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Luzes de Natal nos EUA gastam mais eletricidade do que alguns países

As luzes de Natal usadas pelas famílias norte-americanas, uma tradição desta quadra festiva, gastam mais eletricidade do que alguns países pobres, como El Salvador ou a Etiópia, consomem anualmente, revelou hoje o Centro para o Desenvolvimento Global.

 

Luzes de Natal nos EUA gastam mais eletricidade do que alguns países pobres 2

De acordo com um ‘post’ divulgado no blogue do ‘think thank’ norte-americano, as luzes que proliferam nas árvores, telhados e relvados dos Estados Unidos representam um consumo anual de eletricidade de 6,63 mil milhões de quilowatts/hora.

 

Luzes de Natal nos EUA gastam mais eletricidade do que alguns países pobres 3

Um valor superior ao consumo anual de eletricidade de países em vias de desenvolvimento como El Salvador (5,35 mil milhões de quilowatts/hora), Etiópia (5,30 mil milhões) ou Tanzânia (4,81 mil milhões).

 

Luzes de Natal nos EUA gastam mais eletricidade do que alguns países pobres 4

Os investigadores recorreram a dados do relatório de 2008 do Departamento de Energia dos Estados Unidos e do Banco Mundial para realizar a pesquisa.

 

Luzes de Natal nos EUA gastam mais eletricidade do que alguns países pobres 5

Todd Moss e Priscilla Agyapong destacaram que os 6,63 mil milhões de quilowatts/hora usados nas luzes natalícias representam apenas 0,2% do consumo anual de energia nos Estados Unidos e são equivalentes à potência necessária para pôr a funcionar 14 milhões de frigoríficos.

 

 

Econ/WP/TPT/25/12/2015

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em resultado das eleições espanholas o Rei quer nova política de diálogo e compromisso

O Rei de Espanha afirmou ontem que “a pluralidade” que saiu das eleições gerais do passado domingo “pressupõe uma nova forma de fazer política, baseada no dialogo, na concertação e no compromisso”.

 

 

A segunda mensagem de Natal do reinado de Felipe VI surge quatro dias depois das eleições gerais em Espanha, que o PP de Mariano Rajoy venceu sem maioria absoluta (123 deputados), forçando o partido a tentar acordos pós-eleitorais para formar Governo. O segundo colocado nas eleições, o PSOE já recusou viabilizar um governo PP e vai tentar apoios à esquerda (nomeadamente com o Podemos e outras forças) para governar Espanha.

 

 

“A pluralidade política expressa nas urnas traz sensibilidades, visões e perspetivas diferentes e pressupõe uma forma de fazer política baseada no diálogo, na concertação e no compromisso”, disse o Rei num discurso gravado no Palácio Real da Zarzuela e emitido hoje nas televisões espanholas.

 

 

Para o monarca, a legislatura que se aproxima “requer todos os esforços, energia e vontade das instituições democráticas”, no sentido de “adequar a realidade política à sociedade espanhola atual”. Estas, salientou, devem “acompanhar o ritmo de mudança do povo que servem”.

 

 

No final de um ano marcado por diversos casos de corrupção relacionados sobretudo com o partido no poder, o PP, mas também com o PSOE, Felipe VI deixou ainda uma mensagem para que as Cortes Generales (parlamento e Senado) “sejam sensíveis aos pedidos de rigor, retidão e integridade que os cidadãos exigem para a vida pública”.

 

 

O Rei de Espanha abordou ainda a questão independentista da Catalunha, ainda que não tenham mencionado especificamente a região nem os seus políticos.

 

 

“Também não devemos esquecer que a rotura da lei, a imposição de uma ideia ou do projeto de alguns sobre a vontade do resto dos espanhóis só conduziu, ao longo da nossa história, à decadência, ao empobrecimento e ao isolamento”, disse o rei.

 

 

“É um erro do nosso passado que não devemos voltar a cometer”, salientou.

 

 

Em novembro, as forças independentistas no parlamento regional catalão aprovaram uma resolução que inicia o processo de independência da região, o que contraria a constituição espanhola, especificando que pretendem desobedecer ao Tribunal Constitucional de Espanha.

 

 

“Respeitar a nossa ordem constitucional é defender a convivência democrática aprovada por todo o povo espanhol, é defender as direitos e liberdades de todos os cidadãos”, disse Felipe VI, reiterando, no entanto, “uma mensagem de serenidade e de continuidade de Espanha”.

 

 

 

Em Espanha, o Rei Filipe VI apelou ao consenso e ao diálogo entre as várias forças políticas.

 

 

Depois das eleições gerais de domingo, o PP não consegue o apoio dos socialistas para governar, o que torna mais difícil a posse de Mariano Rajoy como presidente do governo espanhol.

 

Em resultado das eleições espanholas o Rei quer nova política de diálogo e compromisso 2

Quase uma semana depois de o PP ter ganho, sem maioria, o compromisso está longe de ser alcançado. Os socialistas recusam apoiar Mariano Rajoy e preferem liderar uma maioria de esquerda no parlamento.

 

Depois do apelo natalício do monarca, o PP pede ao PSOE que esteja à altura do actual momento político.

 

O Podemos não abdica de um referendo vinculativo sobre a Catalunha. Já os socialistas, o PP e o rei não ponderam sequer discutir essa possibilidade.

 

Até ao próximo dia 13 de Janeiro, Mariano Rajoy precisa de reunir o maior consenso possível. É a altura em que o Congresso deve votar a sua investidura. Sem maioria absoluta, e também sem maioria simples, a aritmética parlamentar não o favorece.

 

 

 

Angel Diaz / EPA/25/12/2015

 

 

 

 

Centro de Saúde Saint James foi inaugurado no dia 23 de Dezembro

Depois de alguns anos de espera os habitantes do Ironbound, veêm agora concretizado um grande sonho: a abertura do Centro de Saúde Saint James.

 

Centro de Saúde Saint James, em Newark, foi inaugurado no dia 23 de Dezembro 2

Segundo Augusto Amador, vereador do Bairro Leste de Newark, “este Centro que está a funcionar provisoriamente no 2º andar do edifício Nº 228 da Lafayette Street, em Newark, enquanto decorrerem as obras de recupeção do antigo Hospital Saint James, onde será instalado definitivamente, para além de garantir a sua missão específica de providenciar cuidados de saúde abrangentes aos residentes, vai também constituir-se em articulação permanente com os cuidados de saúde hospitalares e os cuidados de saúde continuados do Hospital Saint Michael’s Medical Center como um parceiro fundamental na promoção da saúde e na prevenção da doença”.

 

 

Este projecto de iniciativa privada, para tal ser possível, teve de ser aprovado pelas respectivas autoridades federais, estaduais e municipais e foram promovidas infindáveis reuniões com autoridades de todas as instâncias, envolvendo as “forças vivas” da comunidade e do Estado.

 

Centro de Saúde Saint James, em Newark, foi inaugurado no dia 23 de Dezembro 3

Após a inauguração deste Centro de Saúde, que teve lugar no dia 23 de Dezembro, o vereador Augusto Amador (à dir.), acompanhado por Daniel Gonzalez e Nicole M. Fields, Presidente do Saint James Health Inc., e ainda pelo vereador Luís Quintana, entre outros convidados, fez questão de agradecer a todos quantos estiveram envolvidos nesta causa que visa a prestação e a melhoria no acesso aos cuidados de saúde dos residentes desta área de Newark, independentemente do seu “status” emigratório.

 

Centro de Saúde Saint James, em Newark, foi inaugurado no dia 23 de Dezembro 4

Uma iniciativa estratégica dos administradores do Centro de Saúde Saint James cujo objetivo é enfrentar os novos desafios para a saúde de uma forma diferenciada, baseando-se no próprio conhecimento e investindo na busca de novos conhecimentos, serviços e produtos.

 

 

Entre os serviços oferecidos à população o destaque vai para as áreas da Pediatria, Medicina Preventiva, Medicina Interna e Assistência Social, com esta última destinada a ajudar a combater as desigualdades da sociedade, analisando, acompanhando e propondo soluções, para melhorar as condições de vida tanto de crianças e adolescentes, como de adultos.

 

Centro de Saúde Saint James, em Newark, foi inaugurado no dia 23 de Dezembro 5

Para o vereador Augusto Amador a abertura deste Centro Médico “vem resolver algumas das carências que existiam na nossa comunidade desde o encerramento do Hospital de Saint James. Neste contexto e em nome dos residentes do Bairro Leste, quero agradecer mais uma vez aos senadores federais Bob Menendez e Cory Booker, e ainda ao congressista Albio Sires, bem como aos vereadores de Newark, Luís Quintana e Aníbal Ramos, pelo apoio que deram para que fosse possível a realização deste projecto”, concluiu.

 

 

O Centro de Saúde Saint James está pronto para enfrentar os novos desafios como unidade de emergência hospitalar, com profissionais e tecnologia que vão garantir tranquilidade e confiança aos pacientes e às suas famílias.

 

 

Este centro de saúde irá estar a operar definitivamente nas instalações do antigo Hospital Saint James dentro do primeiro semestre de 2016.

 

JM/The Portugal Times/25/12/2015

 

 

 

 

 

Ministro recusa polémicas sobre túnel do Marão e destaca vantagens para o interior

O ministro das Infraestruturas e Planeamento, Pedro Marques, recusou-se hoje a entrar em polémicas sobre a construção do túnel do Marão, preferindo evidenciar as vantagens da infraestrutura para a região de Trás-os-Montes. “Mais do que polémicas sobre custos e modelos que se alteraram, o que é mais importante é que a obra está muito perto da conclusão e de entrar ao serviço dos cidadãos portugueses”, frisou aos jornalistas, após a visita que hoje realizou às obras na A4 que ainda decorrem entre Amarante e Vila Real. Para o ministro, “as infraestruturas em obras como esta não dividem os portugueses de certeza absoluta”.

 

 

“Esta é uma obra muito importante para a coesão do nosso país”, insistiu. Pedro Marques admitiu, por outro lado, ser para si “simbólico e satisfatório” ter feito parte do Governo que lançou a obra e poder hoje efetuar a sua primeira visita a uma obra enquanto ministro da tutela.

 

 

Acompanhado do secretário de Estado das Infraestruturas, responsáveis da Infraestruturas de Portugal e de autarcas da região, o ministro percorreu hoje de autocarro as três empreitadas que decorrem na A4, ligando a Amarante a Vila Real, incluindo o túnel de 5,6 quilómetros que atravessa a serra do Marão. No final, Pedro Marques disse aos jornalistas ter visto “uma obra de engenharia tecnicamente impressionante, que bateu vários recordes nacionais e até ibéricos em termos de várias das suas componentes técnicas”. Para o ministro, “é uma obra importantíssima para desencravar o interior do país”.

 

 

“Toda a gente que é da região de Trás-os-Montes percebe bem a importância de concluir o túnel do Marão, para realmente favorecer a acessibilidade das pessoas, das mercadorias que são produzidas no interior, ao litoral do país, aos portos portugueses e, desde logo, reforçar a capacidade económica e exportadora desta região”, declarou. Pedro Marques destacou, por outro lado, o facto de estar a ser montado no túnel “um sistema muito sólido de monitorização com vista à segurança da obra”, ao mesmo tempo que elogiava a empresa pública Infraestruturas de Portugal e os empreiteiros por não terem ocorrido quaisquer acidentes graves.

 

 

O túnel respeita as mais recentes exigências de segurança, disponibilizando 13 galerias transversais, separadas entre si por 400 metros, e reúne outros equipamentos, destacando-se 110 câmaras que monitorizam o interior da infraestrutura, que é a mais extensa da Península Ibérica. Os dois maiores viadutos têm 900 e 1.000 metros de extensão e uma altura de cerca de 80 metros e foram construídos do lado de Amarante, o mais íngreme.

 

 

No total das três empreitadas, realizadas por 90 empresas, foram investidos 150 milhões de euros, 88 milhões dos quais no túnel. A obra vai disponibilizar 26 quilómetros de autoestrada, assegurando a ligação do Porto a Bragança.

 

 

Túnel do Marão, a nova via transmontana!…

 

 

A escavação do túnel do Marão, que possui 5,6 quilómetros e está inserido na Autoestrada do Marão, ficou concluída em 2 de Novembro com a abertura da segunda galeria que atravessa a serra, anunciou a Infraestruturas de Portugal (IP).

 

Ministro recusa polémicas sobre túnel do Marão e destaca vantagens para o interior 2

Menos de um mês depois da abertura da galeria sul, viveu-se nas entranhas do Marão, mais um momento simbólico com a detonação da última carga explosiva que permitiu a junção das duas frentes de obra da galeria norte e a conclusão da escavação do túnel que atravessa a serra.

 

A IP referiu, em comunicado, que durante a noite foram retirados todos os escombros e a galeria foi atravessada pela primeira vez esta manhã, de Amarante a Vila Real, por uma delegação técnica encabeçada pelo presidente da empresa pública.

 

Os dois túneis foram construídos em paralelo, em quatro frentes de obra, e todos os trabalhos lá dentro decorrem também em simultâneo.

 

Ministro recusa polémicas sobre túnel do Marão e destaca vantagens para o interior 3

O objetivo é cumprir os prazos estipulados, que apontam para a conclusão da obra até ao final do ano e entrada em funcionamento da nova autoestrada até ao final do primeiro trimestre de 2016, seis anos do arranque dos trabalhos.

 

Ministro recusa polémicas sobre túnel do Marão e destaca vantagens para o interior 4

No maior túnel rodoviário da Península Ibérica trabalham neste momento 580 pessoas. São 1.200 nas várias frentes de obra que tem decorrido “com um nível muito baixo de acidentes de trabalho e com nenhuma vítima mortal”.

 

Avanços e recuos, paragens e processos em tribunal, questões económicos e políticas marcaram a construção da via que começou em 2009 e vai ligar a Autoestrada 4 (A4), em Amarante, à Autoestrada Transmontana, em Vila Real.

 

Após ter resgatado a concessão da Autoestrada do Marão, depois da terceira paragem das obras em junho de 2011, a IP (então Estradas de Portugal) dividiu os trabalhos em três empreitadas, nomeadamente a do túnel e os acessos poente e nascente.

 

Ministro recusa polémicas sobre túnel do Marão e destaca vantagens para o interior 5

Para além da execução do túnel, o empreendimento compreende ainda a construção do sublanço com 9,9 quilómetros da ligação poente entre o nó do Itinerário Principal 4 (IP4) e o túnel e a ligação nascente, entre o túnel e o nó de Parada de Cunhos.

 

Esta ligação, igualmente com 9,9 quilómetros de extensão, inclui a execução de diversas obras de arte nomeadamente o viaduto sobre o vale do Rio Ovelha com 816 metros e o viaduto sobre o vale do Rio Marão com 915 metros.

 

A Autoestrada do Marão foi a primeira obra público privada resgatada pelo Estado, devido a incumprimentos por parte da concessionária.

 

 

Ministro recusa polémicas sobre túnel do Marão e destaca vantagens para o interior 6

O presidente da IP, António Ramalho, já disse que esta autoestrada vai ter um investimento final que ronda entre “os 260 a 280 milhões”, valores abaixo do inicialmente previsto de 345 milhões de euros.

 

Entretanto, a União Europeia atribuiu um cofinanciamento de 89 milhões de euros a esta empreitada no âmbito dos Fundos de Coesão.

 

Para atravessar os 26 quilómetros desta autoestrada ter-se-á que pagar cerca de dois euros de portagem.

 

É um valor, segundo António Ramalho, que fica também abaixo do inicialmente previsto e que é possível porque se “conseguiu poupar na construção” desta via.

 

 

OCTÁVIO PASSOS/LUSA/Obs/VC/TPT/25/12/2015

 

 

 

 

 

Manifesto para uma nova narrativa sobre a crise da zona euro

Um prémio Nobel, um ex-economista-chefe do FMI, vários economistas europeus de nomeada chegaram a um consenso sobre “as causas das causas” da crise da zona euro iniciada em 2010. O manifesto foi divulgado pelo portal Vox e recolheu o apoio de Jorge Braga de Macedo.

 

 

“A crise [da zona euro] está muito longe de estar terminada. Ainda que alguns sinais positivos tenham emergido recentemente, o crescimento na zona euro e o desemprego são deploráveis e espera-se que permaneçam numa situação miserável por anos. Pior ainda, muitas das fragilidades e desequilíbrios que empurraram a união monetária para esta crise continuam ainda presentes”, conclui um grupo de economistas europeus que resolveu lançar através do portal europeu Vox (Voxeu.org) um projeto denominado “Reinicializando a zona euro”. O primeiro passo foi concordar “numa narrativa de consenso”, e “convincente”, para o que chamam de “causas das causas” da crise da zona euro desde 2010.

 

 

O problema é que “os decisores [europeus] parecem ter-se acantonado num canto”. O círculo vicioso da austeridade com a sua narrativa dominante impôs-se revelando “erros conceptuais” com profundos efeitos negativos (como as escolhas políticas pela austeridade). Ocorreram, também, “conflitos de interesse políticos” entre países membros da mesma moeda (derivados da excessiva exposição dos bancos dos países credores do centro da zona euro às dívidas soberanas dos periféricos, devedores) que impediram “soluções naturais” (“óbvias”, diz o manifesto, como a remissão de dívida) e o estabelecimento de “mecanismos de absorção dos choques”.

 

 

Surpreendentemente fácil o consenso

 

 

O editor do portal Vox Richard Baldwin, que é também diretor do Centre for Economic Policy Research em Londres e professor no Graduate Institute de Genebra, conseguiu colocar de acordo economistas europeus de distintas tendências e isso aconteceu de um modo “surpreendentemente mais fácil do que seria de esperar”.

 

 

Nos autores do manifesto encontram-se o Nobel Christopher Pissarides, Olivier Blanchard, o ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, um dos primeiros a apontar o dedo ao famoso erro do “multiplicador” nos resgates dos periféricos, e os professores Paul de Grauwe, colunista do Expresso, e Daniel Gros.

 

 

O manifesto pretende ser um primeiro passo para criar uma “massa crítica de economistas na Europa que proceda a uma revisão sistemática do sistema político-económico europeu”.

 

 

Em Portugal o manifesto recolheu o apoio de Jorge Braga de Macedo, ex-ministro das Finanças num governo de Cavaco Silva nos anos 90, e na Europa já conta com a assinatura de alguns ex-banqueiros centrais, como o britânico Charles Bean, o sueco Lars Svensson e o irlandês Patrick Honohan. O ex-economista-chefe do Banco de Pagamentos Internacionais Stephen Cecchetti e a economista norte-americana Carmen Reinhart, uma das especialistas em história da dívida, juntaram-se ao movimento.

 

 

Os culpados da crise

 

 

A crise da zona euro, ao contrário da narrativa dominante, foi filha de uma trilogia de fracassos, diz o manifesto publicado no final da semana e que está aberto à adesão de economistas.

 

 

Um fracasso foi anterior à crise, ao não ter impedido o acumular de desequilíbrios evidentes dentro da zona euro que chegaram ao ponto que chegaram, nomeadamente a alavancagem bancária excessiva (casos de Espanha e Irlanda) e o salto de endividamento de alguns estados (como Grécia e Portugal) financiados pela banca dos países do centro na década anterior. E dois fracassos face ao desenrolar da crise, o da ausência total de um quadro institucional para lidar com choques imprevistos e o de uma péssima gestão da crise em tempo real.

 

 

Os erros de gestão ao longo da crise foram imensos. O primeiro foi de entendimento da sua génese – a crise da zona euro não devia ter sido pensada “na sua origem como uma crise da dívida dos governos, ainda que, depois, se tenha tornado numa”. O manifesto aponta o facto dos líderes europeus terem levado imenso tempo a perceber a necessidade de recapitalização dos bancos, ao contrário do que foi logo feito nos Estados Unidos a seguir à crise financeira. A ligação umbilical entre os bancos e a dívida nas economias periféricas com défices externos “ampliou largamente e difundiu a crise”. “Foi uma das razões centrais para que uma surpresa isolada na Grécia pudesse desenvolver-se numa crise sistémica de proporções históricas”, diz o manifesto.

 

 

Além do mais, na zona euro, apesar de haver um banco central, não havia um “emprestador de último recurso”, e esta falha do quadro institucional alimentou um “vórtice de risco de incumprimento de dívida, que apanhou Portugal e ficou próximo de envolver Itália, Espanha e Bélgica, e mesmo a França e a Áustria flutuaram para a penumbra desses vórtices no pico da crise”.

 

 

A frase de Draghi

 

 

Os autores referem que o “gatilho” da crise em 2010 foi a revelação em outubro do ano anterior da mentira sobre o défice alimentada pelo anterior governo de direita de Konstantinos Karamanlis na Grécia. Na sequência houve um contágio de descredibilização da situação em vários periféricos da zona euro que levou a uma “paragem súbita” dos fluxos financeiros dentro da zona euro.

 

 

Ora, na altura, em vez de “soluções naturais”, conhecidas dos economistas, enveredou-se por uma política de aperto orçamental pró-cíclica que piorou a situação, que levou a “um choque de contração massivo”.

 

 

A situação não foi ainda mais dramática porque o Banco Central Europeu, a partir da célebre frase proferida por Mario Draghi em julho de 2012 em Londres, de que “faria tudo o que fosse preciso”, inverteu o sentimento dos investidores em relação à zona euro.

 

 

Já não é só uma crise económica

 

 

Os autores do manifesto entendem que um entendimento consensual sobre as causas do que se passou e sobre os erros de conceção e as “meias medidas e compromissos confusos” realizados é fundamental para enfrentar a própria situação atual. Permanecem muitos problemas estruturais: o desemprego, a falta de oportunidades para toda uma geração europeia e a retoma económica lenta; o crédito mal parado na banca europeia; o cordão umbilical entre os bancos e a dívida soberana dos seus países; e a vulnerabilidade dos países devedores a “uma inevitável normalização das taxas de juro” que estiveram perto de 0% por tantos anos.

 

 

Os economistas juntam-lhe, finalmente, a dimensão política: “Contudo, o dinheiro não é questão central. Esta já não é só uma crise económica. As dificuldades económicas alimentaram o populismo e o extremismo político. Já não são só partes das franjas [do sistema político] que estão a favor de acabar com a zona euro e a União Europeia. Já não é inconcebível que partidos populistas e de extrema-direita ou de extrema-esquerda possam partilhar o poder em vários países da União Europeia”.

 

 

 

JORGE NASCIMENTO RODRIGUES/OBS//23/12/2015

 

 

 

 

 

Serena Williams e Novak Djokovic designados campeões do mundo de ténis

O sérvio Novak Djokovic e a norte-americana Serena Williams, líderes dos respetivos ‘rankings’ mundiais, foram nomeados campeões do mundo de 2015 pela Federação Internacional de Ténis (ITF).

 

Serena Williams e Novak Djokovic designados campeões do mundo de ténis 2

Com um recorde de 11 títulos num ano, incluindo três torneios do ‘Grand Slam’ – Open da Austrália, Wimbledon e US Open – Djokovic é distinguido com o ‘título’ pela quinta vez, enquanto Serena Williams, vencedora de três ‘majors – Austrália, Roland Garros e Wimbledon -, recebe o galardão pela sexta vez.

 

 

Em pares, foram distinguidas a dupla feminina formada pela suíça Martina Hingis e a indiana Sanja Mirza e a composta pelo holandês Jean-Julien Rojer e o romeno Horia Tecau. Hingis é premiada 15 anos depois de ter sido nomeada campeã em singulares.

 

 

Os troféus serão entregues aos galardoados a 31 de maio de 2016, em Paris, durante o torneio de Roland Garros.

 

 

FIONA HAMILTON / TENNIS AUSTRALIA/EPA/23/12/2015

 

 

 

 

 

Saiba o que se come na tradicional ceia de Natal por esse mundo fora

Numa altura em que já se prepara o típico bacalhau ou peru que preenchem as mesas de Natal portuguesas, damos uma pequena volta ao mundo para ver o que se come na ceia de Natal noutros países.

 

A ceia de Natal por esse mundo fora 2

O jornal espanhol ABC dá algumas luzes sobre os pratos típicos nesta altura do ano em países como Itália, Japão, Venezuela ou Argentina. E há um pouco de tudo:

 

França

 

A bûche de Nöel é uma sobremesa que não falta nas mesas dos franceses na consoada. Este bolo, que pode também ser chamado como ‘tronco de Natal’ é um bolo de chocolate feito de creme e decorado com frutas e com açúcar de confeiteiro.

 

A ceia de Natal por esse mundo fora 3

 

Venezuela

 

Na América do Sul, mais concretamente da Venezuela, a hallaca é um prato típico que se come todo o ano mas que ganha especial protagonismo no período natalício. É feito de massa de milho recheada com ensopado de carne e pode ser enrolado em folhas de bananeira. Quem já provou diz que vale mesmo a pena.

 

A ceia de Natal por esse mundo fora 4

 

Japão

 

Como explica o jornal espanhol, os japoneses comem uma sopa denoodles típica, Toshikoshi soba, para ter uma vida longa e próspera. É a escolha de eleição para a refeição do dia 31 de dezembro, ou o Omisoka, como é conhecido o último dia do ano no Japão.

 

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Argentina

 

Voltamos à América do Sul para espreitar a ceia dos argentinos. O Vitel Toné, originário de Itália, tornou-se num prato típico do Natal na Argentina. Um bom bife é acompanhado com um molho feito de atum, ovo e leite e é servido frio.

 

A ceia de Natal por esse mundo fora 6

 

Suécia

 

Julbord não é um prato, mas um autêntico buffet, composto pelos mais variados pratos típicos do país, ao redor do qual as famílias suecas se juntam para celebrar o Natal.

 

A ceia de Natal por esse mundo fora 7

 

Roménia

 

Estes rolos de repolho recheados com carne e arroz cozido ao vapor não faltam nas mesas dos romenos quando há festa. Muito menos quando se festeja o Natal. São os sarmales.

 

A ceia de Natal por esse mundo fora 8

 

Alemanha

 

No país da cerveja, é o vinho o protagonista nas ceias de Natal. E vinho quente, pois nesta altura, em muitas cidades germânicas, as temperaturas atingem graus negativos. É o chamado Glühwein.

 

A ceia de Natal por esse mundo fora 9

Em nome de toda a equipa do The Portugal Times votos de um Bom Natal onde quer que se encontre!!!…

 

 

ABC/Observador/TPT/23/12/2015

 

 

 

 

O bacalhau e o Natal, uma tradição feliz e saudável

Peçam a um português que vos diga dez palavras que associe a Natal, e quase de certeza que bacalhau será uma delas! Mas, de onde veio a tradição?

 

 

Os pioneiros na descoberta do bacalhau foram os vikings. A falta de sal na época fazia com que se limitassem a secar este peixe ao ar livre, até endurecer, para depois ser consumido nas longas viagens que faziam.

 

 

Os primeiros relatos que correlacionam a atividade da pesca e da salga em território português datam de meados do século XIV. Contudo, foi durante a época dos Descobrimentos, já no século XV, que os portugueses, motivados pela necessidade de encontrar produtos que resistissem às longas travessias marítimas, descobriram o peixe ideal nos mares setentrionais do Atlântico.

 

O bacalhau e o Natal, uma tradição feliz e saudável 2

Pioneiros na pesca do bacalhau na Terra Nova (Canadá), rapidamente o introduziram nos hábitos alimentares nacionais, cozinhando-o de “mil e uma maneiras”. A pesca nos grandes bancos da Terra Nova e Gronelândia era tradicionalmente efetuada por grandes veleiros denominados lugres, mais tarde substituídos pelos navios de arrasto. Embora a tecnologia de pesca fosse diferente, os procedimentos pós-captura para preparação e salga do bacalhau eram idênticos.

 

O bacalhau e o Natal, uma tradição feliz e saudável 3

O bacalhau é um dos alimentos mais consumidos e apreciados pelos portugueses. A secular cura tradicional portuguesa, com seca e salga, é natural, não são adicionadas substâncias químicas, e preservam-se as propriedades nutricionais do peixe. Normalmente o bacalhau é vendido seco e salgado, mas também o podemos encontrar já demolhado e ultracongelado, uma inovação da indústria portuguesa. Também pode ser encontrado fresco e até em conserva, porém sem as características de aroma, sabor e textura que resultam da cura tradicional portuguesa.

 

 

A indústria portuguesa aposta definitivamente na qualidade do Bacalhau que trata, o que lhe dá competitividade no mercado mundial e é um fator diferenciador perante os seus concorrentes. A importância do sector é relevante para a economia nacional, gerando emprego, receitas fiscais, contribuindo de modo relevante para as exportações de produtos da pesca, e empregando diretamente cerca de 2000 pessoas.

 

O bacalhau e o Natal, uma tradição feliz e saudável 4

Hoje em dia, Portugal tem uma frota de 13 bacalhoeiros, que pescam nas águas da Terra Nova, da Noruega e de Svalbard. Os países para onde Portugal mais exporta bacalhau nas suas diversas formas de apresentação, salgado seco e demolhado ultracongelado, são o Brasil (que absorve 40% das exportações), França, Angola e Itália.

 

O bacalhau e o Natal, uma tradição feliz e saudável 5

O bacalhau, tal como os restantes peixes, é de fácil digestão, apresentando uma elevada riqueza em proteínas de alto valor biológico, de minerais como o iodo, fósforo, sódio, potássio, ferro e cálcio e de vitaminas do complexo B. É considerado um peixe magro e é uma fonte de ácidos gordos polinsaturados, de onde se destaca o ácido gordo ómega 3, que apresenta um efeito protetor sobre o sistema cardiovascular, um papel preventivo sobre o cancro e favorece o desenvolvimento do sistema imunológico. Importa lembrar a importância de realizar o adequado processo de demolha com o objetivo de reidratar os tecidos e retirar o excesso de sal que foi utilizado na cura e maturação do bacalhau, tornando assim este produto alimentar agradável ao paladar e com a textura característica que permite a separação em lascas.

 

 

Este alimento, tal como todos os outros, pode ser confecionado de forma saudável. A adição de produtos como natas, maionese, manteiga ou óleo, irá modificar o valor calórico. A gordura de eleição deve ser o azeite e há que experimentar ervas aromáticas como o colorau e pimentão, em detrimento do sal, para condimentar os pratos de bacalhau. O tradicional e natalício bacalhau cozido com legumes é um dos exemplos no panorama das receitas saudáveis.

 

 

Há 1001 maneiras diferentes de cozinhar bacalhau! Escolha uma, junte as pessoas de quem mais gosta, vista um sorriso bonito, tempere com um estado de alma caloroso, e tenha um Feliz Natal!

 

 

Paulo Mónica/Sapo/Carlos Costa/TPT/23/12/2015

 

 

 

 

Passos Coelho pronto para viabilizar Retificativo mas PSD espera que isto não se repita

No PSD “não há surpresa” com a indisponibilidade do Bloco de Esquerda e do PCP para aprovar o Orçamento Retificativo e o PSD prepara-se para viabilizar o documento que permite salvar o que resta do Banif. Na votação desta quarta-feira, tudo indica que os votos do PSD serão mesmo decisivos, mas na direção do partido há já quem avise: “No Orçamento não contem connosco. Ou se entendem sobre o documento central para a governação ou não há governo”.

 

 

O aviso quer, também, dizer que desta vez não haverá problemas. Segundo confirmou o Observador, Pedro Passos Coelho já disse no partido que não quer “jogos partidários” com questões que envolvam a estabilidade do sistema financeiro. Pelo que a opção do partido deve ser, desta vez, a da abstenção.

 

 

O mote para a posição dos sociais-democratas foi já dado na TVI por Maria Luís Albuquerque, anterior responsável pelas Finanças: o partido tem dúvidas sobre a quantia envolvida na resolução do Banif, preferia uma solução que tivesse mais custos para o sistema bancário (via Fundo de Resolução) e menos para os contribuintes – tal como aconteceu no Novo Banco. Mas, ciente de que o novo Governo e a esquerda o responsabilizam pela situação do banco, não quer dar pretextos para uma guerra política tão cedo, nem com um tema tão sensível.

 

 

No último domingo, minutos antes de fazer a declaração ao país em que anunciou a solução para o banco, António Costa ligou a Passos Coelho para lhe transmitir a decisão do Governo (que é, na realidade, do Banco de Portugal). A conversa incluiu alguns detalhes da operação, segundo uma fonte contactada pelo Observador.

 

 

Um aviso de Draghi na passagem de pasta

 

 

Não foi, de resto, a primeira vez que os dois líderes falaram sobre o tema. Aquando da passagem de pastas, Pedro Passos Coelho transmitiu a António Costa que a situação do Banif tinha sofrido uma rápida evolução. A ministra das Finanças tinha recebido uma carta do Banco de Portugal dando 10 dias para que fosse apresentado um plano de capitalização. Maria Luís irritou-se com Carlos Costa (tinha estado a discutir o tema com ele dias antes e nada tinha sabido) e Passos chamou-o nessa altura (em plena transição de governo) a São Bento.

 

 

Nessa conversa, Carlos Costa teria justificado a urgência com uma decisão de Mário Draghi. O presidente do BCE teria mostrado preocupação com a forma como a nova autoridade de resolução bancária europeia queria iniciar funções, em 2016, prevendo resoluções impostas em vários bancos europeus se não fossem encontradas decisões ainda este ano.

 

 

 

 

Tudo partido na Europa?

 

 

Nessa altura, na passagem de pastas, Passos Coelho terá deixado um cenário muito difícil ao seu sucessor, segundo a mesma fonte ouvida pelo Observador: a DGCom queria que o Fundo de Resolução assumisse as despesas com o Banif, mas não autorizava a formação de um veículo financeiro sem garantia pública; o Banco de Portugal não queria colocar mais peso sobre os restantes bancos; o BCE não autorizava um empréstimo do Tesouro ao Fundo de Resolução. Alguém teria de ceder – e não seria fácil convencer alguém. Foi por isso que António Costa lançou a operação Banif logo no dia zero, ainda antes de tomar posse. Passando o briefing de São Bento a Mário Centeno, o ministro das Finanças, e ao secretário de Estado do Tesouro, Mourinho Félix.

 

 

Agora, sob fogo cerrado do PS, PCP e BE, será Passos (e Paulo Portas?) a viabilizar a saída para o que resta do Banif – e a salvar a sua integração no Santander, juntamente com os mais de 7000 depósitos acima de 100 mil euros que não estariam a salvo se o banco caísse, nem se a resolução ficasse para o início do ano, já com a nova autoridade de resolução em funções plenas.

 

 

 

AFP/David Dinis/Obs/23/12/2015

 

 

 

 

 

 

Mariano Rajoy reune com líder do PSOE para discutir cenário eleitoral

 O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, a força política mais votada nas eleições legislativas espanholas de 20 de dezembro, vai falar esta quarta-feira com o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, na sede do executivo, para analisar o cenário político que resulta das eleições gerais espanholas de domingo.

 

 

De acordo com a presidência do Governo, no palácio da Moncloa, em Madrid, Rajoy e Sánchez encontram-se às 12h para “trocar pontos de vista sobre as alternativas que existem para a investidura de um novo presidente”, que resulta de votação no parlamento e que passa, necessariamente, por acordos entre os partidos.

 

 

Os resultados eleitorais obrigam qualquer um dos três partidos mais votados – PP (123 deputados), os socialistas do PSOE (90 deputados) ou o Podemos (esquerda radical, 69 deputados) a acordos de Governo ou de legislatura, não só entre si, mas também com o Ciudadanos (40 deputados) e pequenas forças políticas regionais ou nacionalistas.

 

 

O jornal “El País” noticiou que Rajoy pretende propor a Sánchez várias concessões ao PSOE, a começar pela presidência do Congresso (equivalente ao presidente da Mesa da Assembleia em Portugal) e também do Senado (a câmara alta, onde, ao contrário do Congresso, o PP tem maioria absoluta). A tradição política em Espanha é que preside a ambas as câmaras o partido mais votado.

 

 

Com os resultados de domingo, caso todas as outras forças se unissem poderiam impor um presidente do Congresso que não do PP.

 

 

Rajoy, segundo o jornal, também estaria disposto a aceitar uma reforma constitucional, algo que faz parte do programa do PSOE (e também do Podemos, que considera condição essencial para um eventual acordo com os socialistas).

 

 

Também o Ciudadanos propunha mudar a constituição, pelo que só o PP não o queria. No entanto, os 123 deputados que o PP somou nas eleições deram ao partido a prerrogativa de bloquear qualquer reforma constitucional (que requer maioria de três quintos no Congresso ou maioria absoluta no Senado).

 

 

Outro dos pontos, escreve o diário madrileno (conotado com a esquerda), seria a discussão do artigo 135.º da Constituição, alterado em 2011 para impor limites constitucionais ao défice público e ao endividamento. Pedro Sánchez propunha em campanha modificar esse artigo – e não simplesmente acabar com ele – para que os serviços públicos básicos se sobrepusessem ao pagamento da dívida.

 

 

PP também estaria disposto a discutir com Sánchez sobre impostos, sobretudo relacionando-os com serviços sociais, desde que não coloquem em risco o cumprimento das metas do défice.

 

 

Numa nota enviada após a publicação da notícia do “El País”, o Governo desmentiu que tenha oferecido ao PSOE uma reforma da Constituição e a presidência do Congresso dos Deputados em troca da abstenção dos socialistas na futura sessão de investidura do presidente do Governo.

 

 

PP venceu mas dificilmente formará Governo

 

 

 

A vitória sem maioria absoluta do PP e o pior resultado alguma vez alcançado pelo PSOE abre um cenário de incerteza no panorama político espanhol. É o fim do bipartidarismo no país. Alcançar acordos torna-se vital.

 

Mariano Rajoy vai reunir-se com o líder do PSOE para discutir cenário eleitoral 2

Pela primeira vez na democracia de Espanha, os espanhóis vão deitar-se este domingo sem saber quem será o próximo chefe do Governo, após umas eleições que fizeram entrar em força no parlamento novos partidos como o Podemos e o Ciudadanos.

 

 

Os resultados das eleições gerais em Espanha, realizadas no domingo, abrem um cenário de incerteza sobre quem será o próximo chefe do executivo e mesmo de que ala política (esquerda ou direita) sairá.

 

Mariano Rajoy vai reunir-se com o líder do PSOE para discutir cenário eleitoral 3

A vitória sem maioria absoluta do PP (menos 3,6 milhões de votos, passando de 186 para 123 deputados), conjugada com o pior resultado da história do PSOE (90 deputados e menos 1,4 milhões de votos), tornam essencial avançar com acordos.

 

Mariano Rajoy vai reunir-se com o líder do PSOE para discutir cenário eleitoral 4

O cenário matematicamente mais simples (mas politicamente inédito e complicado) é um acordo entre PP e PSOE, para formar um Governo improvável, um acordo de legislatura e/ou um acordo para investir Mariano Rajoy (atual líder do executivo) como presidente de um Governo minoritário.

 

 

Os outros cenários passam por acordos com os emergentes Podemos (que passa de zero a 69 assentos no parlamento espanhol, contando com as formações “irmãs” En Comú Podem, En Mareas e Compromís) e Ciudadanos (que também se estreia no Congresso dos deputados com 40 assentos). No entanto, um acordo do PP ou do PSOE com estes dois partidos não é suficiente: cada um dos partidos terá de contar também com pequenos partidos regionais e nacionalistas.

 

 

Neste ponto, as opções complicam-se ainda mais: os partidos nacionalistas com mais votos são os catalães Esquerra Republicana Catalana (ERC, nove assentos) e DL (Democràcia i Libertat, oito), ambos a favor da independência da Catalunha.
PP, PSOE e Ciudadanos estão contra a independência e um referendo só para a Catalunha sobre essa possibilidade. Só o Podemos o aceita.

 

 

Nas declarações de final da noite de eleições, Pedro Sánchez (PSOE) e Mariano Rajoy coincidiram que cabe ao partido mais votado, o PP, “tentar formar Governo”, enquanto Albert Rivera insistiu que os deputados do Ciudadanos bloquearão qualquer tentativa de Governo que integre o Podemos e que poderão abster-se para viabilizar o novo presidente do Governo.

 

Mariano Rajoy vai reunir-se com o líder do PSOE para discutir cenário eleitoral 5

Já Pablo Iglesias, do Podemos, disse que Espanha optou por uma mudança de sistema e declarou o “fim do bipartidismo” e do “sistema de porta giratória” entre PP e PSOE. Também afirmou que pretende uma reforma constitucional que altere a lei eleitoral em Espanha e consagre direitos sociais como a habitação e a possibilidade de moções de censura ao presidente de um Governo que não cumpra o seu programa eleitoral.

 

 

A lei que regula as eleições gerais em Espanha indica que, uma vez formado o novo parlamento, escolhem-se os líderes das várias formações com assento parlamentar – que apresentam candidatos a presidente – e marca-se uma votação. Na primeira votação para a investidura do presidente, este precisa de maioria absoluta (ou seja, 176 deputados). Na segunda, basta-lhe uma maioria simples, ou seja, ser o mais votado.

 

 

É neste segundo cenário que poderão apostar os eventuais blocos. Mariano Rajoy e o PP precisariam assim da abstenção do Ciudadanos (que poderia colocar condições para o fazer) e que todas as outras forças não se unissem contra ele.

 

 

Já o PSOE precisa necessariamente do voto a favor do Podemos e de outros pequenos partidos (se não os catalães), pelo menos o Partido Nacionalista Basco, a Izquierda Unida ou a Coligação das Canárias, com quem conseguirá mais facilmente acordos do que o PP.

 

 

A política espanhola entra, assim, em águas desconhecidas, com o bipartidismo (PP e PSOE) a obter pouco mais de 50% dos votos nestas eleições (face aos 73% de 2011). Os emergentes Ciudadanos e Podemos entram em força no parlamento, mas ambos com a sensação de que poderiam ser decisivos por si só.

 

Mariano Rajoy vai reunir-se com o líder do PSOE para discutir cenário eleitoral 6

O Ciudadanos foi apontado nas sondagens como o partido com o qual todos teriam e quereriam fazer acordo, enquanto o Podemos chegou a sonhar com um segundo lugar, acima do PSOE, que lhe permitiria obter a liderança de uma aliança de esquerdas.

 

 

Os principais analistas em Espanha consideram já a hipótese de eleições antecipadas, na sequência da eventual instabilidade governativa.

 

Seguir-se-à o exemplo de Portugal?…

 

 

 

JAVIER LIZON/EPA/ KIKO HUESCA / REUTERS/Lusa/Afp/TPT/Obs/22/12/2015