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Porque é que o petróleo vale 25 dólares em Londres e está negativo em Nova Iorque?

 

Tempestade perfeita afundou os preços do crude WTI e atirou o diferencial face ao Brent para máximos de sempre. Apesar da diferença, em ambas as geografias, não se esperam subidas no preço.

 

 

Este é um dia histórico para o mercado petrolífero. Nunca o crude tinha negociado em terreno negativo e nunca a diferença entre o preço do petróleo em Nova Iorque e em Londres tinha sido tão grande. A matéria-prima atingiu esta segunda-feira, no mercado norte-americano, -40 dólares, após uma conjugação de fatores ter agravado a situação no mercado petrolífero.

 

 

“Os dois principais motivos para a forte desvalorização do crude são a aproximação do final do prazo dos futuros e a diferença entre a matéria-prima em stock e aquilo que é a procura real“, diz David Silva, analista da corretora Infinox, sobre o tombo do West Texas Intermediate (WTI).

 

 

O barril chegou a desvalorizar 300% para -40,32 dólares, num movimento inédito. Nunca valeu tão pouco. A diferença face ao Brent do mar do Norte atingiu quase 65 dólares, o valor mais elevado de sempre. O mercado tem sido castigado pela pandemia e o agravamento aconteceu na véspera de os contratos de futuros de maio atingirem as maturidades.

 

 

“À medida que os contratos de futuros se aproximam do vencimento, perdem liquidez uma vez que muitos agentes de mercado não desejam realmente adquirir a mercadoria, mas apenas negociá-la ou especular sobre o seu preço”, explica André Neto Pires, analista e account manager da XTB.

 

 

“Daí que o mercado esteja em contango, isto é, especula-se que o preço atual seja superior ao preço spot (no momento do vencimento). Como os dois preços tendem a convergir na data de vencimento, o preço sente pressão de queda”.

 

 

Os investidores direcionam, assim, atenções, o que faz com que haja maior liquidez e volume de negociação nos contratos do próximo mês de Junho.

 

 

No mesmo dia, outras duas notícias penalizaram o sentimento face ao mercado petrolífero. Por um lado, um grande ETF de petróleo dos EUA anunciou que mudará cerca de 20% da sua posição para os futuros de julho, levando à venda de contratos com vencimentos anteriores (maio e junho).

 

Por outro, a Hin Leong Trading, maior trader de petróleo de Singapura, entrou em falência após esconder a perda de 800 milhões de dólares em investimentos em futuros. Esta conjugação de fatores levou o crude WTI a afundar numa proporção muito superior à do Brent. Isso não significa, no entanto, que o petróleo não tenha desvalorizado igualmente em Londres.

 

 

 

 

Preços a subir só com maior ação dos produtores

 

 

 

 

Também o Brent perdeu esta segunda-feira quase 9% para 25,60 dólares por barril, a prolongar o sentimento negativo que já se vivia, embora mantendo um custo mais de seis vezes superior ao do WTI. “O excesso de produção face à procura real do ouro negro nas últimas semanas, conduziu a uma enorme diferença entre o stock das petrolíferas e o consumo“, apontam especialistas.

 

 

O excedente é causado pelo forte impacto da pandemia de Covid-19 na procura por petróleo. Após uma guerra de preços entre Arábia Saudita e a Rússia devido ao desacordo em relação à abordagem ao problema, os maiores produtores de petróleo do mundo — o grupo conhecido como OPEP+ — acabaram por alinhar num corte de produção.

 

 

Este grupo — que inclui 23 países, dos quais os 13 são os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) — vai cortar a produção em 9,7 milhões de barris por dia. Mas a estimativa é que a procura por petróleo diminua em 30 milhões de barris por dia devido à pandemia.

 

Devido ao excedente, há mais de 100 milhões de barris por vender no mundo. Só nos EUA, há 55 milhões de barris em stock, o que representa 72% da capacidade máxima de armazenamento. Este problema foi determinante para o movimento histórico. A situação leva a que os produtores, que começam a estar perto da capacidade máxima de armazenamento, prefiram escoar o produto a um preço mais baixo (ou mesmo negativo) para não atingirem esse mesmo limite ou para evitarem os gastos do armazenamento.

 

 

“Para voltarmos a ver o petróleo a valorizar nos próximos tempos até ao preço de 30 a 40 dólares por barril, creio que terão de ser tomadas medidas mais agressivas no corte de produção por parte dos maiores produtores”, diz o analista da Infinox.

 

“Em relação ao Brent, será natural que acompanhe a evolução do preço do WTI, uma vez que, apesar de ser o preço de referência para a Europa, existe uma forte correlação de preços e também a sua procura foi impactada pelo coronavírus”, aponta.

 

 

Já o analista da XTB acrescenta que, além de medidas dos produtores, também o levantamento das restrições ao livre-trânsito, bem como a falência ou suspensão de atividades de pequenos empresários, como os produtores de petróleo de xisto nos EUA poderão influenciar os preços. “De outra forma, é provável que a tendência de queda continue a pairar nesse mercado“, diz.

 

 

 

TPT com: WTI//XTB//AFP//Reuters// Roslan Rahman/AFP//Leonor Mateus Ferreira //ECO// 20 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Líder do BE considera “equívoca” estratégia do Governo para recuperar o país

 

A coordenadora do BE considerou hoje que a estratégia apresentada pelo Governo para recuperar o país após a pandemia de covid-19 tem sido “equívoca”, ao dizer que recusa a austeridade, mas sem tomar medidas necessárias para a evitar.

 

 

Em conferência de imprensa para apresentar as conclusões da Mesa Nacional do BE, que se reuniu por videoconferência, Catarina Martins foi questionada sobre a entrevista do primeiro-ministro ao Expresso, onde este reitera a recusa de austeridade, mas avisa que os apoios não podem ser ilimitados porque “a despesa de hoje é um imposto de amanhã”.

 

 

“Essa é uma frase equívoca porque investimento hoje é receita amanhã, emprego hoje é menos subsídio de desemprego e mais receita fiscal amanhã, foi isso que aprendemos com a crise financeira”, contrapôs a coordenadora do Bloco.

 

 

Também “equívoca” foi como Catarina Martins qualificou a estratégia que o Governo tem anunciado para o país sair da crise económica e social que se seguirá à crise sanitária.

 

 

“Registamos intervenções em que o primeiro-ministro diz que a austeridade não deve ser repetida, mas registamos que há medidas que são ou não são implementadas”, disse, apontando três exemplos.

 

 

Em primeiro lugar, apontou, ao “não se terem proibido despedimentos e obrigado à reintegração de precários” às empresas que recebem ajudas do Estado, o Governo “está a deixar que se crie desemprego”.

 

 

Catarina Martins apontou o exemplo da Galp, que recorreu aos apoios previstos para o ‘lay-off’, mas “despediu trabalhadores precários e vai distribuir 300 milhões de euros em dividendos”, situação que considera “injustificável”.

 

 

“Se não queremos austeridade, não podemos permitir políticas destas, porque a austeridade é o sacrifício dos trabalhadores face ao aumento do lucro do capital”, disse.

 

 

A líder do BE acusou ainda o Governo de ser “equívoco” em relação ao sistema financeiro, mantendo a previsão de injeção de dinheiro no Novo Banco, e não impondo “comissões zero e ‘spreads’ com limites claros” para garantir que os apoios cheguem à economia.

 

 

Finalmente, em matéria europeia, Catarina Martins considerou que o ministro das Finanças tem, enquanto presidente do Eurogrupo, apoiado medidas que “significam mais endividamento hoje e mais austeridade no futuro”.

 

 

 

 

 

 

 Estudo aponta para reforço das desigualdades na sociedade portuguesa

 

 

 

 

 

 

A crise económica que a pandemia de covid-19 está a provocar em Portugal vai reforçar desigualdades estruturais na sociedade, segundo um estudo do Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social

 

 

Com uma amostra de cerca de 11.500 inquiridos e efetuado entre 25 e 29 de março, o estudo sublinhou que “o ‘Grande Confinamento’ já está a afetar mais uns grupos do que outros” e concluiu que o maior indício de vulnerabilidade económica neste período é determinado pela situação económica anterior, o que “comprova a natureza não democrática e assimétrica da atual pandemia”.

 

 

Entre os setores mais afetados destacou-se o do alojamento e da restauração, no qual 62% das empresas encerraram temporária ou definitivamente (55% e 7%, respetivamente), segundo dados do Banco de Portugal e do Instituto Nacional de Estatística (INE), ao qual estão associados salários baixos e precariedade nos vínculos laborais.

 

 

A este grupo juntaram-se ainda os trabalhadores independentes, com mais de 145 mil a terem pedido até 13 de abril o acesso à medida extraordinária de redução da atividade económica.

 

 

Simultaneamente, os investigadores assinalaram que “o desemprego registado está a aumentar a um ritmo acelerado (mais 32 mil desempregados registados no espaço de cerca de duas semanas) e o recurso ao ‘lay-off’ atinge números inimagináveis”.

 

 

Com efeito, entre 31 de março e 14 de abril, o número de empresas neste regime subiu 20 vezes (de 3.361 para 69.114) e o número de trabalhadores foi multiplicado por 13 vezes (de 72.507 para 938.821).

 

 

De acordo com o inquérito, estima-se que cerca de um terço dos trabalhadores por conta de outrem estejam em ‘lay-off’ e que esse regime foi especialmente aproveitado por micro e pequenas empresas (até 10 trabalhadores), que representaram 79% dos pedidos. Por isso, o estudo manifestou a dúvida se o regime de ‘lay-off’ não será “uma antecâmara do desemprego”.

 

 

Paralelamente, o documento do COLABOR considerou que “o padrão de especialização” e a “estrutura de qualificações” da população nacional condicionam o potencial do teletrabalho.

 

 

Aliás, o estudo indicou que trabalhar a partir de casa “produz desigualdades” entre aqueles que podem facilmente desempenhar as suas funções nesse modelo e os que não podem, bem como entre homens e mulheres, que continuam mais presentes nas tarefas domésticas.

 

 

“As condições de implementação de teletrabalho suscitam também tensões no modo de organização do trabalho, aqui também ilustradas, que vão para além da difícil gestão de espaços comuns de trabalho e de vida familiar, incluindo também a própria gestão de tempos de trabalho”, acrescentou ainda o estudo, reforçando que “consoante aumenta o número de indivíduos que compõe o agregado, também crescem as dificuldades económicas”.

 

 

Perante 40% dos inquiridos a admitir já ter perdido ou estar em vias de perder rendimentos brevemente, os investigadores concluíram que se não forem melhoradas as respostas públicas a nível nacional e europeu, “o desemprego galopante refletir-se-á no aumento considerável da desigualdade de rendimento e da pobreza relativa e absoluta”.

 

 

O “Grande Confinamento” levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

 

 

Para Portugal, onde já morreram 687 pessoas, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.

 

 

 

TPT com: MadreMedia//Sapo24//Lusa//JYGO // SMA//CSJ// 18 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

 

Marcelo Rebelo de Sousa promulgou vários decretos e medidas excepcionais do Governo de António Costa

 

O Presidente da República promulgou hoje o decreto que regulamenta a prorrogação do estado de emergência e outros dois diplomas do Governo com medidas excecionais aplicadas à compra de equipamento médico e ao setor do turismo.

 

 

Marcelo Rebelo de Sousa promulgou também dois diplomas da Assembleia da República, com origem em propostas de lei do Governo, que estabelecem regimes excecionais e temporários de processo orçamental e de notificação postal no atual quadro de pandemia de covid-19.

 

 

Esta informação consta de duas notas divulgadas no portal da Presidência da República na Internet. Os três diplomas do Governo foram hoje aprovados em Conselho de Ministros e os dois da Assembleia da República seguiram também hoje para o Palácio de Belém e foram promulgados no próprio dia.

 

 

De acordo o comunicado da reunião de hoje do Conselho de Ministros, o decreto que regulamenta a prorrogação do estado de emergência por novo período de 15 dias, até 02 de maio, faz “ajustamentos às medidas já aprovadas” e adota “outras medidas que se considera necessárias”, prevendo “o levantamento da cerca sanitária ao concelho de Ovar” e “a participação em actividades relativas às celebrações oficiais do Dia do Trabalhador”.

 

 

As celebrações do 1.º de Maio decorrerão “mediante a observação das recomendações das autoridades de saúde, designadamente em matéria de distanciamento social, e através de articulação entre as forças de segurança e os parceiros sociais”, lê-se no comunicado.

 

 

Os outros dois diplomas do Governo promulgados hoje pelo Presidente da República são um “decreto-lei que estabelece medidas excecionais e temporárias procurando responder aos constrangimentos causados pela atual pandemia no setor do turismo” e outro que “estabelece medidas excecionais e temporárias relativas à pandemia da doença covid-19, permitindo o procedimento simplificado de ajuste direto para compra de equipamento médico e de proteção”.

 

 

O primeiro “define um regime específico dirigido a viagens organizadas por agências de viagens e turismo, ao cancelamento de reservas em empreendimentos turísticos e estabelecimentos de alojamento, e às relações entre agências de viagens e turismo, operadores de animação turística e os empreendimentos turísticos e os estabelecimentos de alojamento local”.

 

 

No que respeita aos diplomas da Assembleia da República, o “regime excecional e temporário de processo orçamental, na sequência da pandemia da doença covid-19” foi aprovado por unanimidade na quinta-feira em votação final global.

 

 

Nos termos desta lei, no ano de 2020 “fica excecionada a atualização do quadro plurianual de programação orçamental” e “a apresentação da proposta de lei das Grandes Opções, incluindo a programação orçamental plurianual, é feita em simultâneo com a proposta de lei do Orçamento do Estado”.

 

 

Além disso, “o Governo fica autorizado, a título excecional, a proceder às transferências de verbas entre programas relativos a diferentes missões de base orgânica, durante a vigência das medidas de prevenção, contenção, mitigação e tratamento da infeção epidemiológica por SARS-CoV-2 e da doença covid-19 e exclusivamente para despesas a realizar no âmbito da situação epidémica de covid-19”.

 

 

O outro diploma do parlamento promulgado hoje pelo chefe de Estado, o “regime excecional e temporário quanto às formalidades da citação e da notificação postal, no âmbito da pandemia da doença covid-19”, foi aprovado igualmente na quinta-feira, com votos favoráveis de PS, PSD, CDS-PP, PAN e abstenções das restantes forças políticas.

 

 

“Fica suspensa a recolha da assinatura na entrega de correio registado e encomendas até à cessação da situação excecional de prevenção, contenção, mitigação e tratamento da infeção epidemiológica por SARS-CoV-2 e da doença covid-19”, lê-se no articulado, que estabelece também que “a recolha da assinatura é substituída pela identificação verbal e recolha do número do cartão de cidadão, ou de qualquer outro meio idóneo de identificação, mediante a respetiva apresentação e aposição da data em que a recolha foi efetuada”.

 

 

A pandemia de covid-19 já atingiu 193 países e territórios, registando-se mais de 145 mil mortos e mais de 2,1 milhões de pessoas infetadas a nível global.

 

 

Em Portugal, morreram 657 pessoas num total de 19.022 confirmadas como infetadas, segundo o balanço de hoje da Direção-Geral da Saúde

 

 

 

 

Carreiras considera “enorme erro” comemorações do 25 de Abril, 1.º de Maio e 10 de Junho

 

 

 

 

 

O presidente da Câmara de Cascais afirmou hoje que não irá permitir que se realizem no município as habituais comemorações do 25 de Abril, 1.º de Maio ou 10 de Junho, considerando “um enorme erro” as celebrações nacionais.

 

Numa publicação na sua conta da rede social Facebook, Carlos Carreiras refere que estas celebrações municipais “já tinham sido canceladas”.

 

 

“Ou melhor, quem quiser comemorar comemora em casa. O presidente da Câmara Municipal de Cascais não é irresponsável para com os seus munícipes”, refere o autarca do PSD, prometendo que, em 2021, estas datas serão celebradas ainda com “mais vigor e energia”.

 

 

Carlos Carreiras critica depois a decisão de assinalar estas datas a nível nacional: “É um enorme erro que rasga o consenso e a confiança que tem presidido ao combate à esta pandemia e como tal é motivo da minha mais veemente crítica e oposição”.

 

 

“Mais. Considero uma ofensa a todos os que estamos a passar este momento negro, manterem as comemorações do 25 de Abril e 1º Maio, já que o 10 de Junho já o Sr. Presidente da República já tinha cancelado. Indecoroso e um péssimo exemplo que vem de cima e a liderança afirma-se pelo exemplo. Este é um péssimo exemplo”, aponta.

 

 

A decisão de a Assembleia da República manter a sessão solene do 25 de Abril no parlamento, embora com menos deputados e convidados, teve o apoio da maioria dos partidos: PS, PSD, BE, PCP e Verdes.

 

 

O PAN defendeu o recurso à videoconferência, a Iniciativa Liberal apenas um deputado por partido, enquanto o CDS-PP – que propôs uma mensagem do Presidente da República ao país – e o Chega foram contra.

 

 

Quanto ao 1.º de Maio, o Governo afirmou hoje que vai poder ser celebrado, mas com “o distanciamento adequado”, faltando as autoridades de saúde dar as indicações necessárias para definir o formato, em conjunto com as forças de segurança e as centrais sindicais.

 

 

Em relação ao 10 de Junho, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já anunciou que será assinalado com uma “cerimónia simbólica em frente ao Mosteiro dos Jerónimos”, tendo as comemorações previstas na Madeira sido adiadas para o ano que vem, pois implicavam a deslocação antecipada de centenas de militares e civis, “num período de limitação na circulação e convivência de pessoas”.

 

 

 

 

Mais de 15 mil pessoas pedem cancelamento da sessão solene no parlamento

 

 

 

 

Mais de 15 mil pessoas já assinaram uma petição ‘online’ a pedir o “cancelamento imediato” da sessão solene de comemoração do 25 de Abril na Assembleia da República, para a qual está prevista a presença de 130 pessoas.

 

Às 22h30, 15.661 pessoas tinham assinado esta petição, dirigida ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e ao primeiro-ministro, António Costa.

 

 

“Não se admite que a Assembleia queira comemorar o 25 de Abril, juntando centenas de pessoas no seu interior” numa altura em que “se pede a todos os portugueses que se abstenham de sair de casa” e “em que se pede que não exista concentração de pessoas” devido à pandemia de covid-19, alegam os peticionários.

 

 

Para estas pessoas, “é uma vergonha” a sessão solene aprovada, porque demonstra que os partidos “não respeitam minimamente o povo”.

 

 

“Não se admite que os senhores deputados não cumprem aquilo a que obrigam a todos nós, e bem. Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”, acrescenta o texto da petição.

 

 

A Assembleia da República estimou hoje que participem cerca de 130 pessoas na sessão solene do 25 de Abril entre deputados e convidados, contra os cerca de 700 do ano passado, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19.

 

 

Numa nota sobre a sessão solene comemorativa do 46.º aniversário do 25 de Abril de 1974, depois de questionado pela Lusa, o gabinete do presidente do parlamento refere que o figurino habitual da cerimónia será “naturalmente adaptado, quer do ponto de vista organizativo, quer do ponto de vista do número de convidados, embora sem perder de vista a dignidade da cerimónia”.

 

 

A lista de entidades que serão convidadas não foi ainda divulgada pela Assembleia da República.

 

 

De acordo com o gabinete de Ferro Rodrigues, este ano não haverá nem as tradicionais cerimónias militares no exterior do Palácio de São Bento nem o tradicional programa cultural, o Parlamento de Portas Abertas.

 

 

A sessão arrancará pelas 10 horas na Sala das Sessões e usarão da palavra, como habitualmente, o presidente da Assembleia da República, os deputados únicos representantes de partido, os representantes dos Grupos Parlamentares e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que encerrará.

 

 

Na conferência de líderes de quarta-feira, a decisão de realizar a sessão solene no parlamento, embora com menos deputados e convidados, teve o apoio da maioria dos partidos: PS, PSD, BE, PCP e Verdes. O PAN defendeu o recurso à videoconferência, a Iniciativa Liberal apenas um deputado por partido, enquanto o CDS-PP – que propôs uma mensagem do Presidente da República ao país – e o Chega foram contra.

 

Entretanto, o Presidente da República reafirmou que participará nesta cerimónia.

 

 

 

TPT com: Lusa//AEP//MadreMedia//Manuel Almeida/Lusa// 17 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

Manifestantes armados contra o isolamento social nos EUA

 

Entre slogans pró-Trump e armamento pesado, milhares de manifestantes sairam à rua no Michigan, onde já morreram mais de 1900 pessoas devido à covid-19.

 

 

Enquanto a pandemia do novo coronavírus deixa um rasto de destruição nos Estados Unidos, muitos não estão nada contentes com as medidas de isolamento. Apesar do país já ter ultrapassado os 654 mil casos registados e 33 mil mortes, com mais de 564 mil pessoas ainda a serem tratadas, milhares de manifestantes – muitos deles armados até aos dentes – juntaram-se para exigir o fim da quarentena, imposta no Michigan pela governadora Gretchen Whitmer.

 

 

“Prendam-na, prendam-na”, cantaram manifestantes, em Lansing, a capital do estado, ecoando um dos grandes slogans de Donald Trump nas eleições presidenciais 2016. Na manifestação, encabeçada pela Coligação Conservadora do Michigan, não faltaram os chapéus onde se lida “Make America Great Again”, enquanto as bandeiras norte-americanas eram omnipresentes: chegavam a estar estampadas em chapéus ou fatos.

 

 

“Estamos fartos de não poder comprar as coisas que precisamos, ir ao cabeleiro”, queixou-se uma manifestante, mostrando as suas raízes descoloradas ao Guardian. “É uma responsabilidade individual”, assegurou outro manifestante à WXYZ. “Os americanos são inteligentes o suficiente para tomar estas decisões por si mesmos”.

 

 

“A triste ironia com o protesto, é que eles não gostam das ordens para ficar em casa e podem ter causado a necessidade de prolongá-la”, disse a governadora do Michigan, lamentando que tantos tenham violado a distância mínima de segurança. Whitmer impôs das mais estritas medidas de quarentena no país. Ainda assim,já morreram mais de 1900 pessoas devido à covid-19 no Michigan.

 

 

Entretanto, ontem foram extendidas as medidas de isolamento social em muitos estados e cidades, incluíndo Nova Iorque, Washington e Los Angeles. Já o Presidente prepara-se para apresentar as suas orientações gerais para a reabertura da economia norte-americana, que será levada a cabo pelas autoridades estaduais.

 

 

 

 

Em Portugal foi provada a renovação do estado de emergência até 2 de maio

 

 

 

Marcelo Rebelo de Sousa assinou esta quinta-feira a 2.ª renovação do estado de emergência, que, em direto de Belém, disse desejar que fosse a última.

“Estamos agora mais próximo do fim de abril, o mês decisivo para ganharmos a 2.ª fase”, começou por dizer, salientando que Portugal está a ganhar esta fase.

 

 

“Empresas industriais retomaram o seu trabalho, até dentro da cerca sanitária de Ovar, comércio e serviços que puderam ajustaram-se e reagiram à crise”, afirmou o Presidente da Repúblicando, explicando que estas atividades eram “uma parte da economia real a mostrar que queria avançar em conjunto com o combate pela vida e pela saúde”.

 

 

Para esta 2.ª renovação do estado de emergência, o Presidente da república aponta três razões, que considera “essenciais”.

 

 

“A nossa tarefa nos lares não desperdiçou um minuto, mas precisa de mais algum tempo”, apontou Marcelo como a primeira razão para esta renovação, sublinhando que ainda era necessário detetar, isolar e preservar. Marcelo explicou que esta não era uma questão importante apenas para quem está nos lares, mas também para “quem está cá fora”.

 

 

Salientando que Portugal é o 4.º país da Europa que “mais testa por milhão de habitantes” e o que o número de infetados está a evoluir de forma positiva, alerta para que é ainda preciso “continuar a estabilizar o número diário de internamentos, em geral, e de internamentso nos cuidados intensivos, em especial”.

 

 

A última razão pela qual o estado de emergência foi renovado esta quinta-feira foi para dar tempo ao Governo para “estudar e preparar” a abertura gradualda sociedade e da economia, no fim de abril. “Com uma preocupação essencial: criar segurança e confiança nos portugueses para eles possam sair de casa” e ir voltando à rotina do dia-a-dia “sem passos precipitados contraproducentes”.

 

 

“Não tenham receio”, disse Marcelo, dirigindo-se a todos que têm “doenças mais graves”. “Ninguém minimiza a vossa entrega de muitas décadas”, disse, explicando que “ninguém quer dividir os portugueses” entre aqueles que “resistem e são imprescindíveis” e “os frágeis que são descartáveis”.

 

 

Marcelo dirigiu-se também aos “os mais jovens dos jovens”. “Admiro a vossa capacidade de reagir ao maior e, para muitos, incompreensível choque da vossa vida”, disse. O PR garantiu ainda será “o primeiro a testemunhar” como foi essencial o papel de proximidade que os autarcas têm tido.

 

 

Marcelo afirmou ainda que “as expetativas suscitadas” para maio e para um possível regresso só dependem do que se conseguir alcançar até ao final de abril. “Isso será medido dentro de duas semanas”, explicou, sublinhando que, tal como a maioria dos portugueses, conjuga esperança e dever de cumprimento, “Mas maio tem que ser essa ponte entre o dever e a esperança”, afirmou, sublinhando que a confiança “é a palavra-chave”. “Retenhamos isto: uma crise na saúde bem encaminhada e uma abertura bem ponderada dão força à economia e à sociedade. Do emprego ao consumo, do investimento ao turismo, da cultura à comunicação social”, afirmou, explicando que se ta crise e as aberturas forem menos controladas, podem criar problemas. “À vida, à saúde, e, portanto, à sociedade e à economia”, afirmou.

 

 

Sublinhando que o processo de contenção é “longo, ingrato e imprevisível”, Marcelo alertou para o exist~encia do pensamento de que “o pior já passou”. “E tudo isso convida a facilidades tentadoras. Temos de lhes resistir. Temos de evitar a desilusão de, por precepitações em abril, deitarmos a perder maio”, alertou, sublinhando que “ainda nos falta o mais difícil”. “Como diz o povo, nós não queremos morrer na praia”, afirmou.

 

 

Marcelo reconheceu ainda que o sucesso que tem sido reconhecido a nível internacional “como um milagre”, não é. “É fruto de muito sacrifício”, disse, afirmando que este sucesso tem sido resultados de “ouvir os especialistas, ter agido em unidade e ter feito deste combate o combate da sua vida”. “Desde logo o primeiro-ministro e, com ele, o Governo, como é justo reconhecer”, afirmou, referindo que estas decisões também estievram nas mãos do presidente da Assembleia da República, de todo a Assembleia, dos líderes partidários, dos líderes sociais, dos partidos políticos e dos parceiros económicos e sociais. “Mesmo os que divergem no primeiro e decisivo momento, não se opuseram”, acrescentou, dizendo que “é isso que ficará para a História”.

 

 

O Parlamento português aprovou, esta quinta-feira, pela terceira vez o estado de emergência, que o Presidente da República propunha. No mesmo dia, pouco antes, o balanço das autoridades de saúde da covid-19 em Portugal revelava um total de 629 mortes, 30 das quais registaram-se nas últimas 24 horas, período no qual surgiram 750 novos casos de contágio, elevando para 18.841 o número de diagnósticos confirmados. O dia fica ainda marcado pela morte do escritor chileno Luís Sepúlveda, em Espanha.

 

 

 

TPT com: Jeff Kowalsky/AFP//Guardian////Jornal i//MadreMedia/Lusa// 16 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

 

De Itália aos Estados Unidos. Os profissionais de saúde e o heroísmo contra o coronavírus

Médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem e outros profissionais da área da saúde tornaram-se heróis involuntários na luta contra o coronavírus, conquistando elogios e aplausos das varadas e ruas de todo o mundo.

 

 

Da africana Duala até à monumental Roma, passando pela cosmopolita Nova Iorque, novo epicentro do vírus, e Guayaquil, a pandemia matou mais de 118.000 pessoas – incluindo muitos médicos e enfermeiras – e infectou mais de 2 milhões.

 

 

A vida diária do exército de profissionais da saúde, com uma vocação para tentar salvar vidas, é muito difícil.

 

 

O elevado fluxo de pacientes, a falta de equipamentos, o medo da infecção e a necessidade de dar apoio aos pacientes mais graves são as dificuldades e tarefas que devem superar a cada dia.

 

 

 

A seguir os depoimentos de alguns heróis na luta contra a COVID-19.

 

 

 

 

Itália: o perigo do contágio

 

 

 

 

Em Itália, um dos países mais afetados do mundo, dezenas de médicos e enfermeiras morreram vítimas do coronavírus e milhares de profissionais da saúde foram infetados. Máscaras, fatos de proteção, luvas… transformaram gradualmente as enfermeiras e os médicos em astronautas.

 

 

Vestir o equipamento e lavar as mãos são tarefas meticulosas que exigem muito cuidado e levam muito tempo.

 

 

“Não estabelecemos um tempo específico para este processo, mas calculamos que para um turno de sete horas são necessários de 40 a 50 minutos apenas para nos vestirmos”, explica a enfermeira Silvana Di Florio, coordenadora da Unidade de Cuidados Intensivos COVID-19 do hospital Tor Vergata de Roma.

 

 

“Quando se trata de lavar as mãos e desinfectá-las, calculamos que gastamos entre 60 a 75 minutos por dia”, completa.

 

 

“Os profissionais da saúde não devem ficar doentes, não tanto pela sua capacidade de trabalho, mas porque seria injusto”, afirma.

 

 

 

Equador: caos nas ruas

 

 

 

 

“Marchamos para a guerra sem armas”. Confinada, doente, uma enfermeira veterana de Guayaquil, o principal porto equatoriano na costa do Oceano Pacífico, não esconde a revolta a respeito do contágio de 80 colegas e a morte de cinco profissionais.

 

 

Com centenas de cadáveres nas casas da cidade pela falta de espaço nas morgues e devido ao colapso dos hospitais e das funerárias, o coronavírus provocou o caos na capital económica do Equador, um dos países da América Latina mais afetados pela pandemia.

 

 

“Não tínhamos o equipamento necessário quando isto (a epidemia) começou a devastar a Europa”, lamenta a enfermeira, de 55 anos, obrigada a permanecer em casa porque os hospitais estão saturados.

 

 

A sua unidade de emergência recebeu pacientes com “sintomas significativos, mas devido à falta de testes, foram tratados como se tivessem gripe e enviados para casa”, relatou.

 

 

“Não tínhamos equipamento de proteção pessoal, mas também não poderíamos recusar o atendimento aos pacientes”, disse.

 

 

 

 

Camarões: o que fazer com as famílias?

 

 

 

 

 

“Também é complicado com a família”, conta Roger Etoa, médico de 36 anos e diretor do Centro de Saúde de Duala, uma das principais cidades de Camarões, entre os países mais afetados da África subsaariana.

 

 

“Vivo com minha esposa e os meus filhos. Quando chego a casa à noite, corro para tomar um duche, mas é difícil evitar que as crianças pulem para cima de nós”, conta.

 

 

“Como precaução tomo cloroquina, mas ainda não sabemos se funciona como método de prevenção ou cura, mas eu faço-o como precaução”, admite.

 

 

“Temos medo, como todo o resto da população. Medo de ter colocado a máscara de maneira errada, medo de ter ajustado incorretamente o traje quando recebemos um paciente com sintomas, medo”, confessa o médico.

 

 

“Quando acordamos de manhã e sentimos uma ligeira dor de cabeça, questionamo-nos: ‘Será o vírus? Será que chegou a minha vez”, revela.

 

 

 

Espanha: pacientes sozinhos, sem famílias

 

 

 

 

“É difícil ver os pacientes sozinhos e sem que as famílias os possam acompanhar”, admite Antonio Álvarez, enfermeiro de 33 anos da UTI do Vall d’Hebron, o maior hospital de Barcelona.

 

 

Ele conta que liga para os parentes dos seus pacientes todos os dias e, caso entrem em fase terminal, tenta fazer com que um integrante da família possa dizer adeus atrás do vidro que isola a pessoa numa box.

 

 

“Despedem-se deles da porta e provavelmente será a última vez que poderão observá-lo”, comenta, antes de recordar que os funerais estão proibidos.

 

 

“Se fosse um membro da minha família, não conseguiria ficar calado, atrás da porta. É uma situação muito difícil, um luto muito complicado”, lamenta.

 

 

 

 

Turquia: é como “estar na guerra”

 

 

 

 

“Todos trabalham duramente, como se estivessem na guerra”, afirma o professor Nuri Aydin, reitor da Faculdade de Medicina de Cerrahpasa, em Istambul.

 

 

“A atmosfera aqui não é a de um local de trabalho normal, mas a de um campo de batalha”, completa ao percorrer o hospital.

 

 

Quase 60% dos casos de coronavírus na Turquia foram registados em Istambul, uma cidade em expansão, com mais de 15 milhões de habitantes e capital económica do país.

 

 

Por temer contaminar os seus familiares, alguns funcionários da enfermaria dormem em hotéis ou residências para estudantes.

 

 

“Estão a fazer algo sobre-humano. Não tem preço o trabalho que estão a fazer. Estão ao serviço da humanidade”, resume Aydin.

 

 

 

 

Estados Unidos: sem proteção

 

 

 

 

“Somos os combatentes nos postos avançados (…) e não temos as armas nem a armadura para nos protegermos do inimigo”, afirmou Judy Sheridan-Gonzalez, enfermeira da unidade de emergência durante um protesto organizado diante de um hospital de Nova Iorque.

 

 

Como acontece em outros países, as enfermeiras reclamam da falta de máscaras, de trajes e de equipamentos de proteção. Elas temem pelas suas vidas e as dos seus pacientes.

 

 

Com aproximadamente 195.000 casos confirmados de COVID-19 e 14.612 mortes, o estado de Nova Iorque é o epicentro da pandemia que afeta os Estados Unidos, atualmente o país com o maior número de contágios.

 

 

Benny Mathew, outro enfermeiro de 43 anos, revela que contraiu o vírus depois de atender pelo menos quatro pacientes. Quando a febre diminuiu, o hospital pediu que regressasse ao trabalho.

 

 

“O único critério é a febre. Pediram que colocasse a máscara e voltasse. Faltavam funcionários, então o meu dever era regressar, mas tinha medo de transmitir a doença aos meus colegas e aos pacientes que não têm o coronavírus”, destacou.

 

 

 

Filipinas: um “pesadelo”

 

 

 

 

“Isto é um pesadelo”, afirma Ferdinand de Guzmán, médico do hospital São Lázaro de Manila, de 60 anos e do grupo de risco.

O centro especializado em doenças infecciosas nunca havia registado algo assim, apesar de ter vivenciado diversas epidemias.

O números de leito na UCI é limitado e os médicos são obrigados a “classificar” aos pacientes que chegam ao local.

 

 

“Não queremos acreditar que somos Deus, mas os médicos têm que tomar decisões”, explica. Por isto, o regresso a casa depois de uma jornada de trabalho de 12 horas torna-se num desafio.

“Não queremos voltar, tememos pelas nossas famílias”, confessa.

 

 

 

 

Alemanha: ajudar o vizinho

 

 

 

 

 

“Tivemos dois pacientes, de 64 e 68 anos, que chegaram de Colmar, em França, e que regressaram ao seu país recuperados”, conta Thomas Kirschning, de 44 anos, coordenador da UCI do hospital de Mannheim, próximo da fronteira.

 

 

“Foi estimulante para a equipa poder ajudar, porque ainda tínhamos vagas em Mannheim e França enfrentava uma situação de emergência”, explica.

 

 

Regressar a casa à noite, no entanto, provoca apreensão. “Estamos a tentar não cometer erros e a não colocar as nossas vidas em perigo”, afirma o médico, casado e que tem duas filhas.

 

 

“É evidente que a pandemia influencia as nossas relações. Estamos todos um pouco preocupados, a minha família por mim e eu pela minha família”, resume.

 

 

 

Parlamento Português debate e vota 5.ª feira nova renovação do estado de emergência

 

 

 

 

A Assembleia da República Portuguesa vai debater e votar na quinta-feira uma nova renovação do estado de emergência, bem como o relatório do Governo relativo ao primeiro período deste processo, decidiu hoje a conferência de líderes.

 

 

De acordo com a porta-voz da conferência de líderes, a deputada do PS Maria da Luz Rosinha, o plenário de quinta-feira terá três pontos: o primeiro, para analisar o relatório do estado de emergência que o Governo está obrigado a apresentar sobre a forma como decorreu este processo, depois o debate sobre a renovação do estado de emergência e, finalmente, a análise de duas propostas de lei do Governo.

 

 

O próximo plenário realiza-se em 22 de abril, com um debate com o primeiro-ministro, António Costa, e a preparação do Conselho Europeu, que se realizará a 23.

 

Na quinta-feira, a reunião plenária arrancará pelas 15:00, com um debate de cerca de meia hora no qual se fará a apreciação do Relatório sobre a aplicação da declaração do estado de emergência, com a presença do Governo.

 

 

O executivo entregou na segunda-feira na Assembleia da República o relatório sobre a aplicação do primeiro período do estado de emergência devido à pandemia do novo coronavírus, que decorreu entre 19 de março e 02 de abril.

 

 

No documento, refere-se que o Governo optou pela “sensibilização, esclarecimento e pedagogia”, em vez da punição e repressão, para fazer cumprir à população as medidas previstas no estado de emergência devido à COVID-19.

 

No parlamento, segue-se o debate sobre o pedido de autorização de renovação do estado de emergência, com intervenções de todos os partidos e do Governo, num total de 51 minutos, seguido de votação imediata.

 

 

O estado de emergência, que de acordo com a Constituição não pode ter duração superior a 15 dias, sem prejuízo de eventuais renovações com o mesmo limite temporal, vigora em Portugal desde o dia 19 de março e foi já renovado uma vez, até 17 de abril. Se for novamente renovado, vigorará até 02 de maio.

 

 

O último ponto será o debate conjunto, em 27 minutos, de duas propostas de lei do Governo: uma que estabelece um regime excecional e temporário de processo orçamental e outra que prevê também um regime especial quanto às formalidades da citação e da notificação postal, no âmbito da pandemia da doença COVID-19.

 

 

No final, haverá votações regimentais, devendo os diplomas do Governo ser, como habitualmente, ser votados na generalidade, especialidade (podendo os partidos apresentar propostas de alteração) e final global, de modo a entrarem rapidamente em vigor.

 

 

A nível global, a pandemia de COVID-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

 

 

Portugal regista 599 mortos associados à COVID-19 em 18.091 casos confirmados de infeção, segundo o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde sobre a pandemia.

 

 

Portugal está em estado de emergência desde 19 de março, que deverá ser renovado esta semana por um novo período de 15 dias.

 

 

 

TPT com: AFP//NYT//Washington Post//NBC//N.N./Lusa//  15 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

 

EUA anunciam suspensão da contribuição para a OMS por má gestão da pandemia Covid-19

 

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, anunciou hoje que vai suspender a contribuição do país à Organização Mundial da Saúde (OMS), justificando a decisão com a “má gestão” da pandemia de covid-19.

 

 

 

“Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”, disse Donald Trump.

 

 

Donald Trump considerou que “o mundo recebeu muitas informações falsas sobre a transmissão e mortalidade” da doença covid-19.

 

 

O Presidente dos Estados Unidos falava aos jornalistas na Casa Branca, em Washington, capital do país, onde referiu que os EUA contribuem com “400 a 500 milhões de dólares por ano” (entre 364 e 455 milhões de euros) para a OMS, em oposição aos cerca de 40 milhões de dólares (mais de 36 milhões de euros), ou “ainda menos”, que Trump estimou que fosse o investimento da China naquela organização.

 

 

Donald Trump advogou ainda que se a OMS “tivesse feito o seu trabalho e enviado especialistas médicos para a China”, para averiguar a “situação no local”, a pandemia poderia “ter sido contida na fonte com pouquíssimas mortes”.

 

 

O Presidente dos EUA tinha ameaçado, na semana passada, suspender esta contribuição financeira para a OMS, acusando a organização de ser demasiado “pró-chinesa”, nas decisões que toma no combate à pandemia.

 

 

Hoje, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que OMS não “agiu de forma correta desde o início” e pediu uma “mudança radical” na forma como opera.

 

 

“Precisamos de garantir que o dinheiro que gastamos (com a OMS) — dólares de impostos pagos aqui nos Estados Unidos — é usado de forma sensata e para os objetivos pretendidos”, disse o chefe da diplomacia norte-americana.

 

 

Embora tenha afirmado que, “no passado, a OMS fem um bom trabalho”, Pompeo, repetindo a crítica sobre a tendência pró-chinesa da organização na esfera das Nações Unidas, acrescentou: “Infelizmente, desta vez, não fez o seu melhor e devemos garantir uma mudança radical.”

 

 

O secretário de Estado também reiterou as acusações ao Governo de Pequim, que, segundo Washington, não foi célere a partilhar avisos sobre os riscos de alastramento da epidemia, na fase inicial da crise sanitária.

 

 

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

 

 

Dos casos de infeção, cerca de 413.500 são considerados curados.

 

 

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia.

 

 

O número total de infetados na China desde o início da pandemia é de 82.249, dos quais 3.341 morreram e, até ao momento, 77.738 pessoas tiveram alta.

 

 

A China registou 89 novos casos de infeção nas últimas 24 horas, três dos quais de contágio local.

 

 

Os Estados Unidos são o país que regista o maior número de mortes, contabilizando 25.239 até hoje, e o que tem mais infetados, com quase 600 mil casos confirmados.

 

 

 

TPT com: AFP//France-Presse//AFE // SR//NYT//Lusa// 14 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

 

 

Primeiro-ministro britânico agradece a um enfermeiro português por ter ajudado a salvar-lhe a vida

 

O português e uma enfermeira da Nova Zelândia, receberam um agradecimento especial por terem acompanhado Boris Johnson nos cuidados intensivos, numa mensagem na rede social Twitter.

 

 

“Quero agradecer às muitas enfermeiras, homens e mulheres, cujos cuidados têm sido tão surpreendentes. Vou esquecer alguns nomes, então perdoem-me, mas quero agradecer a Po Ling e Shannon e Emily e Angel e Connie e Becky e Rachael e Nicky e Ann”.

 

 

“E espero que não se importem que eu mencione em particular dois enfermeiros que ficaram ao meu lado durante 48 horas quando as coisas poderiam ter dado para o torto. São a Jenny da Nova Zelândia, Invercargill, na Ilha Sul, para ser exato, e Luís, de Portugal, perto do Porto”, acrescentou.

 

 

A mensagem foi publicada pouco depois de ter sido anunciado que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recebeu alta do hospital, onde estava internado desde 05 de abril, inicialmente “por precaução” para fazer testes devido a sintomas persistentes da doença.

 

 

Um agravamento do estado de saúde levou à passagem para uma unidade de cuidados intensivos na segunda-feira, onde passou três noites, encontrando-se desde quinta-feira numa enfermaria normal.

 

 

“A conselho da sua equipa médica, o primeiro-ministro não vai regressar imediatamente ao trabalho”, disse hoje um porta-voz, acrescentando que Boris Johnson agradece “a todos em St Thomas ‘pelo excelente tratamento que recebeu”.

 

 

Num depoimento tornado público no sábado à noite, Boris Johnson, tinha já declarou a propósito dos profissionais de saúde que o trataram: “Não posso agradecer-lhes o suficiente. Devo-lhes a minha vida”.

 

 

Boris Johnson, de 55 anos, foi o primeiro líder mundial a ser diagnosticado com a doença, a 26 de março, inicialmente com sintomas ligeiros de tosse e febre, o que o levou a continuar a trabalhar durante o período de isolamento.

 

 

Chegou a receber oxigénio, mas, segundo os seus assessores, não necessitou de apoio respiratório por ventilador.

 

 

A ministra do Interior, Priti Patel, disse no sábado que “é vital que o primeiro-ministro fique bom” e que “ele precisa de tempo e espaço para descansar, restabelecer-se e recuperar”.

 

 

Quando foi internado nos cuidados intensivos, o primeiro-ministro designou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, enquanto ministro de Estado, para o substituir na chefia do governo enquanto estivesse ausente.

 

 

 

 

Marcelo falou com enfermeiro que tratou PM britânico e agradece empenho dos profissionais de saúde

 

 

 

 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, agradeceu hoje o “empenho de todos os profissionais de saúde” na luta contra a covid-19 e revelou que falou com o enfermeiro português que tratou o primeiro-ministro britânico.

 

 

Numa nota divulgada hoje no portal da Presidência da República na ‘internet’, o chefe de Estado salienta “o especial reconhecimento apresentado hoje pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ao enfermeiro português Luís Pitarma pelo seu trabalho e vigilância durante o internamento nos cuidados intensivos”.

 

 

“O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa já transmitiu pessoalmente o seu agradecimento ao enfermeiro Luís Pitarma, e, na sua pessoa, agradece também o empenho de todos os profissionais de saúde portugueses que em Portugal e em todo o mundo estão a prestar uma ajuda decisiva no combate à pandemia”, é referido também.

 

 

O Presidente da República aproveitou igualmente para deixar “uma palavra de estímulo” aos “profissionais de outras nacionalidades que, reforçando o Serviço Nacional de Saúde, prestam um serviço inestimável a Portugal”.

 

 

“É também por eles que reforça o apelo para que, quem pode, permaneça em casa e cumpra as orientações das autoridades de saúde”, acrescenta o Palácio de Belém.

 

 

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, agradeceu hoje a um enfermeiro português pelo tratamento que recebeu durante o internamento no hospital St. Thomas, em Londres, onde esteve durante uma semana devido à infeção com covid-19.

 

Natural de Aveiro, Luís Pitarma, 29 anos, formou-se na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, tendo realizado um ano de Erasmus na universidade de Lathi, na Finlândia.

 

 

Em 2016, começou a trabalhar em Londres, onde passou por três unidades de saúde antes de ser recrutado para o grupo hospitalar de Guy e St. Thomas, onde é enfermeiro especializado em cuidados intensivos, em particular ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorporal), segundo informação do próprio nas redes sociais.

 

 

O português e uma enfermeira da Nova Zelândia, receberam um agradecimento especial por terem acompanhado Boris Johnson nos cuidados intensivos, numa mensagem na rede social Twitter.

 

 

A mensagem foi publicada pouco depois de ter sido anunciado que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, recebeu alta do hospital, onde estava internado desde 05 de abril, inicialmente “por precaução” para fazer testes devido a sintomas persistentes da doença.

 

 

Um agravamento do estado de saúde levou à passagem para uma unidade de cuidados intensivos na segunda-feira, onde passou três noites, encontrando-se desde quinta-feira numa enfermaria normal.

 

 

Boris Johnson, de 55 anos, foi o primeiro líder mundial a ser diagnosticado com a doença, a 26 de março, inicialmente com sintomas ligeiros de tosse e febre, o que o levou a continuar a trabalhar durante o período de isolamento.

 

 

O combate à pandemia da covid-19 no Reino Unido mobiliza vários enfermeiros portugueses, de entre os milhares que lá estão emigrados.

 

 

O Reino Unido registou mais 737 mortes de pessoas infetadas nas últimas 24 horas, elevando para 10.612 o total de óbitos durante a pandemia covid-19, comunicou hoje o Ministério da Saúde britânico.

 

 

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 504 mortos, mais 34 do que no sábado (+7,2%), e 16.585 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 598 em relação a sexta-feira (+3,7%).

 

 

 

TPT com: Pippa Fowles/n10 Downing Street//MadreMedia / Lusa// FM/BM // JH/Lusa// 12 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

 

 

Açorianos do Nordeste confiam nos esforços de contenção apesar dos vários casos de covid-19

 

É no centro da vila do Nordeste, a capital do concelho menos povoado da ilha açoriana de São Miguel, que se encontra o lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste, onde há registo, até ao momento, de 12 casos de infeção por covid-19.

 

 

O primeiro desses casos foi o de uma utente de 88 anos, que contraiu a infeção no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, depois de lhe ter sido transmitida por uma profissional de saúde.

 

 

Esta foi a primeira vítima mortal com covid-19 nos Açores, registando-se, desde então, outras duas mortes de utentes desta estrutura que estavam infetados com o novo coronavírus.

 

 

Numa vila deserta, as poucas pessoas vistas na rua conversam com os vizinhos que aparecem nos quintais ou à porta de casa.

 

 

É numa rua contígua àquela em que se situa o lar, junto a uma garagem, que a agência Lusa fala com um homem e uma mulher, vizinhos, ambos de meia idade e que não se querem identificar. Conversam mantendo um distanciamento para lá do recomendado.

 

 

A duas ou três casas de distância do equipamento da Santa Casa, a nordestense explica que a instituição “encerrou o lar há três semanas” e que “tomaram todas as medidas”.

 

 

“Se há Santa Casa que tenha as coisas em condições, é a nossa. As pessoas do centro de dia já não vinham. Eles mantiveram essa precaução. Fizeram tudo o que puderam. Mas se uma senhora tem de ir ao hospital, pois claro que tem de ir ao hospital”, considera.

 

 

E prossegue com os elogios à qualidade da instituição, atestando que os utentes “entram para ali moribundos e arrebitam”.

 

 

Os moradores próximos do lar não foram avisados de nenhuma das medidas implementadas, nem quando foi decidido vedar o espaço, mas a nordestense defende que “ninguém tem de avisar”. “Já estamos avisados. A gente sabe pela televisão”, acrescenta.

 

 

O vizinho com quem fala diz não saber muito sobre o assunto: “Tenho uma quinta, ali em cima, estou ali entretido. As pessoas, para saber as coisas, têm de ir para os cafés, mas está tudo fechado e eu estou sempre em casa”.

 

Segundo o morador, “as pessoas estão a respeitar” as regras impostas, “porque não se vê ninguém pelas ruas”.

 

 

Os dois vizinhos concordam em que é natural que surjam casos e que a maneira como a situação vai evoluir depende do comportamento da população: “A única preocupação é as pessoas não se respeitarem umas às outras. Se as pessoas se respeitassem, as coisas eram muito melhores.”

 

 

Essa é também a opinião de Lúcia Melo, que está na rua “só porque tem mesmo de ser”.

 

 

A situação que se vive, numa ilha onde foi decretada uma cerca sanitária que restringe a circulação entre os seis concelhos, “é irresponsabilidade de quem não cumpre a quarentena, de quem sai de casa inconscientemente”.

 

 

“As pessoas é que têm de ter consciência. Quem me dera a mim poder não sair, porque estou a zelar pela minha saúde, pela saúde dos meus filhos e da população em si”, atesta, a caminho das compras.

 

 

O “único erro” que a funcionária pública, que já trabalhou no lar de idosos da Santa Casa “há muitos anos”, aponta na gestão deste surto é que “devia ter sido feito o teste” à utente do lar antes de sair do hospital de Ponta Delgada.

 

 

Mas a ex-trabalhadora da instituição sublinha que, no lar em questão, “as condições são excelentes e têm capacidade para ter cada pessoa isolada no seu devido lugar”.

 

 

Apesar de reconhecer a necessidade, Lúcia lembra que as medidas de confinamento são muito difíceis para os idosos e para as famílias: “Conheço pessoas que têm familiares lá dentro e é muito triste saber que temos um familiar lá dentro e que não podemos ver, não podemos contactar. Há as tecnologias, mas não é a mesma coisa. Só o tocar com a mão, isso faz muita diferença, principalmente para os idosos”.

 

 

No seu entender, “mesmo que já não tenham o seu perfeito juízo – há uns que têm e outros que não têm -, só o contacto físico e ouvir a voz ali ao lado faz muita diferença para eles”. Por isso, acredita que “neste momento, muitos estejam abatidos”.

 

 

O contexto é delicado, “mas não há grande pânico” no concelho, afirma, apesar de acreditar que os funcionários do lar estejam stressados com a situação.

 

 

Com quase cinco mil habitantes, o concelho do Nordeste faz fronteira a sul com a Povoação e a oeste com a Ribeira Grande. Por ser o mais distante de Ponta Delgada, chegou a ser apelidado de “décima ilha dos Açores”, antes de a construção da via rápida sem custos para o utilizador (SCUT) ter facilitado o acesso ao município, que compreende 13 freguesias.

 

 

O concelho está isolado dos restantes cinco desde que foi, na passada sexta-feira, decretada uma cerca sanitária que restringe a circulação entre os seis concelhos micaelenses a profissionais de saúde ou trabalhadores de setores considerados essenciais.

 

 

A Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel criou uma enfermaria específica, com capacidade para 12 camas, no Centro de Saúde do Nordeste, para acolher os utentes do lar da Misericórdia do Nordeste com diagnóstico positivo de covid-19.

 

 

Os funcionários do lar infetados ficarão isolados em contexto domiciliário ou, nos casos em que tal seja necessário, em unidades hoteleiras disponibilizadas para acolher profissionais de saúde com covid-19.

 

 

Os casos positivos de covid-19 nos Açores dividem-se entre as ilhas de São Miguel (44), Terceira (oito), Graciosa (quatro), São Jorge (sete), Pico (dez) e Faial (cinco).

 

 

Portugal regista 435 mortos associados à covid-19 e 15.472 infetados, indica o boletim epidemiológico de hoje divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

 

 

TPT com: AEP//Sapo24//Lusa// 10 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

Icónico hotel Copacabana Palace no Rio de Janeiro fecha pela primeira vez em 97 anos

 

Numa reportagem publicada pelo jornal ‘O Globo’, Andrea Natal, directora do grupo que administra o Copacabana Palace, contou que a decisão de não receber mais hóspedes até ao mês de maio foi provocada pela queda de reservas em março, quando o Rio de Janeiro e outras metrópoles do país iniciaram ações de distanciamento social para evitar a proliferação da covid-19.

 

 

“A nossa previsão de ocupação para março era de 70% e fechámos o mês com 36%. Até começámos bem, mas a partir de meados do mês, quando o turismo global começou a ser mais afetado, com muitos cancelamentos de voos, a queda foi abrupta”, explicou Andrea Natal.

 

 

Localizado em frente à praia de Copacabana, este hotel ficou conhecido pelo luxo e por hospedar celebridades internacionais que visitam o Rio de Janeiro. O local também acolhe alguns dos mais importantes eventos sociais do país.

A situação do Copacabana Palace repete-se em outros hotéis brasileiros.

 

 

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), pelo menos 25 hotéis no Rio de Janeiro devem interromper as suas atividades até ao final de abril e, em São Paulo, pode acontecer o mesmo, já que na semana passada a taxa de ocupação foi de cerca de 5%.

 

 

Um levantamento divulgado na última quarta-feira pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicou que o setor do turismo como um todo perdeu 11,9 mil milhões de reais (2,1 mil milhões de euros) em volume de receitas somente na segunda quinzena de março no Brasil.

 

 

O dado indica uma queda de 84% na faturação face ao mesmo período de 2019. Somado ao prejuízo de 2,2 mil milhões de reais (400 milhões de euros) na primeira metade de março, divulgado pela CNC no mês passado, o turismo no Brasil já perdeu mais de 14 mil milhões de reais (2,5 mil milhões de euros) em receitas desde o início da crise causada pela pandemia.

 

 

 

 

 

Brasileira Petrobras amplia corte na produção de petróleo face à pandemia

 

 

 

 

 

A petrolífera estatal brasileira Petrobras anunciou que, a partir de quarta-feira, ampliará a redução da sua produção de petróleo de 100.000 a 200.000 barris por dia, para enfrentar a pandemia do novo coronavírus e garantir a sustentabilidade da empresa.

 

Segundo a companhia estatal de petróleo, a nova medida ajudará a neutralizar os efeitos causados polo excesso de oferta de petróleo no mercado internacional e pela diminuição da procura, situação que descreveu como “a pior crise” do setor do século.

 

 

“O cenário atual é marcado por uma combinação sem precedentes de uma queda acentuada no preço do petróleo, um superavit no mercado e uma forte contração na procura mundial por petróleo e combustíveis”, indicou a Petrobras, num comunicado hoje divulgado.

 

 

A duração da redução na produção diária de petróleo, bem como os possíveis aumentos ou diminuições, serão avaliados continuamente pela empresa.

 

 

Na semana passada, a Petrobras anunciou uma série de medidas para enfrentar a pandemia da covid-19, que incluem a redução de investimentos em 3,5 mil milhões de dólares, o adiamento do pagamento de dividendos e a suspensão provisória de 50% dos seus funcionários que estão em sobreaviso parcial.

 

 

Os investimentos planeados pela estatal para este ano sofrerão um corte de 12 mil milhões de dólares a 8,5 mil milhões de dólares, e haverá uma redução de cerca de dois mil milhões de dólares em gastos operacionais, dos quais 700 milhões de reais (121,6 milhões de euros) correspondem a cortes nas despesas com trabalhadores.

 

 

A Petrobras obteve um lucro recorde de 40,1 mil milhões de reais (cerca de 6,97 mil milhões de euros) em 2019, com os quais consolidou a sua recuperação iniciada em 2018.

 

 

O lucro foi 55,7% superior ao de 2018 e contrastou com os quatro anos anteriores de perdas, incluindo as históricas de 2015, quando a Petrobras sofreu um prejuízo recorde de 34,8 mil milhões de reais (cerca de seis mil milhões de euros).

 

 

TPT com: AEP//O Globo//Sapo24//Lusa// 10 de Abril de 2020

 

 

 

 

 

 

Acionistas islandeses acreditam que projecto da Cabo Verde Airlines não está em causa

 

A Cabo Verde Airlines (CVA) informou hoje, que devido a questões técnicas tem passado por algum constrangimento no cumprimento dos horários de voos, gerando atrasos em várias ligações, mas promete solucionar o problema o mais urgente possível.

 

 

“Os acionistas da empresa continuam a trabalhar numa solução financeira de longo prazo para a companhia aérea. Obviamente, esse trabalho foi afetado pelo surto de covid-19, mas continuo confiante de que os acionistas encontrarão uma solução que garanta que a companhia aérea retome as operações, conectando quatro continentes via Cabo Verde”, afirmou o presidente da Cabo Verde Airlines (CVA), Erlendur Svavarsson.

 

 

A companhia aérea de bandeira foi privatizada em março de 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, liderados pela Icelandair, que já este ano nomeou Erlendur Svavarsson para presidente do conselho de administração e director executivo da CVA.

 

 

O objectivo é transformar a ilha do Sal num ‘hub’ aéreo, implementado pela CVA, para os voos entre África, Europa, América do Norte e América do Sul.

 

 

A companhia aérea de Cabo Verde, que conta com 330 trabalhadores, só prevê retomar os voos comerciais, suspensos desde 18 de março devido à pandemia de covid-19, em 01 de julho.

 

 

Em fevereiro passado, antes dos efeitos da pandemia de covid-19, o grupo Icelandair anunciou a que a companhia aérea cabo-verdiana deverá apresentar resultados positivos em 2021, embora assumindo a necessidade de necessitar de contrair um financiamento de longo prazo.

 

 

A informação constava do relatório com as demonstrações financeiras consolidadas do exercício de 2019 do grupo aéreo islandês, que através da sua participada Loftleidir Icelandic EHF controla, desde 01 de março de 2019, diretamente, 36% da CVA.

 

 

“A CVA está à procura de financiamento de longo prazo. Se o financiamento de longo prazo não for garantido, isso poderá afetar negativamente a operação”, lê-se no relatório do grupo Icelandair, de 07 de fevereiro.

 

 

O Governo de Cabo Verde suspendeu todos os voos internacionais por um período inicial de 30 dias em 18 de março, para conter a propagação da pandemia de covid-19 ao arquipélago, deixando a companhia sem voos comerciais e apenas algumas ligações para repatriamento (763 passageiros de várias nacionalidades em seis voos desde 24 de março).

 

 

Para Erlendur Svavarsson, a CVA está hoje numa “posição semelhante” a muitas outras companhias aéreas, que tiveram que reduzir ou interromper os seus voos regulares.

 

 

“A empresa precisará tomar medidas para controlar o fluxo de caixa e contar com o apoio dos acionistas e do Governo de Cabo Verde para poder voltar aos céus, ainda este ano. Todas as partes interessadas permanecem firmes no seu compromisso com a empresa”, garantiu o presidente do conselho de administração da companhia aérea.

 

 

Apesar das circunstâncias actuais, que Erlendur Svavarsson sublinha que “não são exclusivas da Cabo Verde Airlines”, os acionistas “acreditam que as perspectivas de longo prazo para conectar quatro continentes via Cabo Verde permanecem fortes”.

 

 

“Cabo Verde é um destino vibrante e bonito, que vem crescendo em popularidade. Essa tendência continuará no longo prazo. Os países insulares dependem da conectividade aérea e esse forte requisito retornará assim que a tempestade da covid-19 passar”, afirmou.

 

 

Cabo Verde cumpre hoje 13 dias, de 20 previstos, de estado de emergência, declarado para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas suspensas, entre outras medidas.

 

 

O país mantém sete casos confirmados de covid-19, provocada por um novo coronavírus, entre as ilhas da Boa Vista (4), de Santiago (2) e São Vicente (1), além de um óbito.

 

 

Em 22 de março, em entrevista à Lusa, o primeiro-ministro de Cabo Verde afirmou que a CVA será uma das empresas objecto de medidas de apoio à economia e que a alienação dos 39% que o Estado ainda detém na companhia será adiada.

 

 

“A CVA sofre as consequências das medidas que todos os países estão a tomar de fecho das fronteiras aéreas, incluindo as que Cabo Verde já tomou. A CVA consta obviamente do leque de empresas que serão objeto das medidas de apoio à economia”, assumiu.

 

 

Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde) por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses com experiência no sector da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).

 

 

Ainda em 2019 avançou a venda de 10% a trabalhadores e emigrantes, e estava prevista a venda da restante participação a investidores institucionais.

 

 

“Quanto à participação no capital social, o Estado detém 39%. Está prevista a alienação dessa participação, mas este não é o momento de o fazer”, afirmou o primeiro-ministro, na entrevista à Lusa.

 

 

 

 

Cabo Verde Airlines só retoma voos comerciais em julho

 

 

 

A Cabo Verde Airlines decidiu actualizar a sua estratégia de protecção para os passageiros com voos reservados entre 27 de Fevereiro e 30 de Abril, na sequência das recentes notícias sobre o alastramento do novo coronavírus.

 

Numa mensagem aos passageiros, o presidente e diretor executivo da companhia, privatizada pelo Governo  em março de 2019, explica que a CVA está “orgulhosa” por estar a “operar voos de repatriamento”.

 

 

“Trabalharemos de forma a levar suprimentos para Cabo Verde e transportando material médico, conforme pedido, mas, pela segurança de todos nós, as operações comerciais de voo estão interrompidas até 01 de julho de 2020”, refere.

Uma decisão que, sublinha Erlendur Svavarsson, “não foi tomada de ânimo leve”.

 

 

“E sabemos que isto poderá causar transtorno nas suas viagens. Estamos nisto juntos e pedimos a sua compreensão. Iremos seguir de perto a propagação da pandemia e monitorizar os seus efeitos, enquanto trabalhamos de perto com o Governo de Cabo Verde para assegurar a sua segurança e a das populações dos quatro continentes que conectamos”, acrescenta.

 

 

O Governo suspendeu todos os voos internacionais por um período inicial de 30 dias em 18 de março, para conter a propagação da pandemia de covid-19 ao arquipélago, deixando a companhia sem atividade.

 

 

A CVA realizou seis voos de repatriamento, com 763 passageiros de várias nacionalidades, apesar da suspensão da atividade comercial desde 18 de março, devido à pandemia de covid-19.

 

 

Erlendur Svavarsson acrescentou na ocasião que nos dias 24 e 28 de março, já com Cabo Verde encerrado a voos comerciais para o exterior, a companhia realizou dois voos de repatriamento entre a Praia e Boston (Estados Unidos), transportando 365 passageiros norte-americanos e regressando com um total de 62 cidadãos cabo-verdianos.

 

 

Explicou que a companhia tem “estado envolvida em outros voos de repatriamento, organizados pelo Governo de Cabo Verde e pelas entidades diplomáticas dos respetivos países”, mantendo a “vontade de apoiar todas as autoridades governamentais a levar de volta cidadãos aos respetivos países de origem”.

 

 

Entre a ilha do Sal (Cabo Verde) e Fortaleza foram repatriados 109 cidadãos brasileiros, regressando daquela cidade brasileira com 39 cabo-verdianos. Foram ainda realizados voos entre o Sal e Lisboa, para repatriar 179 portugueses, e de regresso àquela ilha com nove cabo-verdianos.

A companhia cabo-verdiana conta atualmente com 330 trabalhadores.

 

 

Questionada pela Lusa com a possibilidade de recorrer à suspensão dos contratos, medida previsto pelo Governo cabo-verdiano para as empresas com a atividade afetada pela pandemia de covid-19, Erlendur Svavarsson não descartou esse cenário.

 

 

“A Cabo Verde Airlines está a avaliar as medidas governamentais de apoio às empresas e tomará as ações que considerar necessárias para proteger os seus colaboradores neste contexto difícil”, apontou.

 

 

Cabo Verde cumpre hoje 13 dias, de vinte previstos, de estado de emergência, declarado para conter a pandemia provocada pelo novo coronavírus, com a população obrigada ao dever geral de recolhimento, com limitações aos movimentos, empresas não essenciais fechadas e todas as ligações interilhas suspensas, entre outras medidas.

 

 

A propósito das consequências da pandemia da covid-19 no arquipélago, que já regista sete casos em três ilhas, com um óbito, e que se encontra fechado aos voos do exterior, Ulisses Correia e Silva recordou que a atividade de transportes aéreos “é das mais atingidas pela crise atual, a nível mundial”.

 

 

“Cabo Verde não é exceção. A CVA sofre as consequências das medidas que todos os países estão a tomar de fecho das fronteiras aéreas, incluindo as que Cabo Verde já tomou. A CVA consta obviamente do leque de empresas que serão objeto das medidas de apoio à economia”, assumiu.

 

 

A companhia aérea de bandeira foi privatizada em março de 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, liderados pela Icelandair. Durante o ano de 2019 avançou ainda a venda de 10% a trabalhadores e emigrantes, e estava prevista a venda da restante participação a investidores institucionais.

 

 

“Quanto à participação no capital social, o Estado detém 39%. Está prevista a alienação dessa participação, mas este não é o momento de o fazer”, afirmou o primeiro-ministro, na entrevista à Lusa.

 

 

O número de mortes em África ultrapassou as 500 num universo de mais de 10.500 casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente atualização dos dados da pandemia no continente.

 

 

 

TPT com: AEP//Sapo24//Lusa// 10 de Abril de 2020