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Marinho e Pinto: PS quer ‘gastar primeiro e arranjar depois dinheiro para pagar’

Marinho e Pinto acredita que o cenário traçado pelos economistas do PS tem “aspectos muito preocupantes” que podem colocar em causa todo o sistema. E a coligação PSD/CDS? Estava “escrita nas estrelas”.

 

 
O líder do recém-criado Partido Democrático Republicano (PDR), Marinho e Pinto, tece duras críticas ao cenário macroeconómico traçado pelos economistas do PS, descrevendo-o como “muito preocupante” para o futuro do país. Em declarações ao Observador, Marinho e Pinto dispara críticas também para a coligação PSD/CDS, mas apesar dos tiros para os dois lados, não exclui coligações pós-eleitorais nem com PS nem com a nova AD.

 

 
Sobre o cenário apresentado pelos economistas do PS, e mesmo admitindo que o PDR ainda não analisou a “fundo” todas as medidas inscritas no documento, Marinho e Pinto começa por questionar os efeitos das propostas e diz mesmo que estas podem vir a “pôr em causa a sustentabilidade da Segurança Social”. Em causa, está, sobretudo, a redução da taxa de contribuição para a segurança social (TSU), que teria como consequência a redução futura de algumas pensões (entre 1,2% e 2,6%) – uma medida, de resto, contestada pela generalidade dos parceiros sociais e pelos restantes partidos políticos.

 

 
Em relação à receita proposta pela equipa liderada por Mário Centeno – investimento público como caminho para o crescimento -, Marinho e Pinto mostra muitas dúvidas em relação ao sucesso da fórmula:

 

 
“Parece que pode ser mais um passo para gastar primeiro e arranjar depois dinheiro para pagar”, defende, em declarações ao Observador.

 

 
“Nós não temos soberania monetária. Portugal ou tem dinheiro para pagar as despesas ou não tem. Claro que todos gostam de gastar dinheiro – é a forma de se ganharem votos e de alargar clientela. Mas tal poderia ter graves consequências [para as finanças do país]”, sustenta, para depois acrescentar que o documento do PS “lembra um um bocadinho as propostas do Syriza na Grécia”.

 

 

COM QUEM QUER CASAR MARINHO E PINTO?

 
O anúncio da coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS não surpreendeu Marinho e Pinto: “Isso não é uma novidade. É uma pseudo-notícia. [Na verdade], nenhum deles sobreviveria sem o outro, apesar de todos os ódios pessoais”. Mais: o líder do PDR acredita que o motivou a união entre social-democratas e democratas-cristãos foi o “medo de perder o poder”. Esse, diz, “é o cimento” que une esta coligação.

 

 
Ainda assim, e apesar das críticas ao PS e ao Governo, que, acusa, conduziu uma “política de austeridade exagerada” além “do que exigiam os nossos credores”, Marinho e Pinto não excluiu um cenário de coligação pós-eleitoral. “Nós, PDR, podemos e desejamos contribuir para uma solução de governo. O que não seremos é muleta de ninguém“, começou por explicar. O PDR só fará parte dessa solução “se os anseios dos eleitores e as respostas para os problemas do país” estiverem acautelados.

 

 
Mas, eventualmente, a quem dará o braço o PDR? À esquerda ou à direita? Para o ex-bastonário da Ordem dos Advogados essa questão não se coloca. “Essa geometria política tradicional [entre esquerda e direita] hoje está posta em causa. O PSD tem algumas pulsões social-democratas; o PS quando está no poder é de direita, quando está na oposição é de esquerda; [e depois] que esquerda é esta que se aliou à direita para derrubar o Governo socialista?”, questionou, referindo-se à queda do Executivo de José Sócrates.

 
No fundo, afirmou Marinho e Pinto, a preocupação do PDR é seguir “políticas que sejam benéficas para o país”, que permitam “consolidar o orçamento”, “pagar a dívida” e “assegurar o crescimento da economia”, ao mesmo tempo que se “erradica a pobreza” e se fomenta a participação cívica, através de “novas formas de democracia participativa”.

 

 
E quanto às expectativas do PDR nas próximas eleições? Marinho e Pinto socorreu-se da máxima celebrizada por um “grande pensador” português: “Prognósticos só no fim do jogo”.

 

 

FOTO: JOAO RELVAS – LUSA
Miguel Santos
Observador
27/04/2015

 

 

 

Anúncio de coligação no 25 de Abril foi ‘oportunidade feliz’ para apresentar estratégia de ‘libertação de Portugal’

Primeiro-ministro não entende como é que a iniciativa pode ser um “insulto”, como apontou Jerónimo de Sousa . Pelo contrário, defende que a data estava carregada de “simbolismo”.

 

 
Pedro Passos Coelho desdramatiza as críticas do líder do PCP sobre a data escolhida pelo PSD e CDS para a apresentação do acordo de coligação. O primeiro-ministro “não percebe a observação”, a propósito de Jerónimo ter dito que se tratava de um “insulto” fazer o anúncio no 25 de Abril. Para Passos, tratou-se de uma “oportunidade muito feliz” de “poder associar” a vontade futura de dois partidos num dia “tão carregado de simbolismo”.

 

 
Em resposta às interpelações dos jornalistas à margem dos dez anos do Programa EDP Solidária, Passos Coelho refere que a estratégia apresentada “pareceu ser muito importante para a libertação de Portugal”. PSD e CDS estiveram quatro anos no Governo “a lutar contra a bancarrota” e agora querem renovar o trabalho. Os dois partidos voltam a “evidenciar maturidade”, ao “pôr de lado os egoísmos partidários”. Tudo por um compromisso. “Pôr o país em primeiro”, sublinha Passos, destacando a exigência do atual momento que Portugal atravessa.

 

 
“É natural que [PSD e CDS] concorram separados em circunstâncias normais, mas estamos a viver circunstâncias especiais”, defende o chefe de Governo. Passos lembra que o objetivo “não é unir fraquezas, mas forças”. A preocupação é que o eleitorado perceba que PSD e CDS conseguem conferir juntos a maioria necessária a uma “estabilidade suficiente” para governar.

 

 
Pedro Passos Coelho defende que o avanço em coligação na corrida às legislativas “é atitude muito racional e lógica”, insistindo que a decisão privilegia “não o egoísmo, mas maturidades”.

 

 

 

FOTO ALBERTO FRIAS
Raquel Pinto
27/04/2015

 

 

 

 

BNP Paribas condenado a pagar multa 8 mil milhões aos EUA

O maior banco francês foi condenado esta sexta-feira a pagar 8 mil milhões de euros à administração norte-americana, depois de se ter dado como culpado na transação de capitais de cidadãos nacionais de países como o Irão, Cuba ou Sudão – países impedidos de investir na economia norte-americana devido à imposição de sanções. Esta é a maior multa paga por um banco a um Estado.

 
O BNP Paribas e o Departamento de Justiça norte-americano passaram o último ano a negociar os termos deste acordo, dado que o banco esteve mesmo em risco de poder deixar de negociar em dólares devido às infrações internacionais que cometeu. O banco fica também obrigado a reforçar a transparência nos seus processos, ficando sob atenção especial do Departamento de Estado nos próximos cinco anos.

 
O banco foi acusado de agir como o banco central sudanês nos Estados Unidos, ocultando os seus clientes finais às autoridades norte-americanas, tal como acontecia noutros casos em que as nacionalidades dos clientes os impediam de investir naquele país. Os Estados Unidos têm sanções económicas contra o Sudão, o Irão e Cuba e o BNP Paribas admitiu ter clientes destas nacionalidades com investimentos no país – e estará a preparar a reserva deste dinheiro há cerca de um ano.

 

 

 

Catarina Falcão
Observador
01/05/2015

 

 

 

 

Senadores americanos pressionam Comandante Supremo da NATO sobre base das Lajes

General Philip Breeddlove, supremo comandante da NATO (SACEUR).

 

 

 

Três senadores americanos, entre eles o republicano John McCain, ex-candidato à presidência americana, questionaram ontem o supremo comandante da NATO (SACEUR) sobre a base das Lajes numa audição da Comissão das Forças Armadas do Senado norte-americano.

 

 

McCain, que preside à referida comissão, perguntou concretamente ao general Philip Breeddlove se não era possível encontrar outra solução ou alternativas à redução da base, decidida em 2014 no âmbito da reorganização de forças americanas na Europa, nomeadamente a deslocação do Comando Sul, do Africom (Africa) ou qualquer outra instalação.

 

 

“Portugal é um grande amigo e aliado em várias operações, como no Afeganistão e Iraque, e a base das Lajes representa um tema da maior importância para um país tão pequeno”, afirmou McCain, que afirmou ter-se encontrado com o ministro Rui Machete e abordado este assunto.

 
Tanto os senadores Jim Inhoffe (republicano), como o democrata Jack Reed voltaram depois ao mesmo assunto, pressionando o supremo comandante da NATO e pedindo-lhe para ter as bases das Lajes em conta e não deixar de ter uma presença militar ali.

 
Breedlove confirmou a “grande importância de Portugal como aliado” e respondeu que estão a fazer tudo para que a situação se resolva a bem, tentando encontrar outras soluções, incluindo do ponto de vista civil, com a deslocação de empresários aos Açores.

 

 

Machete espera “intervenção positiva”

 

 

Na semana passada, Rui Machete deslocou-se a Washington para uma série de encontros políticos, entre eles o seu homólogo John Kerry, os membros do “grupo” português na Câmara de Representantes e com três senadores, entre eles McCain, para o sensibilizar, entre outros assuntos, para a questão das Lajes e do impacto da redução dos seus efetivos.

 
Na altura, Machete mostrou-se esperançoso numa “intervenção positiva” do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, na discussão sobre a redução das Lajes. “É normal que [Kerry] não conheça todos os pormenores, mas foi suficientemente sensibilizado para esperarmos que tenha uma intervenção positiva nesse sentido”, afirmou.

 

 

 

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros avançou ainda que a próxima reunião da Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos, onde será discutido o futuro da base militar açoriana, acontece a 16 de junho em Washington.

 

 
A 8 de janeiro, o secretário da Defesa dos Estados Unidos anunciou a redução de 500 efetivos da base aérea das Lajes, ao mesmo tempo que o embaixador norte-americano em Lisboa explicou que o objetivo era reduzir gradualmente os trabalhadores portugueses de 900 para 400 pessoas ao longo do ano e os civis e militares americanos de 650 para 165.

 

 

 

Tiago Miranda /Luísa Meireles
01/05/2015

 

 

 

 

Senador John McCain questiona General norte-americano sobre situação das Lajes

O senador norte-americano questionou o responsável pelas forças militares norte-americanas na Europa sobre o futuro das Lajes. McCain diz que os portugueses são “grandes amigos” e aliados dos EUA.

 

 
John McCain, senador e antigo candidato à Casa Branca, disse na quinta-feira em Washington que o abandono da Lajes por parte dos Estados Unidos da América “é um grande problema para um país pequeno” que tem sido um “importante aliado” e “amigo” dos norte-americanos. Outros dois senadores acompanharam as preocupações de Mccain e questionaram o general Philip Breedlove, responsável pelas forças militares norte-americanas na Europa, sobre aproveitamentos alternativos da base dos Açores.

 

 
“Os portugueses são grandes amigos e a questão das Lajes tem sido um grande problema para eles. Estão a ser estudadas outras alternativas? Mover a operação AFRICOM ou mudar para lá alguns serviços de inteligência? Acha que pode voltar a avaliar esta questão? É um problema grande para um país pequeno que nos tem ajudado em cenários de guerra como o Iraque ou o Afeganistão. O ministro dos negócios Estrangeiros português visitou-me e há muitas pessoas preocupadas”, questionou John McCain.

 

 
Philip Breedlove, que é também SACEUR (Supreme Allied Commander) na NATO, respondeu na audição desta quinta-feira na Comissão das Forças Armadas (equivalente à Comissão de Defesa Nacional na Assembleia da República) no Senado que o problema “está a ser avaliado” pelas Forças Armadas norte-americanas e que Portugal tem acompanhado os EUA em diversas missões, sendo um dos apoios mais recentes o envio de aviões para a Roménia de modo a reforçar a vigilância na fronteira Leste. “Eles são um grande aliado”, disse ainda Breedlove.

 

 

Rui Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros, esteve em Washington a 21 e 22 de abril e para além de encontros com John Kerry, secretário de Estado norte-americano, encontrou-se também com John McCain e com os restantes senadores da Comissão das Forças Armadas. O tema da base das Lajes foi uma dos principais tópicos em discussão, assim como os efeitos que um eventual abandono total terá para a ilha Terceira.

 

 

 

 

Ainda na audição do general Philip Breedlove, o senador Jim Inhoffe questionou se a base das Lajes seria uma alternativa à atual localização do centro de comunicação da NATO em Northwood no Reino Unido ou se seria possível os EUA mudarem algumas das suas capacidades de comunicação para lá. Breedlove disse que a localização do centro de comunicações da NATO tinha sido negociada entre os vários Estados-membros e que não deveria mudar. Quanto à hipótese dos EUA mudarem para as Lajes algumas das suas capacidades de comunicações, o general disse que agora que a base tem mais espaço isso seria possível, mas era preciso “haver mudanças e alargar as capacidades de comunicação” agora existentes.

 

 

 

Catarina Falcão
Observador
01/05/2015

 

 

 

 

Obama acredita que incidentes em Baltimore levantam questões na relação entre polícias e negros

O Presidente dos Estados Unidos Barack Obama advertiu que os recentes incidentes ocorridos em Baltimore “levantam sérias questões” sobre o policiamento das comunidades negras e apelou para um “exame de consciência” por parte da nação.

 

 

A violência e os saques irromperam em Baltimore na segunda-feira, dia 27 de abril, na sequência do funeral de Freddie Gray, um afro-americano de 25 anos que sucumbiu a graves lesões na coluna vertebral causadas por uma detenção policial.

 

 
Durante a noite, lojas foram roubadas, prédios incendiados e 15 polícias ficaram feridos, tendo sido detidos 200 suspeitos, pelo que tropas da Guarda Nacional foram estacionadas em Baltimore para evitar a ocorrência de novos tumultos, tendo as escolas locais sido encerradas.

 

 

Falando em Washington, Obama condenou as reações violentas da população, mas disse também que uma série de incidentes – com início em 2014, com um tiro da polícia sobre Michael Brown, um adolescente negro desarmado em Ferguson, Missouri – é preocupante.

 

 

 

“Desde Ferguson… temos visto muitos exemplos do que parecem ser agentes da polícia a interagir com indivíduos – principalmente afro-americanos, muitas vezes pobres – de uma forma que levanta questões preocupantes”, afirmou.

 

 

Barack Obama expressou simpatia pelos ativistas dos direitos cívicos e pelos manifestantes mas igualmente pela polícia que fica na linha de frente das manifestações, sublinhando que a América tem de debater a relação tensa entre as autoridades policiais e os negros.

 

 
“Existem departamentos da polícia que têm de fazer um exame de consciência, existem algumas comunidades que têm de fazer um exame de consciência. Nós, como país, temos de fazer um exame de consciência. Isto não é novo. Isto vem acontecendo há décadas”, concluiu Obama.

 

 

A morte de Freddie Gray, que os advogados da família dizem ter sido causada por ferimentos sofridos após a sua detenção, tendo o jovem perdido a consciência quando estava detido e morrido no prazo de uma semana, é o mais recente de uma série de confrontos entre a polícia norte-americana e jovens afro-americanos revoltados com o que entendem ser atitudes racistas.

 

 

 

Agência Lusa/TPT
28/04/2015

 

 

 

 

O Exército dos EUA vai ter uma bala que nunca falha o alvo

Poder-se-ia dizer da “EXACTO” (que é como se chama a bala “inteligente”) que dela “podes fugir, mas não te podes esconder”. É a nova tecnologia militar dos EUA.

 
Uma agência militar dos Estados Unidos desenvolveu uma bala que corrige a própria trajetória para atingir alvos em movimento. Mas para contar a história desta bala “inteligente” é necessário recuar 57 anos na história do país..

 
Dwight D. Eisenhower era o Presidente dos Estados Unidos. Khruschov, o líder soviético. Viviam-se os (longos) dias da “Guerra Fria”, e a União Soviética fazia história ao enviar para a orbita terrestre um pequeno satélite, com pouco mais de 80 kg e 58 cm de diâmetro, a que chamou de “Sputnik 1″.

 
O satélite despenhar-se-ia nem três meses mais tarde. O seu lançamento, no entanto, em meados de 1958, seria o começo de uma “corrida espacial”, que, dir-se-á, os Estados Unidos venceram, ao sprint, quando a tripulação da Apollo 11 pisou a superfície lunar. Mas houve, na “Guerra Fria”, um outro acontecimento que é importante à história da bala inteligente, a tal que nunca falha o alvo, que de seguida lhe contamos.

 

A bala chama-se, num fluente português do estado da Virgínia (onde foi desenvolvida), “EXACTO”. O que, americanizando — e salvo a ironia linguística de ser uma bala mortiferamente “exacta” —, quer dizer “Extreme Accuracy Tasked Ordnance”.

 
E pergunta o leitor:

 
“E a história da ‘Guerra Fria’?”

 
É que a tal “EXACTO” foi apresentada pela DARPA, a Agência de Projectos de Pesquisa Avançada de Defesa norte-americana, criada, precisamente, por Dwight D. Eisenhower, em resposta ao lançamento soviético do “Sputnik 1″.

 
A agência DARPA, sendo independente, cobra anualmente perto de 3 mil milhões de dólares à Defesa norte-americana, e desenvolveu, desde 1958, parte da parte da alta-tecnologia militar que os Estados Unidos utilizariam, por exemplo, na Guerra do Golfo, ou, mais recentemente, no Afeganistão e no Iraque.

 
Os primeiros testes à “EXACTO” começaram em Julho do ano passado, mas, recentemente, em Abril, a DARPA apresentou-nos um vídeo onde um atirador profissional, munido de uma espingarda de calibre .50, e de longa-distância, dispara sobre um alvo que, movimentando-se, é perseguido pela bala… e abatido.

 
A ideia é que a tecnologia seja, no curto prazo, utilizada em cenários de guerra ambientalmente óstis, como o do Afeganistão (do qual os Estados Unidos, e ao contrário do que fora prometido por Obama em 2011, não saíram em finais de 2014), onde a fraca visibilidade causada, por exemplo, pelas tempestades de areia, impedem um disparo preciso sobre alvos humanos em movimento.

 

 
FOTO: GHULAMULLAH HABIBI/EPA

 

Tiago Palma
Observador
29/04/2015

 

 

 

 

Generais americanos avisam – ‘Tenham muito medo do Estado Islâmico’

O General Michael T. Flynn (à esq.) foi Director da Defense Intelligence Agency e recipiente da Medalha de Honra, Michael S. Smith II foi conselheiro para Contra-terrorrismo do National Security Council, e o Major General dos Marines  James E. Livingston, USMC, já reformado, são co-fundadores da consultora Kronos Advisory.

 

 

 

Dois generais e um conselheiro para o terrorismo norte-americanos censuram o papel de Barack Obama, que dizem ser um “ingénuo” que vê o mundo como quer e não como realmente é.

 

 

Num texto publicado na CNN, dois reputados generais norte-americanos, já reformados, e um conselheiro para o terrorismo, vincaram as suas preocupações e reticências quanto ao método da Casa Branca para travar o avanço do Estado Islâmico. Michael T. Flynn, James E. Livingston e Michael S. Smith, fundadores da Kronos Advisory, uma empresa para aconselhamento estratégico, consideram uma “ironia trágica” que as políticas de um Nobel da Paz — Barack Obama, presidente norte-americano — tenham transformado a Síria no novo palco da jihad.

 

 

Mais: essas políticas, segundo os autores do texto, tornaram a Líbia num Estado falhado, o que acontecerá também com o Iémen.

 
O texto acusa ainda Barack Obama de ser “ingénuo”, com o “perigoso hábito” de ver o mundo como gostaria que fosse e não como realmente é. O número de vítimas, que aumenta todos os dias, é, dizem, fruto da lentidão de uma resposta da Casa Branca e lembram: “Nem os Estados Unidos nem outros aliados do Ocidente estão imunes a este cancro”.

 
O texto começa com um direto e sombrio “Tenham medo, tenham muito medo”. No parágrafo seguinte chega a motivação desta carta. “Os resultados dos esforços inovadores da Casa Branca em fazer do mundo um lugar melhor podem ser contabilizados pelo número crescente de vítimas do Islão radical no Médio Oriente, norte de África e sul da Ásia. Para não mencionar aqui nos Estados Unidos, Canadá e Europa.”

 
Depois surge o entendimento que têm do Médio Oriente e da evolução do mesmo no pós-Primavera Árabe. “A jihad síria ergueu o Estado Islâmico no Iraque e Síria, que agora usa a Síria como base de apoio para apoiar a sua jihad no Iraque, que poderá brevemente espalhar-se para a Jordânia”, explicam. E acrescentam: “Mais, a Líbia é agora usada como base de apoio do EI e outros elementos jihadistas globais que desejam redesenhar o mapa do Médio Oriente, assim como planear ataques na Europa e América do Norte.”

 

 
“IRÁ OBAMA TOMAR AS DECISÕES DIFÍCEIS?”

 
O cenário atual, asseguram, é responsabilidade da ausência de uma resposta assertiva. “Dada a lentidão assustadora do presidente da América em permitir que o exército e os serviços secretos tomem medidas contra o Estado Islâmico e o seu progenitor, al-Qaeda, o cenário é claro: a contagem de corpos continuará a crescer.”

 
Os três fundadores da Kronos Advisory alertam que a morte de Osama bin Laden, e “ao contrário do que a Casa Branca parecia pensar em 2011″, não eliminou todas as nuvens e ameaças que pairam sobre o mundo Ocidental.

 
“Irá Obama tomar as decisões difíceis?”. É assim o último subtítulo de um longo texto que visa atrair a atenção para os perigos do avanço do Estado Islâmico e do fundamentalismo islâmico. “A História mostrou os perigos que milhões correm se os nossos líderes não enfrentam uma ameaça iminente chamando-a pelo que é e colocando todo os esforços em marcha para destruí-la.” Por último, estes três senhores aconselham Obama a não esperar que os parceiros árabes façam o trabalho mais difícil.

 

 
Hugo Tavares da Silva
Observador
27/04/2015

 

 

 

 

Mais de 30 detidos e sete polícias feridos em protestos violentos em Baltimore, EUA

A Procuradora Geral da cidade de Baltimore, no estado de Maryland, anuncia a abertura de processos criminais contra os envolvidos nos distúrbios na cidade de Baltimore.

 

 

A polícia de Baltimore, nos Estados Unidos da América, prendeu hoje 34 pessoas e seis polícias ficaram feridos quando os protestos, depois da morte de um jovem negro sob custódia policial, se tornaram violentos, anunciou aquela força policial.

 

 
“Um pequeno grupo de manifestantes causou distúrbios na baixa e na zona ocidental de Baltimore na noite de sábado e manhã de hoje, depois dos protestos pacíficos que se realizaram ao longo do dia. Cerca de 34 pessoas foram detidas e seis agentes ficaram com ferimentos ligeiros”, afirmou o porta-voz da polícia de Baltimore, Jeremy Silbert, citado pela Agência France Presse.

 

 
Mais de mil pessoas juntaram-se numa manifestação pacífica, na cidade de Baltimore, para exigirem justiça para Freddie Gray que morreu no passado domingo com lesões na coluna vertebral, uma semana após ter sido detido na empobrecida na zona oeste.

 

 
Mas a situação mudou dramaticamente quando vários manifestantes se dirigiram para o estádio de baseball Camden Yards, uma hora antes do jogo dos Red Sox Baltimore Orioles-Boston.

 

 
Imagens televisivas do local e captadas por helicópteros mostram dezenas de jovens a arremessar garrafas e lixo contra os elementos policiais junto ao museu Sports Legends (Legendas do Desporto) e das bilheteiras.

 

 
Gray morreu no passado domingo com 80 por cento da sua coluna vertebral junto ao pescoço, disseram os advogados da família.

 

 

 

 

(SMM) // PJA
Agência Lusa/The Portugal Times
26/04/2015

 

 

 

Isidro, o português que chegou ao Canadá com 134 euros e agora desafia os gigantes alemães

Na década de 70 chegou ao Canadá vindo dos Açores para trabalhar na construção civil. Passados 40 anos tornou-se fornecedor de máquinas para aquele sector. Faz camiões equipados com bombas de betão e quer destronar os líderes de mercado para conquistar os Estados Unidos.

 
Isidro Flores, um português de Vancouver, na costa leste do Canadá, imigrou para o país norte-americano há 40 anos com apenas 182 dólares canadianos (134 euros ao câmbio actual) no bolso e hoje, segundo conta a agêncoa Lusa, tem uma empresa avaliada em 70 milhões de dólares (51 milhões de euros).

 
Proveniente de São Sebastião (Açores), Isidro Flores, de 61 anos, imigrou para o Canadá aos 24 à procura de uma vida melhor. Ao chegar ao Canadá, procurou trabalho na construção civil, e há 15 anos decidiu criar a “Concord Concrete Pumps”, uma empresa que produz camiões equipados com bombas de betão.

 

 

 

Isidro, o português que chegou ao Canadá com 134 euros e agora desafia os gigantes alemães2

Isidro Flores

 
Fruto da experiência no ramo da construção, Isidro Flores decidiu avançar naquela indústria, fazendo concorrência a gigantes alemães e italianos, que há mais de cinquenta anos lideram aquele mercado.

 
“Na altura só havia duas empresas que fabricavam aquele tipo de veículos. Pensei que construir máquinas desta natureza seria como dar uma segunda oportunidade a muitos trabalhadores, especialmente à comunidade portuguesa, que é envolvida em muito deste trabalho (construção civil)”, disse o empresário à Lusa.

 
Isidro diz que “o preço das máquinas não era acessível”, mas explicou que, enquanto fabricante, quis reduzir o preço, “dando mais oportunidades àquelas empresas”.

 
A Maior Máquina Para Atacar Os Todo-Poderosos

 

 

A Concord está neste momento a construir a maior máquina para os Estados Unidos, ou seja “a maior máquina em termos mundiais”, que, segundo a crítica dos profissionais do sector, disse, “é a mais potente, aquela que oferece mais segurança e qualidade”, competindo contra o hegemonia alemã e italiana.

 
A sede da companhia está localizada em Port Coquitlam, a 30 quilómetros de Vancouver, contando com 60 empregados. A fábrica principal está localizada em Gyeongsangnam-do, na Coreia do Sul, tendo nos seus quadros 150 operadores.

 
A fábrica na Ásia serve actualmente mercados como a Jordânia e Austrália, sendo que a empresa situada na Colúmbia Britânica serve todo o mercado norte-americano e México e ainda o Brasil.

 
Isidro Flores disse ainda que não tem dúvidas de que a sua empresa é também hoje em dia “muito competitiva, tanto para o mercado português como para o europeu”.

 
“Como a Concord apenas existe há 15 anos, embora seja um produto com qualidade, ainda não é conhecida comparativamente com empresas que estão no mercado há cinquenta ou sessenta anos”, realçou.

 
Em termos de futuro, o luso-canadiano disse que pretende dentro de dois anos “liderar o mercado dos Estados Unidos”.

 
A Concord Concrete Pumps produz mensalmente 12 máquinas, cerca de 100 por ano. O maior veículo está dotado com uma superbomba que tem um alcance de 62 metros. A matéria com que são fabricadas as bombas de betão é importada da Suécia (ferro) e os componentes hidráulicos da Alemanha.

 

 

 

 

Agência Lusa/TPT
03/05/2015