por Mari Alkatiri – que aponta várias irregularidades, e que, para a Fretilin, “é utilizado para fins políticos”.

 

 

Motivo pelo qual o partido “alerta os órgãos de soberania competentes para as tentativas de instrumentalização dos órgãos judiciais para interesses partidários ou de grupos”, refere ainda o comunicado.

 

 

Num quadro de tensão entre os principais líderes históricos do país, os partidos no retiro “apelam aos líderes da libertação da pátria para se unirem na libertação do povo” e para “virarem a página rumo a um novo clima político”.

 

 

“É tempo de reunir as diferenças, é tempo de cerrarmos as fileiras, é tempo de apostar na excelência para o desenvolvimento sustentável de Timor-Leste, é tempo de ampliarmos a inclusão para reforçar a democracia e, em suma, é tempo de sermos ‘um por todos e todos por um’”, refere o texto.

 

 

O mote ‘um por todos e todos por um’ foi o lema do VI Governo, liderado por um dirigente da Fretilin, Rui Maria de Araújo, mas apoiado por uma coligação liderada pelo Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), de Xanana Gusmão.

 

 

O Retiro Nacional de Viqueque contou com a presença dos dirigentes dos órgãos nacionais e subnacionais do partido, as organizações filiadas, sociais e profissionais e ainda dirigentes e militantes dos “aliados”, nomeadamente o PD e o PUDD.

 

 

A reunião analisou o desempenho do partido nas eleições legislativas de 2017 e a eleição antecipada de 2018, deixando várias recomendações à Comissão Política Nacional e ao Comité Central.

 

 

Além da necessidade de “formação político-patriótica dos militantes e quadros do partido”, o retiro recomendou a “reorganização das estruturas” partidárias e aumentar o contacto com o eleitorado, especialmente os jovens.

 

 

“Envolvimento dos militantes em atividades produtivas, com vista a melhorar as fontes de rendimento do agregado familiar” e “manter a postura de diálogo tendo em vista ampliar a inclusão para reforçar a democracia” foram outras recomendações. O Retiro Nacional conclui-se com uma cerimónia comemorativa do 44º aniversário da Fretilin.

 

 

 

TPT com: AFP//Observador//Lusa//Nuno Veiga/Lusa//Expresso// 30 de Setembro de 2018

 

 

 

 

 

Pedro Passos Coelho recusou condecoração do presidente Marcelo Rebelo de Sousa

O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho recusou ser condecorado por Marcelo Rebelo de Sousa pela sua passagem por São Bento. De acordo com o semanário Expresso, e como o Observador já confirmou, o Presidente da República terá sondado a abertura de Passos para receber uma condecoração habitualmente atribuída a antigos chefes de Governo pelos serviços prestados ao país — ainda que haja exceções –, mas terá recebido a resposta de que este não seria o momento adequado para essa distinção, por ser demasiado cedo.

 

 

Passos, diz ao semanário uma fonte próxima do social-democrata, considera que é “novo para receber condecorações nacionais”. Uma posição interpretada como um sinal de que a saída do Governo, em 2015, com a formalização da “geringonça”, poderá não ter sido o fim da linha política para o ex-primeiro-ministro. ““Ele quer voltar à política”, escreve o Expresso, citando antigos colaboradores de Passos.

 

 

Se deseja esse regresso, também vai deixando claro que, a acontecer, ele não será imediato. Passos Coelho não será uma pedra no sapato de Rui Rio, da mesma forma que um desaire do atual presidente do PSD nas próximas eleições, europeias e legislativas, não o levará a dar o passo em frente e concretizar o regresso. Nesse momento, será “a vez deles”, os mais novos, a nova geração de sociais-democratas. O horizonte de Passos está além desse período, como se estivesse numa segunda linha de ação, num cenário em que nem esses novos protagonistas consigam reabilitar a relação do partido com os eleitores.

 

 

 

O artigo sugere, no entanto, outra explicação: o antigo primeiro-ministro ainda não dá a sua carreira política por encerrada. No médio prazo, Passos pode voltar ao activo, se — esgotada a solução de Rui Rio — a nova geração não for capaz de singrar, devolvendo o partido ao poder.

 

 

O possível regresso de Passos é um assunto no PSD. Recentemente, o comentador Pedro Marques Lopes disse, na TSF: “Passos Coelho quer voltar a ser presidente do PSD e já começou a fazer contactos”. A reacção de Marques Lopes no programa Bloco Central surgiu na sequência do artigo escrito pelo ex-governante no jornal Observador, no qual criticou a decisão do Governo e do Presidente da República de não reconduzir Joana Marques Vidal na Procuradoria-Geral da República.

 

 

Pedro Marques Lopes disse ainda que a ideia de Passos Coelho será “voltar a ser presidente do PSD. É por isso que considera extemporâneo ser agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo”, concluiu.

 

 

 

TPT com: AFP//Expresso//João Porfírio/Observador//Público// 29 de Setembro de 2018

 

 

 

 

 

 

Trump e Putin em sintonia sobre alegada interferência russa nas eleições

No final da cimeira de Helsínquia, o Presidente russo e o homólogo norte-americano mostraram-se confiantes numa evolução positiva das relações atualmente “complicadas” entre os dois países. Vladimir Putin negou qualquer ingerência de Moscovo nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 e Donald Trump, que as venceu, disse não ter razões para desconfiar das suas palavras, apesar das conclusões dos serviços de inteligência norte-americanos que vão no sentido contrário.

 

 

Em conferência de imprensa conjunta no final das conversações de quatro horas, o Presidente norte-americano lançou o veredicto: a relação entre os Estados Unidos e a Rússia “nunca esteve pior”, mas a situação “mudou” após encontro bilateral que decorreu esta segunda-feira na Finlândia. Ambos os líderes consideraram que o encontro de hoje foi apenas “o primeiro passo” num longo processo para a resolução dos problemas que envolvem os dois países.

 

 

Donald Trump disse que a diplomacia com a Rússia pode não ser bem acolhida, mas é necessária.”Nada seria mais fácil do que recursar um encontro, recusar uma conversção. Mas isso não traria nenhuma conquista”, sublinhou.

 

O Presidente norte-americano referiu ainda que “os dois países” devem ser responsabilizados pelo estado das relações bilaterais. “Acho que os dois países são responsáveis. Acho que os Estados Unidos têm sido estúpidos. Todos temos sido estúpidos”, refere.

 

 

Trump assinalou ainda que todas as partes são “culpadas” e “cometeram erros”. Do lado dos Estados Unidos, a investigação em curso sobre a alegada interferência russa nas eleições de 2016 é talvez o maior.

 

 

“É o que nos tem mantido afastados, é vergonhoso para o nosso país”, considerou o líder norte-americano, acrescentando ainda que as investigações “tiveram um impacto negativo no relacionamento entre as duas potências nucleares”.

 

 

Por sua vez, o homólogo russo reconheceu as dificuldades de relacionamento com Washington, mas sublinhou que não existem motivos para essas dificuldades.

 

 

“É claro para todos que a relação bilateral está a passar por um momento complicado. No entanto, a tensão existente e a atmosfera tensa, essencialmente, não têm nenhuma razão sólida de existir”, afirmou o líder russo.

 

 

 

Sem razões para desconfiar de Putin

 

 

 

Foram vários os temas abordados na conferência de imprensa conjunta, mas a alegada ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas que ditaram a vitória de Donald Trump esteve em destaque. Vladimir Putin assegurou que a Rússia “nunca interferiu” em atos eleitorais nos Estados Unidos.

 

 

 

O líder russo confirmou o assunto da “alegada interferência” foi abordado durante a cimeira. “Tive de reiterar algumas coisas que já disse várias vezes, incluindo durante os nossos contactos pessoais, que o Estado russo nunca interferiu e nunca vai interferir nos assuntos internos dos Estados Unidos”, afirmou Vladimir Putin, que reconheceu no entanto que Donald Trump era o seu candidato predileto no escrutínio de há dois anos.

 

 

Trump acrescentou que o tema foi mesmo amplamente abordado pelas duas delegações durante a reunião e disse, ao lado do homólogo russo, que não acredita no envolvimento de Moscovo nas eleições de 2016. Garantiu ainda que levou a cabo uma campanha “limpa” e que não houve qualquer “conluio” com o Kremlin.

 

Questionado sobre o nível de confiança depositado nos serviços de informações norte-americanos – que apontam para as interferências da Rússia no ato eleitoral – Trump admitiu que foi informado pela CIA desse facto, mas que não está tão seguro sobre essas conclusões.

 

 

“Tenho muita confiança nos meus serviços de informações, mas digo-vos que o Presidente Putin foi muito poderoso e forte na negação de hoje” do envolvimento russo nas eleições, assegurou Trump.

 

 

Num tweet publicado durante a manhã, o Presidente norte-americano tinha culpado os Estados Unidos por minarem a relação bilateral com a Rússia. “A nossa relação com a Rússia NUNCA foi pior graças a muitos anos de loucura e estupidez norte-americana, a maldita caça às bruxas!”, escreveu.

O Ministério russo dos Negócios Estrangeiros respondeu também no Twitter: “Nós concordamos”.

 

 

Na conferência, o líder norte-americano elogiou ainda a disponibildade de Putin para conduzir os interrogatórios de 12 agentes russos acusados por Robert Mueller de hacking contra o Partido Democrata antes das eleições de 2016.

 

 

Este ponto da conferência está a ter enorme impacto interno nos Estados Unidos. Vários senadores, incluindo alguns republicanos, não gostaram de ouvir Donald Trump a ceder perante as garantias russas.

 

 

“Uma oportunidade perdida pelo Presidente Trump para responsabilizar firmemente a Rússia pelas eleições de 2016 e para deixar um forte aviso sobre futuras eleições. Esta resposta será vista pela Rússia como um sinal de fraqueza e vai criar mais problemas do que aqueles que resolve”, sublinhou Lindsey Graham, senador republicano pela Carolina do Sul.

 

John O. Brennan, antigo diretor da CIA, vai mais longe na reação às palavras do Presidente norte-americano, considerando que as afirmações “não são nada menos do que uma traição”.

 

 

“O desempenho de Donald Trump na conferência de imprensa em Helsínquia chega ao nível e ultrapassa os crimes e delitos graves. Não é nada menos que uma traição. Não foram apenas comentários imbecis de Donald Trump, ele está totalmente nas mãos de Putin. Patriotas republicanos, onde estão vocês???”, escreveu no Twitter.

 

 

Em comunicado, o Presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Ryan disse que Trump deve ter “em conta que a Rússia não é um país aliado” e que não há qualquer dúvida que houve interferência russa nas eleições.

 

 

“Não há equivalente moral entre os Estados Unidos e a Rússia, esta que permanece hostil aos nossos valores e ideais mais básicos. Os Estados Unidos devem manter-se focados em responsabilizar a Rússia e pôr fim aos seus vis ataques contra a democracia”, refere ainda Paul Ryan.

 

 

 

“Um bom competidor”

 

 

 

O tópico dominou as declarações à imprensa, mas não foi o único a merecer atenção num encontro que decorreu no palácio presidencial da Finlândia. Este local histórico acolheu, ao longo das últimas décadas, vários encontros bilaterais entre outros Presidentes norte-americanos e líderes russos ou soviéticos.

 

 

A conferência começou mesmo com largos elogios por parte de Donald Trump à organização russa do campeonato do mundo de futebol, que terminou no domingo. A meio da declaração conjunta, Putin entregou uma bola de futebol à delegação norte-americana em jeito de agradecimento.

 

 

Questionado pelos jornalistas sobre se olhava para Putin como adversário – menos de 24 horas após ter designado a União Europeia como um “inimigo” dos Estados Unidos – Donald Trump diz que o homólogo russo “é um bom competidor”.

 

 

Os dois líderes tiveram um encontro privado, onde estiveram apenas acompanhados pelos respetivos tradutores. Essa reunião deveria ter durado 90 minutos mas ultrapassou as duas horas. De seguida os dois chefes de Estado estiveram reunidos num almoço de trabalho, onde participaram também o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e o Embaixador norte-americano na Rússia, Jon Huntsman.

 

 

No final da conferência de imprensa, um dos jornalistas presentes questionou diretamente Vladimir Putin sobre a existência de material comprometedor sobre Donald Trump, alegadamente nas mãos das autoridades russas. Vladimir Putin desmentiu os rumores sobre esse tipo de informação que possa ter sido recolhida aquando das visitas do então empresário nova-iorquino a Moscovo.

 

 

“Quando ele veio a Moscovo eu nem sequer sabia que ele cá estava. É dificil imaginar algo com menos sentido. Apaguem esse lixo das vossas cabeças. Trato o Presidente Trump com o maior respeito, mas na altura ninguém me informou que ele estava em Moscovo. Já fui responsável dos serviços de informações e sei como esses dossiers são elaborados”, concluiu Putin.

 

 

Donald Trump também se mostrou tranquilo. “Se eles tivessem alguma coisa [material comprometedor] sobre mim, isso seria público há muito tempo”.

Segundo as agências noticiosas, o encontro privado entre os dois líderes estava previsto para durar 90 minutos mas acabou por durar mais de duas horas, o que de algum modo prova que o clima era de entendimento. Só depois desse encontro a sós (com os intérpretes), os dois chefes de Estado partiram para um almoço de trabalho, tendo-se juntado o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e o embaixador dos Estados Unidos na Rússia, Jon Huntsman.

 

 

Trata-se da quarta vez que presidentes norte-americanos e russos se encontram na capital da Finlândia depois de Gerald Ford e Léonid Brejnev (1975), George Bush e Mikhail Gorbatchev (1990) e Bill Clinton e Boris Ieltsin (1997).

 

 

 

 

TPT com: AFP//Reuters// Grigory Dukor – Reuters//António Mateus – RTP// Andreia Martins – RTP//Lusa// 16 de Julho de 2018

 

 

 

 

 

 

 

“Não há muros suficientemente altos para travar pessoas com fome”, diz Obama no Porto

 Era uma das conferências mais aguardadas do ano em Portugal: Obama foi ao Porto, falou das suas preocupações ambientais – que lamenta que não sejam as do seu sucessor – e uma das declarações mais aplaudidas versou sobre os muros da dignidade (ou falta dela).

 

 

“Yes, we can.” O slogan que ajudou Barack Obama a conquistar a Casa Branca foi dito apenas uma vez na cimeira Climate Change Leadership, no Porto, por Catarina Furtado, a apresentadora do Climate Change Leadership Porto 2018, mas quem ouviu esta sexta-feira o 44º presidente dos Estados Unidos percebeu que esta pode ser, também, a frase certa para falar de alterações climáticas. Todos juntos “podemos fazer a diferença” e vencer este desafio.

 

 

Barack Obama, o principal orador desta cimeira, foi claro neste ponto. Afirmou que “podemos reduzir as emissões de gases em 30% a 35% com as tecnologias que já existem”, frisando que, apesar de o seu sucessor na Casa Branca, Donald Trump, “não concordar com as suas iniciativas ambientais, o caminho iniciado terá continuidade”. “Tenho confiança de que a política dos EUA se alinhe novamente com o pensamento científico [nestas matérias]”, avançou.

 

 

As perguntas previamente selecionadas a que respondeu nesta conferência podem contar-se pelos dedos das mãos, mas, durante uma hora, sem nunca citar o nome de Donald Trump, o ex-presidente do EUA fez várias referências ao atual presidente, como quando destacou as boas notícias – leia-se “boas” com ironia – nesta área: uma dessas é que “o meu país foi o único a sair do acordo de Paris”. Uma das citações mais aplaudidas da tarde foi outra referência indireta a Trump: “Há uma altura em que não há muros suficientemente altos para impedir que as pessoas com fome arrisquem”.

 

 

No Coliseu do Porto, Obama recordou o Hawai, onde cresceu, para justificar a sua sensibilidade em questões ambientais, ao ver o oceano e a subida do nível da água e os seus impactos, uma preocupação que o levou a colocar a questão das alterações climáticas no topo da agenda durante os anos da sua presidência. Depois de sair da Casa Branca, reconheceu que “houve retrocessos”, mas mantém o tom otimista.

 

 

“Neste trabalho para responder às alterações climáticas, alguns esforços são já inevitáveis”, afirmou, animado por muitas empresas já terem começado a perceber que era importante manter o trajecto iniciado: “Mesmo com a legislação a retroceder em algumas casos, as coisas avançam e ainda podemos continuar a ver progressos nesta área. Muitos países reconhecem que há metas para alcançar e, se essa força continuar, tenho a certeza de que os EUA vão voltar a envolver-se no esforço de redução das emissões de gases”, disse Obama, convicto de que o país acabará por voltar ao protocolo de Paris.

 

 

Sem perder a esperança, Barack Obama garantiu ainda ter “confiança de que cada vez mais países terão metas mais ambiciosas no que respeita às alterações climáticas”. Sentado no palco do Coliseu frente a Juan Verde, presidente da Advance Leadership Foundation, Obama respondeu às questões previamente enviadas pela organização do evento durante precisamente uma hora, das 15h às 16h, como estava previsto no programa oficial.

 

O 44º Presidente dos EUA foi recebido com palmas dos 2200 participantes no evento, foi várias vezes aplaudido durante a sua intervenção e foi ovacionado no final. O Coliseu, com 4000 lugares, levantou-se para se despedir de Barack Obama, que seguiu de imediato para Madrid por ter “uma agenda muito cheia”, sem se esquecer de deixar uma justificação pela breve passagem por Portugal, país ao qual agradeceu “a enorme hospitalidade”, garantindo que voltará. “Tenho de vir passar férias, relaxar e experimentar o Vinho do Porto”, anunciou.

 

 

 

 

“A Michelle detesta política”

 

 

 

 

Antes da intervenção, num encontro privado de cinco minutos, cumprimentou alguns membros da organização e patrocinadores do evento, entre os quais Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, Paulo Azevedo, presidente da Sonae, António Rios Amorim, da Corticeira Amorim, Nuno Botelho, líder da Associação Comercial do Porto, Nuno Pires, da Essência do Vinho, e Adrien Brigde, do grupo The Fladegate Partnership. O Expresso sabe que neste encontro Obama já tinha tecido elogios ao Porto, referido a sua “agenda difícil” e manifestado vontade de ir passar férias à cidade, apesar de desta vez ter optado por ir dormir a Madrid.

 

 

Logo a seguir, Barck Obama tirou fotografias com 100 convidados, em encontros sucessivos de apenas alguns segundos durante os quais foi perguntando o nome de cada um, antes de posar para a fotografia. No Coliseu houve ainda espaço para algumas confidencias, como o facto de “a Michelle detestar política”. No entanto, sublinhou que política também podem ser causas como aquelas pelas quais lutaram Nelson Mandela, na África do sul, ou de Martin Luther King, nos EUA.

 

 

Aos mais novos deixou uma nota de incentivo, recordando que foram os jovens entre os 20 e 24 anos, “melhores do que a classe política estabelecida”, que o ajudaram a conquistar a presidência.

 

Texto: Margarida Cardoso/Expresso

 

 

 

 

Barack Obama tem a certeza de que os EUA vão regressar ao Acordo de Paris

 

 

 

 

 

O ex-Presidente dos EUA Barack Obama disse nesta sexta-feira, 6 de Julho, ter “a certeza” de que os EUA vão voltar ao Acordo de Paris e que “mais e mais países vão assumir metas mais arrojadas no futuro” no combate às alterações climáticas. Obama, que falava durante a cimeira Climate Change Leadership, hoje no Porto, destinada a debater as alterações climáticas, lembrou que durante a sua administração mostrou ser possível “criar emprego e promover a economia e ao mesmo tempo investir em energia limpa”.

 

“Para continuar este programa, teríamos de juntar as mãos com outros países”, realçou. Para Baraka Obama, que assumiu o combate às alterações climáticas como uma prioridade para os seus mandatos, entre 2009 e 2017, “não importa o que é feito agora, a temperatura vai mesmo aumentar por uns tempos”.

 

 

“Mesmo que sejam implementadas as regras mais restritivas, as emissões já feitas implicam que a temperatura vá continuar a aumentar durante algum tempo”, realçou, considerando que “seria importante que as empresas partilhassem um número” e “associassem um preço com as perdas ou com os gastos feitos na adaptação às alterações climáticas”.

 

Perante o problema que representam as alterações climáticas, Obama assinalou que “a maior parte das vezes já existem respostas para os solucionar” e que a dificuldade na sua implementação passa pelas “instituições” e a forma como as coisas estão organizadas. “Temos de encorajar os cidadãos a pressionar os seus governos (…) as coisas têm de ser resolvidas a partir das bases”, frisou, realçando que “algumas vezes a liderança esquece que o poder vem das pessoas e não se pode impor uma resposta sem que estas sintam resistência”.

 

 

Barack Obama disse mesmo que “a única forma de as coisas mudarem é as pessoas concordarem que é preciso uma mudança”.

 

 

Questionado sobre o futuro do Acordo de Paris, lamentou que o seu sucessor tivesse uma posição diferente da sua quanto a alterações climáticas, mas disse acreditar que, no futuro, os EUA vão voltar a alinhar com a ciência. “A má notícia é que o meu sucessor não concordou comigo. (…) A boa notícia é que outros esforços foram surgindo na economia e as empresas foram percebendo as vantagens de investir em energia limpa”, assinalou.

 

 

Num discurso após a assinatura do Acordo de Paris, em dezembro de 2015, Obama defendeu que “nenhuma nação consegue resolver este problema sozinha” e que esta seria a “melhor hipótese de salvar o único planeta que temos”.

 

 

“Este acordo envia uma mensagem poderosa, que o mundo está totalmente comprometido com um futuro de baixo carbono e que tem potencial para promover investimento e inovação em energia limpa”, afirmou então nos EUA.

 

 

 

 

Depois do Porto Barack Obama teve breve “reunião cordial” em Madrid com o Primeiro Ministro espanhol Pedro Sánchez

 

 

 

 

 

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, teve nesta sexta-feira, 6 de Julho, uma breve “reunião cordial”, num hotel de Madrid, com o ex-Presidente dos Estados Unidos Barak Obama, depois da intervenção deste último na Cimeira sobre a Inovação Tecnológica e a Economia Circular. Foi “uma reunião cordial entre duas pessoas que sabem bem como se pode liderar um país”, tendo o encontro sido “breve, mas interessante”, disse a porta-voz do Governo espanhol, Isabel Celaá, na habitual conferência de imprensa depois do Conselho de Ministros.

 

Sánchez deslocou-se ao hotel Marriot Madrid Auditorium para cumprimentar Obama e reunir-se com o ex-presidente norte-americano durante alguns minutos à margem da cimeira, depois de ter presidido à reunião do Conselho de Ministros.

 

 

 

 

TPT com: AFP//Texto: Expresso/Margarida Cardoso//Lusa//Fotos: Patrícia de Melo Moreira// Chip Somodevilla/Getty// 6 de Julho de 2018

 

 

 

 

 

 

 

Cristiano Ronaldo e Suárez o outro duelo que não vai querer perder no jogo Uruguai Portugal

O português Cristiano Ronaldo e o uruguaio Luís Suárez reencontram-se hoje, sábado com a mente, em termos individuais, de se assumirem como os maiores goleadores dos respetivos países em Mundiais de futebol.

 

 

Ambos somam sete golos em campeonatos do mundo e certamente vão querer fazer o gosto ao pé esta noite.

 

 

Os jogadores que em 2013/14 partilharam a ‘Bota de Ouro’, com 31 golos, numa altura em que Ronaldo já era do Real Madrid e Suárez ainda alinhava no Liverpool, somam ambos sete golos em campeonatos do mundo, sendo segundos de Portugal e Uruguai.

 

 

Ronaldo está a dois do ‘rei’ Eusébio, que foi o melhor marcador do único Mundial em que participou, ao marcar nove golos em 1966, enquanto Suárez segue a apenas um de Óscar Míguez, que marcou cinco em 1950, ano do segundo título do Uruguai, e três em 1954.

 

 

O atual avançado do FC Barcelona entrou para o Mundial2018 com mais dois tentos do que o rival do Real Madrid, mas o capitão da seleção lusa já o alcançou, ao marcar quatro golos, contra apenas dois do ponta de lança do Uruguai.

 

 

O ‘7’ luso começou com um ‘hat-trick’ à Espanha (3-3), conseguido com um penálti, um ‘frango’ de De Gea e um livre direto superiormente apontado, aos 88 minutos, e prosseguiu com o golo da vitória face a Marrocos (1-0), de cabeça após um canto.

 

 

O avançado luso poderia ter apontado um quinto golo na terceira jornada da fase de grupos, mas, já na segunda parte do jogo com o Irão (1-1), desperdiçou uma grande penalidade, que, a ser concretizada, teria colocado Portugal a vencer por 2-0.

 

 

Por seu lado, Luis Suárez começou por ficar em ‘branco’ face ao Egito (1-0), num embate em que desperdiçou três excelentes ocasiões para faturar, mas, depois, selou o triunfo sobre a Arábia Saudita (1-0), na sua 100.ª internacionalização, e abriu o marcador face à anfitriã Rússia (3-0), de livre direto.

 

 

Nas anteriores participações, Ronaldo, que se tornou o quarto jogador a marcar em quatro edições, como o brasileiro Pelé e os alemães Uwe Seeler e Miroslav Klose, havia marcado um tento em 2006, de penálti, ao Irão (2-0), um em 2010, à Coreia do Norte (7-0), e outro em 2014, ao Gana (2-1), todos na fase de grupos.

 

 

Por seu lado, Suárez começou por marcar três em 2010, um ao México (1-0), na fase de grupos, e dois à Coreia do Sul (2-1), nos ‘oitavos’, para ser expulso nos ‘quartos’, face ao Gana, ao salvar com a mão o que seria o 2-1 para os africanos. O Uruguai venceu nos penáltis e o avançado falhou as ‘meias’, por castigo.

 

 

Em 2014, não marcou na estreia, com a Costa Rica (1-3), ‘bisou’ no segundo jogo, frente à Inglaterra (2-1), e, no terceiro, com a Itália (1-0), mordeu Chiellini. Não foi expulso, mas a FIFA penalizou-o com nove jogos internacionais de suspensão, a maior de sempre, e quatro meses longe do futebol.

 

 

No total, em Mundiais, Ronaldo e Suárez chegam aos ‘oitavos’ da edição com 2018 empatados, com sete golos, depois de terem terminado a Liga espanhola 2017/18 também quase empatados, já que o português apontou 26 e o uruguaio 25. Messi chegou aos 34.

 

 

Em campeonatos do Mundo, numa lista liderada por Klose, com 16 golos, seguido do brasileiro Ronaldo, com 15, e do também alemão Gerd Müller, com 14, um outro germânico, Thomas Müller é o melhor em atividade, com 10, mas já foi eliminado, em ‘branco’.

 

 

Portugal e Uruguai defrontam-se hoje, sábado às 21:00 locais (19:00 em Lisboa), no Estádio Olímpico Fisht, em Sochi, em encontro dos oitavos de final do Mundial de 2018.

 

 

 

TPT com: AFP//Sportinforma//Lusa//SapoDesporto// 30 de Junho de 2018

 

 

 

 

 

O presidente Trump defende a deportação imediata dos imigrantes ilegais sem irem a audição por juiz

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu hoje que os migrantes que passam ilegalmente a fronteira devem ser deportados “imediatamente” sem a oportunidade de serem ouvidos por um juiz.

 

 

“Não podemos permitir que estas pessoas invadam o nosso país. Quando alguém entra, devemos imediatamente, sem juízes ou casos judiciais, enviá-lo de volta para o local de onde veio”, escreveu Trump na rede social Twitter.

 

 

“O nosso sistema zomba de uma boa política de imigração e da lei e ordem”, adiantou, indicando que é “ridicularizado em todo o mundo” e que é “muito injusto” para indivíduos que utilizam meios legais para entrar no país.

 

 

Quando os imigrantes são detidos nos Estados Unidos devido ao seu estatuto legal têm direito a serem ouvidos por um magistrado, que decide se devem ser expulsos ou se podem ficar no país por terem direito a pedir asilo.

 

 

As declarações de hoje de Trump representam outro passo nas suas duras propostas contra a imigração ilegal.

 

 

Em abril, a sua administração começou a aplicar uma política de “tolerância zero” em relação à imigração ilegal, que implica processar criminalmente todos os migrantes adultos que tentem entrar no país, o que levou à separação de crianças dos seus familiares quando estes eram detidos.

 

 

Devido à política de “tolerância zero”, mais de 2.300 crianças e jovens migrantes foram separados dos seus familiares na fronteira com o México, uma situação criticada por quase todos, desde as Nações Unidas até às fileiras republicanas (o partido do presidente) e que levou Trump a assinar na quarta-feira um decreto para se acabar com as separações sistemáticas.

 

 

 

Ministério da Saúde dos EUA cria unidade para reagrupar crianças

 

 

 

 

O Ministério da Saúde norte-americano criou uma “unidade especializada no agrupamento de crianças desacompanhadas”, um primeiro passo concreto face ao quebra-cabeças das famílias separadas na fronteira com o México, divulgou o ‘site’ Politico.

 

 

Segundo este ‘site’, a unidade é dirigida por um responsável das situações de urgência, sinal da amplitude da tarefa normalmente atribuída ao Gabinete de Recolocação de Refugiados.

 

 

“O ministro (Alex) Azar está a mobilizar todos os recursos competentes do ministério para ajudar no reagrupamento ou colocação de crianças e de adolescentes estrangeiros não acompanhados junto de um familiar ou hospedeiro”, disse na sexta-feira à noite ao Politico Evelyn Stauffer, porta-voz do ministério.

 

Devido à política de “tolerância zero” aplicada desde o início de maio pela administração do Presidente Donald Trump, mais de 2.300 crianças e jovens migrantes foram separados dos seus familiares na fronteira com o México.

 

 

A situação foi criticada por quase todos, desde as Nações Unidas até às fileiras republicanas (o partido do presidente).

 

 

Apesar do decreto assinado por Trump na quarta-feira para acabar com as separações sistemáticas, continua a reinar a confusão e os reagrupamentos estão muito atrasados.

 

 

A ONU considerou na sexta-feira “sem sentido” as mudanças anunciadas pela administração norte-americana para a questão das crianças migrantes separadas dos pais na fronteira, norte-americana, frisando que a solução não pode passar pela detenção dos menores.

 

 

“Entendemos que agora a prática será deter as crianças com os seus pais (…), temos dito repetidamente que as crianças nunca devem ser detidas por motivos relacionados com o seu estatuto migratório”, disse a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani.

 

 

Salientou que em nenhuma circunstância uma criança pode ser detida sob o argumento que tal medida é feita em seu interesse.

 

 

Segundo a televisão CNN, os eleitos democratas continuam a manter a pressão sobre o governo e alguns tinham previsto para hoje deslocações a centros de detenção onde se encontram jovens migrantes.

 

 

 

ONU considera “sem sentido” nova medida dos EUA para crianças imigrantes separadas dos pais

 

 

 

 

A ONU considera que não concorda com as mudanças anunciadas pela administração dos Estados Unidos para a questão das crianças imigrantes separadas dos pais na fronteira norte-americana, frisando que a solução não pode passar pela detenção dos menores.

 

 

“Entendemos que agora a prática será deter as crianças com os seus pais (…), temos dito repetidamente que as crianças nunca devem ser detidas por motivos relacionados com o seu estatuto migratório”, disse a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, numa conferência de imprensa em Genebra (Suíça).

 

A representante da ONU salientou que em nenhuma circunstância uma criança pode ser detida sob o argumento que tal medida é feita em seu interesse.

 

 

Estas declarações surgem numa altura em que administração liderada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, está sob fortes críticas, internas e internacionais, por causa da política de “tolerância zero” quanto à imigração.

 

 

Ao abrigo desta política, várias centenas de crianças têm sido separadas das famílias na fronteira entre os Estados Unidos e o México.

 

 

No seguimento da vaga de críticas, Trump assinou, na quarta-feira, uma nova ordem executiva que prevê que as crianças não sejam separadas dos familiares e que sejam mantidas junto aos pais enquanto estes estão detidos sob a acusação de terem atravessado, de forma ilegal, a fronteira norte-americana.

 

 

Mas, segundo um documento norte-americano oficial em vigor desde 1997, as crianças migrantes e indocumentadas não podem ser retidas pelos serviços de imigração por um período superior a 20 dias.

 

 

Na mesma conferência de imprensa, Ravina Shamdasani reiterou o apelo da ONU para que os Estados Unidos adotem políticas migratórias que integrem outras opções, alternativas à detenção e que passem, por exemplo, pela participação das comunidades.

 

 

“Instamos a uma abordagem que não consista na detenção das crianças e dos pais”, reforçou a porta-voz, acrescentando que a ONU defende “alternativas que respeitem plenamente os direitos humanos dos migrantes”.

 

 

Na quinta-feira, os ‘media’ norte-americanos noticiaram que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (Pentágono) está a preparar abrigo para cerca de 20 mil crianças migrantes sozinhas em quatro bases militares norte-americanas.

 

 

Sobre esta medida concreta, Ravina Shamdasani insistiu que “a migração irregular não é um crime e os migrantes não devem ser tratados como criminosos”.

 

 

O interesse superior da criança é um princípio protegido e reconhecido nas principais normas internacionais sobre direitos humanos, incluindo na Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), o mais ratificado de todos os tratados sobre direitos humanos.

 

 

O documento, adotado por unanimidade pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em novembro de 1989, está subscrito por 195 Estados.

 

 

Destes Estados, apenas um país não ratificou o texto, os Estados Unidos, segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

 

 

 

 

 

TPT com: Reuters//AFP//Jornal Económico//Lusa//MadreMedia/Lusa//Politico.// 24 de Junho de 2018

 

 

 

 

 

António Costa quer Marcelo Rebelo de Sousa “rapidamente em boa forma”

O primeiro-ministro destacou neste último sábado (ontem) a importância de ter o Presidente da República (PR) “rapidamente em boa forma”, afirmando que Marcelo Rebelo de Sousa “estará seguramente recuperado e pronto” para a “pesada agenda internacional” da próxima semana.

 

 

António Costa falava aos jornalistas no fim da inauguração de uma praça em Vila Nova de Gaia, antes de se dirigir ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, para “dar um abraço e desejar boa-viagem” a Marcelo Rebelo de Sousa, a quem foi foi diagnosticada uma gastroenterite aguda depois de se ter sentido mal em Braga.

 

 

Costa revelou já ter falado com o Presidente, notando que ele “está claramente melhor”, “perfeitamente consciente” e “a recuperar”.

 

 

“Vai descansar durante o fim de semana mas estará seguramente recuperado e pronto”, afirmou.

 

 

O governante lembrou que o Presidente da República tem “uma agenda internacional pesada”.

 

 

“Portanto, é bom que tenhamos no nosso Presidente rapidamente em boa forma”, disse.

 

 

António Costa assinalou ontem pelas 17:00, em Gaia, o arranque dos festejos de São João, com a inauguração de uma praça cívica no centro do concelho, nas traseiras do edifício dos Paços do Concelho.

 

 

Desde 2014 que António Costa tem alternado a presença nas celebrações do São João entre os dois concelhos, totalizando este ano a quarta participação na festa, embora no exercício de cargos diferentes.

 

 

Há quatro anos, António Costa era presidente da Câmara de Lisboa e esteve no Porto a celebrar o São João no Porto, ao lado de Rui Moreira, que em 2013 foi o primeiro independente a ser eleito presidente daquela Câmara, tendo depois feito uma coligação pós-eleitoral com o PS.

 

 

Em 2015, Costa participou no São João de Gaia como secretário-geral do PS, jantando e assistindo ao fogo-de-artifício ao lado do presidente daquela autarquia.

 

 

Costa regressou ao São João do Porto em 2016, já como primeiro-ministro e em 2017 cancelou a visita a Vila Nova de Gaia, prevista para participar nos festejos de São João, devido aos incêndios de Pedrógão Grande.

 

 

O Presidente da República sentiu-se mal ao final da manhã de sábado (eram  12:48, em Portugal), e foi amparado por elementos do seu gabinete, no final de uma visita ao Santuário do Bom Jesus, em Braga, tendo sido depois transportado pelos seguranças para um hotel próximo.

 

Marcelo Rebelo de Sousa, a quem foi diagnosticada uma gastroenterite aguda, regressou a Lisboa e cancelou a agenda de sábado e domingo, conforme informou a Presidência da República.

 

 

“Os exames efetuados no Hospital de Braga confirmaram que o Presidente da República sofreu uma gastroenterite aguda. Os médicos recomendaram hidratação e repouso, pelo que o chefe de Estado, recuperado, está de regresso a Lisboa, tendo sido anulado o programa previsto” para este fim de semana”, lêu-se numa nota divulgada no portal da Presidência da República.

 

 

À saída do Hospital de Braga, onde foi observado depois de se ter sentido mal ao final da manhã, o PR adiantou ter a intenção de abrandar o ritmo para não pôr em causa a sua visita oficial aos Estados Unidos, entre terça-feira e quarta-feira, dia em que tem agendado um encontro na Casa Branca, em Washington D.C., com o Presidente norte-americano, Donald Trump.

 

 

Menos de uma semana depois da formalização da candidatura das Festas de São João de Braga a Património Cultural Imaterial, Marcelo tinha previsto passar o dia de sábado na cidade, começando por visitar o Santuário do Bom Jesus do Monte ao final da manhã.

 

Da agenda do Presidente em Braga, divulgada na sexta-feira, constava, além da visita ao Santuário do Bom Jesus, a presença na abertura oficial das Festas de S. João, às 15:00, na Praça do Município, uma iniciativa no antigo Hospital de S. Marcos, às 16:30, e a inauguração de uma estátua a S. João, às 19:00.

 

No domingo, a sua agenda incluía a abertura oficial do XX PortoCartoon, às 12:00, e numa sessão solene da Assembleia Municipal de Figueiró dos Vinhos no Dia do Município, às 18:00.

 

 

Costa encontrou-se com Marcelo no aeroporto do Porto antes de viajar para Lisboa

 

“Está com bom humor, boa disposição e a recuperar”, disse António Costa aos jornalistas, no final do encontro.

 

 

O primeiro-ministro, participou nos festejos de São João em Vila Nova de Gaia e no Porto, adiantou que o Presidente da República “precisa de descansar” porque tem uma visita importante aos Estados Unidos da América na próxima semana.

 

 

“Felizmente foi só um susto que passou, mas, pelo que eu vi, está bastante bem disposto”, afirmou, sublinhando que a visita aos Estados Unidos da América não está comprometida e que Marcelo Rebelo de Sousa “está a seguir com muita atenção tudo o que se passa no país e no mundo”.

 

 

TPT com: AFP//Jornal Económico//Lusa// 23 de Junho de 2018

 

 

 

 

 

Os luso americanos da Costa Leste também são um forte activo estratégico na promoção e reconhecimento de Portugal nos Estados Unidos

 

A obra permanece por todo o lado, como os próprios portugueses. É uma obra que se deve à reconversão de uma tradicional emigração familiar, mas determinante em termos de integração na sociedade internacional e na vida das organizações de cultura portuguesa,  que, aliás, se vão abrindo à sua participação igualitária,  pouco a pouco…

 

 

Nesta quadra comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em todo o mundo, o The Portugal Times lembra também que Portugal não termina nas fronteiras e é continuado por todos os portugueses que vivem no estrangeiro e contribuem para o seu desenvolvimento.

 

 

Ao longo da história a Emigração tem sido vista como se de uma fatalidade se tratasse, algo que faz parte integrante de uma certa forma de ser e de estar. A temática da emigração tem sido tratada nas mais diversas ilustrações literárias, iconográficas e musicais. O dilema, “ter de partir” e “ter de ficar” é um exemplo ilustrativo dos portugueses que procuram fintar as amarguras da vida, e que por razões económicas, políticas, sociais e outras, deixaram o país à procura de uma vida melhor.

 

Muitos destes emigrantes portugueses tornaram-se empreendedores criativos nos seus países de acolhimento, desenvolvendo projetos e negócios de sucesso, como tivemos a oportunidade de constatar no encontro que teve lugar no dia 20 de Janeiro de 2018, na Câmara Municipal de Mineola, estado de New York, no qual participaram várias figuras públicas luso-americanas da Costa Leste e também a Drª Manuela Aguiar, ex-Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, ex-Deputada do PSD à Assembleia da República pelo Círculo da Emigração e actual presidente da Mulher Migrante. Manuela Aguiar que foi ouvida e muito aplaudida pelas personalidades presentes, lembrou que, “sem que o Estado Português aí tenha o mais pequeno mérito, as comunidades do estrangeiro são um universo cultural em espansão”.

 

Manuela Aguiar (na foto), que esteve presente a convite da Dra. Manuela Bairos, na altura Cônsul Geral de Portugal em New York, referiu ainda, durante a sua alocução, que “se engana quem julga esse universo cultural em declínio contra as evidências da história dos últimos 150 anos de “diáspora” e da sua situação actual”.

 

 

Em conversa com o The Portugal Times, Manuela Aguiar reconhece que a actividade cultural e social da comunidade lusa-americana na Costa Leste é intensa (grupos musicais, folclóricos, desportivos, restaurantes, centros de dia, de idosos, escolas, museus etnográficos, e etc.) e a Dra. Manuela Aguiar acredita que “não há, assim, neste domínio, ruptura com as tradições. A fidelidade aos valores culturais e a sua saudade de Portugal, fonte dinamizadora, de tantas iniciativas e realizações, continuam”.

 

Bem conhecedora da realidade da emigração portuguesa, Manuela Aguiar, (na foto ladeada pelo professor, vereador e vice-Presidente da Câmara Municipal de Mineola, Paulo Pereira), agradeceu o convite que lhe foi feito para estar presente neste encontro em Mineola, estado de New York e defendeu que “ninguém pode desvalorizar a ideia da igualdade de tratamento dos imigrantes na sociedade de acolhimento, “mas também devemos reclamar para eles direitos iguais no seu próprio país”.

 

“Desta moderna corrente de pensamento foi precursor Francisco Sá Carneiro, quando definiu Portugal como Nação de Comunidades e denunciou o desfasamento entre Estado e Nação, “porque o Estado estava (e está) organizado apenas para aqueles que residem dentro de fronteiras”, disse Manuela Aguiar.

 

 

Manuela Aguiar, lembrou também que a luta pela “igualdade de tratamento” entre todos os portugueses foi, de algum modo, prosseguida pelos sucessores de Sá Carneiro, para quem, “o facto de nos vermos como “Nação de Comunidades” significa, num quadro de coerência ideológica, admitir o seguinte: – “no domínio político a concessão incondicional a todos os portugueses, do voto nas diversas eleições e referendos”; –  “na vertente cultural a obrigação do Estado assegurar, cá fora, o ensino da língua e o apoio às iniciativas da sociedade civil”; – “na área social garantir aos nacionais o direito ao repatriamento, ou a pensões não contributivas e ao rendimento mínimo garantido, a partir do estrangeiro”.

 

Grande defensora dos direitos dos emigrantes portugueses, papel que desempenhou tanto como secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, como deputada pela Emigração, Manuela Aguiar, num estilo que lhe é peculiar, falou ainda de temas relacionados com a “Mulher Migrante”, de cuja associação é presidente e cujos princípios orientadores assentam no estudo, na cooperação e na solidariedade, e que resultou de propostas apresentadas no espaço dos trabalhos do “1.º Encontro Mundial de Mulheres Migrantes no Associativismo e no Jornalismo”, organizado pelo então Centro de Estudos da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, que teve posteriormente lugar em Viana do Castelo, entre 16 e 20 de junho de 1985. É constituída por escritura notarial e iniciou as suas atividades em 2 de janeiro de 1994.

 

A Associação da Mulher Migrante Portuguesa já recebeu várias distinções, tanto a nível local como internacional, de que se destacam a Medalha de Mérito do Conselho das Comunidades Portuguesas na Argentina (2002); Placa e Medalha de Mérito entregue pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros (2003); Prémio Talento 2007 para a área do Associativismo, entregue à direcção da Associação durante a gala realizada no Convento do Beato, em Lisboa.

 

 

Segundo Manuela Aguiar, “é tempo de enterrar de vez o princípio da territorialidade para que o Estado assuma, enfim, os seus deveres para com todos os portugueses”, disse.

 

Como toda a imigração a vida na América também não foi nem é fácil, entre lutar pela sobrevivência e enfrentar problemas de integração. Mas a visão, a competência, a honradez  e a tenacidade dos portugueses e luso-americanos que aqui residem constituem exemplos para toda a comunidade radicada nos Estados Unidos e não só.

 

 

E foi isso mesmo que Manuela Aguiar constactou com interesse na Câmara Municipal de Mineola, ao ouvir depoimentos de personalidades luso-americanas de sucesso ligadas a diferentes áreas académicas e profissionais, individualidades que se impuseram nas letras e nas ciências, na política, no mundo empresarial, no movimento associativo, no voluntariado, procedendo em conjunto, a um balanço, quer dos progressos alcançados no campo da igualdade de género e da vivência da cidadania, quer do que falta fazer.

 

Estiveram presentes nesta iniciativa várias personalidades luso-americanas, entre elas o advogado e ex-senador de New York, Jack Martins; o professor, vereador e vice-Presidente da Câmara Municial de Mineola, Paulo Pereira; a Juíza da Suprema Corte de Justiça do estado de Conncticut, Maria Araújo Kahn; a dinâmica advogada e deputada do estado de Conncticut, Rosa Rebimbas; a jovem vereadora luso-americana do município de Mount Vernon, New York, Janice Duarte, que é também a primeira luso-americana a ocupar o cargo de vereadora no condado nova-iorquino de Westchester; a cientista Silvia Curado que é professora Assistente e responsável pelo Programa Científico do Centro de Nanomedicina da Universidade de Nova York (NYU) e presidente do Portuguese American Post-graduate Society (PAPS); o advogado e ex-Procurador da Justiça em New York, António Castro; a ex-Cônsul Geral de Portugal em New York, e actual Embaixadora de Portugal em Chipre, Dra. Manuela Mairos; o Conselheiro das Comunidades Portuguesas, Bruno Machado; o Coordenador Adjunto do Ensino da Língua Portuguesa nos Estados Unidos, Dr. José  Carlos Adão; a vice-Presidente da “The Portuguese-American Leadership Counsil of the United States (PALCUS), Katherine Soares; a médica Marlene Martins Lobato, especialista em Medicina Interna; a especialista financeira Laurinda Ferreira, do Five Star Financial Group; a Senior Vice President and Chief Financial Officer (CFO) of Winthrop-University Hospital, Palmira M. (dos Santos) Cataliotti; o advogado Marco Silva; o empresário e inventor Adelino Pastilha; a ex-Deputada à Assembleia da República pelo Círculo da Imigração Fora da Europa, e vice-Presidente da Mulher Migrante, Maria João Àvila; a professora da Escola Lusitânia da cidade de Long Branch, NJ, Raquel Rosa; o presidente da Secção do PSD-USA, Mário Marques; a coordenadora da Seccção do PSD-USA em Mineola, Rosa Nogueira Martins; e ainda os conceituados  empresários luso americanos Manuel Carvalho; Mónica Oliveira; Fernando Viegas; Fernando Frade e Anthony Gonçalves entre outras figuras luso-americanas ligadas ao associativismo e ao empresariado.

 

 

(Legenda: Na foto em cima (esq/dir.): Bruno Machado, Conselheiro das Comunidades Portuguesas; Jack Martins, advogado e ex-senador do estado de New York; Marlene Martins Lobato, médica e especialista em Medicina Interna; Manuela Mairos, Cônsul Geral de Portugal em New York; Maria Araújo Kahn, Juíza da Suprema Corte de Justiça do estado de Conncticut; Manuela Aguiar, Presidente da Associação Mulher Migrante; Rosa Rebimbas, advogada e deputada do estado de Conncticut; Janice Duarte, vereadora do município de Mount Vernon, estado de New York; Maria João Àvila, ex-Deputada à Assembleia da República pelo Círculo da Imigração Fora da Europa, e vice-Presidente da Mulher Migrante; Silvia Curado, cientista e professora Assistente e responsável pelo Programa Científico do Centro de Nanomedicina da Universidade de Nova York (NYU) e presidente do Portuguese American Post-graduate Society (PAPS) e ainda Paulo Pereira, professor, vereador e vice-Presidente da Câmara Municial de Mineola, estado de New York).

 

A Dra. Manuela Bairos, que foi a impulsionadora deste encontro, agradeceu a participação das pessoas na “sessão de esclarecimento” dada pela Dra. Manuela Aguiar, seguindo-se a intervenção de diversas personalidades luso-americanas de sucesso que  aqui quizeram ir mais além, mostrando vidas desconhecidas da maioria dos portugueses e por outro, trazer a público percursos que há muito deviam ter sido alvo de mais atenção no nosso país.

 

Manuela Bairos gostou do que viu e ouviu e em jeito de despedida como Cônsul Geral de Portugal em New York, comentou que foi um prazer conhecer gente extraordinária, que singrou na vida à custa de muita determinação, mostrando que há muitos valores escondidos e que é possível atingir objectivos na vida desde que haja força para alcançá-los e sem desmotivar ao primeiro embate.

 

 

(Na foto, (esq/dir.): o advogado e ex-senador do estado de New York, Jack Martins; Maria Araújo Kahn, Juíza da Suprema Corte de Justiça do estado de Conncticut; Manuela Aguiar, Presidente da Associação Mulher Migrante; Rosa Rebimbas, advogada e deputada do estado de Conncticut; Janice Duarte, vereadora do município de Mount Vernon, estado de New York; Manuela Mairos, Cônsul Geral de Portugal em New York; Maria João Àvila, ex-Deputada à Assembleia da República pelo Círculo da Imigração Fora da Europa, e vice-Presidente da Mulher Migrante; e Paulo Pereira, professor, vereador e vice-Presidente da Câmara Municial de Mineola, estado de New York).

 

Manuela Bairos que prepara um trabalho de recolha de “histórias de vida” de descendentes luso-americanos que se destacam nos mais diversos campos da vida política, social, económica, associativa e cultural, aumenta, cada vez mais, o interesse dos outros, pela história dos portugueses e da nossa cultura.

 

(Na foto em cima, (esq/dir.), Manuela Bairos; Manuela Aguiar; Paulo Pereira; Maria João Ávila; Mário Marques; e Katherine Soares).

 

“Vidas com Sentido” é o título do livro que vai contar 225 histórias de emigração portuguesa nos Estados Unidos e está inserido nas Comemorações dos 225 anos do Consulado de Portugal em New York.

 

Um trabalho que constitue uma oportunidade para reforçar o prestígio da comunidade portuguesa junto das autoridades estatais e federais norte-americanas com quem mantém laços históricos desde o início da fundação deste país e provar também, mais uma vez, que os portugueses são necessários para a evolução dos Estados Unidos.

 

Actualmente e apesar de até agora terem pouca expressão mediática, os descendentes luso-americanos têm, no entanto, carreiras profissionais extraordinárias e de tal forma bem sucedidas que devem servir de motivo de reflexão para quem as vier a conhecer e as vantagens objectivas para os interesses diplomáticos e políticos de Portugal resultantes do facto de possuir uma significativa comunidade nos EUA que são eleitos para altos cargos  com “competências próprias” não tendo sido escolhidos pelo facto de serem portugueses, mas porque naquele momento eram os mais bem preparados.

 

 

(Na foto, em cima – (esq/dir.); a médica Marlene Martins Lobato; a especialista financeira Laurinda Ferreira, do Five Star Financial Group; Adelino Pastilha, empresário e inventor; Silvia Curado, cientista e professora Assistente e responsável pelo Programa Científico do Centro de Nanomedicina da Universidade de Nova York (NYU) e presidente do Portuguese American Post-graduate Society (PAPS), e Bruno Machado, Conselheiro das Comunidades Portuguesas).

 

Para Paulo Pereira,  professor, vereador, vice-mayor da cidade de Mineola e também um dos anfitriões deste encontro (na foto à direita, acompanhado pelo advogado luso americano Marco Silva (na foto à esquerda) e pela Senior Vice President and Chief Financial Officer (CFO) of Winthrop-University Hospital, Palmira M. (dos Santos) Cataliotti;), “todos os caminhos precisam de um trajecto. Todas as iniciativas precisam de um método”.

 

Paulo Pereira (na foto, ladeado por Manuela Aguiar e Maria João Ávila, à direita) falou ainda “em tom de recado” que “continuamos a lembrar que o rosto dessa imigração portuguesa do “antigamente” mudou completamente. Agora, há portugueses líderes de empresas e filhos de portugueses professores, cientistas, gestores, advogados, políticos, nas finanças ou na cultura”.

 

O professor luso-americano Paulo Pereira é natural de Veiros, Estarreja, distrito de Aveiro e emigrou para os Estados Unidos 1977, contava apenas seis anos de idade.

 

Frequentou as escolas primária Jackson Avenue e Mineola Middle School e fez a sua formação liceal na Escola Secundária de Mineola em 1989.

 

 

Durante os seus tempos de liceu, Paul Pereira foi atleta de várias equipas de futebol e hóquei patins, e esteve envolvido no associativismo estudantil e no Centro de atendimento ao estudante.

 

 

O desporto interessava-lhe e interessa-lhe e sobre tudo, jogar futebol, “mas antes desse objectivo o principal é ajudar a formar homens válidos para a sociedade, já que os ideais académicos não podem ser atraiçoados”, refere o professor.

 

Com apetência pela carreira académica, Paulo Pereira, pós o ensino médio, continuou os estudos na Universidade Adelphi, onde recebeu o título de Bacharel, seguido de um Mestrado em História pelo Queens College de New York. Iniciou a sua carreira de professor do distrito escolar de Mineola em setembro de 1993 e esteve envolvido em várias organizações escolares, comunitárias e humanitárias, assumindo desde o início da sua carreira, inúmeras responsabilidades adicionais à escola, como assessor directivo de vários clubes, treinando equipas de desporto e coordenando programas internacionais de intercâmbio de estudantes, ajudando a fomentar a integração família-escola-comunidade entre escolas de várias cidades e países.

 

Sobre a juventude Paulo Pereira garante que o grande objectivo da educação é o desenvolvimento do jovem ao nível de todas as facetas da sua personalidade para conseguir seguir um caminho digno e construir uma vida com base no sonho de cada um.

 

 

Paul Pereira defende também que é necessário que o poder público valorize a participação dos jovens na construção do seu futuro, ajudando a prepará-los para lidar com problemas específicos em áreas como a educação, a saúde, o meio ambiente, o emprego e o lazer, “inserindo-os em todas as etapas do processo de tomada de decisões sobre o futuro”.

 

Antes de concluir, Paulo Pereira (na foto acompanhado por Maria João Ávila, vice-presidente da Associação Mulher Migrante) destacou ainda que o desporto escolar se revela uma mais-valia na educação e formação dos jovens e conquista um lugar de relevo no processo educativo, “ao representar, para além de um espaço de prática desportiva de competição ou lazer, um elemento fundamental na educação para a cidadania dos nossos alunos. Não podemos ignorar que o desporto escolar é um factor de grande amplitude na vida social das crianças e jovens. Afinal, os jovens são um dos mais importantes recursos humanos para o desenvolvimento e podem ser agentes essenciais de inovação e de mudanças sociais positivas”, conclui Paulo Pereira que concorreu e foi eleito vereador do município de Mineola em 2008 para em 2011 ser nomeado vice-presidente desta câmara municipal do estado de New York, pelo presidente Scott Strauss, estando actualmente a trabalhar com a mesma equipa, para um próximo mandato.

 

Para o ex-senador luso-americano do estado de New York, Dr. Jack Martins (acompanhado na foto por Janice Duarte, vereadora do município de Mont Vernon e a primeira luso-americana a ser eleita vereadora deste município), “espera-se que da reflexão e debate sobre a história do presente, nasça o impulso de união para dinamizarem a história do futuro. A sociedade precisa parar de fazer as coisas para os jovens, mas com os jovens”, alerta Jack Martins.

 

Jack Martins foi o primeiro vereador e  presidente de câmara de origem portuguesa, no estado de Nova Iorque. Tornou-se senador estadual e acreditou que podia tornar-se o primeiro congressista luso-americano do estado de Nova Iorque, na Câmara dos Representantes, em Washington D.C., bem como o novo Director Executivo do Condado de Nassau, no estado de New York. Um estado onde, apesar da sua antiguidade, a comunidade portuguesa não tem tradições na política.

 

 

Jack Martins é um advogado filho de emigrantes portugueses naturais de Alheiras (Barcelos) e tem uma carreira política fulgurante: passou de vereador a “mayor” (presidente da câmara) em pouco mais de um ano.

 

 

Eleito vereador da cidade em 2002, acabou por entrar em rota de colisão com o ex-mayor por causa de questões relacionadas com as finanças e dívidas da vila, e formou o seu próprio partido o “The New Line Party”, com o qual concorreu às eleições locais e venceu com uma margem contundente o veterano Colbert.

 

Com um percurso cheio de sucessos políticos , entre os quais se incluem repelir o desastroso imposto para o MTA  (Agência de Transportes), o aumento do apoio financeiro para as escolas e a descida dos impostos sobre rendimento para os níveis mais baixos dos últimos 60 anos, Jack Martins sente que vai chegar a oportunidade de um dia fazer história no estado de New York ou ir para Washington e fazer a diferença. Embora saiba que, na corrida à Câmara dos Representantes, o número de votos necessários ultrapassa os 710 mil eleitores, Jack Martins continua a contar com o apoio do presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Paul Ryan, que o apoiou já para o cargo de congressista do 3.º distrito de Nova Iorque, em Washington.

 

 

Jack Martins deixou actualmente a política de lado e assumiu recentemente a responsabilidade de exercer a sua profissão de advogacia numa das maiores  empresas de advogados do estado de New York; a Harris Beach, PLLC, que foi fundada em 1856 e está localizada na zona financeira de Wall Street.

 

Falando sobre o papel da juventude na sociedade, na política, bem como no mundo empresarial e cultural , o ex-senador refer que nos últimos anos, os debates sobre a importância da juventude, seu papel na construção da sociedade e das políticas públicas têm sido mais presentes em vários segmentos. “Porém, é preciso observar a responsabilidade que os jovens têm, especialmente os que se consideram líderes nas nossas sociedades, que participam com entusiasmo de processos políticos e que entendem, claramente, o seu papel”.

 

Para o ex-senador luso de New York (na foto com a sua esposa Paula Martins), é  preciso esclarecer que a objetividade e capacidade de participação activa dos jovens devem ser incentivadas desde cedo, na infância e na escola básica. E daí a importância de práticas escolares atualizadas e capazes de estimular a coragem e o entusiasmo que são tão necessários na construção de um país melhor, “conscientizando a juventude ao desempenho de um papel mais dinâmico, já que, investiver na juventude é mudar o presente e pensar o futuro”.

 

 

Jack Martins, que é detentor da ordem de Mérito do Estado Português, acredita que muitos desses jovens já têm consciência de que a sua energia e criatividade são a força capaz de desencadear grandes mudanças na sociedade.  “A Educação sempre serviu para tornar os jovens mais conhecedores de si mesmos”, concluiu o advogado e ex-senador.

 

Outra das personalidades presentes neste encontro foi a advogada e juiza Maria Araújo Kahn, que nasceu em Angola (cidade de Benguela), antiga Província Ultramarina Portuguesa.

 

 

Maria Araújo-Kahn emigrou com os pais para os Estados Unidos em 1975, quando tinha apenas 10 anos de idade.

 

 

Depois de prosseguir os seus estudos académicos, Maria Araújo-Kahn, desempenhou as funções de adjunta do procurador federal da justiça no estado de Connecticut, desde 1997 até 2006.

 

 

Como adjunta do procurador federal da justiça, Maria Araújo-Kahn trabalhou inicialmente no combate à fraude dentro do sistema federal de saúde, onde obteve grandes sucessos.

 

 

Nomeada para o Supremo Tribunal do estado de Connecticut em 4 de outubro de 2017, pelo governador Dannel P. Malloy, Maria Araújo-Kahn prestou juramento no dia 1º de Novembro de 2017.

 

 

“Sinto-me extremamente honrada com a nomeação do governador”, disse na altura a juíza-nomeada, considerando-se preparada para as novas funções.

 

Em Mineola, Maria Araújo-Kahn,  falou de si, da sua missão, e elogiou a amizade “e o companheirismo” que sempre recebe da deputada estadual luso-americana de Connecticut, Rosa Ribimbas. Em ambiente pedagógico, Maria Araújo –Kahn, lembrou também que a sua experiência profissional e as suas funções actuais a puseram em contacto com uma grande diversidade de assuntos jurídicos e de sistemas judiciais, “o que me capacita para desempenhar os meus deveres nesta nova posição”, acrescentou.

 

Antes de se tornar juiza da Suprema Corte, a Dra. Maria Araújo Kahn que se formou na Universidade de New York, trabalhou como advogada assistente dos EUA em New Haven. Como promotora federal, a juiza Maria Kahn foi responsável por investigações e processos criminais complexos, tanto civis como criminais, nas áreas de fraude em saúde, fraude bancária, fraude na falência e segredos comerciais.

 

 

“Agora a minha missão é receber todos os casos,”, disse a juíza.  “Faço uma avaliação para ver se os processos estão no âmbito da nossa actuação e distribuo-os para um dos três gabinetes do procurador federal da justiça existentes no estado de Connecticut”, explicou a juíza-nomeada.

Com a confirmação de Maria Araújo Kahn como juíza elevou para dois os magistrados luso-americanos no estado de Connecticut.

 

A comunidade portuguesa nos EUA, tendo igualmente tido um grande impulso nas últimas décadas, é por outro lado uma comunidade bastante mais antiga.

 

Consequentemente, existem nos EUA numerosos luso-americanos de 6.ª e 7.ª geração e estes não aparecem nos registos, embora possam continuar ligados à realidade portuguesa.

 

 

Assim, – e na opinião de alguns dos presentes -, “os critérios estatísticos usados em Portugal não revelam o peso real da comunidade luso-americana, facto que pode ter  consequências óbvias na definição das prioridades da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas”.

 

Enquanto isto a equipa do The Portugal Times continua a conhecer factos da emigração portuguesa e de personalidades que com esforço e sabedoria souberam atravessar os vários percalços  da vida para o lugar que lhes restitui a esperança e a dignidade.

 

 

(Na foto, esq/dir.; o Conselheiro Nuno Machado; a professora Raquel Rosa, da Escola Portuguesa Lusitânia de Long Branch, estado de New Jersey; o Coordenador Adjunto do Ensino da Língua Portuguesa nos Estados Unidos, Dr. José  Carlos Adão e o empresário e inventor Adelino Pastilha).

 

“É isso que marca a diferença entre os que jogam o jogo da vida e os que ficam na bancada a ver o jogo da sua vida passar-lhes pela frente”, disse ao The Portugal Times o advogado luso americano António Castro, também presente neste encontro de Mineola.

 

António Castro é natural de Ílhavo (Aveiro) e emigrou com a família para Nova Bedford, estado de Massachusets, quando tinha apenas nove anos. A família passou por tempos difíceis, mas graças ao esforço dos pais e às suas capacidades de estudante exemplar, António Castro conseguiu, através de bolsas de estudo, estudar nas melhores universidades deste país incluindo a Harvard University e o Boston College, onde se licenciou em Direito.

 

Filho de pai pescador e mãe costureira, o advogado António Castro trabalhou num dos maiores escritórios de advogados de New Jersey mesmo antes de concluir o seu curso, acabando por se dedicar à área da justiça da acusação pública, tendo iniciado a sua carreira no Bronx.

 

 

Embora a missão de um procurador de justiça nos Estados Unidos, seja perigosa, Tony Castro sempre tratou os criminosos com respeito, mas sem medo. Quando optou pelo Bronx, Tony Castro fê-lo consciente de que era um grande desafio, já que este tem a reputação de ser um dos mais violentos do país.

 

 

Supervisionando mais de 400 advogados e lidando com crimes mediáticos e violência extrema, Tony Castro recorda que quando pensava estar pouco tempo no cargo, “acabei por ficar durante 14 anos. 14 anos que correram depressa”, recorda.

 

 

Tony Castro é um destes homens da lei para quem não há dia, nem noite, para manter a qualidade de vida da população através da luta contra o crime. E, com respeito, foi como o tratou o Partido Democrata norte americano que o nomeou candidato oficial para disputar as eleições para o cargo de Procurador Geral do Condado de Westechester, em Nova Iork, onde vive. Uma campanha que contou com o apoio de várias figuras mediáticas norte americanas, entre elas Hillary Rodham Clinton.

 

Numa luta política cerrada, a juíza Janete DiFiore, sua adversária,  rica e poderosa, teve o dinheiro e a máquina necessários para ganhar essas eleições, fazendo com que este advogado luso-americano falhasse a sua segunda eleição para o cargo de Procurador Público do condado do Westchester, zona onde residem mais de 940 mil habitantes, 30 mil dos quais de origem portuguesa.

 

Em reconhecimento pela sua vasta experiência legal adquirida no escritório do procurador do Condado de Bronx,  Tony Castro foi convidado para uma palestra a nível nacional sobre evidências de DNA, bem como para lecionar no American Prosecutors Research Institute, na National District Attorneys Association e no New York Prosecutors Training Institute. Além disso, também lecionou na Academia de Polícia do Estado de Nova York e na Academia de Polícia da Nova York sobre DNA, processo do Tribunal Penal, procedimentos do tribunal e preparação de testemunhos.

 

 

Há mais de uma década que Tony Castro tem exercido a defesa de muitos casos criminais que vão desde delitos criminais, como a venda criminal de uma substância controlada no primeiro grau (“A” – Felonia) para delitos menores, incluindo Driving While Intoxicated (DWI). Tony expandiu a sua prática geral para outras áreas, incluindo transações imobiliárias e comerciais, violações de código de construção, arrendatário / inquilino, testamentos e procedimentos do Tribunal de Família.

 

 

Tony Castro que serviu como conselheiro para a Associação Benevolente dos Chefes de Polícia de Nova York e New York State Crime Stoppers, foi nomeado pela Cidade de Harrison, condado de Westchester, como procurador especial do chefe da polícia, e também foi nomeado pelo Condado de Nassau para representar o Ministério Público deste Condado. Mais recentemente, foi nomeado juiz de direito administrativo junto da Comissão de Direitos Humanos do Condado de Westchester.

 

Em Mineola, ouvimos também a advogada e legisladora do estado de Connecticut, Rosa Rebimbas (ao centro na foto).

 

 

Rosa Rebimbas que é a representante republicana do distrito de Naugatuck, no Estado do Connecticut, prefere concentrar-se nos temas que considera essenciais discutir num momento crucial para os norte-americanos: “A economia, a imigração, o trabalho e as relações comerciais”, refere.

 

 

Rosa Rebimbas é republicana e filha de pais portugueses da Murtosa e de Salreu (Estarreja). Nasceu nos Estados Unidos, fala bem português e mantém uma forte relação com a comunidade portuguesa de Naugatuck (círculo pelo qual foi eleita para a Câmara dos Representantes de Connecticut) e Waterbury.

 

 

Sobre o “fenómeno” da emigração Rosa Rebimbas, tem uma posição clara: “Há muitas famílias que fazem os processos “de candidatura” de forma correta, para trazer os familiares para os Estados Unidos, e têm de esperar muitos anos, portanto devia existir uma maneira de fazer as coisas mais rapidamente. Mas, também é preciso encontrar mais formas de evitar a imigração ilegal”, disse.

 

A legisladora Rosa Rebimbas que não deu qualquer sinal de ter votado em Trump, não desfaz o jogo.  Casada com um latino, Rosa Rebimbas deu a entender ao The Portugal Times que gosta que Trump diga o que pensa. “Claro que há coisas que não gostei de ouvir e há outras formas de falar”, disse. Respondendo à pergunta se se sente confortável com um presidente como Trump, Rosa Rebimbas afirma que se  sente confortável com as opiniões que partilha com ele, “como segurança e emprego, por exemplo”, refere. “É possível que ele e Hillary não tenham sido os melhores candidatos para cada partido. Mas estou muito mais confortável tendo Trump como candidato do que se tivesse Hillary como candidata. Num e no outro lado une-se o partido pelo mal menor”.

 

 

Durante as suas observações, a legisladora luso-americana de Connecticut sublinhou a importância que existe em se investir na educação e o porquê desta ser uma prioridade para o governo do Estado já que, segundo Rosa Rebimbas, “a educação é a chave para revitalizar qualquer economia”.

 

 

E para falar de “Economia” esteve a luso-americana Laurinda Ferreira, do “Five Star Financial Group”, um grupo financeiro que é reconhecido como uma organização atenta à realidade das empresas que se distingue pela excelência dos serviços prestados, criando valor aos seus clientes e excedendo as suas expectativas.

Laurinda Ferreira (na foto) começou por falar das funções e dos objectivos deste departamento financeiro que incluem a gestão do dinheiro, gestão de investimentos, gestão do risco financeiro e as relações com os investidores, bem como apoiando e potenciando a obtenção de vantagens competitivas nos negócios dos seus clientes.

 

Segundo Laurinda Ferreira, “actualmente não basta oferecer um produto ou serviço de qualidade com preço competitivo. “As empresas precisam desenvolver a visão do seu negócio em curto, médio e longo prazo. E isso só é possível por meio de estratégias que são estabelecidas com a análise de dados da organização e do mercado, reunindo e validando os dados de setores vitais para o negócio”.

 

Ladeada pela médica Marlene Martins Lobato e pelo empresário e inventor Adelino Pastilha, Laurinda Ferreira lembrou com um sorriso nos lábios o início da sua carreira como representante de Serviços Financeiros em 1983, onde construiu uma prática bem sucedida de serviços financeiros, definida por bons relacionamentos.

 

 

Sobre os serviços que  o “Five Star Financial Group” presta, Laurinda Ferreira em conversa com o The Portugal Times apontou os serviços de hipoteca, serviço completo, “que ajuda os proprietários de imóveis em todo o território norte-americano a receber as melhores taxas e programas no mercado actual”. Sobre o sucesso deste e de outros serviços a luso-americana Laurinda Ferreira acrescenta que “pautamos a nossa actuação por uma melhoria contínua dos métodos e processos que pomos em prática, através de um forte investimento no nosso capital humano”, concluiu.

 

Outra das palestrantes neste encontro em Mineola, foi a luso-americana Janice Duarte (na foto), vereadora da cidade de Mount Vernon, estado de New York. É filha de emigrantes naturais de Fermentelos, concelho de Águeda, que chegaram aos Estados Unidos há mais de 50 anos.

 

 

Nascida e criada em Mount Vernon, Janice foi o primeiro membro da família a ir à faculdade vindo a formar-se no Barnard College of Columbia University.

 

A vereadora Janice vive e trabalha em Mount Vernon onde tem 3 gerações de familiares. Foi vice-presidente de comunicações de uma empresa em Manhattan e foi a primeira vereadora luso-americana do município de Mount Vernon. Uma cidade norte-americana do Condado de Westchester, no estado de Nova Iorque, que tem uma população de cerca de 70 mil habitantes. É a oitava maior cidade do estado.

 

 

Por sua vez, o Condado de Westchester cuja capital é White Plains, é um dos 62 condados do estado de New York. Possui uma área de 1 295 km², dos quais 180 km² estão cobertos por água. Tem uma população de cerca de um milhão de habitantes e é o sétimo condado mais populoso do estado de Nova Iorque e o 44º mais populoso dos Estados Unidos.

 

E é aqui que Janice Duarte exerce a legitimação do poder assegurado pela vontade do povo, que lhe foi transferida pelo voto, devido ao seu respeito e compromisso para com as questões públicas.

 

 

Janice que se candidatou como independente, embora seja filiada no partido Democrata, pediu durante a campanha uma nova forma de fazer política na cidade.

 

 

Janice entende que é preciso lembrar que as decisões políticas podem afectar todos os moradores do município de Mount Vernon ao longo de gerações e de maneiras diferentes.

 

Janice Duarte actua ainda como defensora do desenvolvimento da juventude no Conselho do Gabinete Juvenil de Mount Vernon e como membro da Junior League, a Janice ajuda a angariar fundos em apoio da despesa mensal que têm com a alimentação dos atletas. Como presidente de co-fundação da Classe de Alumni, Janice arrecada fundos e desenvolve bolsas de estudo para estudantes que necessitam.

 

Segundo Janice Duarte, que foi eleita vereadora no dia 7 de Novembro de 2017, a vida em comunidade implica, por um lado, uma vontade de cooperação num agir colectivo e, por outro, um esforço de coordenação entre um largo espectro de valores, juízos, opiniões, ideias e orientações, normalmente diversas e contraditórias. “A política, assim, além de ser uma actividade socialmente coordenada, inclui também uma dimensão de solução de conflitos por diferentes meios”.

 

 

A vereadora Janice Duarte acredita que o país precisa cuidar melhor de sua juventude, mas para tanto, “é necessário que toda sociedade se envolva nas discussões que ocorrem em âmbito municipal, estadual e federal, a fim de que a classe política elabore em parceria com a sociedade, um conjunto de políticas públicas que conduzam o jovem a um futuro digno”.

 

E por falar no futuro dos jovens, destacamos também aqui a presença da Drª Sílvia Curado (na foto, com o empresário Adelino Pastilha) que veio a Mineola para falar entre outros assuntos, dos objectivos da Sociedade Portuguesa de Pós-Graduação, uma organização independente, sem fins lucrativos, sem afiliações políticas e que tem o objetivo de promover estudantes, pesquisadores e empresários portugueses que trabalham nos Estados Unidos tanto para seus países anfitriões quanto para seus países de origem. Para além disto, a Sociedade Portuguesa de Pós-Graduação, da qual Sílvia Curado é presidente, promove também a interação entre a comunidade portuguesa de pós-graduação na América do Norte e a comunidade Portuguesa-Americana, bem como apoia a comunidade académica de pós-graduação que retorna a Portugal e orienta os novos estudantes portugueses de pós-graduação que querem vir estudar nos Estados Unidos.

 

Sílvia Curado, presidente da Sociedade Portuguesa de Pós-Graduação, ocupa actualmente o cargo de Professor Assistente de Pesquisa na Universidade de Nova York (NYU) e é a responsável pelo Programa Científico do Centro de Nanomedicina da NYU, que compreende 13 laboratórios nos EUA (Centro Médico da NYU, Columbia Univ. e Univ. da Pensilvânia) e Europa (Instituto Weizmann, ETH Zurique, Imperial College of London, Stuttgart Univ.) Com o objetivo de melhorar a terapia celular, manipulando a diferenciação celular através de estímulos mecânicos.  Anteriormente, Sílvia Curado, realizou o seu trabalho pós-doutoramento na Universidade da Califórnia, San Francisco (UCSF) sobre medicina regenerativa, estudando os genes e as suas aplicações nos diferentes contextos dentro da área de investigação científica. Sílvia Curado possui ainda um Mestrado e um Doutoramento em Genética e Biologia Molecular de Desenvolvimento (Laboratório Europeu de Biologia Molecular, EMBL, Heidelberg, Alemanha). Ao longo de sua carreira, esta cientista portuguesa, em paralelo com a sua pesquisa, esteve e está envolvida em múltiplas actividades de liderança tendo recebido um Certificado em Administração de Empresas pela Universidade da Califórnia, Berkeley.

 

A Drª Sílvia Curado que é natural da Figueira da Foz, começou por falar da sua preparação escolar, que lhe serviu de base a um percurso académico-profissional internacional e confidenciou que foi durante a realização do seu estágio de Licenciatura na Universidade de Bergen, Noruega, (integrado na Licenciatura em Bioquímica pela Universidade de Coimbra) que despertou o seu interesse pela investigação.

 

 

Realizou, de seguida, o Mestrado em Biologia Celular, resultado da colaboração entre a Universidade de Coimbra e o Hammersmith Hospital, Londres, Reino Unido. Neste trabalho teve a oportunidade de aplicar o conhecimento dos genes à deteção de células cancerígenas (Doença Residual Mínima em Leucemia).

 

 

Prosseguiu a sua formação académica no European Molecular Biology Laboratory, EMBL (Heidelberg, Alemanha) para a realização da tese de doutoramento. É aí que aprofunda a sua ligação à Genética. A mosca-do-vinagre (Drosophila) serviu-lhe como modelo animal genético para estudar mecanismos biológicos semelhantes àqueles que têm lugar no ser humano e assim compreender melhor os genes e a sua manipulação.

 

 

Seguiu-se o pós-doutoramento na University of California, San Francisco (UCSF), Estados Unidos, na área de Medicina Regenerativa e Organogénese. Aí usou o modelo genético peixe-zebra para estudar o processo de formação e de regeneração de órgãos (como o coração e fígado). Mais tarde assumiu uma posição como Faculty na New York University (NYU) School of Medicine, para co-liderar o Centro de Investigação Nanomedicine Development Center. Vai iniciar agora uma nova posição, também nesta Universidade de Nova Iorque, na liderança de um novo Programa na área da investigação em Obesidade.

Silvia Curado reforçou ainda em Mineola a importância que a organização Portuguese American Postgraduate Society (PAPS) tem no apoio ao desenvolvimento académico-profissional de Portugueses licenciados e pós-graduados que se encontram nos Estados Unidos ou Canadá, estabelecendo desta forma uma ponte entre Portugal e a América do Norte.

 

 

A Portuguese American Postgraduate Society (PAPS) é uma associação de estudantes e de investigadores portugueses nos Estados Unidos (PAPS) que pretende percorrer o país, realizando encontros informais em que os membros partilham o seu percurso, experiência e competências académico-profissionais com outros membros”, explicou Sílvia Curado, proporcionando oportunidades de colaboração, recomendação, mentoria e aprofundamento de relações.

 

 

“É objectivo da PAPS expandir esta iniciativa a todos os seus capítulos, não só na América do Norte (baía de São Francisco, Boston, Chicago, Los Angeles, Nova Iorque, Carolina do Norte, Filadélfia, Pittsburgh, San Diego, Seattle, Texas, Toronto, Washington DC) como também em Portugal entre os seus membros ‘alumni'”,disse Sílvia Curado.

 

 

Silvia Curado acredita que a iniciativa valoriza o aspecto académico-profissional da organização, precisamente “a componente que confere à sua rede um valor inestimável em termos de conhecimento, recursos, experiência e ligação a instituições e empresas de referência na América do Norte”.

 

 

A PAPS (sigla em inglês de Portuguese American Post-graduate Society) existe desde 1998 e, com cerca de 2.000 membros, ligados a universidades norteamericanas mundialmente reconhecidas, procura desenvolver as relações entre a comunidade de estudantes e investigadores portugueses nos EUA e a sociedade norte-americana.

 

Como cientista com especial interesse pelas artes Sílvia Curado lançou um livro da sua autoria intitulado “Engenharia Genética – O Futuro já começou”, com chancela da editora Glaciar.

 

Segundo a autora, o livro “Engenharia Genética – O Futuro já começou” “é um livro que nos traz uma “reflexão prospetiva sobre a Engenharia Genética e onde se pode perceber como está esta ciência a alterar o nosso mundo – e como o irá alterar ainda mais”, refere a cientista Silvia Curado, que também gosta de realizar actividades de arte, participando em projetos de arte colaborativa, incluindo trazer artes para crianças nos hospitais.

 

E por falar em hospitais, esteve também neste encontro em Mineola a médica lusoamericana Marlene Martins Lobato (na foto), especializada em Medicina Interna e que exerce a sua profissão no estado de New York, com destaque para o Condado de Westchester e hospital da cidade de Mineola.

 

 

Marlene Martins Lobato é uma conceituada médica filha de emigrantes portugueses naturais de Alheiras (Barcelos), região do Minho.

 

O seu gosto pela medicina, pelo trabalho e pela generosidade fazem de Marlene Martins Lobato uma médica de prestígio no Condado de Westchester.

 

Com a missão de prestar atendimento médico com excelência, profissionalismo e ética, visando melhorias na saúde física e mental dos residentes nesta área dos Estados Unidos, Marlene Martins Lobato lembrou durante este encontro de personalidades que “a medicina interna é, dentro das especialidades hospitalares, a aposta mais inteligente”.

 

 

Como médicos pluripotenciais, dotados de uma formação generalista e de capacidade de lidar com doentes de todo o tipo, em todos os tipos de contexto, médicos como a Dra. Marlene Martins Lobato, são elementos imprescindíveis em todos os níveis de cuidados, desde os Cuidados Primários (com uma forte relação com a Medicina Geral e Familiar, desde a fase preventiva das doenças) até à Medicina Intensiva, passando pelos Serviços de Urgência, pelas Unidades de Cuidados Intermédios, de AVC, de Insuficiência Cardíaca, de Cuidados Paliativos, ou pelo internamento em grandes Departamentos Médicos Polivalentes, pelo internamento de doentes em Enfermarias Cirúrgicas, pelos Cuidados Continuados, pela participação na Gestão e pelo forte envolvimento no Ensino e na Investigação Científica.

 

 

Para concluir, Marlene Martins Lobato diz ser com orgulho uma médica que dedica a sua atenção à pessoa como um todo e que tal como os seus colegas se distingue por ser a perita na abordagem clínica exaustiva de cada doente. “Daí decorre que eu seja uma médica particularmente apta a lidar com doentes complexos, com múltiplas doenças, com doenças que afectam vários órgãos ou sistemas, assim como com pessoas com doenças raras ou com quadros clínicos difíceis, ainda sem diagnóstico”.

 

 

Em suma, e segundo alguns residentes do município de Mineola, esta médica internista corresponde ao modelo ideal que as pessoas em geral têm do médico: alguém que escuta o doente, que lhe dá tempo e atenção, que o trata com respeito e humanidade, que o informa adequadamente e que conhece as suas prioridades.

 

 

E para falar sobre prioridades, mas estas, sobre a expansão da Cultura e da Língua Portuguesas nos Estados Unidos, esteve presente o Dr. José Carlos Adão, Coordenador Adjunto do Ensino da Língua Portuguesa nos Estados Unidos.

 

Natural do Almodôvar,  distrito de Beja, região do Alentejo, José Carlos Adão (na foto ladeado por Manuela Bairos, e Manuela Aguiar à direita), é licenciado em ensino de Português e Inglês e Mestre em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Católica.

 

Foi professor em Alcácer do Sal, Estremoz e Aljustrel, formador de língua portuguesa no Parlamento Nacional e formador de professores em Timor-Leste, Professor de Português na África do Sul, e é atualmente Adjunto da Coordenação do Ensino Português nos Estados Unidos da América – área consular de Newark.

 

José Carlos Adão (na foto com Manuela Bairos, ex-Cônsul Geral de Portugal em New York e actual embaixadora de Portugal em Nicósia, Chipre), classifica de “bastante importante” esta iniciativa que “promove não só o conhecimento, mas também o estreitamento de laços entre as  várias “forças vivas” da Costa Leste norte americana. José Carlos Adão, que também gostou do que viu e ouviu em Mineola, lembrou entre outros temas que o   Instituto Camões (Camões, I.P.)  disponibiliza uma oferta na área de ensino à distância em diferentes áreas do saber, com recurso à utilização de uma plataforma tecnológica em contexto web, possibilitando a aprendizagem da língua portuguesa em qualquer parte do mundo, mas que também tem em parceria com universidades portuguesas e estrangeiras, cursos de especialização, creditados com ECTS (European Credits Transfer System), nas áreas da cultura portuguesa, tradução e cooperação para o desenvolvimento. Estes cursos são dirigidos principalmente a licenciados ou licenciandos das respetivas áreas, residentes em Portugal ou no estrangeiro, Pressupõem um domínio avançado da língua portuguesa.

 

 

Em 2005 na cidade de Oviedo, o Instituto Camões foi galardoado com o Prémio Princesa das Astúrias de Comunicação e Humanidades, juntamente com Aliança Francesa, Sociedade Dante Alighieri, Conselho Britânico, Instituto Goethe e Instituto Cervantes.

 

 

O Instituto Camões apoiou também a criação e é co-responsável por diversas cátedras em universidades estrangeiras que asseguram a investigação e o ensino em múltiplas áreas disciplinares e multidisciplinares, nomeadamente as de Linguística, Literatura e outras Artes, História e Estudos Pós-coloniais. O principal objetivo destas cátedras é revelarem o estatuto do português enquanto Língua de Ciência.

 

 

Neste contexto, não é por acaso que José Carlos Adão defende a importância da juventude e da sua intervenção para a apreciação e compreensão das suas problemáticas fundamentais a fim de que as tomadas de decisão proporcionem a execução de medidas que levem às melhores soluções e também porque a participação da juventude é uma fonte de renovação de mentalidades, já que incentiva o aparecimento de novas ideias e iniciativas e fomenta o diálogo entre gerações numa mútua aprendizagem e aceitação de novos valores.

No final deste encontro na Câmara Municipal de Mineola, foi também defendida a importância dos luso americanos continuarem a envolver-se nos assuntos culturais, empresariais e políticos deste País, a fim de melhor enfrentarem os desafios que os novos tempos colocam, sem esquecer as novas gerações, seguindo-se um jantar de confraternização no Centro Português desta cidade, onde para além dos participantes no encontro se associou também Scott Strauss, mayor da cidade de Mineola.

 

Antes do jantar o vice-mayor luso-americano de Mineola, Paul Pereira, que foi o responsável pelo protocolo, deu as boas vindas a todos os presentes e entre outros considerandos, agradeceu a presença do mayor Scott Strauss, “cujo trabalho merece de todos o maior apoio e respeito, não só pelas causas que defende, mas também pelos resultados que expressa todo este esforço, a favor da comunidade”.

 

De seguida todos ficaram de pé para entoar os hinos nacionais dos Estados Unidos e Portugal que se traduziram como uma homenagem a estas duas Pátrias.

 

 

Após a cerimónia dos hinos, Paulo Pereira (na foto) deu continuidade ao “protocolo” com o mayor Scott Strauss a elogiar a iniciativa deste encontro e a manifestar o seu apreço pelo trabalho desenvolvido pela comunidade portuguesa e lusodescendente que decidiu viver na cidade que lidera.

 

O mayor Scott Strauss (na foto), durante a sua alocução, reconheceu entre outros considerandos o trabalho e o prestígio alcançado por Manuela Bairos enquanto Cônsul Geral de Portugal em New York e após desejar-lhe  muitos sucessos como nova Embaixadora de Portugal, atribuiu-lhe  uma Proclamação e a Chave da cidade de Mineola.

 

Os aplausos que se seguiram foram também uma demonstração de carinho para com a nova Embaixadora de Portugal em Nicósia, Chipre, que agradeceu a distinção e demonstrou que o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.

 

Manuela Bairos, na “hora da despedida” distribuiu também algumas lembranças entre os funcionários do Consulado Geral de Portugal em New York e não só, pelo seu exemplo de patriotismo e de “grande respeito na sociedade em que se inserem”.

 

No Centro Português de Mineola, provou-se uma vez mais que os portugueses sempre foram e continuamos a ser, construtores do futuro, respeitadores do que é humano e  abertos ao que é diferente. Foram, como continuamos a ser, universalistas no nosso projecto de conhecer o mundo nas suas múltiplas direcções, nos seus muitos povos e nas suas várias culturas.

 

Após o protocolo seguiu-se um saboroso jantar, que decorreu em ambiente de alegre confraternização, resultante deste encontro entre Manuela Aguiar e portugueses e lusoamericanos de sucesso da Costa Leste norte americana e que foi organizado por Manuela Bairos, actual embaixadora de Portugal em Chipre.

 

Manuela Bairos é natural de Vila Porto, ilha de Santa Maria, Açores. É ministra plenipotenciária de 2ª classe e já ocupou funções idênticas em Boston (onde desempenhou um papel dinâmico junto das comunidades) e foi número 2 na embaixada em Paris, quando à cabeça da mesma esteve Seixas da Costa.

 

 

O consulado de Portugal em Nova Iorque, que passou a escritório consular no âmbito de uma reestruturação diplomática, manteve-se em funcionamento sem cônsul geral desde a saída do embaixador Alexandre de Almeida Fernandes, em Setembro de 2008; a sua direcção esteve a cargo da chefe de chancelaria Teresa Costa .

 

 

Após ter ocupado espaço durante alguns anos no 590 da 5ª Avenida, o consulado está agora no Nº 2 da Hammarskjold Plaza, entre as ruas 47 e 48, na Segunda Avenida.

 

Manuela Bairos fez os seus estudos secundários na Horta, Açores, frequentou o Lycée Camille Guérin, em França, e licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, entre 2007 e 2008. Obteve mais tarde um mestrado em Administração Pública na Kennedy School of Government da Harvard University, em Boston, entre 2003 e 2004.

 

 

Depois de ter sido advogada estagiária, interrompeu a actividade para se juntar em 1987 aos quadros diplomáticos do MNE.

 

 

Enquanto cônsul-geral em Boston, Manuela Bairos desencadeou o Boston Portuguese Festival, uma montra anual do país nas suas mais variadas vertentes. A diplomata é casada e mãe de duas filhas.

 

 

Dessa data a esta parte, ocupou as seguintes funções:

 

 

 

Adida de Embaixada na Secretaria de Estado (1987)

 

Afecta à Direção-Geral dos Assuntos Consulares e da Administração (1988/89)

 

Passa a secretária de embaixada, em 1990, afecta à Direcção-Geral das Comunidades Europeias

 

Embaixada em Dublin, Irlanda (1991-95)

 

Embaixada em Bucareste (1995-98)

 

Secretaria de Estado (1998)

 

Apoio diplomático ao Gabinete do Comissário para a Transição em Timor- Leste, Padre Vítor Melícias (1999-2000)

 

Chefe de Divisão, no Instituto da Cooperação Portuguesa, no Gabinete do Presidente (2001-02)

 

Chefe de Divisão, na Direcção de Serviços da Europa (2002)

 

Cônsul-Geral em Boston (2004-09)

 

Ministra conselheira na embaixada em Paris, França (2009-11)

 

Chefe de Gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas (2011-13)

 

Embaixadora de Portugal em Nicósia, Chipre (2018)

 

 

A nova embaixadora de Portugal em Nicósia, Chipre (na foto com Paulo Pereira e o mayor Scott Strauss), conseguiu de facto criar com este encontro de Mineola uma plataforma de conhecimento e diálogo com alguns dos lusos-americanos que representam hoje os exemplos que tanto maravilharam sucessivas gerações de portugueses. Milhões de portugueses (exploradores, marinheiros ou simples emigrantes) ao longo dos séculos têm percorrido o mundo, estabelecendo-se nos seus lugares mais recônditos.

 

 

Seguindo ritmos distintos, registando a par da emigração legal a emigração clandestina e mostrando preferências diversificadas consoante a antiguidade e a tradição emigratória, as características sociais e as oportunidades de saída oferecidas a esta população deram origem à formação de diversas comunidades de portugueses residentes no estrangeiro que têm contribuído para o crescimento económico desses países e para o reforço das sociedades multi-culturais onde residem. E os valores referentes à população de origem nacional residente em países estrangeiros nos finais da década de noventa é esclarecedor da dimensão da “Diáspora Portuguesa” na actualidade: cerca de 4,6 milhões de cidadãos, de origem portuguesa residentes nos cinco continentes, a saber: Europa (1 336 700), África (540 391), América Norte (1 015 300), América Sul (1 617 837),
América Central (6 523), Ásia (29 271) e Oceânia (55 459).

 

 

A presença portuguesa nos Estados Unidos remonta ao início do século XVI, quando o navegador Miguel Corte Real aí chegou pela primeira vez e João Rodrigues Cabrilho explorou a costa da Califórnia.

 

 

No século XVIII um grupo importante de descendentes de judeus portugueses, perseguidos pela inquisição de Portugal e depois do Brasil, fixaram-se onde é hoje Nova Iorque, na altura chamada Nova Amesterdão, fundando nesta cidade a primeira comunidade judaica da América do Norte. Porém só se pode falar de uma efetiva emigração portuguesa para os Estados Unidos a partir de meados do século XIX. Embora o Brasil tenha recebido a grande maioria dos emigrados portugueses, a América do Norte tornou-se, também, um destino importante de emigração portuguesa.

 

 

Entre 1820 e 1970, emigraram para os Estados Unidos 446 mil portugueses, a maior parte deles oriunda dos Açores e da Madeira. Entre as ocupações mais frequentes, estavam a pescaria, o trabalho com algodão e na indústria têxtil.

 

 

Hoje em dia, a população luso-americana já ultrapassa um milhão de pessoas, sendo a maior concentração na Califórnia, com mais de 350 mil habitantes de origem portuguesa (mais de 1% da população do estado), seguida por Massachusetts, com cerca de 300 mil (mais de 4,4%), seguido de Rhode Island, com cerca de 100 mil (mais de 8,5%) e Nova Jérsia, com cerca de 120 mil (mais de 0,9%). Há luso-descendentes em quase todos os estados norte-americanos.

 

 

 

TPT com: JM//RM//CMM//The Portugal Times// 9 de Junho de 2018

 

 

 

 

 

 

Ponta Delgada, Boston e Providence recebem as comemorações do Dia de Portugal de 9 a 12 de junho

As comemorações do Dia de Portugal com a participação do Presidente da República e do primeiro-ministro vão realizar-se este ano entre Ponta Delgada, nos Açores, e Boston e Providence, nos Estados Unidos, de 9 a 12 de junho.

 

 

Esta informação foi oficialmente divulgada esta sexta-feira pela Presidência da República, numa nota onde é referido que o programa nos Estados Unidos começa com a “cerimónia do içar da bandeira nacional na Praça Municipal (‘City Hall’) de Boston”, Massachusetts, no dia 10 à tarde, seguindo-se um “espetáculo de luzes e fogo no rio da baixa de Providence”, Rhode Island. No dia 11 de manhã, “terá lugar no Parlamento Estadual (“State House”) de Boston uma sessão solene dedicada a Portugal”.

 

 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou no ano passado que as comemorações do Dia de Portugal em 2018 iriam decorrer na Região Autónoma dos Açores e prosseguir nos Estados Unidos da América, onde vivem cerca de 1,4 milhões de portugueses e lusodescendentes, estimando-se que 70% sejam de origem açoriana, segundo a Direção Regional das Comunidades.

 

 

De acordo com o programa, “as comemorações, cuja comissão organizadora é este ano presidida pelo professor doutor Onésimo Teotónio Almeida, têm início no dia 9 de junho, nas Portas da Cidade de Ponta Delgada”, na ilha de São Miguel, com a “cerimónia do içar da bandeira nacional”. Depois, haverá “uma visita às atividades militares complementares, após a qual, nos Paços do Concelho, o presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, entrega a chave de honra do município ao chefe de Estado”.

 

 

Ainda no dia 9, “ao final da tarde, no Palácio de Sant’Ana, decorre a apresentação de cumprimentos do Corpo Diplomático ao Presidente da República, a que se segue uma receção oferecida pelo presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro”, antes de “um concerto na Igreja de São José e um espetáculo de fogo-de-artifício na Avenida Infante D. Henrique”.

 

 

No dia 10, em Ponta Delgada, o programa “começa no Campo de São Francisco, com a Cerimónia Militar Comemorativa do Dia de Portugal, na qual participam mais de mil militares dos três ramos das Forças Armadas”, após a qual “o Presidente da República, acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa, parte para os Estados Unidos da América”.

 

 

Em território norte-americano, “ao fim da tarde, decorre a cerimónia do içar da bandeira nacional na Praça Municipal (‘City Hall’) de Boston”, onde “terão lugar várias iniciativas promovidas por associações da comunidade portuguesa e luso-descendente do Estado de Massachusetts, designadamente o ‘Boston Portuguese Festival’”.

 

 

“Ainda no mesmo dia, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa assistirá ao espetáculo de luzes e fogo no rio da baixa de Providence, organizado pela comunidade portuguesa. Trata-se de um marco das celebrações de Portugal no Estado de Rhode Island”, lê-se no comunicado da Presidência da República.

 

 

No dia 11, o programa começa com a sessão solene na ‘State House’ de Massachusetts e inclui ainda uma receção no navio-escola Sagres, que estará atracado no porto de Boston.

 

 

Antes do seu regresso a Lisboa, “o chefe de Estado visitará o Museu da Baleia de New Bedford”, também no Estado de Massachusetts, onde já não deverá estar acompanhado pelo primeiro-ministro, António Costa, que viaja nesse dia para a Califórnia, numa deslocação de caráter sobretudo económico a várias cidades dos Estados Unidos, até 16 de junho.

 

 

Por sua vez, Marcelo Rebelo de Sousa regressará aos Estados Unidos na última semana de junho para se encontrar com o presidente norte-americano, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington.

 

 

A Presidência da República salienta que estas comemorações do 10 de Junho coincidem com “a primeira edição do ‘Mês de Portugal nos Estados Unidos da América’, que conjuga várias iniciativas em diferentes regiões norte-americanas”.

 

 

Em 2016, ano em que tomou posse como chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa lançou um modelo inédito de comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, acertado com o primeiro-ministro, António Costa, em que as celebrações começam em território nacional e se estendem a um país estrangeiro com comunidades emigrantes portuguesas.

 

 

Nesse ano, o Dia de Portugal foi celebrado em Lisboa e Paris e, em 2017, no Porto e nas cidades brasileiras do Rio de Janeiro e São Paulo.

 

 

 

TPT com: AFP//Lusa//1 de Junho de 2018

 

 

 

 

 

 

 

A agência Fitch mantém rating de Portugal acima do lixo mas aponta várias fragilidades

A Fitch manteve o rating da dívida portuguesa dois níveis acima do lixo, numa posição que destaca os progressos positivos do lado orçamental e da economia, mas onde sinaliza também uma subida recente dos riscos de financiamento de Portugal — uma referência à instabilidade com origem em Itália. Por outro lado, a agência de rating diz que a economia vai abrandar e realça o impacto orçamental dos apoios públicos à banca, estimando que o Novo Banco venha a custos em 2018 e 2019.

 

 

A agência fundamenta a manutenção na nota com as forças institucionais de Portugal — desenvolvimento humano, governação e rendimento per capita — e realça as melhorias no plano macroeconómico e dos indicadores orçamentais. A Fitch colocou a dívida portuguesa no nível de investimento no final do ano passado, sinalizando que deveria manter o rating durante pelo menos um ano.

 

 

Mas ainda existem fragilidades: elevadas dívidas pública e externa e o setor financeiro. Ainda assim, reconhece a descida da dívida pública, em rácio do Produto Interno Bruto (PIB), que caiu de 129,9% para 125,7% no final do ano passado. Já em valor, a dívida pública voltou a subir em abril.

 

 

Apesar desta evolução em valor, a Fitch acredita que a trajetória da dívida em percentagem do PIB vai continuar a descer a médio prazo. Isto apesar de a agência considerar que o ciclo de recuperação económica atingiu o seu pico em 2017 com o produto a crescer 2,7%. A Fitch, tal como a maioria das instituições internacionais, prevê uma desaceleração do ritmo do crescimento para 2,2% este ano e para 1,8% em 2019. Não obstante, continua a haver melhoria no mercado de trabalho com nova descida da taxa de desemprego para 7,5% em março.

 

Uma política orçamental rigorosa, a seguir as regras europeus, deverá prevalecer no médio prazo, diz a agência que cita as estimativas da Comissão Europeia que apontam para défice estrutural de 0,9% em 2017. A Fitch espera que o défice nominal fique próximo de 1% do PIB em 2018 e 2019.

 

 

O setor financeiro também está a evoluir positivamente, com a descida do crédito malparado para 13,3% dos empréstimos totais, mas este ainda é um valor elevado. Por outro lado, as perspetivas de regresso aos lucros continuam fracas e o ambiente de baixas taxas de juro permance. A Fitch também alerta para o impacto orçamental do apoio aos bancos, recordando o caso da Caixa que fez subir o défice em 2017, e agora o Novo Banco.

 

A agência diz que a instituição liderada por António Ramalho deverá receber apoio público adicional, ao abrigo do mecanismo de capital contingente, sem especificar se já conta ou não com os 792 milhões de euros injetados pelo Fundo de Resolução já este ano. A Ficth estima que o Novo Banco terá um custo orçamental nos próximos dois anos equivalente a 0,4% do PIB, o que corresponde ao valor da última injeção de fundos.

 

 

A desalavancagem da economia portuguesa vai prosseguir no médio prazo, conduzida pelo pequeno, mas ainda assim sustentado, excedente externo da ordem dos 0,5% do PIB, o que é atribuído a uma maior competitividade externa da economia portuguesa, com as exportações a resistirem à recuperação do consumo interno.

 

 

A Fitch reconhece ainda que as condições de financiamento do país continuam historicamente favoráveis, mas os riscos cresceram recentemente. Por isso, é necessário uma estratégia de gestão prudente, que inclua a almofada de liquidez e prolongando os prazos dos empréstimos, de forma a mitigar os riscos financeiros no curto prazo.

 

 

 

 

A agência chinesa Dagong Global melhora avaliação de crédito do Novo Banco

 

 

 

 

A agência de rating chinesa Dagong Global melhorou a avaliação de crédito de longo e curto prazo do Novo Banco para “B”, foi esta sexta-feira comunicado ao mercado.

 

 

“A Dagong Global efetuou o upgrade [melhoria] do rating [avaliação] de crédito de longo prazo do Novo Banco para “B” com outlook [perspetiva] estável. O rating de crédito de curto prazo foi alvo de upgrade para “B””, lê-se no comunicado enviado pela instituição financeira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

De acordo com a informação remetida ao mercado, esta decisão reflete “o facto do Novo Banco já não ser um banco de transição e das injeções de capital efetuadas pela Lone Star”, bem como da contribuição pelo Fundo de Resolução terem permitido “manter um elevado nível de capital”.

 

 

Porém,  nem mesmo “este optimismo chinês”, consegue calar a voz dos muitos críticos que afirmam que as injeções do Fundo de Resolução nos bancos têm um impacto negativo imediato no défice.

 

 

 

 

Minstro das Finanças Mário Centeno confirma que Estado pode ser chamado a meter mais capital no Novo Banco

 

 

 

 

 

A possibilidade de o Estado vir a ser chamado a fazer novas injeções de fundos no Novo Banco, para além do mecanismo de capitalização contingente já previsto, é o “pior dos piores cenários”, defendeu esta quarta-feira no Parlamento o ministro das Finanças. Mário Centeno foi chamado pelo CDS para dar explicações sobre o cenário adverso, revelado pela DG Comp (autoridade europeia da concorrência), de o Estado vir a ser chamado a apoiar, ou mesmo realizar, novas injeções de capital no Novo Banco já depois da venda da instituição ao fundo privado Lone Star no ano passado.

 

O ministro das Finanças justificou a garantia assumida junto da Comissão Europeia, e que foi uma das condições para Bruxelas autorizar a venda do Novo Banco com ajuda do Estado, com a necessidade de preservar a estabilidade financeira e afastar o cenário de liquidação do banco. “Usamos o quadro institucional para diminuir a probabilidade de isso acontecer. É uma medida de intervenção no pior dos piores cenários com o objetivo de preservar a estabilidade financeira.” E essa medida, acrescentou o ministro, é válida para o período de vigência da decisão da Comissão Europeia que aprovou no final do ano passado a venda do Novo Banco. Centeno não disse o prazo, mas é sabido que o mecanismo de capital contingente que prevê a injeção de fundos acionais por parte do Fundo de Resolução tem a duração de oito anos.

 

 

O secretário de Estado do Tesouro, Mourinho Félix, reforça: é um cenário de backstop (rede de segurança), ou seja, garante que “no pior cenário possível que se possa conceber” — em que o capital foi todo consumido, os acionistas não metem mais capital e o mercado não quer entrar — “o Estado evitará a liquidação do banco, porque isso teria um efeito de contágio e impactos diretos e materiais em outros bancos, nas empresas e na economia”. O tal cenário implica uma nova reestruturação do Novo Banco com a saída de mais funcionários e o fecho de novos balcões.

 

 

Para Mário Centeno, a expressão usada pelos serviços da Comissão de que a solução para o Novo Banco “compromete Portugal é quase uma tautologia” porque o NB faz parte do sistema financeiro português e, por isso, “devemos todos fazer um esforço para a sua estabilidade e nada nos afastará deste objetivo, que é um processo longo e que nunca poderá perder a atenção dos poderes públicos”. Para Mourinho Félix, o Governo assumiu uma clara opção política — que é a de não deixar o Novo Banco cair em liquidação — ao contrário do que fez o anterior Executivo, acusa o secretário de Estado do Tesouro — que decidiu que o banco iria para liquidação se não fosse vendido.

 

 

O ministro das Finanças começou por ser confrontado pela deputada do CDS, Cecília Meireles, com as garantias dadas no passado ao Parlamento de que não haveria envolvimento adicional de fundos públicos, para além do tal mecanismo de capitalização contingente, que pode ir até aos 3.890 mil milhões de euros, dos quais foram já usados este ano 792 milhões de euros. O CDS distribuiu uma intervenção feita por Mário Centeno no Parlamento em abril de 2017 em que é afirmado: “Não existe impacto direto ou indireto nas contas públicas. Não existe qualquer garantia por parte do Estado ou de qualquer outra entidade pública”.

 

 

Não teria sido avisado ou mesmo leal, avisar que esta possibilidade de capital público adicional existia, depois de ter dito que esse mecanismo era o máximo que podia injetar. Porque nos escondeu esta hipótese de injeção pública adicional?

 

 

 

Situação da banca em 2015 era um “pouco demoníaca”

 

 

 

Na resposta, o ministro das Finanças começa por manifestar “perplexidade pela visão sui generis” sobre o que é garantir a estabilidade financeira do país. E recorda que quando o PS chegou ao Governo em novembro de 2015, o terceiro maior banco do pais estava em resolução e havia outra — a do Banif — a caminho, para além da falta de capital na Caixa Geral de Depósitos. Mário Centeno descreve a situação do sistema financeira como sendo um “pouco demoníaca”. O anterior Governo, do PSD/CDS, acusa,  criou “um banco mau — o BES mau — e um banco péssimo — o Novo Banco, que estava patente no falhanço da primeira tentativa de venda.”

 

 

Em resposta ao deputado Carlos Silva do PSD, Centeno reconhece que as injeções do Fundo de Resolução nos bancos resolvidos têm um impacto negativo imediato no défice, mas lembra que esse efeito depois é positivo, à medida que o fundo reembolse o Estado dos empréstimos concedidos.

 

 

O cenário base da venda indica que o valor que terá ainda ser colocado no Novo Banco será muito inferior ao tal limite do capital contingente de 3890 milhões de euros. E o que aconteceu até agora, com o Fundo de Resolução a ter que injetar mais 792 milhões de erros já este ano, não se afasta desse cenário base. Por responder ficou a pergunta colocada várias vezes, sobretudo pelo deputado social-democrata Leitão Amaro. Afinal qual é a estimativa de perdas prevista no cenário base da venda do Novo Banco à Lone Star e, que segundo o ministro das Finanças, está a ser cumprido. Mário Centeno não revela o valor e diz que o número relevante que compromete as autoridades portuguesas são os tais 3.890 milhões de euros.

 

 

Mourinho Félix rejeita ainda a ideia de que o mecanismo contingente seja uma garantia do Estado, se fosse teria de ser contabilizada no défice do Estado, o que não aconteceu, e diz é uma solução de partilha de risco. Mariana Mortágua discorda.

 

 

 

 

Bloco de Esquerda diz que a venda do Novo Banco foi “um embuste”

 

 

 

 

A deputada do Bloco de Esquerda não esquece as culpas do anterior Governo, mas classifica a venda do Novo Banco de “embuste”. Isto porque o mecanismo contingente funciona na prática como uma garantia do Estado, defende Mariana Mortágua. A deputada confronta ainda o discurso de Centeno com contradições face ao que o PS disse quando estava na oposição sobre o uso do dinheiro dos contribuintes para salvar o Novo Banco, numa referência ao empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução que é que injeta dinheiro no banco.

 

 

E acusa o ministro de não ter referido a existência de uma garantia sistémica — o tal backstop capital referido na decisão final da Comissão Europeia conhecida só este ano — quando explicou a venda do Novo Banco no Parlamento. Um tipo de garantia, acrescenta, que só existe para os bancos públicos quando estamos a falar de um banco que foi vendido.  “É incompreensível e inaceitável”.

 

 

 

 

Banca tem “milhares de milhões” de euros em ativos por impostos diferidos

 

 

 

 

Ainda que não se reveja na expressão “embuste”, o ministro das Finanças até tende a concordar com Mariana Mortágua sobre o  impacto destas intervenções na banca nas contas públicas no longo prazo. “Tenderia a concordar consigo e a dizer que sim, porque noutro contexto essas necessidades financeiras teriam outra utilização”. Centeno admite ainda que a tal “reserva sistémica” foi uma “resposta contratual, que pode estar mal desenhada, à necessidade assumida desde o primeiro dia pelo Governo de não liquidação do Novo Banco”.

 

 

A deputada desafia ainda o ministro a dizer quanto vai custar a “tragédia” da banca portuguesa aos contribuintes. E aponta para os ativos por impostos diferidos. A medida aprovada pelo anterior Governo permitiu aos bancos contabilizarem os prejuízos no seu ativo com o reconhecimento contabilístico do direito futuro de descontar essas perdas nos impostos a pagar sobre os lucros. Este mecanismo pode traduzir-se numa redução dos impostos a receber pelo Estado quando os bancos voltarem a ter lucros, como está a acontecer. E pode também, no limite, implicar a entrada do Estado no capital dos bancos que beneficiaram destes mecanismos.

 

 

Mourinho Félix explica que o regime de ativos por imposto diferido português foi regulamentado já por este Governo para evitar que o Estado entrasse como acionista sem ter direitos de voto, o que foi feito. A outra preocupação foi a de garantir a previsibilidade fiscal. O secretário de Estado não avançou contudo números concretos sobre qual poderá ser a fatura para o Estado. Os ativos por impostos diferidos reconhecidos valem vários “milhares de milhões de euros” e até agora só foi pedido o reembolso de uma pequena parte que Mourinho Félix não quantifica.

 

 

 

 

Agência Moody’s estima que Portugal cresça apenas 1,7% em 2019

 

 

 

 

A agência de notação financeira Moody’s estimou que Portugal cresça apenas 2,1% em 2018 e 1,7% em 2019, com o país pressionado por uma dívida elevada e um fraco setor financeiro. Esta previsão fica abaixo da estimativa do Governo que aponta para que a economia portuguesa cresça 2,3% em 2018.

 

 

De acordo com um relatório sobre a economia divulgado na terça-feira, dia 29 de maio, que não toma qualquer ação sobre a notação de crédito da dívida soberana portuguesa, a recuperação da economia está em curso e as finanças públicas do país estão a melhorar. No entanto, sinaliza, o elevado nível de dívida, que deverá manter-se ainda elevado, próximo dos 117% em 2021, “um dos mais altos no universo de ‘rating’ soberanos e bem acima dos seus pares”, limita a capacidade do país suportar choques futuros.

 

Relativamente ao setor bancário, e apesar de reconhecer melhorias, a Moody’s considera que “continua a ser um dos eventos de risco chave para o perfil de crédito de Portugal”, uma vez que apresenta uma dimensão “relativamente grande”, um nível de crédito malparado elevado e uma rendibilidade ainda baixa.

 

 

No mês passado, a agência de notação financeira Moody’s disse que o ‘rating’ atribuído a Portugal será melhorado se concluir que os progressos alcançados a nível orçamental e económico são sustentáveis, e se a redução da dívida for constante. A Moody’s tinha agendado uma revisão do ‘rating’ atribuído a Portugal, mas optou por não se pronunciar, mantendo a avaliação da dívida portuguesa em ‘Ba1’, uma notação que é considerada ‘lixo’.

 

 

A próxima data prevista para que a agência norte-americana se pronuncie sobre Portugal é 12 de outubro, sendo que a Moody’s salienta que o calendário de avaliação é apenas indicativo. A agência norte-americana continua a ser a única entre as quatro maiores a atribuir à dívida pública portuguesa uma nota especulativa, quando a Standard & Poor’s (S&P), Fitch e DBRS colocam Portugal no patamar de investimento.

 

 

 

TPT com: Andrew Gombert/EPA//Ana Suspiro/Observador//Moody’s//Mário Cruz/Lusa// Justin Lane/Tiago Petinga//EPA// João Machado//TPT// 1 de Junho de 2018