Português, no Canadá, desenvolve vacina para doença associada ao autismo

01/16/2015

 

Um professor português da Universidade de Guelph, no sudoeste do Canadá, desenvolveu uma vacina que combate uma bactéria intestinal em crianças autistas, o que permitirá aos portadores desta doença uma maior qualidade de vida.

 

Em declarações à Lusa, Mário Monteiro, professor de química de 48 anos, explicou que “noventa por cento das crianças com autismo sofrem de diarreia e de constipações intestinais severas. Muitas usam fraldas ainda aos cinco e seis anos de idade, quando vão para a escola, devido a certas bactérias que existem nos intestinos dessas crianças com autismo”.

 

Segundo o imigrante português, que nasceu em Gouveia, distrito da Guarda, “o tratamento constante à base de antibióticos trazem outros problemas” e a vacina será uma solução que permitirá melhorar os cuidados de saúde para estas crianças. Uma “nova geração de vacinas”, está a ser desenvolvida o que pode representar “um grande passo contra uma das responsáveis pela acentuação dos sintomas de autismo”.

 

Este trabalho já foi reconhecimento pela organização britânica vaccinenation.org em colaboração com a World Vaccine Congress na área das vacinas e por outras organizações da área. Os ensaios preliminares da vacina em crianças autistas já estão a decorrer.

 

 

Foto: psicologianaweb.blogspot.pt

 

 

Fonte: ionline.pt/ lusa.pt

 

Rafael Fernandes

 

 

 

FMI diz que Angola não precisa de assistência financeira apesar da crise do petróleo

21/02/2015

 

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) não vê necessidade de um apoio financeiro a Angola, devido à quebra na cotação do barril do petróleo, mas adverte que, para ultrapassar as dificuldades, é necessária uma distribuição dos sacrifícios.

 
A posição foi assumida pelo chefe da missão de assistência técnica do FMI a Angola, Ricardo Velloso, na conclusão de uma semana de reuniões de trabalho com o executivo angolano, no âmbito da supervisão financeira do país.

 

 

FMI diz que Angola não precisa de assistência financeira apesar da crise do petróleo 2

 
Questionado pela Lusa, após a reunião final de hoje com vários membros do Governo, no Ministério das Finanças, o economista brasileiro afirmou que um apoio financeiro do FMI a Angola, como aconteceu depois da crise petrolífera de 2009, não foi abordada desta vez.

 
“Angola é um país muito importante para o FMI e, neste momento, o apoio, através deste diálogo e através do nosso programa de assistência técnica, está tendo efeitos muito positivos no país e não vemos, no momento, necessidade de um apoio financeiro”, disse.

 
Em menos de um ano, trata-se da quarta visita de técnicos do FMI a Angola, desta vez para preparar a consulta anual no âmbito do artigo IV do Acordo Constitutivo com aquele organismo internacional, a realizar no início do segundo semestre de 2015.

 

 

FMI diz que Angola não precisa de assistência financeira apesar da crise do petróleo 3

 
Esta visita decorre em pleno processo de revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) angolano para este ano, motivado pela forte quebra na cotação internacional do barril de petróleo. O documento, que é votado na Assembleia Nacional, na generalidade, na quarta-feira, corta mais de 25 por cento da despesa corrente e revê a cotação prevista da exportação do barril de petróleo de 81 para 40 dólares.

 
“As nossas impressões são de que Angola vai realmente passar por um ano difícil e é preciso que todos os angolanos contribuam para o ajuste fiscal que está sendo feito. É muito importante para que isso dê certo. O Governo tomou medidas importantes nesse sentido”, assumiu o chefe da missão do FMI.

 
Referindo-se à revisão do OGE, Ricardo Velloso admitiu tratar-se de um documento “duro”, mas “positivo”.

 
“Infelizmente são as medidas necessárias”, apontou.

 
Sobre a nova estimativa do barril de petróleo – utilizada para calcular as receitas fiscais potenciais -, que está abaixo da cotação internacional atual (próxima dos 60 dólares por barril), Velloso disse tratar-se de uma “medida acertada”, dada a “volatilidade” do mercado.

 

 

Garantindo que Angola “tem um futuro brilhante à sua frente”, o chefe desta delegação do FMI apontou a necessidade da “melhoria do clima de negócios” no país e a conclusão dos investimentos nas infraestruturas do país, para que estes se tornem reprodutivos na economia.

 

 
A visita desta delegação a Angola, agora concluída, envolveu reuniões de trabalho para preparação das recomendações sobre a situação económica do país, na perspetiva do FMI, entre as quais o fim dos subsídios aos combustíveis, que em 2014 custaram três mil milhões de euros de dinheiros públicos.

 
“Era um gasto muito elevado que o país tinha e com benefícios muito mal distribuídos. Que beneficiava mais as camadas mais ricas da população”, disse, a propósito, o economista do FMI, perspetivando uma “redução muito forte” destes apoios do Estado, que servem para manter os preços dos combustíveis artificialmente baixos.

 

 
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, tendo o crude garantido 76% das receitas fiscais de 2013 e 98% do total das exportações.

 

 

Lusa

 

 

Papa pede ajuda a ‘Europa cansada que renega suas raízes’

Papa Francisco acaricia cabeça de bebê em sua chegada na Basílica de Santa Maria de Trastevere em Roma

 
O papa Francisco afirmou neste domingo que a “Europa esá cansada” porque “renegou suas raízes” e fez uma chamada para favorecer uma transformação social que parta dos “pobres e idosos”, verdadeira “pedra angular da sociedade”.

 
Nestes termos se expressou o bispo de Roma durante seu discurso no templo romando de Santa Maria do Trastevere, que acolheu nesta tarde um ato a favor dos mais desfavorecidos e vulneráveis da sociedade.

 
“Em algumas ocasiões me perguntam por que não falo da Europa. Eu sempre respondo ‘quando falei da Ásia?’. Mas nesta tarde quero falar”, disse entre risos.

 
O pontífice argentino criticou que, para manter o equilíbrio da economia mundial, na Europa “são descartadas” crianças e idosos.
“A Europa não está envelhecida, está cansada. Não sabe o que fazer e esqueceu a palavra ‘solidariedade’ (…) Já não há crianças nestes países europeus. Além disso, também se descarta os idosos com uma forma de eutanásia oculta: quem não produz, não vale”, lamentou.

 
O Papa foi neste domingo ao pitoresco bairro romano do Trastevere convidado pela Comunidade católica e caridosa de Sant’Egídio a fim de celebrar um ato de oração pelos pobres.

 
O Papa chegou à basílica cruzando a pé as praças de São Calixto e Santa Maria, mesclando-se com os cerca de 10 mil congregados que o receberam, segundo os organizadores.

 
Durante sua passagem pelas praças, o Papa se envolveu com os congregados, entre eles vários sem-teto, imigrantes e incapacitados.
Já no templo, o bispo de Roma atendeu visivelmente emocionado aos testemunhos de oito pessoas representantes de diferentes realidades sociais que narraram ao pontífice suas próprias experiências.

 
O primeiro a falar foi o fundador da Comunidade de Sant’Egídio, Andrea Riccardi, como primeira testemunha desta organização fundada em 1968 para se dedicar aos mais pobres e à promoção da paz.

 
“Sentimos o cansaço de nossa Europa envelhecida, introvertida, preocupada com si mesma. Toda economia acaba se convertendo em avareza”, assinalou Riccardi.

 
Depois foi o turno o arcebispo sírio ortodoxo Jean Kawak, que fez uma chamada para pedir o fim da guerra civil que a Síria padece desde março de 2011.

 
“Venho da Síria, Santidade. Trago comigo, nos olhos e no coração, o sofrimento de um povo prisioneiro da guerra e de uma situação bloqueada”, disse Kawak.

 
O Papa foi seguido pela Irmã Lombardo, uma idosa italiana de 90 anos, que parafraseou o Papa ao criticar a “cultura do descarte” que, segundo sua opinião, se instalou na sociedade em relação com os mais vulneráveis.

 
Francesca Gregori, uma moça de 12 anos procedente de Tor Bela Monaca, um bairro da periferia romana, e Daniel Cotani, um desempregado de 28 anos com três filhos, também falaram com o Papa.

 
Embora com dificuldade, também contou sua história Adriana Ciciliani, uma mulher com incapacidade como consequência de ter nascido em coma do qual posteriormente se recuperaria.
“Eu gostaria dizer algo sobre mim ou sobre aqueles que, como eu, vivem uma dificuldade que se vê e que não pode se esconder. Somos frágeis mas não permanecemos tristes ou temerosos! Temos a força do espírito de Jesus!”, exclamou Ciciliani ao término de sua alocução.

 

 

Outro dos testemunhos que o pontífice escutou foi o de Dawood Yousefi, um jovem muçulmano de 29 anos procedente do Afeganistão que chegou à Itália após um perigoso périplo fugindo da guerra.

 

 
“Hoje estou bem e trabalho. Conheci a Comunidade de Sant’Egídio uma tarde na estação de Ostiense onde levavam o jantar àqueles que vivem na rua (…) Vou frequentemente às escolas para contar aos alunos minhas experiências”, confessou Yousefi.

 
Também falou Branislav Savic, de 30 anos, filho de imigrantes romenos.

 

 
Por fim falou Jaime Aguilar, de El Salvador, em representação da Comunidade de Sant’Egídio no mundo, que lembrou a história de William Quijano, um jovem de 21 anos integrante desta organização que foi assassinado em um bairro periférico de San Salvador.
Além disso, dentro do templo, o pontífice realizou uma oferenda floral perante Nossa Senhora da Clemência, a representação mais antiga de Maria que se conserva em Roma.

 

 
Após cerca de duas horas de cerimônia, o Papa saiu da igreja para se dirigir à sede da Comunidade de Sant’Egídio, onde manteve um encontro com membros de dita organização e com alguns dos sem-teto e imigrantes que o grupo atende.

 

 

 

Foto: AFP

 

15/06/2014

 

 

EFE

 

 

 

 

Será a depressão uma espécie de reação alérgica?

05/01/2015

 

 

Um número crescente de cientistas sugere que a depressão pode ser o resultado de uma inflamação provocada pelo sistema imunitário.

 

 

A depressão tem sido vista, ao longo dos tempos, como um problema emocional/mental. Mas e se for uma doença “física” que faz o doente sentir-se mal?

 

 

Segundo o The Guardian, um número crescente de cientistas defende que é esse, precisamente, o caso.

 

 

George Slavich, psicólogo clínico da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, passou anos a estudar a depressão e chegou à conclusão que tem tanto a ver com o corpo como com a mente. “Já nem falo nela como um doença psiquiátrica. Envolve psicologia, realmente, mas também envolve partes iguais de biologia e saúde física”, defende.

 

 

A premissa desta teoria é o senso comum: todos nos sentimos infelizes quando estamos doentes. Demasiado cansados e aborrecidos para fazer o esforço de levantar do sofá ou da cama. E, no caso de uma gripe, ainda bem que assim é: é a forma de o organismo se recuperar e evitar espalhar o vírus.

 

 

Então, se as pessoas com depressão mostram um comportamento semelhante ao de quando se está doente e se as pessoas quando estão doentes sentem-se como as pessoas com depressão… haverá uma causa comum? É a esta questão que os investigadores têm tentado responder, chegando à conclusão que provalvemente sim. E a melhor candidata a causa comum é a inflamação.

 

 

Uma família de proteínas chamadas citocinas desencadeiam a inflamação no organismo, fazendo o cérebro entrar “em modo doença”. Durante episódios depressivos, tanto as citocinas como o processo inflamatório disparam e, em pessoas com doença bipolar, caem em períodos de remissão.

 

 

Mas há mais pistas: Pessoas com doenças inflamatórias como artrite reumatóide tendem a sofrer mais que a média de depressão. Doentes com cancro que tomam um medicamento destinado a aumentar a sua resposta inflamatória para ajudar a combater o cancro também registam depressão como efeito secundário.

 

 

Uma infeção não é a única forma de desencadear uma inflamação. Uma dieta rica em gorduras e açúcar também promove a inflamação. A obesidade é outro fator de risco.

 

 

Junte-se a tudo isto o facto de que o stress – em particular aquele que se segue a um episódio de rejeiçao ou solidão – também provoca inflamação e a depressão surge, como refere o The Guardian, como uma espécie de “alergia” dos tempos modernos.

 

 

Se assim for, Slavich sugere que não se pode “desligar” a inflamação, porque precisamos dela para lidar com as infeções, mas pode-se “reduzir os níveis de inflamação sistémica para níveis geríveis”.

 

 

Ensaios clínicos já mostraram que juntar medicamentos anti-inflamatórios aos anti-depressivos melhora os sintomas.

 

 

Entre cinco a 10 anos, espera Carmine Pariante, psiquiatra no Kings College London, poderá haver um teste de sangue para medir o nível de inflamação nas pessoas com depressão para adequar o tratamento à necessidade de cada um.

 

 

Visão

 

 

 

 

 

Medronho tem propriedades que previnem o cancro e controlam o colesterol

04/01/2015

 

 

O medronho é principalmente conhecido entre os portugueses por ser altamente utilizado na produção de licores e aguardentes, mas cientistas do Departamento de Química, da Universidade de Aveiro (UA) querem que este pequeno fruto comece a ser mais consumido no estado fresco ou incluído noutros produtos alimentares.

 

 

Os cientistas justificam a necessidade de introdução do medronho numa dieta regular, porque este fruto possui capacidades de combater os radicais livres que são responsáveis por doenças como o cancro, mas também de controlar os níveis de colesterol e a saúde da pele e dos ossos.

 

 

Os químicos da UA chegaram a estas conclusões após procederem à caracterização química do medronho, onde identificaram a presença de ácidos gordos insaturados, como o ómega 3 e o ómega 6, fitoesteróis e triterpenóides.

 

 

 

medronho2

 

 

 

 

 

 

Sílvia Rocha, Armando Silvestre e Daniela Fonseca, investigadores na UA.

 

 

Silvia Rocha, investigadora da UA, citada em comunicado da instituição, explica que «os ómegas 3 e 6 são ácidos gordos essenciais que têm de ser obtidos a partir da dieta uma vez que o nosso organismo não os sintetiza» e «têm demonstrado um papel importante no controlo dos níveis de colesterol, na saúde da pele e dos ossos e uma relação inversa entre o consumo de ómega 3 e a perda de funções cognitivas».

 

 

Já os esteróis «têm um importante papel na saúde uma vez que contribuem regular o nível de colesterol» e os triterpenóides têm por sua vez uma ação anti-inflamatória, antimicrobiana e antifúngica.

 

 

Os cientistas da UA têm trabalhado especificamente com uma variedade de medronho oriunda da Serra da Beira e dizem que em comparação com outras variedades de Portugal e do resto da Europa, esta apresenta uma atividade antioxidante superior.

 

 

«A atividade antioxidante reflete a capacidade de evitar a formação de radicais livres, substâncias que, quando produzidas em excesso no organismo são responsáveis pelo stress oxidativo, conhecido por provocar danos no organismo humano, os quais estão associado ao envelhecimento e aumento da suscetibilidade a diversas doenças, nomeadamente as doenças civilizacionais emergentes», afirma a investigadora.

 

 

Neste sentido, acrescenta Sílvia Rocha, «o consumo regular de medronho em fresco ou a sua inclusão noutros alimentos pode ser visto como aspeto valorizador da dieta e, por conseguinte, diminuir a suscetibilidade ao desenvolvimento de doenças».

 

 

Com base nos dados do estudo sobre as propriedades e potencialidades nutricionais do medronho, os cientistas com o apoio da Cooperativa Portuguesa de Medronho, querem introduzir o medronho na alimentação regular dos portugueses.

 

 

Nesse sentido, os químicos da UA juntamente com cientistas do Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos da mesma Universidade já desenvolveram alguns produtos alimentares onde incorporaram polpa de medronho, nomeadamente, biscoitos, iogurtes, barras energéticas e bombons. Os cientistas querem ainda isolar os compostos do fruto para que estes sejam adicionados a alimentos funcionais.

 

 

Apesar disso, os cientistas têm ainda pela frente uma barreira para ultrapassar, já que normalmente este fruto não se encontra fresco no mercado porque quando é colhido já está demasiado maduro, altura em que possui um alto teor alcoólico.

 

 

Para fazer face a esta questão, os cientistas estão a definir condições de recolha e armazenamento do fruto para que este possa ser comercializado e consumido fresco.

 

 

 

Mas para isso, diz Sílvia Rocha «é preciso arranjar parceiros e financiamento», dado que «esses são os dois elementos chave que estamos a procurar neste momento para se avançar com a introdução do medronho na indústria alimentar».

 

 

 
Lúcia Vinheiras Alves

 

 

TV Ciencia

 

 

 

Obama reitera que Ocidente não está em guerra com o Islão

19/02/2015

 
O presidente norte-americano, Barack Obama, reiterou, esta quinta-feira, em Washington, o apelo ao mundo para que enfrente o extremismo violento, afirmando que os jiadistas andam a espalhar a “mentira horrível” sobre a existência de um choque de civilizações.

 
Obama diz que Estado Islâmico tem construído a sua ideologia sob uma mentira.

 
“As comunidades muçulmanas, incluindo os intelectuais e os responsáveis religiosos, têm a responsabilidade de lutar não só contra as interpretações erróneas do Islão, mas também contra as mentiras que segundo as quais estaríamos envolvidos num choque de civilizações”, declarou Obama, no último dia de uma cimeira dedicada à luta contra o terrorismo e ao extremismo a decorrer na capital federal norte-americana.

 
“A ideia de que o Ocidente está em guerra com o Islão é uma mentira horrível. Seja qual for a nossa religião, temos a responsabilidade de rejeitar [esta mentira]”, prosseguiu o chefe de Estado norte-americano, diante de uma plateia composta por representantes de cerca de 60 países.

 

 

Obama frisou ainda que esta ideia tem sido a base sobre a qual os terroristas têm construído a sua ideologia e “com a qual tentam justificar a violência”.

 
Recordando o apelo que lançou, em setembro de 2014, durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, para a erradicação do extremismo violento, o Presidente norte-americano pediu a todos os países para avançarem com “propostas concretas” na próxima sessão, agendada para o outono.

 
“Os Estados Unidos vão fazer mais para lutar contra as ideologias de ódio. Hoje, convido os vossos países a juntarem-se aos Estados Unidos” nesta luta, acrescentou o governante.

 

 

 

FOTO: JIM LO SCALZO/Reuters

 

JN

 

 

Onda de frio mata 23 pessoas nos Estados Unidos

21/02/2015

 
Sensação térmica em algumas localidades foi de -40ºC.

 
Na Casa Branca, jardins ficaram completamente tomados pela neve.

 

Jardins da Casa Branca é tomado pela neve (Foto: Yuri Gripas/Reuters)

 
A onda de frio e neve que atinge os Estados Unidos matou na última semana, pelo menos, 23 pessoas, de acordo com a rede americana CNN. Já o jornal “The New York Times” afirma que ao menos 31 pessoas morreram em decorrência do frio.

 
Destas mortes, 18 foram no estado do Tennessee, sendo 9 por hipotermia. A CNN afirma que em algumas localidades a sensação térmica foi de -40ºC.

 

Onda de frio mata 23 pessoas nos Estados Unidos2
Em Nova York, os termômetros marcaram -34ºC. A previsão, de acordo com meteorologistas, é de que a frente fria se espalhe para a Costa Leste do país, o que deixa 125 milhões de americanos sob alerta de baixas temperaturas. Cidades como Louisville e Cincinnati devem receber nevascas, enquanto no Kentucky, a neve pode ultrapassar os 38 cm de altura.

 

 
Com o frio e a neve, o visual dos cartões postais do país mudou. A Casa Branca, sede e residência do governo americano, teve seus famosos jardins cobertos de neve. De acordo com o departamento nacional do clima dos Estados Unidos, as temperaturas na capital devem subir e oscilar entre -6ºC e -1ºC.

 

 

Onda de frio mata 23 pessoas nos Estados Unidos3

Neve cobre a Casa Branca

(Foto: Reprodução GloboNews)

 
Outro ponto turístico tradicional do país, as Cataratas do Niágara, também sofrem com as baixas temperaturas. Perto da fronteira com o Canadá, parte das quedas d’água ficaram congeladas.

 
Nova tempestade

 
A nova tempestade que atingiu neste sábado a costa leste dos Estados Unidos ameça criar mais transtornos em grandes cidades, como Nova York e Boston. Foram registradas tempestades de neve em localidades de estados como a Geórgia. Em Kentucky e Tennessee há previsão de inundações causadas pela chuva caída em solo gelado.

 
Os maiores problemas, no entanto, devem ocorrer mais ao norte, em áreas como Massachusetts e Maine, onde mais uma vez cairão grandes quantidades de neve.

 
Em Boston, a principal cidade do estado, acumularam-se nas últimas semanas mais de dois metros e meio de neve durante vários temporais consecutivos. Em Nova York, onde nesta sexta (20) foram registradas algumas das temperaturas mais baixas em décadas, a neve começou a cair por volta do meio-dia (hora local). Também há previsão de chuva de granizo.

 
As previsões não são animadoras. Segundo os meteorologistas, quando passar o temporal, uma nova frente fria atingirá a região, deixando as temperaturas abaixo de zero.

 

 

Onda de frio mata 23 pessoas nos Estados Unidos4

Casa Branca é tomada pela neve

(Foto: Yuri Gripas/Reuters)

 

 

 

 

Onda de frio mata 23 pessoas nos Estados Unidos5

Casa Branca é tomada pela neve

(Foto: Yuri Gripas/Reuters)

 

 

 

 

Onda de frio mata 23 pessoas nos Estados Unidos6

Neve nas Cataratas do Niágara

(Foto: Carolyn Thompson/AP)

 

 

 

 

Onda de frio mata 23 pessoas nos Estados Unidos7

Neve nas Cataratas do Niágara

(Foto: Carolyn Thompson/AP)

 

 

 

 

EFE

 

 

 

Trompetista de jazz Clark Terry morreu aos 94 anos

22/02/2015

 
Trompetista de jazz Clark Terry, com uma carreira prolífica que abrangeu sete décadas, morreu aos 94 anos, anunciou hoje a sua mulher no ‘site’ do músico na internet.

 

Clark Terry nasceu em Saint-Louis, Missouri, em 1920.

 
O trompetista de jazz Clark Terry, com uma carreira prolífica que abrangeu sete décadas, morreu aos 94 anos, anunciou hoje a sua mulher no ‘site’ do músico na Internet. “O nosso querido Clark Terry juntou-se à banda do paraíso, onde cantará e tocará com os anjos. Deixou-nos em paz, rodeado da sua família, dos seus alunos e dos seus amigos”, escreveu Gwen Terry. O trompetista, que sofria de diabetes, tinha sido internado no passado dia 13 num estabelecimento de cuidados de saúde, informou a revista especializada no mundo do espetáculo Variety.

 
Nascido em Saint-Louis (Missouri) em 1920, o músico começou a tocar trompete na adolescência. Tocou em bandas da Marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e tornou-se depois um dos mais respeitados trompetistas no mundo do jazz. Clark Terry destacou-se quer como solista quer como acompanhante, tendo integrado duas das mais prestigiadas orquestras de jazz da história, a de Count Basie e a de Duke Ellington.

 
Tocou ao lado de nomes grandes da música como Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Thelonious Monk, Dizzy Gillespie, Sonny Rollings, Ray Charles ou Quincy Jones. Também colaborou com o ‘rei do trompete’, Louis Armstrong, e foi um mentor para outra lenda deste instrumento, Miles Davis. Terry participou em mais de 900 sessões de gravação e ganhou mais de 250 prémios, incluindo um Grammy pela sua carreira. Mais tarde deu lições de música em liceus e universidades.

 

FOTO: Getty Images

 

Agência LUSA

 

 

 

Porque razão os israelitas aprovam a atual ofensiva contra Gaza

25/07/2014

 
O Hamas “unificou” uma “fragmentada” sociedade israelense em torno de uma ofensiva terrestre contra Gaza ao lançar foguetes de maneira deliberada contra Israel. Essa é a opinião do articulista Gil Hoffman, do influente jornal Jerusalem Post.

 

Para Hoffman, o grupo militante palestino atacou o “consenso” israelense e “construiu” uma resistência da população vizinha que havia se dividido nos últimos impasses com Gaza.

 
Leia abaixo a análise do jornalista:

 
“Antes de a escalada do conflito entre o Hamas e Israel que, segundo as estimativas mais recentes, teria matado pelo menos 850 pessoas, a maior parte palestinos, o Estado judeu estava se tornando cada vez mais fragmentado.

 
Negociações de paz fracassaram. Debates sobre questões polêmicas se intensificaram. E políticos de direita, como o chanceler Avigdor Liberman e o ministro de Comércio Naftali Bennett, se preparavam abertamente para a possibilidade da convocação de eleições antecipadas se a coalizão de governo do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, desmoronasse.

 
Netanyahu, por sua vez, foi alvo de duras críticas por não impedir que a comunidade internacional reconhecesse um Estado palestino envolvendo o Hamas e a Jihad islâmica – um endosso que até hoje não foi “digerido” pelos judeus.

 
Mas tudo mudou quando o Hamas passou a atacar o “consenso israelense”. Ao lançar foguetes contra o vizinho de maneira deliberada, o grupo palestino produziu um efeito insólito: a unificação do povo israelense.

 
O Hamas não atacou a Cisjordânia, cujo destino divide os israelenses. A ofensiva foi direcionada à capital Tel Aviv e ao aeroporto internacional de Ben-Gurion. Os ataques miraram os chamados kibutz, fazendas de inspiração comunista, na fronteira com Gaza, por meio do que Israel chama de “túneis de terror”, os subterrâneos usados pelos militantes do Hamas para cruzar a fronteira sem ser notados.

 
Para piorar, o grupo teria supostamente sequestrado e matado três adolescentes que voltavam da escola. Isso em uma sociedade obcecada com suas crianças.

 
Ao agir dessa forma, o Hamas construiu uma resistência da população israelense que havia se dividido nos últimos impasses com Gaza. É sabido que em tempos de guerra os israelenses se unem contra um inimigo comum, localizado do outro lado da fronteira. Porém, sempre houve manifestações antiguerra, inclusive em períodos de relativa calmaria.

 
Mas, até agora, os únicos protestos registrados foram um fracasso. Apenas árabes israelenses e judeus de extrema-esquerda participaram desses atos.

 
Pesquisas mostraram que houve forte apoio popular à ofensiva por terra de Israel. Por outro lado, os israelenses reagiram mal à notícia de que Netanyahu teria expressado intenção de aceitar um cessar-fogo proposto pelo Egito.

 
Uma pesquisa do instituto Panels para a TV do parlamento israelense (Knesset) revelou que 63% dos entrevistados aprovavam uma ofensiva terrestre a Gaza e apenas 27% rejeitavam a operação. O restante, 10%, não respondeu ou não tinha opinião formada sobre o assunto. O levantamento baseou-se em uma amostra representativa de Israel, incluindo a população árabe.

 
Os israelenses reagem com sensibilidade ao trágico saldo de mortos do lado palestino. Mas eles culpam o Hamas pela morte dos civis e não os ataques aéreos promovidos por Israel.

 
Já o saldo de mortos do lado de Israel está aumentando depois de permanecer relativamente baixo. Cerca de 2 mil foguetes já foram lançados nas últimas três semanas contra o território israelense e mataram um civil, identificado como um beduíno.

 
Um voluntário israelense que tentou fazer uma entrega de comida em um local de alto risco próximo à fronteira com Gaza foi morto por um morteiro. E uma árabe israelense de Haifa morreu de parada cardíaca ao correr para dentro de um abrigo logo após as sirenes soarem.

 
Mas, desde que a ofensiva terrestre teve início na noite de terça-feira passada, 29 soldados morreram e outros 100 ficaram feridos. Para os israelenses, esses números são difíceis de aceitar.

 
Em Israel, as mortes de soldados são encaradas como mais trágicas do que a dos civis. As Forças de Defesa de Israel (IDF) são um símbolo da resistência judaica, e os soldados são considerados “os filhos de todo mundo”.

 
Por outro lado, civis mortos por foguetes foram ridicularizados por ignorarem as sirenes de alerta e terem saído de suas casas para filmar com celulares o sistema de defesa antimísseis, conhecido como “Cúpula de Ferro” (Iron Dome, em inglês), interceptar os ataques do Hamas.

 

Senso de urgência

 
Se soldados israelenses continuarem a morrer, mais dúvidas sobre a ofensiva terrestre serão levantadas. O sequestro de um civil ou de um militar terá, certamente, um efeito desmoralizante para a operação.

 
As tentativas repetidas do Hamas de sequestrar os soldados – e o júbilo registrado por militantes quando nas últimas semanas foi noticiado que um episódio como esse aconteceu – mostra que os líderes palestinos entendem o impacto de um sequestro bem-sucedido.

 
O Hamas sabe que tudo o que precisa para mudar a opinião pública israelense é um foguete atravessar o sistema antimísseis e atingir um arranha-céu de Tel Aviv ou um grupo de homens armados invadir um kibutz por meio de um túnel e abrir fogo.

 
Mas enquanto tais incidentes desmoralizariam os israelenses e prejudicariam a popularidade de seus líderes, não haveria oposição à ofensiva por terra.

 
Os israelenses sabem que, se não fosse pela ofensiva terrestre, os túneis permaneceriam desconhecidos e a população estaria em grande perigo.

 
Isso explica por que não houve maior senso de urgência da parte dos israelenses para interromper a operação antes de que os objetivos sejam alcançados: restaurar a paz no sul de Israel, destruir os túneis, enfraquecer significativamente o Hamas e, mais importante, evitar uma guerra futura.”

 

Gil Hoffman
Jerusalem Post

 

 

Análise: Em busca da estratégia de Obama no Iraque

10/08/2014

 

Obama usa perspectiva de ação militar maior no Iraque para encorajar união política no país.

 
O presidente americano Barack Obama disse que os Estados Unidos têm um interesse estratégico em não permitir que os militantes islâmicos do grupo autodenominado Estado Islâmico (EI) – grupo anteriormente conhecido como Isis – estabeleçam um califado no Iraque e na Síria.

 
No entanto, até agora, ele só definiu a intervenção americana no norte do Iraque – tanto militar quanto humanitária – em termos limitados.

 
A relutância de Obama em relançar uma ação militar no Iraque é compreensível por uma série de razões, mas, para alguns de seus críticos, é uma mensagem confusa que ressalta a falta de uma estratégia.

 
O presidente, por sua vez, afirma que tem um plano de longo prazo.

 
A Casa Branca calculou suas ações estritamente para proteger as vidas de cidadãos americanos e as de milhares de yazidis e outras minorias iraquianas que fugiram após os avanços recentes dos militantes do EI.

 
E, apesar do aumento no número de ataques aéreos americanos, isso ainda não parece um esforço total de destruir as capacidades militares do grupo.

 

Yazidis presos

 

Análise - Em busca da estratégia de Obama no Iraque1
No curto prazo, os ataques aéreos podem interromper o avanço do EI na cidade de Irbil e a ameaça do grupo aos que se encontram expostos e desesperados no Monte Sinjar.

 

Situação de Yazidis, que fugiram após o avanço do EI, impulsionou ação militar dos EUA

 
Aviões também estão entregando mantimentos às pessoas presas nas montanhas, fornecendo alívio momentâneo à sua situação.
No entanto, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e outras potências também tem discutido como retirar essas pessoas das montanhas e levá-las a um lugar relativamente seguro.

 
Alguns comentaristas sugerem que criar um “corredor de segurança” ou até mesmo uma espécie de “abrigo seguro” requer a presença de soldados estrangeiros em solo iraquiano.

 
Obama, porém, descartou o reenvio de soldados americanos ao país. Outros países também ficarão receosos de enviar forças de proteção dessa maneira.

 
Relatos dizem que milhares conseguiram escapar das montanhas, talvez com a ajuda das forças curdas. Isso pode aliviar os estrategistas ocidentais.

 
Mas se isso é uma solução de longo prazo para proteger os que fugiram, é outra questão.

 

A questão curda

 
Últimos acontecimentos

 
Na noite deste dominho, forças de segurança e milícias xiitas leais ao primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, foram deslocadas para locais estratégicos em Bagdá.

 
A movimentação aconteceu depois que o primeiro-ministro anunciou na televisão que processará o presidente, Fuad Masum, por violar a constituição.

 
Al-Maliki disse ainda que quer seu terceiro mandato como primeiro-ministro, mas após eleições inconclusivas em abril, o parlamento não chegou a um consenso sobre sua indicação e o presidente se recusou a intervir.

 
Em Washington, um porta-voz do Departamento de Estado americano disse que os EUA apoiam o presidente Masim.

 
Horas antes, forças curdas no norte do Iraque disseram ter reconquistado as cidades de Gwer e Makhmur, que estavam em poder de militantes do EI, com o apoio militar aéreo dos EUA.

 
E quais são as chances de que o poder áereo dos Estados Unidos seja eficiente da maneira como está sendo usado agora? Os estrategistas da defesa americana certamente esperam que seu reforço dê vantagem às forças curdas e iraquianas no solo.

 
Mas outro cálculo importante na frágil estrutura da política iraquiana – e nas aspirações curdas por maior autonomia – é até onde deve-se atender aos pedidos curdos por mais armas e ajuda militar para vigilância e inteligência.

 
Não há dúvida de que os curdos são atores importantes nessa situação, talvez especialmente para Washington.

 
Obama também deu a entender que os ataques aéreos podem continuar por algum tempo. Existe até a possibilidade de que eles aumentem, mas ele condiciona isso a que os políticos divididos do Iraque deixem de lado suas diferenças sectárias e se unam diante da ameaça do EI.

 
Este é claramente o elemento crítico da estratégia e das esperanças de longo prazo da administração Obama. O presidente enfatizou a ideia de que não há solução militar no Iraque, mas a perspectiva de uma assistência militar maior dos Estados Unidos está claramente sendo usada como uma maneira de encorajar movimentos políticos, a reconciliação e a mudança.

 
A força do EI

 

Análise - Em busca da estratégia de Obama no Iraque2

 

EUA diz que não enviará soldados por terra ao Iraque – deixando os soldados curdos combaterem o EI

 

Mas isso será suficiente? Mesmo com mais unidade e mais ajuda americana, será que as forças do governo iraquiano conseguirão impedir os avanços do EI – coisa que até agora não conseguiram fazer?

 
Os combatentes do Estado Islâmico sem dúvida confundiram os adversários com seu sucesso militar, como o próprio Obama admitiu.

 
Depois dos avanços iniciais, muitos disseram que eles se desgastariam. Mas isso não aconteceu. E há um debate sobre que tipo de ameaça o EI representa agora.

 
O grupo estaria se comportando mais como um exército convencional, à medida que consegue mais armas? Ou ele ainda pode ser considerado uma insurgência incomum? Ele seria uma ameaça “híbrida”? E como isto afeta a maneira de lidar com a situação?

 
Obama afirmou que, para enfrentar o autodeclarado “califado” do EI, Washington precisa ter parceiros em solo, que possam preencher as lacunas. Mas a pergunta mais importante é se parcerias eficientes de fato poderão ser criadas no Iraque ou, da mesma forma, na Síria.

 

Nick Childs

 
Analista de assuntos internacionais da BBC News