Consulado Honorário de Waterbury foi encerrado sem qualquer explicação pública

O Consulado Honorário português de Waterbury, no estado de Connecticut, que serve uma comunidade estimada em 80 mil portugueses e luso-descendentes, encerrou os seus serviços de atendimento ao público sem qualquer explicação.

 

 

A comunidade está descontente e quer saber a forma como o Governo português “pretende dar continuidade ao atendimento consular, de proximidade, junto da comunidade portuguesa da cidade de Waterbury e do Estado de Connecticut”, dizem.

 

 

Os consulados honorários têm como principal função representar Portugal nos países onde estão instalados e os cônsules honorários nomeados pelo governo português estão geralmente ligados ao comércio e ao mundo dos negócios, podendo ser ou não de nacionalidade portuguesa.

 

Consulado Honorário de Waterbury foi encerrado sem qualquer explicação pública por parte dos responsáveis 2

De acordo com a nossa legislação, alguns consulados honorários podem, “a título excepcional”, praticar actos de registo civil, de notariado e de recenseamento eleitoral, bem como emitir documentos de viagem.

 

Segundo o regulamento consular, os cônsules honorários não são considerados funcionários públicos portugueses e não têm direito a qualquer remuneração, podendo “receber subsídios para cobertura de custos relacionados com o exercício das suas funções”.

 

O regulamento consular diz ainda que os consulados honorários podem, “em casos justificados”, dispor de pessoal administrativo e técnico, nomeadamente quando praticam actos consulares.

 

 

 

Consulados de Portugal nos Estados Unidos

 

 

 

Entre os 17 consulados de Portugal nos Estados Unidos, dez são honorários e alguns dos quais prestam importantes serviços às comunidades portuguesas das áreas que servem.

 

 

O Consulado Honorário de Portugal em Waterbury, estado de Connecticut, por exemplo, está no centro de importantes comunidades portuguesas.

 

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Apesar de contar com apenas três funcionários, este serviço consular que serve uma comunidade estimada em cerca de 80 mil portugueses, possui uma significativa presença política, económica e social e que há muitos anos era apoiada por este posto consular.

 

 

A relação da comunidade com Portugal também não se limita apenas à aquisição de documentos, mas também a questões sociais, culturais e de afecto.

 

 

 

Waterbury a “Cidade do Bronze” 

 

 

 

Waterbury, fundada em 1673, é uma cidade no Condado de New Haven, estado de Conecticut, Estados Unidos. Conhecida como a “Cidade do Bronze”, está situada a cerca de 120 km de New York. Tem uma população de 115 mil habitantes, dos quais, 80 mil são portugueses e luso-descendentes.

 

 

Durante a primeira metade do século XX, Waterbury possuía grandes indústrias e era o principal centro de manufatura de artigos de bronze dos Estados Unidos, o que lhe deu o apelido pela qual é conhecida. Também era conhecida pela fabricação de relógios de pulso e de parede.

 

 

A cidade de Waterbury é sede da Universidade Post e do campus da Universidade de Connecticut, e está geminada com a cidade da Guarda, em Portugal.

 

 

A comunidade lusitana está apreensiva com este acto, e reina entre as comunidades luso-americanas o sentimento de que a eventual suspensão da prática de actos consulares na cidade de Waterbury, irá prejudicar muito os interesses dos cidadãos portugueses que aqui residem.

 

 

 

“Movimento de Cidadãos” começa a ser criado

 

 

 

“Foi com surpresa que muitos dos compatriotas, bateram com o nariz na porta do Consulado Português de Connecticut, em Waterbury, cidade equidistante de todas as outras cidades do Estado de Connecticut, donde há significativas concentrações de emigrantes portugueses, que a avaliar por alguns estudos da especialidade se afirma existir, em todo o estado, cerca de 80 000 portugueses e luso-descendentes”, disse ao The Portugal Times, Manuel Carrêlo, ex-conselheiro das Comunidades Portuguesas, nos Estados Unidos, e residente no Estado de Connecticut.

 

Consulado Honorário de Waterbury foi encerrado sem qualquer explicação pública por parte dos responsáveis 4

Manuel Carrêlo lamenta ainda que no Estado de Connecticut, as suas instituições associativas, os orgãos de comunicação social e outras forças vivas da comunidade, “não conhecem os conselheiros eleitos do seu círculo eleitoral e assim sendo não poderão contar com os compromissos por eles assumidos, aquando da sua eleição”, referiu.

 

 

“Assim, irei proceder e desde já afirmar a minha disponibilidade para promover um movimento de cidadãos que tente através de uma PETIÇÃO, junto de quem de direito, restabelecer o normal funcionamento desta prestigiada instituição, que como Consulado Honorário e pelas ações consulares que desenvolve ao longo do ano, não acarreta custos para o Estado Português”, afirma o ex-conselheiro.

 

 

 

Entre a comunidade portuguesa que reside no estado de Connecticut, houve mesmo quem convidasse o The Portugal Times a formular esta pergunta aos responsáveis políticos portugueses: – “Será que em Portugal algum responsável aceitaria que os seus munícipes tivessem de percorrer seiscentos quilómetros para tratar de uma renovação de passaporte ou de bilhete de Identidade?’, questionaram.

 

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O The Portugal Times falou com o Conselheiro das Comunidades Portuguesas, Dr. Gabriel Marques, que nos disse o assunto está a ser tratado com a maior urgência junto das autoridades governamentais portuguesas, pela Cônsul Geral de Portugal em New York, Drª Manuela Bairos, e pelos deputados José Cesário e Carlos Gonçalves.

 

 

Enquanto isto, alguns manifestam-se certos de que este encerramento em causa só se pode tratar de uma situação passageira, “já que a manter-se esta atitude do Governo português quanto às comunidades portuguesas do Estado de Connecticut, seria um absurdo e revelaria a ausência de uma estratégia e de uma política externa de afirmação e projecção de Portugal no mundo, coerente com o interesse nacional e com os interesses das comunidades”, disseram.

 

 

E enquanto se mantém este impasse, o Cônsul Honorário de Portugal em Waterbury, Dr. Abílio Gouveia, remete toda e qualquer informação e serviços, para o Consulado Geral de New York.

 

 

O Estado de Connecticut começou a ser explorado em 1614

 

 

Connecticut, é um dos 50 estados dos Estados Unidos, localizado na regiãi da Nova Inglaterra. Connecticut é o terceiro menor estado norte-americano em extensão territorial; somente Delaware e Rhode Island são menores. Porém, com seus 3 405 565 habitantes, Connecticut é o quarto estado norte-americano mais densamente povoado do país.

 

 

A principal fonte de receitas de Connecticut é a prestação de serviços financeiros eimobiliários. A capital do estado é Hartford,   conhecida nacionalmente como Insurance City (cidade seguradora), por causa da grande quantidade de companhias de seguros que estão ali sediadas.

 

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Connecticut fez parte das Treze Colónias, originalmente colonizadas pelo Reino Unido. A colónia de Connecticut foi a primeira subdivisão localizada no que é atualmente os Estados Unidos a possuir uma constituição escrita, chamada de Fundamental Orders (ordens fundamentais), ou First Orders (primeiras ordens). Esta constituição colonial serviu de base para a formação da Constituição dos Estados Unidos da América.

 

 

Oficiais de Connecticut tiveram papel essencial na aprovação do grande compromisso realizado na Convenção Constitucional de 1787, que deu ao Congresso dos Estados Unidos o seu formato atual. Por causa destes eventos, Connecticut recebeu o cognome de The Constituition State (o estado da constituição), e o Grande Compromisso de 1787 passou a ser conhecido nacionalmente como Compromisso de Connecticut. Em 9 de Janeiro de 1788, Connecticut tornou-se o quinto estado norte-americano.

 

 

A origem do nome Connecticut vem da palavra nativo estadunidense  “Quinnehtujqut”, que significa “lugar do longo rio”. Os primeiros europeus a instalarem-se de forma permanente na região de Connecticut foram os puritanos ingleses vindos de Massachusetts em 1633. The Nutmeg State é outro cognome popular de Connecticut, e seus habitantes são conhecidos nacionalmente como nutmeggers.

 

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Muitos dos colonos de Connecticut haviam saído da Inglaterra em busca de liberdade política e religiosa. Em 1638, Thomas Hooker  passou a discursar pelo fim da teocracia e pela implementação de uma forma democrática de governo. Em 1639, Connecticut adotou as “Ordens Fundamentais”. Este documento é visto por muitos como a primeira constituição escrita em território estadunidense.

 

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Connecticut suportou ativamente a União durante a Guerra Civil Americana. Mais de 50 mil homens de Connecticut juntaram-se às tropas da União. A guerra acelerou ainda mais o processo de industrialização do estado. Isto, aliado ao seu pequeno tamanho, fez com que após a guerra a indústria de manufatura superasse a agricultura como principal fonte de receitas, e acelerou o processo de migração populacional dos campos para as cidades.

 

 

Durante a década de 1870, mais da metade da população de Connecticut morava em cidades. Durante as décadas finais do século XIX e o início do século XX,  grande número de imigrantes, primariamente alemães, irlandeses e italianos, instalaram-se em Connecticut. No final da década de 1900, mais da metade da população de Connecticut morava em cidades, e cerca de 30% da população havia nascido fora do país.

 

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Connecticut limita-se ao norte com Massachusetts, a leste com Rhode Island, ao sul com a baía de Long Island e a oeste com New York.  Com um pouco mais de 14 mil quilômetros quadrados, é o terceiro menor estado americano em área do país. A maior parte do litoral de Connecticut não possui contato direto com as águas do oceano Atlântico, e sim com as águas da baía de Long Island, um estuário de numerosos rios.

 

 

 

Dotada de uma forte indústria de alta tecnologia, Connecticut participou ativamente no desenvolvimento de tecnologias nucleares durante a década de 1950 em diante. O primeiro submarino nuclear da história, o “USS Nautilus”, foi construído em Connecticut (em Groton), em 1954. No final da década de 1960, Connecticut tornou-se o primeiro estado norte-americano a fornecer submarinos para a marinha do país. Dotada de uma forte economia diversificada, Connecticut passou a ser o estado com a maior receita per capita do país a partir da década de 1960.

 

 

 

JM/The Portugal Times/13 de Fevereiro de 2016

 

 

 

 

 

 

 

 

Luso-americano Steven Joseph Lopes, de 40 anos, é o novo bispo de Houston

O Ordinariato Pessoal da Cátedra de São Pedro, uma estrutura especial para ex-anglicanos criada em 2012, visa acolher os fiéis daquela confissão religiosa que tinham aderido à fé católica mas pretendiam manter os seus ritos tradicionais.

 

 

Fundada no século XVI, a igreja anglicana, um dos ramos protestantes do cristianismo, tem promovido a aproximação à doutrina do Vaticano, que aceitou, por seu turno, manter os ritos originais, aceitando em troca a comunhão plena dos seus membros.

 

 

Segundo a Igreja Católica, esta nova instituição sediada em Houston tem agora 62 padres e mais de 20 mil fieis distribuídos por 43 paróquias nos Estados Unidos e Canadá, que serão agora tituladas pelo luso-americano.

 

 

Steven Joseph Lopes foi nomeado em novembro como o primeiro bispo deste novo ordinariato, mas apenas foi consagrado este mês.

 

 

A sua nomeação “confirma e amplia a visão do Papa Bento XVI para a unidade cristã, em que diversões expressões de uma mesma fé são reunidas numa mesma igreja” explicou o Vaticano em comunicado na altura.

 

Luso-americano Steven Joseph Lopes, de 40 anos, é o novo bispo de Houston 2

Lopes nasceu em Fremont, na Califórnia, onde existe uma grande comunidade portuguesa, filho de pai português e de mãe polaca. O seu pai, José de Oliveira Lopes, emigrara de Portugal nos anos 60 e tornou-se cidadão dos EUA em 1970.

 

 

O novo bispo tem um doutoramento em teologia da Pontifícia Universidade Gregoriana e foi ordenado padre em 2001.

 

 

Nos últimos 10 anos, trabalhara na Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, onde ajudava congregações anglicanas dos EUA e Canadá no processo de se juntar à Igreja Católica.

 

 

TPT/WP//12/2/2016

 

 

 

 

Passados mais de cem anos cientistas confirmam ondas gravitacionais de Albert Einstein

Mais de cem anos depois estão oficialmente confirmadas as ondas gravitacionais, previstas por Albert Einstein. Um grupo de astrónomos disse ter conseguido, pela primeira vez, ouvir e gravar o som de dois buracos negros a colidirem a mil milhões de anos-luz de distância, produzindo ondas gravitacionais. Um avanço na física que abre uma nova janela sobre o universo e os seus mistérios.

 

 

O anúncio foi feito por cientistas do Observatório de Interferometria Laser de Ondas Gravitacionais dos Estados Unidos da América (LIGO). Segundo as informações divulgadas à imprensa, estas ondas gravitacionais fizeram vibrar as antenas do LIGO montadas em Washington e no Louisiana.

 

 

A equipa de cientistas internacionais, citada pela agência France Presse, anunciou esta quinta-feira a primeira deteção direta de ondas gravitacionais. Esta descoberta confirma a previsão feita por Albert Einstein na sua teoria da relatividade geral, em 1915.

 

 

“Acho que este vai ser um dos maiores avanços na física”, disse Szabolcs Marka, uma das cientistas do LIGO.

 

 

O relatório, escrito por mais de 1000 autores, incluindo alguns cientistas europeus, foi publicado esta quinta-feira na Physical Review Letters.

 

 
“Avanço histórico”

 

 
Estas forças gravitacionais, que foram detetadas nos Estados Unidos no passado dia 14 de setembro pelo observatório LIGO, são produzidas quando dois buracos negros, duas estrelas neutrão ou um buraco negro e uma estrela neutrão colidem, distorcendo o “tecido” do espaço-tempo à sua volta. Viajam à velocidade da luz e nada pode detê-los.

 

 

Para o físico Bento Mours, este é um avanço “histórico” porque permitiu “verificar diretamente uma das previsões da teoria da relatividade geral”, de Einstein.

 

 

A teoria de Einstein tem importantes implicações astrofísicas. Ela aponta para a existência de buracos negros – regiões no espaço, onde o espaço e o tempo são distorcidos de tal forma que nada, nem mesmo a luz, pode escapar.

 

 

Estas ondas foram emitidas na sequência da colisão de dois buracos negros, um com 36 vezes a massa do Sol, o outro com 29.

 

 

 

A 1.3 mil milhões de anos-luz

 

 
Os dois buracos negros foram localizados a 1.3 mil milhões de anos-luz do planeta Terra.

 

 

De acordo com a Teoria da Relatividade Geral, os buracos negros em órbita, em torno de si, perdem energia, produzindo ondas gravitacionais. Foram essas ondas que foram detetadas no dia 14 de setembro de 2015.

 

 

“Esta descoberta é emocionante para a física e muito promissora para a astrofísica e a astronomia”, disse David Shoemaker, diretor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

 

 

“As primeiras aplicações que vemos agora são os buracos negros, porque eles não emitem luz e nós não os poderíamos ter visto sem ondas gravitacionais. E acrescenta: “as ondas gravitacionais podem ajudar a explicar como as galáxias se formam”.

 

 
“Explorar o Universo”

 

 
“A humanidade tem agora mais uma ferramenta para explorar o universo”, concordou Tuck Stebbins, chefe do Laboratório de Astrofísica da NASA.

 

 
“A gravidade é a força que controla o universo e ser capaz de ver a sua radiação permite-nos observar outros fenómenos fundamentais, que são de outra forma praticamente não eram observáveis”, disse Stebbins.

 

Passados mais de cem anos cientistas confirmam ondas gravitacionais de Albert Einstein 2

Depois de registarem os sinais, os cientistas converteram-nos em ondas rádio, o que permite ouvir o som da colisão dos dois buracos negros e “observar o Universo de uma nova maneira”, revelaram os cientistas.

 

 

“Nós conseguimos, realmente, ouvi-los chocar. Captámos o sinal que chega à Terra, conseguimos passá-lo para uma coluna e podemos ouvir estes buracos negros a fazer: ‘Whoop’”, explicou Matthew Evans, físico do MIT.

 

 

 

O físico Stephen Hawking considera que se descobriu uma nova forma de olhar o Universo

 

 

 

O físico britânico Stephen Hawking afirmou hoje que a deteção das ondas gravitacionais, a última previsão ainda por comprovar das teorias do físico alemão Albert Enstein, abre a porta a “uma nova forma de olhar o Universo”.

 

 

 

“A capacidade de as detetar tem o potencial de revolucionar a Astronomia”, disse à estação televisiva britânica BBC o físico teórico de 74 anos, especialista em buracos negros.

 

 

 

A deteção destas ondas, os sinais que grandes cataclismos deixam no Universo, constitui também “a primeira prova de um sistema binário de buracos negros e a primeira observação de buracos negros fundindo-se”, sublinhou Hawking.

 

 

 

“Além de provar a Teoria da Relatividade Geral, podemos esperar ver buracos negros ao longo da história do Universo. Poderemos inclusive ver os vestígios do Universo primordial, durante o `Big Bang`”, graças às ondas gravitacionais, salientou o físico.

 

 

 

9 curiosidades sobre Albert Einstein

 

 

 

Quem influenciou Einstein? Quem foi o seu grande opositor? Porque é que não ganhou um Nobel com a teoria da relatividade? E quando é que escreveu o seu primeiro artigo científico? Descubra abaixo.

 

Passados mais de cem anos cientistas confirmam ondas gravitacionais de Albert Einstein 3

A vida de Einstein é muito mais complexa do que por vezes imaginamos. Sabe tudo sobre o físico cuja Teoria da Relatividade Geral acaba de ser oficialmente confirmada? Confira com estas 13 curiosidades.

 

 

Os pais estavam preocupados com as suas capacidades cognitivas

 

É considerado um dos maiores génios da história, mas, em criança, os seus pais até recearam que tivesse problemas cognitivos. No livro do jornalista Denis Brian, Einstein: a life, sugere-se que os pais de Albert Einstein (Hermann Einstein e Pauline Koch) ficaram alarmados com o tempo que o filho demorou até conseguir falar — não o fez antes dos três anos, como o próprio Einstein contou em 1954, ao seu primeiro biógrafo, Carl Seelig:

 

 

 

Os meus pais estavam preocupados porque comecei a falar tarde, comparativamente [a outras crianças], e consultaram um médico por causa disso. Não te consigo dizer que idade tinha na altura, mas não tinha certamente menos de três anos”, revelou.

 

 

 

Primeiro artigo científico escrito aos 15 ou 16 anos

 

 

Com que idade escreveu Albert Eistein o seu primeiro artigo científico? Com 15 ou 16 anos, ou seja, entre 1894 e 1895, segundo o site Business Insider, que cita a coleção de ensaios “A Era de Ouro da Física Teórica”, organizada pelo historiador científico Jagdish Mehra. Escreveu-o já em Itália, para onde a sua família se mudou em 1894. O seu ensaio, intitulado “Sobre a investigação acerca do estado do éter nos campos magnéticos”, foi enviado ao seu tio materno, Casar Kach, que vivia então em Antuérpia (Bélgica).

 

 

 

Excecional a física… não tão bom a matemática

 

 

Aos 21 anos, em 1900, Albert Einstein licenciou-se pelo Politécnico de Zurique. Nas cadeiras de física mostrou qualidades excecionais: em 14 das cadeiras que frequentou, teve nota máxima a 5. A matemática, contudo, não era tão bom, relata o Business Insider, que cita ainda uma frase do físico, já mais velho, que reflete sobre as suas considerações iniciais sobre a disciplina:

 

 

 

Ainda não tinha percebido, enquanto estudante, que um conhecimento mais profundo dos princípios básicos de física estava diretamente ligado aos métodos matemáticos mais complexos.”

 

 

 

Recorde-se que Albert Eistein também refletiu muito sobre os temas de educação, dando vários conselhos sobre como se deve educar os jovens.

 

 

 

Depois de se licenciar foi… escriturário

 

 

Após ter-se licenciado, Albert Einstein não conseguiu arranjar trabalho enquanto académico. Assim, foi trabalhar como escriturário no município de Berne, na Alemanha. Pouco depois, começaria a trabalhar na sua Teoria da Relatividade — que mudou o mundo como o conhecemos, como confirmámos esta quinta-feira.

 

 

Inspirado pela ficção científica (e por Felix Eberty e Aaron Bernstein)

 

Enquanto jovem, Albert Einstein foi muito inspirado por livros de ficção científica. Em particular pelo astrónomo amador Felix Eberty e por Aarton Bernstein (sobre este último disse mesmo ter devorado o seu trabalho de forma fervorosa, segundo um artigo da revista norte-americana New Yorker). E socorreu-se mesmo do trabalho de Bernstein para, nas suas sessões públicas de 1916, tentar explicar a sua Teoria da Relatividade.

 

 

 

E do que falava Felix Eberty, por exemplo? Da possibilidade de, no futuro, a humanidade viajar a uma velocidade superior à velocidade da luz.

 

 

 

Um dos grandes inimigos para a vida: Henri Bergson

 

 

O filósofo francês Henri Bergson foi um dos grandes inimigos de Albert Einstein. Segundo a New Yorker, este ficou particularmente irritado pela proeminência de cientistas (que não de ciências sociais) e físicos no meio intelectual (e Einstein era um delas). Nas suas teorias defendia que a noção de tempo não podia ser reduzida ao tempo cronometrado, visível nos relógios, e que a ciência exata e o racionalismo não eram as melhores ferramentas para compreender a realidade.

 

 

 

Einstein opunha-se, e os dois discutiram o assunto para o resto das suas vidas. Henri Bergson chegou mesmo a sugerir que o talento de Einstein não era assim tão diferente do de H. G. Wells, escritor de ficção científica, cujo romance “A Máquina do Tempo” considerava o tempo como pertencendo a uma quarta dimensão.

 

 

 

Quando ganhou um Nobel, não foi pela teoria da relatividade

 

 

Quando Albert Einstein ganhou o prémio Nobel da Física, em 1921, não foi com a Teoria Geral da Relatividade, mas “pelos seus serviços para a Física Teórica, em especial pela sua descoberta da lei do efeito fotoelétrico”. A New Yorker liga o facto de Einstein não ter ganho um Nobel pela Teoria da Relatividade às críticas feitas por Henri Bergson: diz que as objeções deste último “foram parcialmente responsáveis” por isso.

 

 

 

No ano seguinte, o CEO do Comité do Nobel para a Física, Svante Arrhenius, citava mesmo o confronto de posições entre os dois:

 

 

 

Não há, provavelmente, algum físico vivo cujo nome se tenha tornado tão conhecido quanto o de Albert Einstein. Muita da discussão centra-se na sua teoria da relatividade… não será segredo para ninguém que o famoso filósofo Bergson, em Paris, desafiou esta teoria, enquanto outros filósofos a aclamaram por todo o mundo. A teoria em causa também tem implicações astrofísicas que estão a ser rigorosamente examinadas neste momento”, dizia.

 

 

 

O primeiro a confirmar a teoria da relatividade a partir da Terra: Arthur Eddington

 

 

Um dos primeiros a confirmar a teoria da relatividade, a partir da Terra, foi uma equipa conduzida pelo astrofísico britânico Arthur Eddington, através de uma observação de um eclipse solar, feita num ex-território português: São Tomé e Príncipe. Segundo a New Yorker, Arthur Eddington foi questionado sobre a dificuldade da compreensão da teoria da relatividade.

 

 

 

Quando lhe perguntaram se era verdade que só três pessoas no mundo é que compreendiam a teoria da relatividade, Arthur Eddington não confirmou. Disseram-lhe que estava a ser modesto: afinal, a complexidade da teoria era mesmo muito elevada. Eddington respondeu:

 

 

 

Pelo contrário. Estou apenas a questionar-me sobre quem será o terceiro a compreendê-la [para além dele e de Einstein]”, disse.

 

 

 

Einstein chegou a ter dupla nacionalidade

 

 

Quando Adolf Hitler subiu ao poder, na Alemanha, e impediu os judeus de exercerem qualquer cargo oficial, Albert Einstein (que era judeu) ficou desempregado, pelo que se mudou pouco depois (ainda em 1933) para os Estados Unidos. Dois anos depois, segundo o Business Insider, pediria nacionalidade americana, que viria a obter em 1940.

 

 

 

Ainda segundo o mesmo site, terá enviado cartas a vários países, pedindo asilo para judeus germânicos. Terá salvo centenas de pessoas com isso, segundo o livro “Einstein: a sua vida e o universo”, de Walter Isaacson.

 

 

 

Doreen Spooner/Getty Images/ Toby Melville/Reuters/BBC/TPT/NASA/Obs/11 de fevereiro de 2016

 

 

 

 

 

 

 

 

O governador Chris Christie e Carly Fiorina desistiram da corrida presidencial

Depois da hecatombe eleitoral de terça-feira, o Governador do Estado de Nova Jersey, Chris Christie, acabou por abandonar a corrida presidencial, juntando-se assim a Carly Fiorina, que anunciou a desistência ainda esta quarta-feira.

 

 

Num texto publicado no Facebook, o republicano reconheceu que acabou por ficar aquém das expectativas, mas deixou uma garantia: “[Saio] da corrida sem um pingo de arrependimento”.

 

 

“Eu ganhei eleições que devia perder e perdi eleições que devia ganhar. E isso significa que nunca sabes o que pode acontecer. É a magia e o mistério da política – nunca sabes o que pode acontecer, mesmo quando pensas que sabes”, escreve Christie.

 

 

O candidato às primárias republicanas decidiu desistir da corrida depois de ter alcançado um resultado muito pobre na última noite eleitoral. E isto, mesmo tendo apostado grande parte das suas fichas no New Hampshire.

 

 

“Não foi [mesmo] por falta de tentativa”, como escreve a revista norte-americana The Atlantic. Passou horas no terreno, tentou convencer eleitores, quase porta a porta, respondeu a perguntas e aos pedidos da população, atacou os adversários e até arriscou uma espécie de pedido de casamento ao Estado, com direito a joelho no chão e tudo. “Não foi suficiente”, acabaria por admitir Chris Christie depois de contados os votos.

 

 

O sexto lugar alcançado entre os republicanos naquele Estado hipotecou as hipóteses de Chris Christie – basta recordar que o New Hampshire é praticamente um Estado que permite prever quem chegará ao final da corrida como vencedor dentro do partido.

 

 

Uma das fontes ouvidas pelo jornal norte-americana, descrita como muito próxima de Chris Christie, chegou mesmo a dizer: “Ele está acabado”. E Christie deixaria mesmo a corrida.

 

 

Fim do sonho para Carly Fiorina

 

 

 

Nesta altura, o leque de candidatos a candidatos do lado Republicano ameaça mingar de forma considerável. Chris Christie pode estar prestes a anunciar a desistência. Carly Fiorina, a “Hillary Clinton” dos Republicanos, já o fez.

 

Chris Christie e Carly Fiorina desistem da corrida presidencial 2

“Vou continuar a viajar por este país e a lutar por aqueles americanos que se recusam a aceitar as coisas como elas são e ostatus quo que não funciona mais para eles”, garantiu Fiorina, num texto publicado no Facebook.

 

 

A campanha da ex-presidente da HP foi perdendo gás ao logo da corrida presidencial – a republicana chegou mesmo a estar em segundo lugar nas sondagens, apenas atrás de Donald Trump.

 

 

Depois de dois primeiros debates bem conseguidos, como lembra a CNN, um furacão chamado Donald Trump continuou a roubar grande parte das atenções mediáticas.

 

 

Os outros dois principais nomes republicanos, Ted Cruz e Marco Rubio também afinaram as estratégias e roubaram muito espaço à candidata. Os resultados nas primárias no Iowa e no New Hampshire acabaram por confirmar esse cenário.

 

 

Donald Trump e Bernie Sanders vencem no New Hampshire com grande vantagem

 

 

 

Donald Trump e Bernie Sanders são os vencedores das eleições primárias do New Hampshire para a presidência dos Estados Unidos. Com mais de 80% dos votos apurados, Trump, que perdera para Ted Cruz a competição entre republicanos no Iowa, liderava a votação, com 35,1%, seguido por John Kasich, com 15,9%. Cruz tinha apenas 11,5% dos votos. Marco Rubio, que ficara em terceiro lugar no Iowa e era visto como um dos favoritos, acabou em quinto lugar (com 10,6%), atrás de Jeb Bush, que conseguiu 11,1%.

 

Chris Christie e Carly Fiorina desistem da corrida presidencial 3

Entre os democratas, Bernie Sanders esmagou Hillary Clinton com 60% contra apenas 38,4% da antiga primeira-dama. A antiga secretária de Estado de Barack Obama reconheceu a derrota, num estado em que venceu em 2008 quando o concorrente era o atual presidente, Barack Obama – e já começaram a surgir indicações de que poderá haver mudanças na sua equipa de campanha.

 

 

Bernie Sanders ganhou vantagem sobre Clinton junto dos eleitores mais jovens e daqueles que se consideram “moderadamente liberais”, de acordo com um estudo da Edison Research, e também terá conquistado ligeiramente mais eleitores do sexo feminino. Hillary terá superado Sanders na faixa etária de idade superior a 65 anos.

 

 

Num discurso de vitória emocionado, durante o qual falou dos pais, que já morreram, dos irmãos e da restante família, Trump prometeu: “Nós vamos fazer a América grande novamente”.

 

 

Já Bernie Sanders, que se classifica como um “socialista democrático”, deixou um recado: “Esta noite, enviámos uma mensagem que vai ecoar de Wall Street a Washington, do Maine à Califórnia”.

 

 

Os analistas consideram que as vitórias obtidas por Trump e Sanders, dois candidatos classificados como “fora do sistema”, como um sinal do cansaço dos eleitores com os políticos profissionais. Acreditam que os resultados no estado de New Hampshire deixam a porta aberta para uma luta acesa, em ambos os partidos, até à nomeação.

 

 

Hillary Clinton, que no Iowa tinha alcançado uma vitória magra sobre Sanders, prometeu levar a campanha a todo o país. “Vamos lutar por todos os votos em todos os estados”, declarou. “As pessoas têm todo o direito de estar zangadas. Mas também têm fome. Têm fome de soluções”, acrescentou perante os seus apoiantes.

 

 

Meio milhão de eleitores terão participado nas primárias do estado de New Hampshire, que tem uma população de 1,327 milhões de habitantes e é o nono estado menos populoso dos Estados Unidos. Em competição pelos eleitores estiveram 58 candidatos, nove dos quais no campo republicano.

 

 

As próximas primárias realizam-se no Nevada, a 20 de fevereiro, no mesmo dia em que os candidatos republicanos competem na Carolina do Sul. Neste estado, a votação para a escolha do candidato do Partido Democrata decorre a 27 de fevereiro. A eleição geral está marcada para 8 de novembro.

 

 

Metade dos eleitores republicanos decidiu nos últimos dias

 

 

 

Os eleitores do New Hampshire costumam tomar decisões apenas nos dias que antecedem a votação e, em 2016, não terá sido diferente. Uma sondagem à boca das urnas realizada, também, pela Edison Research indicou que perto de metade do eleitorado republicano só decidiu em que candidato votar nos dias mais recentes. Foi entre estes eleitores, que demoram mais tempo a fazer as suas opções, que Marco Rubio conseguiu marcar pontos nas primárias do Iowa e conquistar a terceira posição, com 29%, atrás de Ted Cruz e de Donald Trump.

 

 

No New Hampshire, de acordo com o mesmo estudo, terão sido os candidatos até agora apelidados de outsiders os maiores beneficiados com as decisões de última hora. A Edison Research revelou que 61% dos apoiantes de John Kasich optaram pelo governador do Ohio já em cima da votação e o mesmo sucedeu com 51% daqueles que escolheram Jeb Bush, irmão do ex-presidente George W, Bush.

 

 

No lado do Partido Democrata, a situação é diferente. Apenas um quinto dos eleitores deixou para os derradeiros dias de campanha no New Hampshire a decisão sobre a sua preferência. Ainda assim, Hillary Clinton terá sido mais favorecida do que Bernie Sanders durante as horas finais da corrida. Os esforços finais dos apoiantes da antiga secretária de Estado de Barack Obama terão permitido convencer 26% dos seus eleitores, contra 20% de persuadidos à última hora por Sanders.

 

 

CNN/TPT/Obs/11/2/2016

 

 

 

 

Rui Moreira admite apelar ao boicote da região Norte à TAP

Mantém-se a guerra aberta entre a Câmara Municipal do Porto (CMP) e a TAP em relação à supressão de voos do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. “Acho que ainda não chegou o tempo de nos calarmos”, disse Rui Moreira, esta quarta-feira, em reunião de câmara. Se a companhia aérea com 50% de capital público não reverter, total ou parcialmente, a sua “estratégia de desvalorização” do aeroporto do Porto, o presidente admite apelar à população do norte que boicote a TAP.

 

 

“Temos feito contactos com outras companhias aéreas”, disse Rui Moreira, respondendo ao vereador Alberto Amorim Pereira, que defendeu que, dada a decisão de manter a gestão da TAP privada, “fazer exigências é uma causa perdida“. Ao mesmo tempo que procura captar mais voos para o Porto, o presidente lembrou o apoio de outros autarcas da região Norte, bem como da Associação Metropolitana do Porto, da Associação Comercial e do Eixo Atlântico, para reiterar que a luta é para continuar. “Vamos fazer uma marcação à zona, dia-a-dia vamos apurar, temos uma equipa grande a trabalhar nisso”, sublinhou.

 

 

Se nada resultar, Rui Moreira partirá para a “próxima fase”: tentar afetar a estratégia comercial da companhia aérea apelando, no limite, à população da região Norte para que “não use a TAP“. “Temos sido uns carneiros. Temo-nos deixado iludir com promessas sucessivas”, lamentou o autarca, dando como exemplo a construção do TGV, que inicialmente previa a passagem pelo Porto e que, a acontecer, “vai ser só Lisboa – Madrid”. O investimento no novo porto de águas profundas no Barreiro, que servirá a região de Lisboa, em detrimento do investimento necessário ao Porto de Leixões, foi outro dos exemplos debatidos entre os vereadores.

 

 

Para o presidente, os 16 voos diários previstos entre Porto e Lisboa, anunciadas pela TAP, foram criados apenas porque “há uma frota de aviões parada no Brasil”. “É o interesse da White e da Azul [ propriedade de David Neeleman] que está a ser privilegiado” e não o do Porto, acusou. A ponte aérea, aliada ao encerramento dos voos de médio curso para Roma, Barcelona, Bruxelas e Milão (Malpensa), e à criação de uma ligação direta entre a Vigo e Lisboa é, para o executivo portuense, uma estratégia para tirar os passageiros do Porto, sobrelotar o Aeroporto da Portela e, assim, forçar a construção de um novo aeroporto e, daí, “a terceira ponte, o TGV…”.

 

 

Presidente da Câmara de Vigo considera pressão de Rui Moreira “intolerável”

 

 

 

“O presidente da Câmara de Vigo pediu hoje à Comissão Europeia para investigar as minhas palavras. O presidente da Câmara do Porto não recebe lições de Vigo”, disse ainda Rui Moreira, comentando uma notícia desta quarta-feira do jornal Faro de Vigo onde o seu homólogo Abel Caballero pede que Bruxelas investigue a pressão sobre o mercado livre. O autarca de Vigo está satisfeito com a abertura da ligação à capital portuguesa e teme que a decisão seja revertida.

 

 

Caballero sublinha que a decisão é da responsabilidade da companhia “privada” e lamenta a Invicta recorra a “pressões” para cancelar o voo e destruir o tráfego aéreo de Vigo.

 

 

Este é um dos “incómodos” que a luta pelo aeroporto Sá Carneiro tem criado. “Ao contrário do que tem sido dito por escribas pagos para isso, ouvi na televisão que a CMP tem patrocinado e financiado a Ryanair. É mentira. É mentira!”, lembrou ainda Rui Moreira, que à noite vai estar no Telejornal da TVI a discutir a questão.

 

 

“Se não suprime, já ganhámos alguma coisa”

 

 

 

Acusando a TAP de estar “neste momento está a trabalhar na contrainformação”, o autarca deu como exemplo o esclarecimento por parte da companhia de que o voo das 22h45 entre Lisboa e Porto, que servia de ligação à Invicta para os passageiros que vinham de voos de médio curso, a partir da Europa, não seria descontinuado, desmentindo uma comunicação do portal oficial da CMP de terça-feira. “O horário de verão da TAP entre o Porto e Lisboa integra também o voo de Lisboa que parte às 22h45”, disse a empresa à Lusa. No entanto, o Observador tentou encontrar voos no site da TAP para esse horário e ele não se encontra disponível. “Se não suprime, já ganhámos alguma coisa”, concluiu Rui Moreira, sobre o potencial recuo.

 

 

“Faro também já só tem um voo, para Lisboa. Para os Açores a TAP só representa 7%. Como é que é possível que os Açores tenham crescido com a chegada dos privados? A TAP neste momento não presta um serviço estratégico ao país. E o pior é ficar como empresa de bandeira, porque assim não podemos arranjar alternativas internacionais”, criticou Rui Moreira.

 

 

“Porque é que não pedimos à TAP que retire a lógica de bandeira?”, questionou o vereador Ricardo Valente. “Para que o Porto tenha a capacidade de gerir o seu aeroporto. Retira-se assim o monopólio.”

 

 

Sara Otto Coelho/Obs/11/2/2016

 

 

 

 

 

Monumento em honra ao emigrante a construir no Ironbound vai custar 250 mil dólares

O vereador Augusto Amador, acompanhado por várias figuras políticas e empresariais da cidade de Newark, apresentou em conferência, que teve lugar no restaurante Mediterraneo Manor, nesta cidade, o projecto de construção de um monumento que tem por objectivo homenagear todas as comunidades emigrantes que passaram pelo Ironbound, entre elas a portuguesa.

 

Monumento ao emigrante no Ironbound vai custar 250 mil dólares 2

Durante este encontro, os mentores da iniciativa contaram também com a presença do Cônsul Geral de Portugal em Newark , Delaware e Pennsylvania, Dr. Pedro Soares de Oliveira (na foto à direita) que viu nesta iniciativa uma justa homenagem à comunidade emigrante portuguesa, que ao longo de centenas de anos, ajudaram a fundar e a desenvolver este País.

 

Monumento ao emigrante no Ironbound vai custar 250 mil dólares 3

A estátua vai ser construída pelo escultor e também médico, engenheiro genético, músico e pintor, Camilo Satiro (na foto, o 2º à esq.), que nasceu em Israel e residiu no Brasil durante 11 anos. Estudou Artes Plásticas na Academia de Artes de Florença, Itália, e vive nos Estados Unidos há 30 anos.

 

 

Ao lado do escultor, estão ainda os membros directivos deste projecto, mais concretamente Seth A. Grossman (na foto, 1º à esq.), IBID Executive Director and Chief “The Ironbound Business Improvement District”, e o vereador Augusto Amador (na foto, ao centro), que contam com o apoio de várias entidades públicas e privadas, bem como com os apoios do vereador geral de Newark, Luís Quintana (na foto, 2º à direita) e do empresário e líder comunitário Renato Baptista (na foto, 1º à dir.), para que nas “Comemorações dos 350 anos da Cidade de Newark”, que se realizam este ano, se possa também homenagear todos aqueles que pelas mais variadas razões, não hesitaram em dobrar fronteiras, contribuindo com a sua luta e com o seu trabalho para o reconhecimento da cidade.

 

Monumento ao emigrante no Ironbound vai custar 250 mil dólares 4

O local designado para erigir a estátua, foi o “triângulo” das “cinco esquinas” entre a Igreja Luterana de St. Stephan’s, e o Andros Diner.

 

 

A cidade de Newark, no estado de New Jersey, possui um bairro chamado Ironbound que tem uma população de 60 mil habitantes. É conhecido por ser um bairro português e com razão, já que as raízes portuguesas na área são profundas, tendo os primeiros emigrantes lusos chegado a esta cidade na década de 1910.

 

Monumento ao emigrante no Ironbound vai custar 250 mil dólares 5

Porém, desde 1820 que por aqui passaram comunidades de mais de 40 países, entre elas alemães, irlandeses, italianos, polacos, judeus, lituanos, portugueses, espanhões, brasileiros, equatorianos, mexicanos e outros mais, que com sangue, suor e lágrimas, contribuiram para o desenvolvimento desta grande cidade.

 

 

Chegaram a esta terra pelos mais variados motivos. Vinham em busca de uma vida mais digna para si e para os seus familiares. Muitos, enfrentaram dificuldades e lutas por mares, caminhos e atalhos desconhecidos e cheios de perigo, e passaram noites, mal dormidas e, às vezes, ao relento, tiveram como cobertor as estelas do céu.

 

Monumento ao emigrante no Ironbound vai custar 250 mil dólares 6

Augusto Amador, também ele filho de emigrantes, lembrou neste encontro que a inauguração do monumento está prevista para o mês de Setembro deste ano, cuja cerimónia está integrada no programa das “Comemorações dos 350 anos da Fundação da Cidade de Newark”, ponto de chegada de milhares de emigrantes que chegaram e continuam a chegar aos Estados Unidos.

 

 

Segundo o vereador Amador, “o Ironbound foi durante muito tempo, centro de acolhimento de emigrantes que vieram da Europa, mas também do Sul da América. A cidade de Newark conta com uma grande comunidade afro-americana que vieram do Sul deste País para trabalhar nas fábricas, construção e em outros trabalhos. Assim e numa altura em que estamos a atravessar uma fase de transição, em que a população do Ironbound começa a sofrer os efeitos da “globalização” com a chegada de novas comunidades e culturas, decidimos reconhecer o trabalho que foi feito por naqueles que aqui chegaram primeiro e construiram”, concluiu.

 

Monumento ao emigrante no Ironbound vai custar 250 mil dólares 7

Seth A. Grossman, Executive Director and Chief “The Ironbound Business Improvement District”( IBID) e parceiro do vereador Augusto Amador nesta iniciativa, lembrou durante a sua alocução que este projecto orçado em 250 mil dólares, para além de homenagear merecidamente , o esforço dos emigrantes, que vieram de longes terras para aqui, “é também uma bonita forma de homaneagear os nossos antepassados que, graças a eles, esta terra também é nossa”, disse.

 

Monumento ao emigrante no Ironbound vai custar 250 mil dólares 8

Esta iniciativa começa a despertar o interesse de várias figuras públicas e privadas da cidade de Newark, devido ao facto de muitos dos seus antepassados também terem trilhado um caminho ao longo do qual deixaram erguida uma verdadeira epopeia que até aos dias de hoje, ninguém parece ter entendido na sua verdadeira dimensão.

 

 

Mas o facto é que esta iniciativa pode servir de exemplo para que os mais jovens que oxalá, saibam interpretar como deve ser, o trabalho daqueles que também ajudaram a criar, não só o bairro mais comercial e dinâmico de Newark, mas que também ajudaram a desenvolver esta que é considerada não só a maior cidade do estado de New Jersey, mas também a maior cidade da Área Metropolitana de New York.

 

Monumento ao emigrante no Ironbound vai custar 250 mil dólares 9

Porém, alguém disse que “uma sociedade que não lembra o passado não merece ter futuro”, sobretudo, aqui e agora, quando se anota em cada dia que passa, as muitas razões que a comunidade emigrante tem para celebrar o passado, como é o caso.

 

 

Newark não é uma cidade qualquer

 

 

Com uma população de cerca de 300 mil habitantes, Newark possui várias áreas centrais de importância, a exemplo do distrito de negócios no centro, a zona dinâmica e comercial do Ironbound, o distrito de University Heights, o aeroporto e o porto marítimo. A zonas urbanas periféricas de Manhattan, East Orange, Irvington, Elizabeth, Jersey City e Union são também fontes importantes de empregos para os residentes de Newark.

 

 

Newark é o terceiro maior centro Estadunidense de seguradoras, depois de Nova York e Hartford. Para além das empresas “Prudential Financial” e “Mutual Benefit Life”, que continuam implantadas na cidade, Newark é também sede para muitas outras empresas, incluindo a “International Discount Telecommunications”; “Panassonic”; “New Jersey Transit”; “Public Service Enterprise Group (PSEG)”, a “Horizon Blue Cross and Blue Shield of New Jersey”. No campo cultural e desportivo, Newark, conta também com o “New Jersey Performing Arts Center”, e o “Prudential Center”, bem como com inúmeros clubes e associações étnicas que dão um “colorido” muito especial à vida cultural da cidade.

 

 

Apesar de não possuir a base colossal industrial do passado, Newark mantém uma actividade laboral consideravél. A indústria dos serviços também está a crescer rapidamente e a substituir algumas das indústrias, que outrora eram o motor da economia desta cidade, que muitos “alcunham”, como, “a Cidade das Cerejeiras”.

 

 

JM/The Portugal Times, 8 de fevereiro de 2016

 

 

 

 

Sindicato de Magistrados denuncia nova tentativa de silenciamento

O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) considera que, ao abrir um processo de averiguações ao seu presidente, António Ventinhas, o Conselho Superior do Ministério Público abre “um precedente injustificado na liberdade de opinião sindical”. O órgão disciplinar dos magistrados do Ministério Público decidiu instaurar um inquérito para averiguar eventuais responsabilidades disciplinares do presidente do sindicato, na sequência de uma queixa apresentada por José Sócrates relacionada com comentários do dirigente sindical sobre a entrevista do ex-primeiro-ministro à TVI.

 

 

António Ventinhas afirmou que “o principal responsável pela existência” do processo Operação Marquês se chama José Sócrates, “porque se não tivesse praticado os factos ilícitos, este processo não teria acontecido”. E falou na necessidade de os portugueses decidirem se querem “perseguir políticos corruptos, se querem acreditar nos polícias ou nos ladrões”.

 

 

Para o sindicato, o processo de averiguações será visto “como um sinal de tentativa de silenciamento da actuação pública do sindicato”, uma vez que o Conselho Superior do Ministério Público “não pode legalmente tutelar, fiscalizar e apreciar a actividade sindical, confundindo deveres funcionais, de reserva ou outros, com o âmbito da liberdade e intervenção político-sindical”.

 

 
Assim, o sindicato regista “com muita preocupação institucional, que um dirigente do sindicato seja alvo de um procedimento de natureza disciplinar, tendo por base declarações proferidas no estrito exercício de funções de natureza sindical”. Sublinha também que esta e outras iniciativas “não lograrão limitar ou constranger, minimamente que seja, a acção e intervenção da direcção do sindicato e do seu presidente na defesa intransigente do Ministério Público e da dignidade e respeito devido aos seus magistrados”.

 

 

 
“A direcção do SMMP não cede a pressões, nem se deixará condicionar por quem efectuou imputações gravíssimas a magistrados do Ministério Público”, lê-se no comunicado, numa referência às afirmações de José Sócrates durante a entrevista. “Vivemos num país democrático, em que a afirmação dos valores da liberdade de expressão e da liberdade sindical, a par de outros como a independência do poder judicial e a autonomia do Ministério Público, é uma tarefa sempre inacabada, a cargo de todos os cidadãos, sem excepção”, conclui a estrutura sindical presidida por António Ventinhas.

 

 

A decisão de abrir o processo de averiguações foi tomada por oito votos a favor, cinco contra e três abstenções.

 

 

Pub/Lusa/8 de fevereiro de 2016

 

 

 

 

Cuba acolhe encontro histórico entre o Papa Francisco e o Patriarca ortodoxo russo Kirill

Após séculos de afastamento e décadas de relações tensas, reunião “vai marcar uma etapa importante nas relações entre as duas igrejas”.

 

 

Cuba será, na próxima sexta-feira, terreno neutro para um encontro inédito entre o Papa Francisco e o Patriarca russo Kirill – o primeiro entre o chefe da Igreja Católica e o líder da maior e mais influente das Igrejas Ortodoxas desde o grande cisma de 1054. A perseguição dos cristãos no Médio Oriente, que atinge e alarma as duas comunhões, é a razão que levou Moscovo a aceitar um encontro há muito desejado pelo Vaticano.

 

 

A reunião “vai marcar uma etapa importante nas relações entre as duas igrejas”, asseguram as duas igrejas no comunicado conjunto divulgado esta sexta-feira, dizendo esperar que a cimeira “seja igualmente um sinal de esperança para todas as pessoas de boa vontade”.

 

 

Francisco, a caminho de uma visita que se espera emblemática ao México, fará no dia 12 uma breve escala no aeroporto internacional de Havana, onde Kirril tinha já agendado uma visita oficial.

 

 

“Será a primeira vez na história”, congratulou-se o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, onde o encontro estava a ser preparado há meses. O próprio Papa contou, há pouco mais de um ano, que tinha telefonado a Kirill garantindo-lhe a sua total disponibilidade: “Vou quando quiser que eu vá. Ligue-me e eu vou”, terá dito.

 

 

Ao entusiasmo do Vaticano, a Igreja Ortodoxa russa, comunhão de 130 milhões de pessoas, respondeu que as divergências das últimas décadas não foram sanadas, mas precisam de ser postas em segundo plano “neste momento trágico”. “A situação que se vive no Médio Oriente, no Norte e Centro de África e noutras regiões onde os extremistas estão a levar a cabo um autêntico genocídio da população cristã exige medidas urgentes e uma cooperação ainda maior entre as igrejas”, explicou à Reuters o metropolita Hilarion, uma das mais destacadas figuras da Igreja Ortodoxa russa.

 

 

Desde o cisma entre as igrejas cristãs do Oriente e do Ocidente, há quase mil anos, a proximidade doutrinal nunca ultrapassou as rivalidades e desconfianças mútuas. Nas últimas décadas, o Vaticano conseguiu, no entanto, estabelecer laços próximos com a Igreja Ortodoxa Grega, em especial com o patriarca de Istambul, considerado o “primeiro entre iguais” no seio da comunhão.

 

 

A Santa Sé nunca teve o mesmo sucesso com a Igreja Ortodoxa russa, que desde o fim da União Soviética acusa a Igreja Católica de proselitismo nos territórios que até aí dominava, escreve o Catholic News Service (CNS). A agência AP recorda que João Paulo II tentou durante anos encontrar-se com o então patriarca russo, mas nem ele nem o seu sucessor, Bento XVI, conseguiram vencer as resistências de Moscovo, afrontado com o que considerava ser as tentativas do Vaticano para estender a sua influência à Rússia e sobretudo à Ucrânia, onde algumas das propriedades confiscadas por Estaline e entregues aos ortodoxos foram depois da independência devolvidas aos católicos. “Esta é uma grande notícia no ano do Jubileu da Misericórdia”, disse ao CNS o padre jesuíta David Nazar, responsável do Instituto Pontifício Oriental.

 

 

Mas o local escolhido para a reunião é simbólico do caminho que ainda há a percorrer – o metropolita Hilarion explicou que Kirill recusou que o encontro acontecesse na Europa “porque é a ela que está ligada a trágica história de divisões e conflitos entre os cristãos”. Francisco, que como os seus antecessores fez do ecumenismo uma prioridade, insistindo que é vital para responder às perseguições contra os cristãos, deu há dez dias um outro passo significativo ao anunciar que assistirá a uma cerimónia, a 31 de Outubro na Suécia, para assinalar o início de um ano do 500º aniversário da reforma de Martinho Lutero, personagem central do protestantismo.

 

 

Maxim Shemetov/Reuters/Ana Fonseca Pereira/Pub/6/2/2016

 

 

 

 

Governo chega a acordo com acionistas e anuncia que aceita partilhar 50% do capital da TAP

O governo anuncia este sábado que chegou a acordo com os acionistas da TAP para a alteração do negócio da venda. Mas o modelo encontrado não é o que se esperava. O governo abdica do controlo maioritário da companhia e aceita governar a TAP. O Dinheiro Vivo sabe que o Estado fica com 50% e os privados com 45%, com os trabalhadores a ficarem com 5% também. No entanto, o Estado não poderá comprar a fatia dos trabalhadores, mas os privados poderão fazê-lo. Bastará um trabalhador ficar na posse de uma ação para o Estado manter a maioria do capital.

 

 

Quanto ao Conselho de administração, este terá 12 lugares, seis nomeados pelos privados e seis pelo estado, com o presidente a ser nomeado pelo Estado e a ter direito de veto. A comissão executiva terá três lugares, todos nomeados pelo consórcio.

 

 

Apesar de diferente do esperado, o modelo agora conseguido permite que se continue o plano estratégico desenhado pelos dois privados e que prevê a compra de 53 aviões, bem como a renovação da frota da Portugália, que agora se passará a chamar TAP Express.

 

Governo chega a acordo com acionistas e anuncia que aceita partilhar 50% do capital da TAP 2

O Governo — que terá pago, segundo o Expresso, 1,9 milhões de euros para retirar a maioria a Neeleman e Pedrosa (tinham 61%) vai anunciar este sábado de manhã o acordo com os acionistas privados da TAP, um evento que contará com a presença do primeiro-ministro, António Costa e do ministro das Finanças Mário Centeno, além do ministro da tutela, o Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques. Ou seja, uma cerimónia com pompa e circunstância no ministério, com o próprio primeiro-ministro, que esta sexta-feira, quando Centeno apresentava o Orçamento do Estado, estava na Alemanha, onde se encontrou com Angela Merkel.

 

 

Ainda esta sexta-feira, após a apresentação do Orçamento do Estado, Mário Centeno garantia que o objetivo do governo é o de manter a operação da TAP e a sua posição estratégica sem onerar o Orçamento. O entendimento alcançado agora pressupõe também que haja uma distribuição de direitos económicos daqui a pelo menos cinco anos e caso haja uma operação de dispersão do capital em bolsa, diz o Expresso.

 

 

O jornal refere ainda que nessa situação o Estado ficará com 18,75% dos direitos económicos, caso opte por subscrever parte do empréstimo obrigacionista previsto para os acionistas privados, em situações de mercado idênticas.

 

 

Resta saber como vão reagir o Bloco de Esquerda e o PCP, que sempre reivindicaram o controlo público da companhia aérea, e que deram o apoio ao Governo do PS com essa perspetiva. A TAP maioritariamente pública, contudo, não está nos acordos assinados com os dois partidos, mas está no programa do Governo.

 

 

Os investidores privados, David Neeleman e Humberto Pedrosa, reduzem a sua participação, que atualmente é de 61% para outros 50%, mas mantêm a gestão da companhia, que continuará, assim, privada.

 

 

Aeroporto e portos

 

 

Neste ano, Pedro Marques irá anunciar outras alterações. O nascimento de uma base suplementar de apoio que permita aumentar a vida do Aeroporto de Lisboa vai ficar decidida neste ano. O governo pega no tema já mencionado desde 2007 e promete dar-lhe gás: “É assumido o compromisso de decidir em 2016 a solução futura para o desenvolvimento da capacidade aeroportuária na Área Metropolitana de Lisboa, analisando de modo prioritário a opção integrada entre o aeroporto da Portela e outro terminal complementar”, refere a proposta de Orçamento do Estado.

 

 

O governo de Pedro Passos Coelho ainda chegou a olhar para o tema, mas não chegou a concluir definitivamente os estudos estratégicos. O trabalho de Sérgio Monteiro, ex-secretário de Estado dos Transportes, transita assim para o ministério de Pedro Marques, que o irá fechar em 2016, “assegurando uma gestão eficiente e sustentada em termos operacionais e económicos do crescimento estimado de tráfego para a procura aeroportuária”.

 

Governo chega a acordo com acionistas e anuncia que aceita partilhar 50% do capital da TAP 3

A ideia de criar uma extensão do Aeroporto de Lisboa foi levantada pela primeira vez em 2007 como forma de garantir o crescimento sustentável do Aeroporto de Lisboa, que começa a aproximar-se do limiar máximo de capacidade. Na negociação da privatização da ANA ficou estabelecido que número máximo de capacidade da Portela são 22 milhões de passageiros ao ano. No ano passado, o aeroporto recebeu 20,1 milhões de pessoas.

 

 

A hipótese mais viável para albergar o complemento é o Montijo, base militar que passaria a estar aberta a civis. A gestora aeroportuária ANA, em 2012, chegou a fazer um estudo que apontava para um custo de 2662 milhões de euros por ano para manter Portela e Montijo em operação conjunta – pouco comparado com o esforço que uma nova infraestrutura poderia exigir.

 

 

Esta não é a única pasta que o governo de António Costa herda do ex-ministério de Pires de Lima e promete dar avanço ainda neste ano. Também o terminal de contentores prometido para o Barreiro, mas ainda sem quaisquer avanços, terá a sua localização definida nos próximos meses. Debaixo do olho do executivo estão também as requalificações urbanísticas do projeto do Arco Ribeirinho Sul e das áreas industriais desativadas em Almada, Barreiro e Seixal.

 

 

Expresso/Obs/TPT/Ana Margarida Pinheiro/JN/6/2/2016

 

 

 

 

Saiba quais as razões da Páscoa se celebrar tão cedo este ano de 2016

É preciso recuar na História – e olhar um pouco para o céu – para entender como é anunciado o Dia da Páscoa: tudo dependeu do equinócio da primavera, da Lua Cheia e de uma série de bispos importantes.

 

 

No verão de 325, reuniram-se em Niceia (que agora corresponde a Iznik, uma parte da Turquia) centenas de bispos das regiões cristãs do mundo. Os documentos que nos chegam dessa época têm contagens díspares do número de participantes, mas o Primeiro Concílio de Niceia tinha um único objetivo: discutir as pontas soltas dos princípios cristãos, que há tão pouco tempo tinham sido perseguidos pelos romanos.

 

 

Era Constantino I que tinha as rédeas do Império quando o Concílio de Niceia se realizou. Depois de garantir a estabilidade do Império, chamou os bispos de várias regiões do mundo, oferecendo-lhes transporte e guarida. Assim conseguiu garantir uma grande afluência.

 

 

Embora ainda não tivesse sido batizado naquele ano, Constantino I já tinha dado mostras de que respeitava o Cristianismo: antes de tomar posse em Roma já utilizava os símbolos cristãos, nomeadamente o lábaro. E na cerimónia solene do Império, em 312, tinha-se recusado a oferecer culto a Júpiter no cimo do Capitólio.

 

 

Várias histórias se contam da reunião de bispos, mas duas ficam até hoje. A primeira aconteceu depois de Eusébio de Nicomédia – um bispo respeitado de uma cidade que hoje é Beirute – ter descrito Jesus Cristo como “uma criatura que, ainda que excelsa e eminente, não era de natureza divina”. Não era isso que os ensinamentos dos apóstolos sugeriam, por isso os restantes participantes decidiram definir Jesus Cristo de acordo com as lições que deles haviam recebido. E ficou assente que Jesus era “da substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado e não criado, consubstancial ao pai”, uma citação que é orada no Credo.

 

 

Eusébio de Nicomédia foi também responsável pela criação da Confissão, uma sacramento que exige que um crente admita os seus pecados perante um sacerdote. A absolvição será possível depois de uma penitência, decidida pelo padre de acordo com a gravidade dos pecados relatados.

 

 

Outro ponto que ficou resolvido no Primeiro Concílio da Niceia foi a data da Páscoa. Os hebreus, que viriam a dar origem ao judaísmo (religião a que Jesus pertencia), acreditavam que os israelitas tinham saído do Antigo Egito – um acontecimento que a Bíblia chama de “O Êxodo” – numa noite de Lua Cheia para que pudessem caminhar sem necessitar de usar velas, que podiam chamar a atenção dos homens do Faraó. Por isso, os bispos decidiram que a Páscoa seria celebrada no primeiro domingo depois da primeira Lua Cheia da primavera.

 

 

Hoje em dia, o calendário eclesiástico coincide com o astronómico. Olhemos para o calendário de 2016: de acordo com os dados astronómicos, o equinócio de primavera acontece na madrugada de domingo, 20 de março. A primeira Lua Cheia depois da chegada oficial da primavera acontece três dias depois, a 23 de março. Posto isto, se seguirmos as regras assentes no Primeiro Concílio de Niceia, percebemos porque é que a Páscoa é celebrada no domingo seguinte, a 27 de março.

 

 

A Páscoa era celebrada antes da morte e ressurreição de Jesus descrita nos livros sagrados cristãos. A 14 de Nissan, os judeus celebravam a Pessach ou a “Festa da Libertação”. Terá sido nesse dia do calendário judaico que os hebreus se libertaram da escravidão no Egito. Isso terá acontecido quando Moisés recebeu indicações de Deus para encaminhar os escravos para fora do poder do faraó, em direção à Palestina. Terá sido lá que Moisés recebeu as tábuas dos 10 mandamentos.

 

 

Isto só é possível graças aos esforços que se fazem há muitos anos pelos líderes do Império Romano e da Igreja. É desde os tempos do imperador Júlio César que tentamos acertar o calendário civil e o calendário astronómico. Na década de 50 a.C., os egípcios já sabiam que o ano astronómico não era feito de dias completos: o Sol e a Terra voltariam à mesma posição relativa em cerca de 365 anos, 4 horas e 49 minutos. Por isso é que, no calendário juliano, um novo ano chegaria a cada 365 dias, mas de quatro em quatro anos seria necessário acertar os calendários e adicionar um dia ao civil. Eis que surgiram os anos bissextos.

 

 

O método parecia eficaz, mas trazia uma margem de erro que viria a trazer consequências na contagem dos dias a longo prazo. Júlio César tinha arredondado os 49 minutos para 60 minutos (uma hora) ao adicionar um dia inteiro ao calendário civil. Onze minutos não faziam diferença no imediato, mas aos poucos e poucos viriam a desacertar de novo os calendários civil e astronómico. No século XVI, a margem já era gritante: o equinócio da primavera (que ocorre entre dia 20 e 21 de março) correspondia no calendário civil ao dia 11 de março.

 

 

E então veio o calendário gregoriano, que está em vigor nos dias de hoje. O papa Gregório XIII chamou o astrónomo Cristóvão Clávio em busca de uma solução. E encontrou-a a 24 de fevereiro de 1582, impondo três novas regras. A primeira: em 1582 não se celebraram os dez dias entre 5 e 14 de outubro. Os europeus foram dormir a 4 de outubro de 1582 e acordaram num dia 15 do mesmo mês. A segunda regra: só seriam anos bissextos os anos seculares que fossem divisíveis por 400, o que evitaria o erro de três dias a cada quatro séculos do calendário juliano. A terceira regra: um ano tem 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos.

 

 

Cristóvão Clávio estudou em Coimbra em meados do século XVI. Diz-se que mantinha boas relações com Galileu Galilei, em cujos ensinamentos se baseou para desenvolver os seus estudos e aplicar os mesmos na encomenda de um novo calendário pelas mãos do Papa Gregório.

 

 

Estas são as regras que permitem diminuir o erro a um mero dia a cada 3.300 anos. Na época, no entanto, foram responsáveis por uma curiosa diferença entre as mortes de William Shakespeare e de Miguel Cervantes: ambos morreram a 23 de abril de 1616. Mas como os britânicos demoraram a aceitar o calendário gregoriano, oficialmente morreram com 10 dias de diferença entre ambos.

 

 

Agora – e pelo menos por enquanto – os calendários civil e astronómico estão em sintonia.

 

 

Maria Leite Ferreira/Obs/4/2/2016