Investigadores querem desvendar segredos do Mosteiro da Batalha

Investigadores das universidades de Aveiro, Coimbra e Porto procuram desvendar segredos da construção do Mosteiro da Batalha através de prospeções por georradar, resistividade elétrica e ondas sísmicas, num trabalho que já permitiu “ver” mais sobre este monumento Património da Humanidade.

 

 

O professor de Geofísica da Universidade de Aveiro Manuel Matias, que lidera o projeto, explicou que a prospeção, através de métodos “não invasivos, não destrutivos”, vai permitir saber “o que está por baixo do mosteiro, as fundações e como é que foi construído inicialmente no século XIV”.

 

 

Numa primeira prospeção com georradar, efetuada em 2014 no transepto da igreja deste monumento do distrito de Leiria, foram detetadas “estruturas soterradas, em particular, sepulturas, eventuais muros ou canalizações primárias antigas que existiriam no princípio do mosteiro”.

 

 

Mais recentemente, o trabalho continuou na Capela do Fundador, o panteão familiar de D. João I e onde está sepultada a Ínclita Geração, a Sala do Capítulo (onde estão sepultados dois soldados desconhecidos mortos na I Guerra Mundial) e parte da igreja, com incidência na área onde está a sepultura de um dos principais arquitetos do mosteiro, Mateus Fernandes.

 

 

À entrada da igreja “foram ‘descobertas’ uma série de estruturas indiciadoras de que no local estão outros espaços fúnebres”, declarou Manuel Matias, confirmando o que já constava nos desenhos de James Murphy, engenheiro que, no final do século XVIII, fez o primeiro levantamento arquitetónico do mosteiro.

 

 

As prospeções, que se vão repetir noutros espaços do interior e, ainda, no exterior do monumento, mandado erguer por D. João I para agradecer a vitória sobre os castelhanos na Batalha de Aljubarrota, contemplam a passagem de uma corrente elétrica numa determinada área que é medida em equipamentos próprios, originando uma imagem no computador.

 

 

Manuel Matias esclareceu que através da interpretação da imagem, “uma tomografia falando em termos médicos”, a equipa vai “tentar perceber a que é que corresponde em termos de estruturas subterrâneas que aqui existam”. “Estamos a tentar perceber as variações de terreno que existem por baixo de nós, se temos zonas mais condutoras, que terão mais água, mais terra, de zonas menos condutoras, que terão mais pedras, mais elementos construtivos ou eventualmente elementos vazios”, declarou.

 

 

O projeto, com a colaboração da empresa Morph, foi iniciado em 2014 e já este ano objeto de um protocolo entre a Universidade de Aveiro e a Direção-geral do Património Cultural. Para o responsável, com este trabalho, que classificou como “moroso”, sabe-se, literalmente, “mais a fundo a história do monumento”.

 

 

“Estas colunas que estão aqui ninguém sabe como foram construídas e nós, a partir de ondas sísmicas, conseguimos fazer uma ‘radiografia, um raio-X’ do que está no interior (…). Não pensamos que elas sejam em rocha maciça, têm rocha aqui à volta que se vê e, por dentro, estarão com enchimento”, adiantou.

 

 

Quatro colunas estão estudadas e vai ser iniciado o estudo sistemático das restantes, assim como das paredes, para aferir se são simples ou duplas e qual o enchimento. Manuel Matias acrescentou que as prospeções contemplam outras mais-valias para o monumento, como a possibilidade de uma visualização 3D do que está por baixo do lajedo, no que será uma viagem virtual ao subsolo do monumento, iniciativa que pode estar concluída dentro de ano e meio.

 

 

Para o diretor do Mosteiro da Batalha, Joaquim Ruivo, trata-se de uma “investigação aliciante para um melhor conhecimento do mosteiro, mas igualmente para os investigadores que aqui têm terreno fértil para testar os seus métodos e a sua tecnologia”.

 

 

“Na realidade, sem necessidade de recorrer a técnicas arqueológicas tradicionais — que não se justificariam para já — com estes métodos de prospeção é possível identificar determinadas anomalias no subsolo e conhecer melhor até as próprias condições geofísicas do terreno em que assenta o Mosteiro”, afirmou, admitindo que haverá sempre segredos no mosteiro, “sobretudo quando a documentação histórica é escassa”.

 

 

TPT com: AFP/Reuters/ 18 de Abril de 2016

 

 

 

 

Dilma Rousseff deu mais um passo para fora do Palácio do Planalto

Afinal, a votação pela abertura do processo de destituição de Dilma Rousseff foi menos renhida do que previa o governo. Com 367 votos a favor e 137 contra, a Câmara dos Deputados do Brasil aprovou a abertura do impeachment da presidente do país, após mais de oito horas de sessão. Houve ainda sete abstenções e dois deputados que não compareceram à sessão.

 

 

Dilma Rousseff necessitava de, pelo menos, 172 votos para travar o processo. No entanto, apenas os partidos PT, PC do B e PSOL votaram unanimemente contra o impeachment, reforçados por votos de deputados “desobedientes” de outros partidos. Do outro lado, os deputados favoráveis à destituição de Dilma foram beneficiados pelos votos de parlamentares indecisos, ex-membros do governo descontentes com a presidente e daqueles que ainda não haviam divulgado publicamente a sua posição.

 

 

O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, criticou a decisão da Câmara dos Deputados, após a votação. “Foi um retrocesso a instauração de processo de impeachment”, disse, citado pelo site G1. Wagner acredita que a votação, “orquestrada por uma oposição que não aceitou a derrota nas últimas eleições, ameaça interromper 30 anos de democracia no país”. Wagner disse “confiar nos senadores e esperar que seja dada maior possibilidade à defesa da presidente”.

 

 

O mesmo discurso foi adotado pelo presidente do PT, Rui Falcão, ao dizer que espera que o Senado brasileiro “trave a próxima e decisiva batalha em favor do resultado eleitoral de 2014”. Numa nota publicada na página no Facebook, Falcão afirma que “as forças mais reacionárias do país venceram a primeira batalha para a deposição da presidenta Dilma Rousseff” e que a missão dos militantes do partido vai ser a de “defender a Constituição contra a aliança dos barões da corrupção, da mídia e da plutocracia, que tenta sequestrá-la”.

 

 

Em conferência de imprensa, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, assegurou que a votação representa uma “rutura com a Constituição”, que “configura, ao nosso ver, um golpe”. “Temos hoje mais um ato na linha da consumação de um golpe. Se consumado, ele ficará na história como algo vergonhoso para o nosso país”. Cardozo voltou a dizer que “o governo demonstrou claramente que não havia irregularidades nos decretos de créditos suplementares”, acusou o relatório do impeachment de “não ter sustentação” e assegurou que não houve “discussão dos fatos”.

 

 

Até ao momento, Dilma Rousseff não se pronunciou sobre a votação.

 

 

Já Michel Temer, vice-presidente do Brasil, terá dito a aliados que não fará qualquer pronunciamento “precipitado” antes de uma definição de admissibilidade do processo de destituição da presidente pelo Senado. Fontes citadas pelo site G1 relatam que Temer vai seguir a “liturgia e todos os ritos legais” do impeachment e evitar qualquer polémica nos próximos dias. “Um pronunciamento neste momento poderia criar um impasse político maior, quando o momento é de pacificação”, observou um interlocutor do vice-presidente, citado pela publicação.

 

 

A votação foi marcada pelo clima tenso entre os deputados a favor e contra o impeachment e teve direito a discursos inflamados, troca de acusações entre deputados do governo e oposição, canções, bandeiras do país e de estados, cartazes a favor e contra Dilma Rousseff, referências bíblicas, selfies e dedicatórias à família.

 

 

Em causa estavam as “pedaladas fiscais”, atos resultantes da autorização de adiantamentos de verbas de bancos para os cofres do Governo, para melhorar o resultado das contas públicas, e a assinatura de decretos de crédito suplementar em 2015, ocorridos sem a autorização do Congresso.

 

 

Como vai ser no Senado

 

 

A aprovação da continuidade do processo de impeachment não significa que Dilma Rousseff vai afastar-se imediatamente da Presidência do Brasil. Os senadores devem referendar a decisão por maioria simples (41 de 81 votos) para que Dilma abandone temporariamente o cargo, enquanto aguarda a votação definitiva no Senado. Neste caso, o vice-presidente, Michel Temer, assume interinamente a liderança do país.. Todo o processo até à decisão finaldo Senado pode demorar até três meses.

 

 

O jornal Estadão avança as próximas datas aproximadas do processo:

 

 

  1. Recebimento pelo Senado do pedido da Câmara – 18 de abril (segunda-feira)

 

  1. Leitura do pedido de impeachment em sessão no Senado – 19 de abril (terça-feira)

 

  1. Eleição da comissão especial responsável pela condução dos trabalhos no Senado – 19 de abril (terça-feira)

 

  1. Primeira reunião da comissão especial – 20 de abril (quarta-feira)
    O grupo terá um prazo de até dez sessões para apresentar um parecer favorável ou contra o processo de destituição de Dilma Rousseff. É de salientar que ainda não foi definido se a escolha dos membros da comissão vai respeitar a representação dos partidos ou dos blocos partidários no Senado.

 

  1. Votação do parecer da comissão especial – 10 e 11 de maio (terça ou quarta-feira)
    Os 81 senadores decidem se concordam ou não com a abertura do processo de impeachment. Caso seja alcançada uma maioria simples (41 votos), Dilma Rousseff será automaticamente afastada do cargo durante um período de até 180 dias.

 

  1. Entrega do eventual pedido de afastamento de Dilma Rousseff – Ato contínuo

 

  1. Comissão acusadora reúne-se para instruir processo – Ato contínuo

 

  1. Sentença de pronúncia – Ato contínuo

 

  1. Julgamento do processo
    Caberá ao Supremo Tribunal Federal do Brasil definir a data do julgamento de Dilma Rousseff. Haverá espaço para manifestações da defesa e da acusação.
    Os senadores terão de responder a seguinte pergunta: “Cometeu a acusada Dilma Rousseff o crime que lhe é imputado e deve ser condenado à perda do seu cargo?”

 

 

Para a aprovação definitiva do impeachment, são necessários dois terços dos votos, ou seja, 54 votos dos 81 senadores. Se a impugnação for aprovada, Dilma Rousseff é finalmente destituída das funções como presidente do Brasil e, nos oito anos seguintes, fica impossibilitada de se candidatar a qualquer cargo público.Neste caso, o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), torna-se o novo presidente do Brasil. Caso seja absolvida, a presidente reassume o mandato.

 

 

 

TPT com: Milton Cappellette/Observador/FSP/AFP/ 18 de Abril de 2016

 

 

 

 

 

 

Londres está prestes a construir um edifício que talvez passe a ser o maior da Europa

Será o One Undershaft o maior edifício da Europa? Bem para o centro da ‘City’ londrina está planeado construir um edifício que vai rivalizar com o Shard, que é atualmente o maior edifício europeu, quase ali ao lado: fica na zona da London Bridge.

 

 

Segundo o The Telegraph, o novo arranha-céus terá 73 andares, cerca de 309,6 metros, e vai privilegiar os espaços públicos, com uma galeria pública, o restaurante mais alto da capital inglesa, no topo, bem como um largo na base do edifício.

 

 

No entanto, o número de andares parece ser o número consensual entre a imprensa. E daí estar em causa este vir a ser o maior prédio europeu. Se o The Telegraph, a Financial Times (a quem o arquiteto Eric Parry deu uma entrevista) e o The Independent dizem que o novo arranha-céus vai medir 309,6 metros, a Business Insider afirma que a altura do prédio será de 303,6 metros. Por outro lado, o site Skyscraper City aponta para os 295 metros.

 

Londres está prestes a construir um edifício que talvez passe a ser o maior da Europa 2

O arranha-céus vai ter as suas fundações no sítio em que agora se localiza a Aviva Tower, que será demolida. Os planos vão para a frente depois de um longo processo de consultoria, e apesar do vizinho projeto Pinnacle, que originalmente iria ter 307 metros, ter sido diminuído para 288 devido às preocupações da Autoridade de Aviação Civil.

 

 

Citado pelo The Telegraph, o arquiteto Eric Parry afirma que “a maioria dos edifícios é usada de segunda a sexta”, mas o novo prédio “vai ser usado sete dias por semana, estando o público apto a desfrutar o novo largo público, a plataforma de observação e o restaurante todos os dias”. É um edifício que tenta colocar “o público primeiro”, contrariando a tendência “anti-social” da maioria dos edifícios que “projetam uma longa sombra no chão”, disse Parry.

 

 

Filomena Martins /Inês Mendes/Obs/ 17 de Abril de 2016

 

 

 

 

Ninguém dormiu em Brooklyn com o barulho de Bernie Sanders e Hillary Clinton

Os dois candidatos do Partido Democrata “calçaram as luvas de boxe e” fizeram do debate em Nova Iorque um verdadeiro combate pela nomeação.

 

 

Longe vão os tempos em que um discreto senador do pequeno estado do Vermont explicava as suas ideias progressistas para o futuro dos Estados Unidos sem entrar em discussões acesas com uma célebre ex-secretária de Estado e antiga senadora do poderoso estado de Nova Iorque. Mas na noite de quinta-feira, três meses depois do primeiro debate entre os candidatos do Partido Democrata que lutam por um lugar na corrida à Casa Branca, Bernie Sanders e Hillary Clinton calçaram as luvas de boxe e ofereceram à assistência um combate épico em Brooklyn, o bairro da cidade de Nova Iorque onde ele nasceu e onde ela abriu a sua sede de campanha.

 

 

Foram duas horas de debate com momentos em que o moderador teve de intervir para dizer aquelas coisas que costumamos ouvir nos programas em que adeptos relativamente conhecidos discutem foras-de-jogo e outras decisões polémicas da arbitragem no campeonato de futebol português. “Se continuarem a gritar um com o outro, os espectadores não vão conseguir ouvir nem um, nem outro. Por isso, façam o favor de não falarem um por cima do outro”, advertiu o moderador da CNN, o jornalista Wolf Blitzer.

 

 

A pressão entre os dois únicos candidatos à nomeação pelo Partido Democrata tem subido nas últimas semanas, e a tampa de ambos saltou finalmente esta quinta-feira – cansados de meses de uma campanha mais dura do que se antecipava há um ano, e a poucos dias das importantes primárias em Nova Iorque, Sanders e Clinton foram directos à jugular um do outro, e não a largaram até ao fim do debate.

 

 

No final, e em resposta a quem não vive sem uma narrativa de vencedores e vencidos, Hillary Clinton saiu do ringue com um pouco mais de fôlego do que Bernie Sanders – na verdade, no jogo que realmente interessa (a nomeação pelo Partido Democrata) ambos saíram praticamente da mesma forma que entraram: quem se alistou na revolução contra os abusos de Wall Street prometida por Sanders não encontrou qualquer razão para se derreter com os argumentos da sua adversária; e quem apoia a visão mais pragmática e gradual de Clinton não viu grandes motivos para mudar de carruagem quando o comboio vai entrar na fase decisiva da longa viagem até ao fim das primárias.

 

 

No geral, nem Sanders nem Clinton disseram nada que não tenham repetido vezes sem conta nas últimas semanas, mas a impaciência, a amargura e até a fúria que usaram para dar forma às mesmas frases foram uma novidade que levou a assistência ao delírio – dividida entre fervorosos apoiantes do senador do Vermont e da antiga secretária de Estado, por vezes parecia que os seus gritos, aplausos e vaias eram accionados por um técnicoparticularmente inábil, que costuma carregar no botão dos risos enlatados em programa humorísticos sem grande noção de timing.

 

 

Reviver o passado no Iraque e em Wall Street

 

 

Um dos momentos em que Bernie Sanders sentiu mais dificuldades foi quando foi confrontado com a declaração de que considera Hillary Clinton uma pessoa sem qualificações para a função de Presidente dos EUA – uma acusação feita num discurso em Filadélfia, na semana passada, em resposta a uma acusação semelhante lançada por Clinton contra o senador do Vermont.

 

 

Na resposta, Sanders recuou um pouco na ideia de que faltam qualificações a Clinton, mas repetiu a acusação de que lhe falta capacidade de discernimento. “A secretária [de Estado] Clinton tem experiência e inteligência para ser Presidente? Claro que tem, mas eu questiono a capacidade de discernimento dela. Questiono o discernimento que a levou a votar a favor da guerra no Iraque”, disse o candidato, numa referência a um dos assuntos que mais os tem distanciado nesta campanha em termos de política externa – Hillary Clinton reconheceu que, se soubesse o que sabe hoje, não teria votado a favor da guerra no Iraque, mas Bernie Sanders foi um dos políticos norte-americanos que mais se opôs à intervenção militar em 2002 e à invasão em 2003 (e também se opôs à intervenção militar de 1991, propondo em troca a imposição de sanções).

 

 

Clinton, que foi perdendo a pose de favorita incontestada à medida que Sanders se foi mantendo na corrida muito mais tempo do que inicialmente esperava, foi directa à questão da suposta falta de qualificações e de capacidade de discernimento.

 

 

“Bem, é verdade que foram feitas algumas declarações, agora que os holofotes estão apontados para Nova Iorque, e a verdade é que o senador Sanders disse que eu não sou uma pessoa qualificada. Já me chamaram muitas coisas na vida, mas esta foi a primeira. Depois, disse que não confiava na minha capacidade de discernimento. Bem, os cidadãos de Nova Iorque votaram em mim duas vezes para ser a sua senadora, e o Presidente Obama confiou na minha capacidade de discernimento para me nomear secretária de Estado dos Estados Unidos”, respondeu Clinton, aproveitando para se colar à grande popularidade que o actual Presidente mantém entre os eleitores do Partido Democrata.

 

 

Mas se há uma questão de que Hillary Clinton não consegue livrar-se é a da ideia de que também se colou durante muito tempo aos grandes banqueiros de Wall Street – o que, argumenta Bernie Sanders, a desqualifica como a candidata ideal para pôr ordem no sistema financeiro.

 

 

Tal como tem feito em muitas outras ocasiões, Sanders voltou a carregar na ferida dos discursos que Clinton fez em empresas como a Goldman Sachs ou a Morgan Stanley, e pelos quais recebeu quase três milhões de dólares entre 2013 e 2015. A questão não é tanto que os tenha feito, mas mais o facto de continuar a não querer revelar as transcrições desses discursos – no debate de quinta-feira, a candidata insistiu que só revelará o conteúdo dos discursos se os candidatos do Partido Republicano também o fizerem.

 

 

Numa tentativa de encostar Bernie Sanders a uma parede semelhante, Hillary Clinton perguntou ao senador onde andam as suas declarações de impostos – o candidato prometeu divulgar a declaração de 2014 ainda esta sexta-feira e as mais antigas nos próximos dias e semanas. “Não recebi dinheiro de discursos, não tenho grandes investimentos. Infelizmente continuo a ser um dos membros mais pobres do Senado dos Estados Unidos”, disse o senador do Vermont.

 

 

O problema de Sanders

 

 

Como seria de esperar, os candidatos trocaram ataques sobre as suas posições em vários temas, desde o aumento do salário mínimo nos EUA ao conflito israelo-palestiniano. Mas nesta fase da corrida, e com as primárias de Nova Iorque ao virar da esquina, Bernie Sanders precisa de operar uma das mais estonteantes reviravoltas da história moderna da política norte-americana para impedir a nomeação de Hillary Clinton.

 

 

Na próxima terça-feira vão estar em causa 247 delegados nas primárias de Nova Iorque, um estado cujo eleitorado é mais favorável a Clinton. Enquanto muitas das mediáticas vitórias de Sanders têm sido alcançadas em caucus(assembleias) e não em primárias, em estados de menor dimensão e com uma base eleitoral maioritariamente branca e jovem; Clinton tem vencido em estados maiores, com mais delegados em jogo, e em primárias – um sistema que exige menos activismo por parte dos eleitores porque, ao contrário dos caucus, não os obriga a manter longas discussões e a organizar demoradas votações no final de um dia de trabalho.

 

 

O que é o CAUCUS?

 

 

Segundo a média das sondagens mais importantes, Clinton tem 13,8 pontos percentuais de vantagem sobre Sanders em New York,  mas o que dificulta ainda mais o caminho do senador até à nomeação é a forma proporcional como o Partido Democrata distribui os seus delegados pelos dois candidatos – para conseguir apanhar Clinton na contagem dos delegados, Sanders precisa de vencer estados como Nova Iorque por uma margem abissal, porque quem perde por poucos consegue, ainda assim, meter ao bolso muitos delegados.

 

 

Até agora, Hillary Clinton conquistou 1289 delegados e Bernie Sanders 1038. Para conquistar o direito a ser a face do Partido Democrata na corrida à Casa Branca, um deles tem de garantir pelo menos 2383 delegados – uma tarefa aparentemente mais fácil para Clinton, que soma à vantagem que já tem a perspectiva de vitórias (segundo as sondagens) em estados como Nova Iorque (247 delegados), Pensilvânia (189 delegados) e Califórnia (475 delegados). E ainda tem a almofada dos superdelegados, mais de 700 pessoas ligadas às estruturas do Partido Democrata que vão à convenção votar em quem entedenderem – segundo o balanço feito pela Associated Press, Clinton tem até agora 469 superdelegados do seu lado e Sanders apenas 31.

 

 

 

TPT com: CNN/LUCAS JACKSON/REUTERS/Alexandre Martins/Público/ APE/16 de Abril de 2016

 

 

 

 

EUA denunciam abuso de direitos humanos no mundo, China aconselha autocrítica

O relatório anual do governo norte-americano sobre a situação dos direitos humanos no resto do mundo destaca a violência de grupos extremistas como o Estado Islâmico e as consequências da guerra na Síria como os casos mais “chocantes” de 2015, mas também acusa países como Angola, China, Rússia, Irão e Cuba de reprimirem abertamente a liberdade de expressão e, no caso angolano, de “corrupção governamental generalizada”. Em resposta à publicação do documento, a China acusou Washington de se “recusar a olhar-se ao espelho” e publicou um relatório sobre a situação dos direitos humanos nos EUA.

 

 

No prefácio do documento norte-americano, o secretário de Estado, John Kerry, fala numa “crise global de governação”, que tem facilitado uma “tendência acelerada para fechar o espaço da opinião pública, asfixiar osmedia e a liberdade na Internet, para marginalizar as vozes da oposição e, nos casos mais extremos, para matar pessoas ou levá-las a terem de fugir das suas casas”.

 

 

Este padrão de comportamento verifica-se “em todas as partes do mundo” e não é da exclusiva responsabilidade dos estados organizados, salienta o responsável norte-americano, numa referência a grupos extremistas activos no Médio Oriente e em África como o Estado Islâmico, o Boko Haram ou as milícias Al-Shabab.

 

 

O responsável norte-americano reservou metade de uma declaração no Departamento de Estado para falar sobre a guerra na Síria, onde apelou à “procura de uma solução política” e declarou que esse esforço deve ser o principal objectivo para 2016.

 

 

“Olhando para os horrores destes últimos cinco anos, não consigo imaginar uma maior contribuição para os direitos humanos do que pôr um fim decisivo a esta guerra – ao terror, à repressão e especialmente à tortura e aos bombardeamentos indiscriminados, e dessa forma tornar possível um novo começo para o povo sírio”, disse John Kerry.

 

 

Sobre a situação em Portugal, o relatório norte-americano destaca como principais preocupações “o uso excessivo da força e o abuso sobre detidos e prisioneiros pela polícia e por guardas prisionais; as más condições, a falta de condições de saúde e a sobrelotação das prisões; e a violência contra mulheres e crianças”, salientando ainda “a discriminação e a exclusão” da comunidade cigana.

 

 

Sobre Angola, o relatório descreve com pormenor o caso contra o jornalista e activista dos direitos humanos Rafael Marques e destaca os três mais graves abusos dos direitos humanos: “As punições cruéis, excessivas e degradantes, incluindo relatos de casos de tortura e espancamentos; limites às liberdades de reunião, associação, expressão e informação; e corrupção e impunidade a nível oficial.”

 

 

Mas a lista continua, na verdadeira parada de horrores que é o relatório sobre a situação dos direitos humanos em Angola: “Outros abusos dos direitos humanos incluem a privação da vida de forma arbitrária ou à margem da lei, condições de detenção duras e potencialmente mortais, detenções arbitrárias, detenções muito longas antes do julgamento, impunidade para pessoas que violam os direitos humanos, ineficácia judicial, despejos forçados sem compensação, restrições a organizações não-governamentais, tráfico de pessoas, limites aos direitos dos trabalhadores e trabalho forçado.”

 

 

Justificações americanas e acusações chinesas

 

 

Mas o relatório norte-americano sobre a situação dos direitos humanos em 2015 é muito mais abrangente, e foi notório o esforço de Kerry para afastar as acusações de hipocrisia por não se debruçar também sobre a situação nos EUA.

 

 

O responsável disse que os indicadores usados no relatório são “universais”: “Não são uma coisa inventada por nós. Não são umas normas arbitrárias dos EUA, que queremos impor às pessoas. São normas dos direitos humanos universais, que foram adoptadas e aceites pela maioria das nações, incluindo por alguns países que concordaram com elas mas que as violam.”

 

 

John Kerry foi ainda mais longe na sua vontade de dizer ao resto do mundo que o relatório norte-americano é independente, ao deixar uma mensagem contra o recurso à tortura que serviu também de puxão de orelhas aos candidatos do Partido Republicano Donald Trump e Ted Cruz.

 

 

“Quero remover qualquer centelha de dúvida ou confusão causada por declarações feitas por outras pessoas nos últimos meses. Os Estados Unidos opõem-se ao uso de tortura sob qualquer forma, em qualquer época, em relação a qualquer pessoa ligada a qualquer governo ou sem ligações a nenhum governo.” Sem referir nomes, foi claro que os alvos de Kerry são o magnata Donald Trump, que defende abertamente o uso de qualquer forma de tortura contra inimigos, e o senador Ted Cruz, que não vai tão longe mas defende que o waterboarding não é uma forma de tortura.

 

 

Obama declara que waterboarding foi uma tortura e um erro

 

 

Para além da violência dos grupos extremistas e dos países em guerra, o relatório norte-americano critica com particular gravidade a situação em países como a China, onde dá conta de que a repressão e a perseguição de pessoas envolvidas em organizações de defesa dos direitos cívicos aumentaram. “A perseguição na comunidade jurídica foi particularmente grave. Advogados e empresas de advogados que lidaram com casos que o governo considerou serem ‘sensíveis’ foram alvos de perseguição e detenção”, lê-se no documento.

 

 

Em resposta, o governo chinês publicou um relatório sobre a situação dos direitos humanos nos EUA, denunciado o “descontrolo da criminalidade relacionada com armas”, a existência de um “sistema prisional contaminado por corrupção e que viola gravemente os direitos humanos dos detidos” e o estado das tensões raciais, que está “no seu pior em quase duas décadas”, entre várias outras acusações.

 

 

“O chamado relatório anual dos Estados Unidos sobre direitos humanos usa a questão dos direitos humanos para fazer comentários irresponsáveis sobre as políticas internas de outros países”, disse Lu Kang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

 

 

TPT com: CHIP SOMODEVILLA/AFP/Alexandre Martins/Público/16 de Abril de 2016

 

 

 

 

O Museu de Toronto quer reconhecer a chegada de portugueses à América antes de Colombo

O Real Canadian Portuguese Historical Museum em Toronto, no Canadá, reconhece a presença portuguesa na América do Norte dezanove anos antes da chegada de Cristovão Colombo ao continente, anunciou a instituição.

 

 

“Sempre houve vestígios de que o navegador português João Vaz Corte-Real esteve no Canadá em 1472, dezenove anos antes da chegada de Cristovão Colombo à América do Norte”, afirmou Suzy Soares, a presidente do Real Canadian Portuguese Historial Museum (RCPHM, sigla em inglês).

 

 

Alguns historiadores canadianos continuam, nos dias de hoje, a ter algumas dúvidas de que o antigo capitão-donatário de Angra (Açores) tenha estado onde hoje se localiza o Canadá, antes de 1492, mas em Portugal, para muitos estudiosos “é um dado adquirido”, juntando agora os vários pontos de vista e provar de que João Vaz Corte-Real “passou realmente pelo Canadá antes de Colombo”.

 

Museu de Toronto quer reconhecer chegada de portugueses à América antes de Colombo 2

“Todos sabem da existência da Pedra de Dighton, localizada em Berkley, Massachusetts (Estados Unidos), e que tem palavras escritas que só podem ser em português. No entanto a história é muito complexa, pois há sempre várias versões dos acontecimentos”, sublinhou.

 

 

Suzy Soares estabelece como objetivo do museu ir à procura de mais provas e “reconhecer a descoberta da América” pelo navegador português João Vaz Corte-Real.

 

 

O Real Canadian Portuguese Historical Museum comemorou o 30.º aniversário, e no dia 5 de março, homenagearam ‘João Vaz Corte-Real’ durante um jantar de gala.

 

 

No evento estará em exposição uma réplica de uma caravela com três metros de comprimento, utilizada pelo navegador na viagem até ao Canadá, e será apresentado ainda um busto de Corte-Real.

 

 

O primeiro-tenente Nuno Gonçalves da Marinha Portuguesa, chefe de investigação do departamento do Museologia, abordou a presença portuguesa no Canadá. Já o realizador Rui Bela apresentou o documentário ‘Memórias do Mar’.

 

 

O evento terá também o objetivo de “angariar apoio financeiro para dar continuidade ao trabalho do museu”, que tem dado destaque à presença portuguesa na história do país.

 

 

A denominação da região e mar do Labrador no Canadá, é em homenagem ao navegador português João Fernandes Lavrador que em 1498, juntamente com Pedro Barcelos, explorou aquela região.

 

 

Mathieu da Costa, provavelmente de pai português e mãe africana, foi o primeiro afrodescendente de que há registo no Canadá (1600) e o português Pedro da Silva, foi o primeiro carteiro no Canadá (1673).

 

 

Joe Silvey (1853) um pioneiro na colonização da costa oeste do Canadá, um exemplo de miscigenação, porque tomou duas índias como esposas, é outra das referências portuguesas em terras do Canadá.

 

 

Calcula-se que existam no Canadá cerca de 550 mil portugueses e lusodescendentes, estando a grande maioria localizada na província do Ontário.

 

 

TPT com: WARREN TODA/EPA/Reuters/OBS/14 de Abril de 2016

 

 

 

 

Novos critérios para atribuição de invalidez em Portugal são “cruéis”

Médicos de saúde pública, de família e oncologistas criticam os novos critérios para atribuição da pensão de invalidez, com uns a considerarem-nos inaplicáveis e cruéis e outros a afirmarem que são desnecessários e feitos por quem desconhece a realidade.

 

 

Em causa está o decreto-lei 246/2015, que altera o regime especial de proteção na invalidez, que estabelece que a partir de 01 de janeiro, quando entra em vigor a lei, esta pensão será atribuída aos doentes que “clinicamente se preveja evoluir para uma situação de dependência ou morte num período de três anos”.

 

 

É este ponto que tem gerado várias críticas dos médicos, mas também de associações de doentes, dos reformados e até da Federação Nacional da Educação, com alguns a exigirem a revogação da lei.

 

 

Contactado pela Lusa, o Instituto da Segurança Social esclareceu que as alterações pretendem tornar “a lei mais justa, abrangente e equilibrada, sem qualquer perda de direitos”, sublinhando que “o horizonte temporal de três anos remete para o próprio conceito de invalidez permanente” já consagrado na lei.

 

 

Observa ainda que estas alterações resultam da avaliação de uma comissão especializada – composta por representantes de vários organismos com intervenção nestas matérias, por quatro médicos – que consultou a Ordem dos Médicos e outras entidades com competência sobre a matéria.

 

 

Lei inaplicável e “cruel” para as pessoas em sofrimento

 

 

Contudo, para o presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, a “lei é completamente inaplicável” e de uma “extraordinária crueldade para as pessoas que estão em sofrimento”.

 

 

“O que vai gerar é grande confusão, grande perturbação, um adiamento de todas as situações e há muitos doentes que vão sofrer com isso”, disse Mário Jorge Santos à agência Lusa.

 

 

O médico entende esta situação como “incompetência pura” e não como uma vontade de querer reduzir custos, considerando que a intenção do legislador era correta, ao terminar com a lista de doenças que conferem invalidez, mas sublinhando que “o processo escolhido é inacreditável”.

 

 

O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira, também destaca como ponto positivo o facto de a lei passar a abranger todas as doenças, mas considera desnecessário “e terrível” referir a morte.

 

 

“É chocante, eu julgo que nenhum médico vai dizer que é previsível que um doente vai morrer no prazo de três anos” e, por outro lado, “é desnecessário”, porque não é disso que depende um processo de invalidez.

 

 

“A invalidez é que está em causa, não é a dependência ou morte”, uma pessoa pode não estar dependente, mas estar inválida para o trabalho.

 

 

Rui Nogueira sublinhou que este assunto é “muito difícil e sensível” para os médicos e para os doentes, mas também para o legislador, que “por vezes não tem conhecimento da realidade”.

 

 

Para o oncologista e secretário-geral da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Carlos Oliveira, a lei foi feita por pessoas que nunca contactaram com um doente com cancro e desconhecem a sua realidade.

 

 

“Nos doentes oncológicos a avaliação não pode ser feita com estes limites temporais e com esta obrigatoriedade de uma incapacidade total e da possibilidade de se prever a morte num tempo relativamente curto”, afirmou Carlos Oliveira, que falava à lusa enquanto oncologista.

 

 

Na sua opinião, os novos critérios “pecam grandemente” pela avaliação que se pretende fazer, que “não corresponde à realidade”, e visam “cortar nas pensões de invalidez”.

 

 

Manifestou ainda dúvidas sobre se algum médico vai atestar esta situação e questiona mesmo se, do ponto de vista ético, o médico pode fazer algo nesse sentido. “Sob o ponto de vista científico muito menos, sobretudo na área do cancro”, acrescentou.

 

 

A nova Tabela Nacional de Funcionalidades que será utilizada como suporte das decisões das juntas médicas é outro alvo de críticas do médico de saúde pública.

 

 

Esta tabela “não mede a incapacidade do doente, mas mede precisamente o oposto, o que o doente consegue fazer”, criticou Mário Jorge Santos, observando que os médicos não têm a formação necessária sobre esta matéria.

 

 

TPT  com: Nuno Noronha/Sapo/Lusa/AEP /JN/14 de Abril de 2016

 

 

 

 

 

Elisa Ferreira colhe apoios da esquerda à direita para vice-governadora do Banco de Portugal

De Eduardo Catroga a Francisco Louçã, o nome da economista e eurodeputada socialista Elisa Ferreira para vice-governadora do Banco de Portugal (BdP) colhe o apoio de diversas figuras do setor, da esquerda à direita, que aplaudem a sua escolha. O governador do BdP, Carlos Costa, não deixou de sinalizar, porém, que a “proposta” de nomeação” será “formalizada” em “devido tempo”, lembrando que é ao governador que cabe essa iniciativa. Além de Elisa Ferreira foi também noticiado o nome de Máximo Santos, atualmente presidente do banco mau que ficou do BES, para a administração do regulador.

 

 

Respondendo aos jornalistas sobre a notícia, divulgada pelo Expresso, Carlos Costa foi breve e não disfarçou o incómodo. “Sei que estão curiosos de saber quando serão nomeados os novos membros do conselho de administração. Como sabem, é um procedimento que foi adotado por lei e pela Assembleia da República e cabe ao governador formalizar uma proposta. Em devido tempo irei formalizar uma proposta que vista a reforçar o conselho de administração”, afiançou.

 

 

As regras “protocolares” deste processo foram tudo menos by the book. A saída de Elisa Ferreira do Parlamento Europeu (PE) acabou por ser revelada por Marcelo Rebelo de Sousa, na terça-feira à noite, numa conversa informal com eurodeputados, assistida por jornalistas durante a visita a Estrasburgo. Deixando um elogio e caucionando a escolha de António Costa. “Estava eu a falar de instituições financeiras e acontece, quem sabe, se não haverá aqui perdas – relativas, porque há enriquecimento noutras áreas – de quem, em qualquer caso, tem uma posição muito útil para continuar a fazer a ponte com as instituições europeias no domínio financeiro”, disse o Presidente da República.

 

 

A eurodeputada e ex-ministra do Ambiente socialista liderou a equipa do PE que, em 2014, chegou a acordo com os governos da União Europeia sobre o mecanismo único de resolução dos bancos, no quadro da União Bancária. Na altura Elisa Ferreira mereceu elogios do então primeiro-ministro, Passos Coelho, que salientou “o papel relevante que, do lado do PE, foi conduzido por uma deputada portuguesa, Elisa Ferreira – relatora da assembleia -, com a qual o governo português colaborou de uma forma muito próxima e com bons resultados”.

 

 

“Excelente escolha. Seria uma boa governadora”, salientou Francisco Louçã, antigo líder do BE. “Parece-me uma escolha adequada. Tem o perfil indicado. É uma economista com larga experiência, toda a sua intervenção revela substância técnica”, sublinha Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças do PSD, que não vê “problema” na sua conhecida filiação partidária. “As pessoas não podem ser catalogadas dessa forma. O que interessa são as suas capacidades”, defendeu.

 

 

Na mesma linha de pensamento esteve Augusto Mateus, ex-ministro da Economia de um governo PS, que considerou Elisa Ferreira “uma pessoa capaz, que ganhou experiência internacional com as atuais funções”. Apesar de, assinalou, “não ser especialista na área bancária e financeira, é preciso articular o setor financeiro com o resto da economia e Elisa Ferreira será capaz de fazer essa ponte”. Questionado sobre se o facto de ser militante do PS não pode ser uma fragilidade na imagem de independência que requer um cargo desta natureza, Augusto Mateus é perentório: “A independência está na coluna vertebral de uma pessoa. Não depende de se é ou não militante de um partido.”

 

 

Miguel Beleza, economista e antigo governador do Banco de Portugal (de 1992 a 1994), alinha nos elogios. “Acho muito bem”, atalhou logo. “Conheço-a muito bem, dos tempos do Porto. Parece-me bem, é uma excelente escolha”, elogiou ao DN. O mesmo registo vem de Medina Carreira, jurista, que foi ministro das Finanças do I Governo Constitucional: “A todos os títulos, é a pessoa indicada. Se há boas escolhas, esta é uma delas”, declarou. Também não vê que seja uma “vulnerabilidade” a militância no PS. “Não. É a pessoa indicada”, frisou.

 

 

Políticos no banco central

 

 

A entrada de políticos na administração do banco central não é de agora. Vítor Constâncio, que foi vice-governador de 1977 a 1979 e de 1981 a 1984 e governador de 1985 a 1986, saiu para liderar o PS de 1986 a 1989. Regressaria ao cargo de governador de 2000 a 2010.

 

 
Também Miguel Beleza esteve como ministro das Finanças do primeiro governo maioritário de Cavaco Silva em 1990-91 e em 1992 foi indicado para governador. Sairia antes de completar o mandato, em 1994, em choque com o seu sucessor nas Finanças, Braga de Macedo.

 

 
Mais recentemente, Hélder Rosalino, quadro do banco desde 1994, saiu para o primeiro governo de Passos para secretário de Estado da Administração Pública, regressando à instituição em dezembro de 2013, para ser indicado pelo governo de que fez parte para a administração do BdP em setembro de 2014.

 

 

Elisa será ouvida no Parlamento

 

 

Antes de se sentar no conselho de administração do banco central, Elisa Ferreira tem de ser ouvida no Parlamento, depois da alteração à Lei Orgânica do BdP proposta por António Costa há pouco mais de um ano, como secretário-geral do PS, então na oposição.

 

 
Segundo a nova formulação da lei, “os restantes membros do conselho de administração são designados por resolução do Conselho de Ministros, sob proposta do governador do Banco de Portugal e após audição por parte da comissão competente da Assembleia da República, que deve elaborar o respetivo relatório descritivo”.

 

 

Miguel Marujo e Valentina Marcelino /DN/14 de Abril de 2016

 

 

 

 

 

O Ministro da Defesa diz que chefe militar não lhe obedeceu

“Se a pergunta é: “O Comando do Exército iniciou entretanto algum procedimento inspetivo na sequência das declarações do subdiretor do Colégio Militar ao Observador e do pedido de esclarecimento efetuado pelo ministro da Defesa Nacional?”, a resposta é: ” O Ministério da Defesa não tem conhecimento de que tenha sido desencadeado algum processo de averiguações ou inspeção sobre a situação em causa.””

 

 

Em plena tempestade causada pela demissão do chefe do Estado-Maior do Exército – que tem sido explicada por vários militares como reação ao facto de o ministro ter censurado publicamente, em declarações a este jornal, publicadas a 6 de abril, as afirmações da direção do Colégio Militar sobre a forma como os homossexuais são tratados na instituição – o Ministério da Defesa responde com óbvia cautela ao pedido de informação do DN sobre a sequência dada pelo Exército às exigências do governante.

 

 

Exército não quis falar

 

 

Mas num documento interno do ministério em que se descreve cronologicamente o processo, e ao qual o DN teve acesso, é afirmado taxativamente que apesar de o CEME ter, em resposta escrita ao ministro, datada de 6 de abril, reconhecido que as declarações do subdiretor do CM “podem passar uma ideia de resignação ou, até, conivência da direção perante a eventual existência de práticas discriminatórias naquele Estabelecimento Militar de Ensino”, não rejeitou o teor de tais declarações nem identificou “qualquer medida concreta que garanta que o princípio da não discriminação é cumprido”.

 

 

Segue-se, no dia seguinte, a demissão do CEME, que na mensagem enviada ao Exército, e entretanto tornada pública, fala de “honra” e “responsabilidade” mas não se refere ao Colégio Militar nem faz qualquer consideração sobre o assunto, tendo de resto deixado em funções a respetiva direção.

 

 

Este mutismo sobre aquilo que o documento interno citado considera “a questão essencial” é sublinhado pelo facto de neste se certificar ter sido dada ao CEME a possibilidade de, antes que o ministro tomasse uma posição pública sobre o assunto, ser o Exército a fazê-lo. Assim, informa-se, no dia 5 de abril o ministério remeteu para o CEME as perguntas do DN (enviadas a 4 de abril ao fim do dia) sobre as declarações da direção do Colégio Militar ao Observador em reportagem publicada a 1 de abril, alertando para que, “dada a natureza do tema em questão, não poderá deixar de lhes responder, sugerindo que o próprio Exército deveria tomar uma posição pública sobre o assunto no mais breve espaço de tempo, a qual poderia mesmo antecipar a resposta do gabinete do ministro”.

 

 

Mas tal não sucedeu, tendo o ministro (que entretanto enviou um ofício ao CEME a solicitar esclarecimentos) acabado por responder, ao fim do dia, ao DN, frisando ser “absolutamente inaceitável qualquer situação de discriminação, seja por questões de orientação sexual ou quaisquer outras, conforme determinam a Constituição e a Lei”. Adiantava ainda que, “considerando que declarações atribuídas à direção do Colégio podem configurar uma inaceitável discriminação face à orientação sexual” tinha “solicitado ao Comando do Exército, que é a entidade que detém a tutela deste estabelecimento militar de ensino, o devido esclarecimento sobre o teor de tais declarações, bem como sobre as medidas que pretende adotar, enquanto responsável pelas orientações superiores deste estabelecimento militar de ensino, para garantir o direito à não discriminação, nomeadamente em função da orientação sexual”.

 

 

“Não houve desautorização”

 

 

Sobre estas declarações, que se frisa terem sido as únicas feitas pelo ministro, publicamente, sobre o assunto, o documento interno diz o seguinte: “Não podem sugerir qualquer situação de desautorização sobre o CEME nem qualquer interferência sobre a sua esfera de intervenção, tratando-se pura e simplesmente de um normal pedido de esclarecimentos e de atuação por parte de quem tem a legitimidade política para o fazer perante uma situação que pode configurar uma violação de direitos fundamentais num estabelecimento de ensino que forma crianças e jovens.”

 

 

E o documento prossegue: “Não se vislumbra como é que neste processo se pode reconhecer alguma validade aos argumentos que têm sido invocados (quase em exclusivo) na comunicação social por “fontes militares” não identificadas ou por comentários/opiniões de antigos oficiais-generais do Exército. O que houve foi a resignação do Chefe do Estado-Maior do Exército com base numa questão que podia ter ficado resolvida em tempo caso tivesse abordado diretamente a questão, em vez de reagir intempestivamente com um pedido de resignação que nada resolve, pois até à data do Comando do Exército não tomou qualquer posição sobre a questão essencial e que originou toda esta polémica.”

 

 

“Não há desautorização sobre o CEME, é um normal pedido de esclarecimentos”

 

 

Pelo seu lado, o Exército certifica, em resposta ao DN, ter dado “cumprimento ao pedido de esclarecimento por parte do Ministério da Defesa Nacional no que concerne às declarações atribuídas a um elemento da direção do Colégio Militar e suas implicações” e não prestar “quaisquer tipo de esclarecimentos paralelos ou marginais aos que já foram feitos junto da tutela e que a mesma tenha por oportuno disponibilizar”.

 

 

Vasco Lourenço apela a “revolta” contra ministro da Defesa

 

 

Vasco Lourenço defendeu, esta quarta-feira, que seja bloqueado o processo de substituição de Carlos Jerónimo, ex-chefe do Estado-Maior do Exército, que se demitiu do cargo na semana passada, na sequência de uma reportagem que abordou o tabu da homossexualidade dentro do Colégio Militar. “O desejável é que os generais que venham a ser convidados a seguir digam que não”, afirmou o militar de Abril ao jornal i.

 

Ministro da Defesa diz que chefe militar não lhe obedeceu 2

O apelo de Vasco Lourenço para que nenhum oficial aceite tomar o lugar de Carlos Jerónimo é partilhado por mais altas patentes da instituição militar, nomeadamente pelo general do Exército Ricardo Durão. “Felicito a decisão tomada pelo Chefe do Estado-Maior, como felicitarei os generais que recusem a nomeação para o substituir, enquanto for mantido em funções o atual ministro”, escreveu o general.

 

 

Segundo Vasco Lourenço adiantou ao i, a Associação 25 de abril vai tomar posição pública esta quarta-feira, criticando Azeredo Lopes e louvando a atitude do general Carlos Jerónimo.

 

 

Entretanto, o DN adiantou hoje o motivo da demissão do general Carlos Jerónimo: aparentemente, o ex-CEME não terá “desencadeado algum processo de averiguações ou inspeção sobre a situação em causa”, isto é, sobre eventuais práticas de discriminação aos homossexuais no Colégio Militar.

 

 

 

TPT com: Observador/Lusa/DN/ 14 de Abril de 2016

 

 

 

 

O grupo Xutos & Pontapés estiveram no restaurante Allegro em Newark, NJ

Pela primeira vez o restaurante Allegro em Newark recebeu uma das bandas portuguesas mais conceituadas ( Xutos & Pontapés), cujos elementos mostraram regozijo pela grande adesão de fãs que têm nos Estados Unidos e especialmente na Região Metropolitana de New York.

 

 

Numa sala cheia, os elementos da banda portuguesa após passeio guiado por New York e New Jersey, degustaram uma apurada selecção de “petiscos” que a equipa da cozinha do “Allegro” propõe, no restaurante, com sabores do mediterrâneo ou da cozinha tradicional portuguesa, acompanhada pela oferta de uma carta elaborada com muitos bons vinhos portugueses e sobremesas deliciosas.

 

Xutos & Pontapés estiveram no restaurante Allegro em Newark 2

Os elementos da banda “Xutos & Pontapés”usufruiram também das experiências de bem-estar e do ambiente informal e descontraído, que o restaurante “Allegro” oferece aos seus clientes, onde não falta uma seleção musical criteriosa da autoria do DJ Miguel Casimiro, que ama a sua profissão e recebe o reconhecimento do público pelo seu trabalho.

 

 

O objectivo da vinda dos “Xutos & Pontapés” aos Estados Unidos deveu-se, como sabem, ao facto de terem agendado, para o passado dia 9 de Abril, um concerto no Robert Treat Hotel em Newark, mas que devido a terem enfrentado alguns constrangimentos para a sua actuação em Newark por parte dos Serviços de Imigração norte-americanos, levou ao adiamento da data da sua actuação, para decepção de muitos dos seus fãs que residem neste país.

 

 

Comentando este assunto, “uma fonte” dos Serviços de Imigração dos Estados Unidos fez questão de referir ao “The Portugal Times” que, “em primeiro lugar, é importante que se saiba que o governo dos Estados Unidos encoraja os artistas profissionais portugueses a actuarem nos EUA. Contudo, é importante que eles e os seus agentes conheçam os procedimentos apropriados a fim de evitarem problemas com os Serviços de Imigração neste país”, referiu.

 

 

Como é sabido (ou devia ser), os cidadãos portugueses não necessitam de visto para viajar para os EUA. Mas se for artista profissional ou membro de um grupo de entretenimento profissional que aqui venha actuar, necessitará de um visto especial (mesmo que já possua um visto de turista “B1/B2” válido).

 

 

Diz ainda a lei de vistos dos EUA que, “membro do grupo de entretenimento profissional” não abrange unicamente artistas (tais como actores de palco e cinema, músicos, cantores, dançarinos); é também extensivo às pessoas que apoiam os artistas (pessoal do som, make-up dos artistas e membros do grupo).

 

 

Segundo informação que nos foi cedida pelos Serviços de Imigração dos Estados Unidos, “para se actuar profissionalmente nos EUA o seu potencial empregador ou agente deve entregar um formulário I-129, “Petition for Nonimmigrant Worker”, no “U.S. Citizenship and Immigration Services” do “Departament of Homeland Security”.

 

 

Neste contexto, é extremamente importante que o potencial empregador dê entrada da sua petição no serviço acima mencionado, o mais urgente possível a fim de haver tempo suficiente para o processamento da sua petição e do seu visto. Convêm ainda notar que o formulário I- 129 deverá ser submetido ao USCIS o mais tardar, seis meses antes da data prevista para a sua actuação nos EUA.

 

 

Logo que a petição for aprovada, o USCIS enviará o formulário I-797 “Notice of Approval” ao empregador ou ao agente. Nota: A aprovação da petição não garante que o visto seja emitido.

 

 

Assim, um plano de viagem feito tardiamente causa transtornos às pessoas que pretendem actuar nos EUA porque este tipo de visto requer que uma petição seja aprovada pelos Serviços de Imigração antes da emissão do visto na Embaixada dos EUA.

 

Xutos & Pontapés estiveram no restaurante Allegro em Newark 3

Apesar da tristeza de os não ver actuar conforme estava previsto, Paulo Marralheiro, proprietário do restaurante Allegro, partilha do sentimento de todos os fãs e faz votos para que os “Xutos & Pontapés” regressem o mais brevemente possível a Newark, no estado de New Jersey, para realizarem o tão esperado espectáculo, comemorativo dos seus 37 anos de carreira musical ao vivo.

 

 

O concerto vai ter lugar no salão nobre do Robert Treat Hotel, em Newark e mesmo depois deste contra-tempo, espera-se uma significativa homenagem à carreira dos rockeiros portugueses, onde segundo a organização do evento, o público vai ter a oportunidade de exultar com os temas emblemáticos da banda.

 

 

Com 37 anos de carreira os Xutos são o emblema do que significa rock & roll em português, por portugueses, para portugueses. Verdadeiros “animais de palco”, vivem para a festa dos concertos cimentando a ligação com um público sempre presente à chamada, de braços cruzados em X.

 

Xutos & Pontapés estiveram no restaurante Allegro em Newark 4

Tim, Zé Pedro, Kalú, João Cabeleira e Gui continuam a arrastar consigo uma legião de fãs e o concerto em Newark, não será excepção.

 

 

Trinta e sete anos de Xutos & Pontapés significam música e letras de fundo que fazem cruzar e entrecruzar várias gerações, unidas na mesma apreciação do seu talento, da sua vitalidade criativa e irreverente.

 

 

Os Xutos & Pontapés, desde que actuaram pela primeira vez ao vivo, a 13 de Janeiro de 1979, nos Alunos de Apolo, em Lisboa, são autores de êxitos de rock em português como “Homem do Leme”, “Contentores”, “Não Sou o Único”, “À Minha Maneira“, “Chuva Dissolvente”, “Barcos Negros”, “Gritos Mudos”, “Pr’a Ti Maria”, “Circo de Feras”, “Na América”, “Puro” e a versão do tema “A Minha Casinha”.

 

Xutos & Pontapés estiveram no restaurante Allegro em Newark 5

Assim, impossível será não ouvir os Xutos & Pontapés com um sorriso no rosto, impossível não saber a letra dos grandes êxitos e concordar que são intemporais. Com o seu estilo musical, esta banda já é um marco na história da música portuguesa.

 Xutos & Pontapés estiveram no restaurante Allegro em Newark 6

Em entrevista ao “The Portugal Times”,  Zé Pedro comenta o percurso de 37 anos dos “Xutos & Pontapés” e fala-nos do último álbum, “Puro”, que continua entre os primeiros lugares do top português.

 

 

À pergunta “37 anos ao vivo, em Portugal não se torna cansativo? Às vezes não estão fartos dos Xutos & Pontapés?”

 

 

 Zé Pedro: “Se calhar já houve alturas em que todos nós estivemos fartos dos Xutos & Pontapés. Agora, acho que arranjámos uma maneira muito saudável de estarmos juntos, quer seja a fazer e a gravar canções, a tocar no palco, a viajar, ou, simplesmente, em convívio”.

 

 

TPT: Com tantos discos lançados, tem como destacar algum álbum ou música?

 

 

Zé Pedro: Um dos meus álbuns preferidos dos Xutos é o chamado Xutos&Pontapés, editado em 2009. A música que mais identifica os Xutos acho que é “Remar Remar”, editado em 1985, pois fala da força que temos que ter para alcançar os nossos sonhos.

 

 

TPT: Continuam a celebrar estes 37 anos de carreira com último trabalho, “Puro”. Quer dizer que o Xutos estão mais refinados com a idade?

 

 

Zé Pedro: Quer dizer isso e quer dizer que é um disco puro de Xutos, com o nosso som e com a nossa maneira de tocar. Foi o Tim que escolheu o nome e acho que é perfeito. Para mim, este é um dos grandes discos da carreira dos Xutos & Pontapés.

 

 

TPT- Há mais crítica social e política neste disco do que é costume nos álbuns dos Xutos?

 

 

Zé Pedro: Acho que não. O que acho é que as pessoas estão mais atentas aos sinais que nos rodeiam. – Os Xutos sempre souberam ultrapassar os maus momentos ao longo destes 37 anos.

 

 

TPT – O que é que poderia ditar o fim da banda?

 

 

Zé Pedro: Não sei. Acho que só um motivo muito forte de saúde é que poderia determinar o fim dos Xutos.

 

 

TPT – Veriam a viabilidade de prosseguir sem qualquer um dos cinco elementos?

 

 

Zé Pedro: Isso não me parece possível. A única substituição que aconteceu foi quando fiz o transplante do fígado e ainda assim foi pouco tempo.

 

 

TPT – Olhando para trás, valeu a pena?

 

 

Zé Pedro: Ui! (risos) Não trocávamos isto por nada deste Mundo.

 

 

TPT: Com uma trajetória de sucesso e uma carreira sólida. Como vê o futuro da banda?

 

 

Zé Pedro: O futuro está sempre a surpreender quando estamos abertos ao que ele tem para nos dar.

 

 

TPT: E aos jovens luso americanos, querem dedicar-lhes algumas palavras?

 

 

Zé Pedro: A juventude hoje em dia tem um futuro bastante complicado pela frente e então tem de estar muito bem preparada e alerta. Eu aconselho-os a aprender cada vez mais, a consumir cultura e que se mantenham afastados de intrigas, corrupções e dos caminhos demasiado fáceis.

 

Xutos & Pontapés estiveram no restaurante Allegro em Newark 7

Xutos & Pontapés, significa 37 anos de carreira e de sucessos, a reinar nos palcos portugueses e a marcar o rock. Com mais de 18 álbuns editados, os Xutos são uma banda que continua a arrastar multidões e a provocar a euforia do público. Os concertos e as digressões pelo País marcam o sucesso da carreira do grupo, com legiões de fãs a aplaudirem músicas e letras que se tornaram uma herança da história da nossa música e que são hoje verdadeiros hinos.

 

 

JM/The Portugal Times 12 de Abril de 2016