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Governo angolano pediu esclarecimentos ao Brasil sobre suspensão de linhas de crédito

O Governo angolano informou nesta exta-feira ter pedido “esclarecimentos” às autoridades brasileiras sobre a “suspensão” das linhas de crédito para obras em Angola, em curso por empresas daquele país, e pretende enviar uma delegação governamental ao Brasil.

 

 

A informação surge num comunicado do Governo enviado à Lusa, em Luanda, em que é garantido que a suspensão dessas linhas de crédito – que, embora não seja referido no documento, está relacionada com a Operação Lava Jato – aconteceu “há mais de um ano” e obrigou à mobilização de outros recursos para garantir a prossecução das empreitadas.

 

 

“O Governo da República de Angola solicitou no passado mês de junho esclarecimentos às autoridades brasileiras sobre as razões da suspensão dessas linhas de crédito e pretende enviar em tempo oportuno uma delegação governamental para com elas debater esta questão, a fim de se chegar a um entendimento que convenha a ambas as partes”, lê-se no comunicado.

 

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) do Brasil anunciou a 11 de outubro que estão suspensos, desde maio, os financiamentos para 25 projetos de empresas investigadas na Operação Lava Jato, entre eles obras em Angola e Moçambique.

 

 

Os 25 projetos somam 7,036 mil milhões de dólares (6,361 mil milhões de euros), dos quais 2,3 mil milhões (2,079 mil milhões de euros) já foram pagos, informou o BNDES em nota.

 

 

Em causa estão obras no Polo Agroindustrial de Capanda, o aproveitamento hidroelétrico de Laúca (AH Laúca), o alteamento de Cambambe, e a segunda central da barragem de Cambambe, em Angola, num total de 808,8 milhões de dólares (731 milhões de euros). No comunicado, lê-se que “são financiamentos contratados a exportações de serviços de engenharia das empresas Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez”.

 

 

As cinco empreiteiras são investigadas no mega-esquema de corrupção da petrolífera estatal Petrobras, conhecido como Lava Jato.

 

 

“Esta suspensão ocorreu, de facto, há mais de um ano e teve reflexos na atividade das empresas brasileiras que operam em Angola e se encontram vinculadas por importantes contratos de empreitada ao Governo angolano, que tiveram de interromper os seus trabalhos e de despedir pessoal angolano”, refere, por seu turno, o comunicado do executivo, liderado por José Eduardo dos Santos.

 

 

Por essa razão, acrescenta, o Governo angolano “teve de mobilizar outros recursos e encontrar soluções financeiras alternativas para não interromper os trabalhos em curso, nomeadamente a construção da barragem de Laúca, o alteamento da barragem de Cambambe e outros”.

 

 

Nega por isso “notícias postas a circular” dando conta que “não teriam sido unilateralmente suspensas as linhas de crédito brasileiras para o financiamento de projetos estruturantes” em Angola.

 

 

O comunicado recorda que a cooperação entre Angola e Brasil fundamenta-se no Acordo Geral de Cooperação Técnica e Científica, rubricado a 11 de junho de 1980, que é a “base de todos os Protocolos de Entendimento bilaterais e os Acordos Inter-Governamentais sobre as Linhas de Crédito, com garantias reais no petróleo bruto, que suportam os contratos de empreitada”.

 

 

Angola entre os mais afetados pelo desinvestimento das petrolíferas

 

 

Angola e Nigéria vão ser os países mais afetados pela quebra do investimento no setor petrolífero, que vai cair 100 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos, segundo a consultora Wood Mackenzie.

 

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“Os governos na África subsaariana têm de reavivar a indústria de exploração de petróleo, oferecendo vantagens fiscais atrativas em vez de procurar aumentar as receitas fiscais no atual contexto”, disse o investigador principal da Wood Mackenzie para a região, Femi Oso, na Africa Oil Week, que decorre até sábado na Cidade do Cabo.

 

 

As despesas de capital das principais empresas petrolíferas vão cair 100 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos, considera a consultora, especificando que Angola e Nigéria, os dois maiores produtores, vão ser os mais afetados, de acordo com uma notícia do jornal sul-africano Business Day, que não explicita o valor atual do investimento na região.

 

 

Esta região do mundo, que atualmente produz quase cinco milhões de barris por dia, pode ver a produção cair para 2,6 milhões em 2030 devido ao desinvestimento dos grandes produtores, sendo que Angola e Nigéria deverão ser os mais afetados, pois a exploração de petróleo nestes países é feita em águas ultraprofundas, tendo por isso um custo mais elevado.

 

 

Os cortes na exploração na região vão também contribuir para uma descida da produção a longo prazo, já que os produtores afastaram-se de novas descobertas, preferindo apostas nas já existentes”, continua o analista, apontando, no entanto, que “a recente confirmação da gigantesca descoberta do campo Owowo (estimada em mil milhões de barris), na Nigéria, mostra bem a qualidade dos recursos naturais que a África subsaariana ainda tem para oferecer”.

 

 

Presidente da Comunidade Económica da CPLP pede investimento angolano

 

 

O presidente da comunidade económica dos países lusófonos defendeu esta quinta-feira, em Luanda, que as empresas angolanas devem diversificar os seus negócios e expandir os investimentos dentro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

 

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Salimo Abdula foi esta quinta-feira preletor num fórum sobre a internacionalização de empresas angolanas, realizado em comemoração ao terceiro aniversário da Comunidade de Empresas Exportadoras e Internacionalizadas de Angola (CEEIA).

 

 

O presidente da Comunidade Económica da CPLP frisou que Angola tem um papel fundamental nas oportunidades de negócios existentes nesta organização de países, sublinhando o “potencial elevadíssimo” em recursos minerais e petróleo.

 

 

Mas chamo a atenção que ter petróleo nos dias de hoje não é ter tudo. Temos assistido a volatilidade da oscilação de preços no mercado mundial, que certamente cria constrangimentos para os países que foram dependentes destes recursos, há que ter alternativas”, frisou, defendo a aposta no turismo e agricultura.

 

 

No discurso de abertura do fórum, o ministro do Comércio de Angola, Fiel Constantino, disse que o Governo angolano alinhou como estratégia para a saída da crise económica e financeira a diversificação da sua economia, o aumento da produção interna e das exportações, a criação de empregos e a redução da fome e da pobreza.

 

 

Segundo o ministro, para as exportações o executivo deve criar mecanismos de apoio institucional e a busca de soluções para a superação de barreiras técnicas, visando a facilitação do comércio internacional.

 

 

Fiel Constantino referiu que a diminuição das taxas de exportação e importação, no primeiro trimestre deste ano, comparativamente ao período homólogo de 2015, demonstra que “o momento atual requer que Angola tenha empresas com capacidades produtivas, ‘know-how’ e sensibilidades adquiridas”.

 

 

Em declarações à imprensa, o presidente da CEEIA, Agostinho Kapaia, disse que as dificuldades na obtenção de divisas, neste momento o maior desafio que as “empresas enfrentam, tem vindo a ser dialogado com o Banco Nacional de Angola e o Governo, que têm demonstrado “uma preocupação muito grande” no aumento da produção para a exportação de mais produtos que possam contribuir para as reservas líquidas do país.

 

 

A questão das divisas é um problema que temos vindo a resolver, e há uma vontade clara do governador do banco central de aumentarmos a nossa capacidade de exportação e há um trabalho de colaboração com a CEEIA, que tem sido um parceiro do Estado e com o BNA há inclusive essa relação, temos vindo a discutir a melhor maneira de apoiar os associados, de apoiar as empresas que estão neste processo de exportação”, adiantou.

 

 

A associação conta atualmente com cerca de 30 filiados, havendo entre o grupo empresas que se dedicam à exportação de produtos agrícolas, na região austral africana, mais concretamente para a República Democrática do Congo, de bebidas, de vidro e café.

 

 

Agostinho Kapaia frisou que face ao momento atual, muitas empresas têm manifestado interesse de adesão à organização, para responder à “necessidade de obtenção de divisas”.

 

 

Na sua intervenção, o governador do Banco Nacional de Angola, Walter Filipe, considerou o desafio atual de Angola que se atinja um nível de exportação, que crie entradas de divisas para o sistema bancário.

 

 

A missão do banco central é a de continuar a dialogar com os mercados potenciais”, disse Walter Filipe, acrescentando que o objetivo é que Angola alcance “uma política monetária e cambial que não esteja só vocacionada para a criação urgente de fatores de exportação e internacionalização, mas também privilegie uma nata empresarial que esteja ao serviço de Angola”.

 

 

TPT com: AFP// António Di Gennaro//Habdou//EPA// 4 de Novemro de 2016

 

 

 

 

Rebelo de Sousa defende que a nova administração da CGD tem obrigação de apresentar declaração de rendimentos

Marcelo Rebelo de Sousa considera que a nova administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), presidida por António Domingues, tem a obrigação de entregar uma declaração de rendimentos e de património ao Tribunal Constitucional (TC) por uma questão legal e de transparência.

 

 

Numa nota divulgada esta sexta-feira no site da Presidência da República, Marcelo defende que é do “interesse nacional” que a CGD tenha “sucesso na sua afirmação como instituição portuguesa, pública e forte, que possa atuar no mercado em termos concorrenciais”. Para tal, o Presidente defende ser necessário que esta “disponha das melhores condições possíveis para alcançar esse sucesso”.

 

 

“Uma condição essencial é um sólido consenso nacional em torno da gestão, consenso esse abrangendo, em especial, a necessidade de transparência, que permita comparar rendimentos e património à partida e à chegada, isto é, no início e no termo do mandato, com a formalização perante o Tribunal Constitucional, imposta pela administração do dinheiro público.”

 

 

Referindo-se ao diploma de 1983, cuja finalidade é a de obrigar “todos os gestores de empresas com capital participado pelo Estado” a apresentarem uma declaração de rendimentos. “O que se entende, em termos substanciais, visto administrarem fundos de origem estatal e terem sido objeto de escolha pelo Estado”, salienta o Presidente. Neste sentido, Marcelo Rebelo de Sousa considera “que a obrigação de declaração vincula a administração da Caixa Geral de Depósitos”, apesar de a decisão final ser da competência do Tribunal Constitucional.

 

 

“Caso uma sua interpretação, diversa da enunciada, vier a prevalecer, sempre poderá a Assembleia da República clarificar o sentido legal também por via legislativa”, explica a nota. “Tudo sem que faça sentido temer que os destinatários possam sobrepor ao interesse nacional a prosseguir com a sua esperada competência, qualquer tipo de considerações de ordem particularista.”

 

 

No final de outubro, António Domingues, presidente da CGD, pediu um parecer aos serviços jurídicos do banco público que o ilibou da obrigatoriedade de apresentar a declaração de rendimentos e património no Tribunal Constitucional. A questão tem levantado polémica, com a oposição a exigir que a nova administração apresente os documentos necessários. É ao TC que cabe agora decidir se Domingues tem ou não de apresentar esses documentos.

 

 

 

Passos diz que dever de transparência dos gestores da CGD é questão de “decência”

 

 

Passos Coelho afirma que o cumprimento dos deveres de transparência faz parte de “decência elementar” e considera que “folhetim” da Caixa não está encerrado e diz que o Parlamento é que o deve fazer.

 

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O líder do PSD disse, esta quinta-feira, que o cumprimento dos deveres de transparência por parte dos gestores públicos é uma questão de “decência elementar” e recusou dar por encerrado o “folhetim” sobre a administração da Caixa Geral de Depósitos.

 

 

“É uma questão de decência e, por decência elementar, pessoas que se disponibilizam – independentemente dos valores que vão receber a título de rendimento – para serem gestores de um banco público, de uma entidade pública, têm o dever de transparência”, afirmou o presidente social-democrata, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com responsáveis da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, em Lisboa.

 

 

Considerando que “os factos mostram” que o “folhetim” da Caixa Geral de Depósito não está encerrado, Passos Coelho considerou que deve ser o parlamento a encerrar a polémica, “esperando depois que os senhores administradores tenham o sentido de executar” o seu mandato, mas “em regime de transparência”.

 

 

PS e PCP concordam com Marcelo e exigem a TC que notifique gestores da CGD

 

 

O PS e o PCP juntaram-se ao apelo do Presidente da República na pressão ao Tribunal Constitucional para notificar os administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) a apresentarem declarações de rendimentos, caso estes não o façam no prazo estipulado (60 dias após o início do mandato — que já passaram). Marcelo Rebelo de Sousa tinha defendido, numa nota publicada no site da Presidência, que — na sua interpretação da lei — os gestores do banco público não estão livres de entregar esta declaração. O PS “congratula-se” ainda com a posição do Presidente, enquanto o PCP avisa que, se não obedecerem ao TC, gestores “perdem o mandato“.

 

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O líder parlamentar do PS, Carlos César, afirmou esta tarde que o grupo que lidera “congratula-se com a posição assumida pelo Presidente da República. Trata-se de uma nota que segue numa linha daquilo que foi exposto como opinião do PS, por meu intermédio, e, posteriormente, através de uma nota do nosso grupo parlamentar.”

 

 

Carlos César acrescenta ainda que, com mais esta força do chefe de Estado, “estão criadas as condições para que, na sequência da palavra do Presidente da República, o Tribunal Constitucional tenha a palavra, notificando designadamente as pessoas em causa desta que é uma interpretação unânime quanto à obrigatoriedade dessas declarações de rendimento e de património.”

 

 

O líder da bancada do PS disse ainda desconhecer que “tenha sido acordado o que quer que seja” com os gestores da CGD para que estivessem isentos de apresentar esta declaração, aquando dos convites do governo. Para César “está muito bem explicado, na nota do Presidente, que aquilo que foi aprovado [que retira os gestores da CGD do estatuto do gestor público] não isenta os titulares da administração da CGD da apresentação.”

 

 

“Se não entregarem 30 dias após notificação, perdem mandato”

 

 

O líder parlamentar do PCP, João Oliveira também comentou as palavras de Marcelo, lembrando que o PCP não estava convencidos que “os administradores da CGD estivessem desobrigados de apresentar a declaração de rendimentos e de património do TC porque isso, de facto, não resultava do estatuto do gestor público e, portanto, a exceção do estatuto do gestor público a CGD não desonerava a administração de apresentar essa declaração de rendimentos”.

 

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No entender do PCP, explica João Oliveira, “o TC tem a obrigação de fazer com a CGD aquilo que faz de resto com todos os titulares de cargos políticos e titulares de altos cargos públicos: cumprindo o prazo dos 60 dias, sem que essa declaração seja apresentada, o TC deve notificar a administração da CGD para o fazer num prazo de 30 dias, não acontecendo isso há uma consequência de perda de mandato, que obviamente não pode deixar de acontecer numa circunstância dessas, se ela vier a verificar-se.”

 

 

Ainda assim os comunistas esperam que não seja necessário chegar a esse ponto, apelando a que “os administradores da CGD procedam à entrega dessa declaração de rendimentos e de património, cumprindo os deveres legais e que têm de cumprir relativamente a esta matéria como qualquer outro titular de cargo político e titular de alto cargo público.”

 

 

Para já, o PCP esperam pelo TC, órgão que os comunistas não querem “ultrapassar”, mas deixam um aviso: “Se eventualmente se vier a verificar-se alguma falta de clarificação da lei,o PCP obviamente tomará as medidas que considerar necessárias, nomeadamente de iniciativas legislativas, se vier a acontecer.”

 

 

Esta tarde, Marcelo Rebelo de Sousa considerou, numa nota publicada no site da Presidência, que é “uma condição essencial”, a existência de “um sólido consenso nacional em torno da gestão, consenso esse abrangendo, em especial, a necessidade de transparência, que permita comparar rendimentos e património à partida e à chegada, isto é, no início e no termo do mandato, com a formalização perante o Tribunal Constitucional, imposta pela administração do dinheiro público.”

 

 

Numa alusão ao diploma de 1983, cuja finalidade é a de obrigar “todos os gestores de empresas com capital participado pelo Estado”, Marcelo Rebelo de Sousa considera “que a obrigação de declaração vincula a administração da Caixa Geral de Depósitos”, apesar de a decisão final ser da competência do Tribunal Constitucional.

 

 

TPT com:AFP//JN//Lusa//Rui Pedro Antunes//Rita Cipriano//Observador// 4 de Novembro de 2016

 

 

 

 

O chefe da diplomacia americana John Kerry diz que Guterres é o “homem certo para o momento”

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, disse esta sexta-feira, antes de um encontro com António Guterres, que o secretário-geral designado da ONU é o “homem certo para o momento”.

 

 

É uma altura em que os princípios das Nações Unidas e a sua liderança serão tão importantes como qualquer outro momento de que tenha memória. E acho que António [Guterres] é o homem certo para o momento; tem grandes responsabilidades, mas pode oferecer energia, capacidade e experiência”, disse.

 

 

O chefe da diplomacia americana disse que “a facilidade com que [Guterres] foi eleito sublinha a confiança de todos na sua capacidade de liderança e na sua prontidão para enfrentar os difíceis desafios que enfrentamos com o extremismo violento, pobreza, violência, terrorismo, e estados falhados.”

 

 

Kerry disse ainda que “os desafios no mundo de hoje são suficientes para tomar conta de uma vida inteira” e que queria falar com Guterres sobre o Afeganistão, estados falhados na África e Ásia Central, sobre o Médio Oriente, o desafio da Síria, Iémen Líbia, proliferação de armas, trafego de humanos, e mudanças climáticas.

 

 

Pessoalmente, estou excitado por os nossos mandatos coincidirem durante um curto espaço de tempo, mas sei que, faca o que fizer no futuro, quero apoiar o secretário-geral e gostava de trabalhar com ele para resolver alguns dos problemas que enfrentamos”, disse.

 

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Por sua vez, António Guterres disse que “a cooperação entre os EUA e a ONU é um fator chave para melhorar a situação global, para trazer desenvolvimento sustentável, diretos humanos, paz e segurança, e para garantir que a ONU é uma vantagem de facto em resolver as mais dramáticas situações que o mundo enfrenta.”

 

 

O português lembrou os seus dez anos na liderança do Alto Comissariado para os Refugiados, “apoiando os mais vulneráveis entre os vulneráveis.”

 

 

Mas descobri que o que realmente importa não é apoiar as pessoas que enfrentam problemas, mas criar as condições para que não tenham problemas, para parar este fluxo de refugiados, e isso significa um reforço da diplomacia para a paz”, disse Guterres.

 

 

“O secretário Kerry fez um trabalho fantástico a este respeito e eu gostaria de ser mais uma peça nos esforços da comunidade internacional para que a paz prevaleça”, concluiu.

 

 

Guterres vai prestar juramento sobre a Carta das Nações Unidas a 12 de dezembro

 

 

O secretário-geral designado das Nações Unidas, António Guterres, presta juramento sobre a Carta das Nações Unidas numa cerimónia pública em Nova Iorque a 12 de dezembro.

 

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O juramento acontece às 10h da manhã (14h em Lisboa) na sala da Assembleia Geral da organização e perante representantes dos 193 estados membros, confirmaram fontes diplomáticas à comunicação social.

 

 

Ainda está por definir que representantes do estado português estarão presentes na cerimónia.

 

 

Antes do juramento do antigo primeiro-ministro, será feita uma cerimónia de homenagem ao sul-coreano Ban Ki-moon, que termina um período de dez anos na liderança da organização.

 

 

O mandato de cinco anos de António Guterres como Secretário-geral começa a 01 de janeiro. Esta será a única cerimónia a marcar o seu início.

 

 

 

TPT com: AFP//Lusa//Justin Lane//EPA//4 de Novembro de 2016

 

 

 

 

 

O CDS pede demissão do ministro da Educação por causa do escândalo das falsas licenciaturas

O deputado do CDS João Almeida afirmou esta noite que o ministro da Educação se deve demitir, por alegadamente ter ocultado as falsas licenciaturas do chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e Desporto.

 

 

“A confirmarem-se os factos que foram noticiados, o ministro da Educação não tem quaisquer condições para continuar no exercício do cargo. Nenhum membro do Governo pode ocultar uma situação de falsas declarações sobre um grau académico e, por maioria de razão, não o pode fazer o ministro da Educação”, disse o deputado João Almeida.

 

 

O chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e Desporto, Nuno Félix, demitiu-se esta tarde, depois de ter sido tornado público que não concluiu as duas licenciaturas que declarou ter, segundo o jornal “Observador”.

 

 

De acordo com o jornal online, Nuno Félix declarou, “para efeitos de despacho de nomeação”, que tinha uma licenciatura em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e outra em Direito, pela Universidade Autónoma, tendo ambas as instituições desmentido que o chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e Desporto as tenha concluído.

 

 

“O ministro da Educação foi hoje informado da decisão do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, que aceitou o pedido de demissão do seu chefe do gabinete, na sequência da incorreção detetada no despacho de nomeação assinado pelo ex-secretário de Estado, e da qual teve agora conhecimento”, declarou o Ministério da Educação, em resposta enviada à agência Lusa.

 

 

Na mesma resposta, o ministério tutelado por Tiago Brandão Rodrigues acrescenta que “o atual despacho de nomeação de Nuno Miguel de Aguiar Félix, publicado em “Diário da República”, tem a informação correta de frequência do ensino superior”.

 

 

Isto porque, no primeiro despacho, de fevereiro, assinado ainda pelo anterior secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Wengorovius Meneses, a nota curricular que consta da nomeação refere como formação académica as duas licenciaturas referidas, mas depois da demissão de Wengorovius Meneses e a sua substituição por João Paulo Rebelo, foi publicado novo despacho de nomeação, de junho, na qual apenas se referia a frequência das duas licenciaturas.

 

 

Na resposta enviada à Lusa, a tutela afirma que o ministro apenas teve conhecimento da situação agora, mas o “Observador” adianta que as incorreções no despacho seriam há meses comentadas nos gabinetes do ministério e terão sido uma das razões para a demissão de Wengorovius Meneses.

 

 

Segundo o “Observador”, Wengorovius terá comunicado a Brandão Rodrigues a intenção de exonerar Nuno Félix, mas terá sido o ministro a impedir que isso acontecesse. Na sequência dessa decisão, Wengorovius Meneses apresentou a sua demissão.

 

 

Nuno Félix já tinha sido assessor do ministro socialista para os Assuntos Parlamentares Jorge Lacão. Liderou também o projeto “Famílias como as Nossas”, que, no âmbito da crise migratória na Europa, trouxe refugiados para Portugal.

 

 

Ministro da Educação nega conhecimento de falsas licenciaturas

 

 

O ministro da Educação negou, esta sexta-feira, ter conhecimento das duas falsas licenciaturas declaradas pelo chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Nuno Félix. Em comunicado, Tiago Brandão Rodrigues diz que só “teve agora conhecimento” da “incorreção detetada”.

 

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“A referida incorreção relativa ao percurso académico de Nuno Félix só agora chega ao conhecimento do Ministro da Educação, num momento em que a mesma já estava conforme. De facto, o despacho de nomeação assinado pelo atual secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, refere “a frequência” de duas licenciaturas”, lê-se no comunicado enviado às redações.

 

 

Chefe de gabinete de secretário de Estado com falsas licenciaturas demite-se

 

 

Em causa estão duas licenciaturas falsas declaradas por Nuno Félix, chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, uma situação que era do conhecimento do ministro da Educação, segundo avança o “Observador”

 

 

Nuno Félix, chefe de gabinete do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, demitiu-se esta sexta-feira, segundo o jornal “Observador”. A demissão ocorreu na sequência de duas licenciaturas falsas que Nuno Félix disse ter, situação que era do conhecimento do ministro da Educação, segundo avança o mesmo jornal.

 

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O chefe de gabinete declarou ser licenciado em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa e em Direito na Universidade Autónoma de Lisboa. Segundo o “Observador”, ambas as universidades negaram que Nuno Félix tivesse acabado os cursos superiores.

 

 

A confirmação da demissão foi dada esta tarde. “O ministro da Educação foi hoje informado da decisão do secretário de Estado da Juventude e Desporto, que aceitou o pedido de demissão do seu chefe de gabinete”, segundo cita o “Observador”.

 

 

Já em abril, tinha ocorrido a demissão do anterior secretário de Estado da Juventude, João Wengorovius Meneses, pelas mesmas razões. O ex-secretário de Estado quis exonerar Nuno Félix, mas o atual ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, não aceitou essa saída, explica o jornal online.

 

 

Este é já o segundo caso nesta semana. Rui Lizardo Roque, adjunto de António Costa para os Assuntos Regionais, apresentou esta terça-feira a sua demissão, horas depois de ter sido noticiado que o assessor não tinha concluído a licenciatura, apesar de no despacho de nomeação publicado no Diário da República ser apresentado como licenciado.

 

 

Foi também o Observador que avançou que Rui Roque apresentou uma falsa licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra e que não existe qualquer registo no sistema informático relativamente à conclusão do curso.

 

 

 

TPT com: AFP//JN//Alberto Frias//Expresso//Lusa//Observador//Público// 28 de Outubro de 2016

 

 

 

 

A Associação Beneficência Algarvia comemorou o 36º aniversário no PISC, Clube Português de Elizabeth

Mais de duas centenas de pessoas participaram no jantar comemorativo do 36º aniversário da Associação Beneficência Algarvia, no estado norte-americano de New Jersey, que decorreu, no dia 8 de Outubro, no Portuguese Instructive Social Club (PISC) da cidade de Elizabeth.

 

 

Um evento anual de solidariedade social cujos fundos angariados se destinam a ajudar instituições  e pessoas desfavorecidas na região do Algarve e nos Estados Unidos.

 

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Este ano e para além da entrega de um cheque de 2.000 dólares à Liga dos Bombeiros Portugueses, através da Associação “Lusofonia em Movimento”, a “Associação Beneficência Algarvia” destinou as verbas angariadas no jantar deste ano para duas pessoas deficientes que residem na região do Algarve. Trata-se de Mariana Afonso Rita, de Faro, uma criança de 7 anos de idade que sofre de problemas neurológicos. O outro beneficiário é José Vitorino, de 47 anos de idade, natural de Querença, concelho de Loulé, que se encontra paraplégico devido a um acidente de viação e necessita de uma cadeira de rodas nova e de uma almofada de gel.

 

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Neste jantar e para além dos residentes no estado de New Jersey, estiveram também algarvios que se deslocaram prepositadamente de várias cidades, pertencentes aos Estados de Washington DC, Virgina, Maryland,  Pennsylvania, New York e Massachusetts.

 

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Entre os convidados estavam ainda algumas figuras ilustres portuguesas e luso-americanas, entre elas o vereador geral luso-americano da cidade de Elizabeth, no estado de New Jersey, Dr. Manny Grova Jr.; Drª Filipa Correia, Oficial dos Assuntos Económicos das Nações Unidas, em New York; Sr. José Carlos Brito, Presidente da Direcção do Clube Português da cidade de Elizabeth, New Jersey (PISC); o Padre Adalto Alves, da Igreja de N.S. de Fátima de Elizabeth; Sr. José Cabrita,  Sócio Fundador da Beneficência Algarvia, JoAnn Martinho, actual Presidente da Associação Beneficência Algarvia, que fizeram questão de honrar com a sua presença, o trabalho desenvolvido por esta instituição, que ao longo dos seus 36 anos de existência, já angariou mais de 600 mil dólares, para ajudar pessoas necessitadas, e instituições de solidariedade social.

De Portugal deslocou-se prepositadamente o conceituado advogado algarvio Dr. António Manuel Grosso Correia, acompanhado por sua esposa.

 

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O protocolo esteve a cargo do jornalista João Machado que após dar as boas vindas aos convidados presentes abriu o cerimonial com algumas considerações sobre a vida desta instituição aniversariante, e anunciou a entrada  no salão das bandeiras dos Estados Unidos e Portugal, ostentadas pelos Membros da Portuguese American Police Association, uma associação de polícias luso americanos, que se encontram a prestar serviço, em várias esquadras e departamentos policiais, dos Estados Unidos e que tiveram a seu cargo a responsabilidade da guarda de honra desta cerimónia.

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Com os convidados em pé e numa atitude de respeito, entrou no Salão Nobre do PISC, a bandeira da Associação Beneficência Algarvia, ostentada pela ex-presidente Guiomar Guerreiro que se juntou aos membros da Portuguese American Police Association.

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Após a entrada das bandeiras e em ambiente silencioso foram ouvidos os Hinos Nacionais dos Estados Unidos e Portugal, interpretados pela professora luso-americana Margaret de Jesus.

 

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O primeiro a ser entoado foi o Hino americano, onde as mulheres desempenharam um papel importante na sua escolha. (As “Filhas da Guerra de 1812” foram grandes defensoras da Lei que o Presidente Hoover assinou em 1931.

Tecnicamente, não existe uma versão original, tradicional ou oficial do hino nacional americano.

 

 

Enquanto algumas leis estaduais tentaram legislar sobre um estilo de apresentação e desempenho adequado, não existe nenhum padrão único oficial.

Na verdade, Oliver Wendell Holmes Sr., um influente escritor de Boston, acrescentou um quinto versículo ao Hino americano , em 1861, com novas palavras, defendendo a libertação dos escravos americanos).

 

 

Seguiu-se depois “A Portuguesa”, que hoje é um dos símbolos nacionais de Portugal (o seu hino nacional). (Nasceu como uma canção de cariz patriótico em resposta ao ultimato britânico para que as tropas portuguesas abandonassem as suas posições em África, no denominado “Mapa cor-de-rosa”.

 

 

O Hino nacional português “A Portuguesa”, surgiu em 1890, com alterações feitas em 1957, e tem Letra de Henrique Lopes Mendonça e Música de Alfredo Keil.  Foi proibida pelo regime monárquico, que originalmente tinha uma letra um tanto ou quanto diferente (mesmo a música foi sofrendo algumas alterações), já que onde hoje se diz “contra os canhões“, dizia-se “contra os bretões“, ou seja, os ingleses, substituindo o “Hymno da Carta”, então o hino nacional desde Maio de 1834.

 

 

“A Portuguesa” foi designada como um dos símbolos nacionais de Portugal na constituição de 1976, constando no artigo 11.°, n.º 2, da Constituição da República Portuguesa).

 

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Após a entoação dos hinos, o primeiro discurso da noite veio de Joanne Martinho, presidente da “Associação Beneficência Algarvia”, que  começou por agradecer a presença de todos e realçou o nobre trabalho desta associação humanitária, “que de forma discreta, mas persistente e dirigido, merece de todos o maior apoio e respeito, não só pelas causas que defende, mas também pelos resultados que expressa todo este esforço”.

 

 

Mas, segundo Joanne Martinho, o reconhecimento e a consolidação do prestígio alcançado por esta associação no campo humanitário, também não foi esquecido na  Câmara Municipal de Loulé, que lhe atribuiu em 1997, a Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, pelo contributo dado, para o engrandecimento e dignificação deste concelho algarvio.

 

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Recentemente recebeu mais uma honraria. “Uma homenagem simples, mas carregada de significado”, assim descreveram o momento na altura aqueles que para o feito se deslocaram a Portugal para assistir à cerimónia da colocação do nome da “Associação Beneficência Algarvia” na toponímia da cidade de Loulé.

 

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Neste contexto, não foi por acaso que antes de encerrar o seu discurso,  Joanne Martinho procedeu à entrega de uma placa de reconhecimento ao Dr. António Manuel Grosso Correia, que foi um dos grandes impulsionadores para que a “Associação Beneficênte Algarvia” conste, orgulhosamente, na toponímia, desta cidade algarvia.

 

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O Dr. António Manuel Grosso Correia, visivelmente surpreendido, agradeceu tal distinção, e referiu que “nesta comunhão de valores, é importante sublinhar os sacrifícios dos abnegados algarvios, que ofereceram, e continuam a oferecer a dádiva da sua cidadania, e o exemplo do seu bairrismo, para cumprir o ideal de ajudar quem precisa”.

 

 

António Manuel Grosso Correia pediu também um minuto de silêncio em memória de todos os sócios desta associação já falecidos e reconheceu o importante papel da Beneficência Algarvia junto da comunidade portuguesa de New Jersey e o seu contributo para a preservação e fortalecimento dos laços que unem os portugueses.

 

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E para defender a importância dos luso-americanos continuarem a envolver-se nos assuntos culturais, empresariais e políticos deste País, estava também o distinto advogado e político luso americano Dr. Manny Grova Jr., vereador geral da cidade de Elizabeth, que teceu rasgados elogios aos membros da Associação Beneficência Algarvia “pela ajuda altruista e generosa que prestam a quem precisa nos dois lados do Atlântico”.

 

 

Manny Grova Jr., enveredou pela política em 1994. Depois de ter desempenhado a missão de vereador na cidade de Elizabeth, durante 18 anos consecutivos, tomou posse como vereador geral desta cidade, no dia 1 de Janeiro de 2013.

O Dr. Manny Grova Jr., tem mostrado enorme capacidade de trabalho em várias áreas, com destaque para o desenvolvimento e questões sociais.

Este lusodescendente que nasceu na cidade de Elizabeth, é uma das referências importantes da comunidade luso-americana no estado de New Jersey.

 

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No final dos discursos o padre Adalto Alves, da Igreja de Nossa Senhora de Fátima da cidade de Elizabeth procedeu à benção da refeição fraterna que foi confecionada pelo Restaurante Valença, desta cidade, que apresentou também deliciosos pratos regionais.

 

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Claro que os convivas não se fizeram rogados para provar as iguarias da buffet e do jantar, enquanto outros iam participando no leilão silencioso que tinha por objectivo angariar mais alguns dólares para as acções de bem-fazer da Beneficência Algarvia.

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E como festa sem música não é festa, o “Duo Primavera” teve a responsabilidade de animar os convivas com um espetáculo cheio de ritmo e energia com a música popular portuguesa em destaque devido à carolice de vários grupos musicais, que teimam em dar-lhe continuidade, como é o caso aqui na Costa Leste norte americana.

 

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A boa disposição não faltou nesta noite de convívio em que todos brindaram aos 36 anos de existência da “Associação Beneficência Algarvia”. E enquanto a festa decorria, estava também aberto um bem disputado  leilão silencioso, devido à qualidade e diversidade dos produtos em causa.

 

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Nas mesas, observava-se cada detalhe dos dançarinos e conversava-se. Certamente uma boa forma de começar uma nova amizade.

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A festa do 36º aniversário da “Associação Beneficência Algarvia” foi também um ponto de encontro agradável, onde a boa disposição esteve sempre presente em todos os momentos.

 

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E que o diga o casal Luísa (na foto à esquerda) e Joaquim Mealha, que ganharam um bilhete para uma viagem a Portugal, que lhes foi entregue por Joanne Martinho (à dir.), Presidente da Associação Beneficência Algarvia”.

Como sempre acontece nestas situações, é sempre bom reviver tempos passados e encontrarmos gente que não esperávamos.

 

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Foi o que aconteceu com o Dr. António Manuel Grosso Correia que conheceu José Carlos Brito presidente do Clube Português de Elizabeth, que o convidou a fazer uma visita às instalações do clube.

 

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Acompanhado por Joanne Martinho e José Cabrita (ao centro na foto) e José Carlos Brito (à dir.), o Dr. António Manuel Grosso Correia ficou a saber um pouco mais da história deste clube português que foi fundado no longínquo ano de 1922.

 

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António Manuel Grosso Correia conheceu também a Biblioteca, o Museu, e a Escola Amadeu Correia, criada no dia 7 de Dezembro de 1935. De referir que desde aí, esta escola portuguesa tem mantido uma actividade permanente, encontrando os jovens de hoje, os mesmos motivos que os seus pais e avós, para continuar a expressar através da língua, do folclore e da alegria, o sentir das gerações passadas.

 

 

Realmente, ninguém pode ignorar que na área recreativa, social e cultural, o Clube Português da cidade de Elizabeth tudo tem feito para que as camadas mais jovens conheçam as fórmulas mais elementares da sua própria cultura. O Rancho Folclórico Danças e Cantares de Portugal, deste clube, foi fundado em 1978 e aposta na sensibilização das camadas mais jovens, para manter viva a tradição. Um projecto que acupa dezenas de crianças luso-americanas de segunda e terceira gerações que depois do horário escolar americano e após as aulas de português, continuam a mostram-se interessados em ocupar de uma forma diferente os seus tempos livres, aprendendo e praticando com alegria as tradições dos seus pais e avós.

 

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No final da visita o Dr. António Manuel Grosso Correia assinou o “Livro de Honra” do clube e realçou a importância do trabalho e dedicação de milhares de portugueses que por esta casa têm passado e que aqui fizeram amizades, mataram saudades de Portugal e aqui aprenderam e divulgaram a Língua e Cultura Portuguesas.

 

 

Após a assinatura do “Livro de Honra” todos regressaram ao salão nobre onde a festa decorria animada e se continuavam a tecer rasgados elogios aos membros da Associação Beneficência Algarvia “pela ajuda altruista e generosa que prestam a quem precisa tanto nos EUA, como em Portugal.

 

 

A “Associação Beneficência Algarvia”, com sede no estado de New Jersey, foi fundada em 1980. A partir da máxima que afirma “temos que dar sem esperar nada em troca”, a missão desta associação algarvia ultrapassa fronteiras e está bem patente nas inúmeras distinções que tem recebido. Entre elas destacamos a Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas, atribuída pelo Governo Português, no dia 10 de Outubro de 1991.

 

 

JM//The Portugal Times//23 de Outubro de 2016

 

 

 

 

Donald Trump disse que reconhecerá resultado da votação, mas só se for “o vencedor”. Podem estas eleições ser viciadas?

O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos da América, Donald Trump, disse esta quinta-feira que aceitará o resultado das eleições de 8 de novembro, se for “claro”, reservando-se ao direito de o contestar se o considerar “questionável”.

 

 

“Aceitarei um resultado claro das eleições, mas também reservo-me o direito de responder e apresentar acusações legais caso o resultado seja questionável”, disse Trump esta quinta-feira, durante um comício na cidade de Delaware, em Ohio.

 

 

Nesse mesmo discurso, Trump antecipou que aceitará o resultado da eleição para a Casa Branca, mas criou alguma confusão quando acrescentou que isso apenas aconteceria se ele saísse vencedor da corrida ao lugar de Barak Obama.

 

 

“Quero prometer a todos meus eleitores (…) que aceitarei totalmente os resultados dessa grandiosa e histórica eleição presidencial”, disse Trump, ressaltando: “se eu for o vencedor”.

 

 

No terceiro e último debate com a candidata democrata Hillary Clinton, na noite de ontem em Las Vegas, Trump causou mal-estar ao evitar comprometer-se a respeitar o resultado da eleição.

 

 

No dia a seguir ao debate quinta, Trump voltou a insistir na possibilidade de uma eleição manipulada.

 

 

“Queremos que a eleição seja justa, e isso não tem nada a ver comigo, mas com o futuro do país. Temos de ter uma eleição justa”, insistiu.

 

 

Trump também disse que Hillary “fez batota” no debate, já que recebeu antecipadamente – segundo ele – as perguntas que seriam formuladas.

“É uma pessoa muito desonesta”, acrescentou.

 

 

Podem as eleições dos EUA ser viciadas?

 

 

Não há uma eleição presidencial nos EUA, mas 50 eleições presidenciais, uma vez que cada estado do país tem as suas próprias comissões eleitorais independentes entre si, que são responsáveis pela organização da votação e apuramento dos resultados. São os estados que definem todas as regras, por exemplo, se os eleitores podem registar-se para votar no próprio dia, se é possível ou não o voto antecipado (presencial ou por correspondência), se são utilizados boletins em papel depositados em urnas ou se o voto se processa electronicamente…

 

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Essa é uma das razões por que a tese de Donald Trump de que está em marcha uma grande conspiração para viciar os resultados da votação presidencial não colhe. Demasiados estados utilizam demasiados sistemas diferentes para que essa acção pudesse ser concertada: dada a descentralização e fragmentação do sistema eleitoral norte-americano, a integridade da votação não está comprometida, asseguram as autoridades estaduais, que respondem aos respectivos governadores (actualmente, 31 republicanos, 18 democratas e um independente).

 

 

A outra razão é de que não há qualquer evidência de que as fraudes contra as quais Trump se insurge no Twitter se tenham verificado ou possam ocorrer a 8 de Novembro: eleitores que conseguem votar cinco ou dez vezes, votos depositados em nome de pessoas que já morreram, ou irregularidades na programação das máquinas de voto.

 

 

As investigações académicas sustentam os relatórios das comissões estaduais, que sublinham que a arquitectura do sistema impede que a fraude possa acontecer sem ser detectada. Ou seja, como sugere Trump, que um eleitor seja autorizado a votar várias vezes ou em nome de outra pessoa – desde o ano 2000, só foram identificados 31 casos nas mesas de voto de todo o país, e esses votos foram invalidados.

 

 

Inquérito a professores dos EUA mostra que ambiente nas escolas mudou com a campanha eleitoral

 

 

A retórica e o discurso de Donald Trump durante a campanha eleitoral norte-americana tem suscitado alguma preocupação um pouco por todo o lado e particularmente nos Estados Unidos. Muitos prevêem efeitos nefastos para vários sectores da sociedade americana caso o candidato do Partido Republicano seja eleito. Seja na economia, nas relações externas e até na educação. Este tem sido, inclusivamente, um dos pontos mais fortes no discurso da candidata democrata Hillary Clinton.

 

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No entanto, o “efeito Trump”, expressão que já se começa a popularizar, pode já ter consequências nas escolas daquele país. Em concreto, foi o grupo activista Southern Poverty Law Center (SPLC) que começou a falar e a espalhar a ideia de um “efeito Trump”.

 

 

E, para provar que este é real, o grupo divulgou um inquérito a mais de dois mil professores do ensino primário e secundário. Quando questionados se têm observado “o aumento do discurso político pouco civilizado nas escolas desde o início da campanha presidencial de 2016”, mais de metade respondeu que “sim”. Dois terços dos inquiridos concordaram também com a afirmação: “Os meus estudantes expressaram preocupação com o que pode acontecer a eles e às suas famílias depois das eleições”. Por outro lado, um terço admitiu um aumento do sentimento anti-muçulmano ou anti-imigração.

 

 

O inquérito foi divulgado pela revista Slate, que diz, no entanto, que os resultados não são científicos. Isto porque, os inquiridos inserem-se no grupo de professores registados no SPLC ou que visitam o site do grupo.

 

 

Mas no trabalho do SPLC é ainda lançado um desafio aos professores. O de relatarem incidentes concretos sobre a temática. E alguns exemplos podem lançar alguma luz ao ambiente que se vive actualmente em algumas escolas americanas:

 

– “Um dos meus estudantes, que é muçulmano, está preocupado com facto de vir a ter de utilizar um microchip identificando-o como muçulmano”;

 

– “Um dos estudantes foi chamado de ‘terrorista’ e acusado de pertencer ao Estado Islâmico. Outro afirmou que seria deportado se Donald Trump vencer as eleições”;

 

– “Ao falar da vitória de Trump no seu estado, um estudante disse a outro: ‘Adeus, Kevin’ – isto porque Kevin é mexicano”;

 

– “Um estudante perguntou se foi assim que a Alemanha elegeu Adolf Hitler”.

 

 

Apesar disso, o bullying pode ter o sentido contrário. Isto é, alguns professores relatam episódios de ataques contra aqueles que, alegadamente, apoiam Donald Trump rejeitando-os socialmente.

 

 

Muitos docentes referem ainda que tentam esclarecer este assunto durante as aulas, nomeadamente as propostas de Donald Trump, mas 40% admitiu alguma hesitação ao falar das eleições.

 

 

O meteorito

 

 

 

Outra sondagem chegou também a resultados, no mínimo, surpreendentes.

A Universidade do Massachusetts colocou várias hipóteses em confronto com a vitória de um dos actuais candidatos à presidência dos Estados Unidos.

 

 

Ora, 67% dos mais de 1200 americanos, com idades entre os 18 e os 35 anos, que responderam ao questionário dizem que preferiam um Presidente escolhido aleatoriamente do que Donald Trump na Casa Branca; 66% escolheriam um mandato vitalício para Barack Obama e, finalmente, 55% preferiam que um meteorito devastasse o planeta Terra do que ver Donald Trump a tomar posse.

 

 

No entanto, os resultados não são muito favoráveis a Hillary Clinton. Neste caso, 51% escolheria um mandato vitalício de Obama em vez de uma vitória da candidata democrata, 39% preferia um Presidente escolhido aleatoriamente e 34% trocaria a presidência de Hillary por uma catástrofe provocada por um meteorito.

 

 

Tal como no caso anterior, e porque o inquérito foi conduzido na plataformaonline, a representatividade não é conclusiva.

 

 

ONU pede que as queixas sobre evetual fraude eleitoral nos EUA sejam feitas por meios legais

 

 

A ONU pediu esta quinta-feira que qualquer queixa sobre uma eventual fraude nas eleições norte-americanas seja feita através dos meios legais estabelecidos, respondendo às dúvidas lançadas pelo candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump.

 

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Qualquer reclamação relacionada com o processo [eleitoral norte-americano] deve ser tratada através dos meios constitucionais e legais estabelecidos”, disse o porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU), Stéphane Dujarric, questionado pela agência noticiosa Efe sobre o assunto.

 

 

Dujarric deixou claro que esta mensagem seria a mesma que as Nações Unidas dariam a uma questão similar, que se pusesse a qualquer outro país, e recordou que a ONU “não tem qualquer posição” sobre debates, porque não pode comentar o processo eleitoral em si mesmo.

 

 

Esta quinta-feira de madrugada, no último debate eleitoral da campanha norte-americana, Donald Trump questionado sobre se reconheceria a vitória da democrata Hillary Clinton no próxima dia 08 de novembro respondeu: “Ver-se-á na altura, manterei o suspense”.

 

 

Além disso, insistiu que a campanha eleitoral está a ser “manipulada”.

O magnata nova-iorquino manteve esta quinta-feira a mesma posição ao assegurar que, “se ganhar”, aceitará o resultado das eleições a 08 de novembro.

 

 

Trump disse ainda que se reserva “o direito de impugnar” o resultado eleitoral caso este seja “questionável”.

 

 

A candidata democrata qualificou na altura essa resistência por parte de Trump de se negar a decidir se aceita o resultado das eleições de “espantosa”.

 

 

Donald Trump passou os dias anteriores ao terceiro e último debate a alertar os seus votantes sobre os comícios que estão a ser “manipulados”, agitando o fantasma da fraude eleitoral.

 

 

TPT com: Frederic J. Brown//AFP//New York Post//CNN//Público//WSJ// 21 de Outubro de 2016 

 

 

 

 

Segundo a Wikileaks, o que dizem os e-mails da campanha de Hillary? Conheça alguns exemplos

Numas eleições normais, qualquer adversário de Donald Trump já estaria a correr alegre e descontraidamente para a meta, deixando para trás um candidato republicano soterrado debaixo da sua avalanche de polémicas. “Mas é justo dizer que estas eleições não são normais”, como Barack Obama fez questão de referir num discurso da Convenção do Partido Democrata, em julho.

 

 

Um fator que contribui amplamente para a singularidade destas eleições é que, do outro lado de Donald Trump, está Hillary Clinton — uma mulher que, depois de mais de 30 anos na linha da frente da política norte-americana, conseguiu um currículo invejável e extenso. Só que, para lá das linhas onde aparecem cargos como “Senadora por Nova Iorque, 2001-2009” ou “Secretária de Estado, 2009-2013”, muitos veem inúmeras notas de rodapé que apontam para várias polémicas, das quais Hillary Clinton surge como uma candidata demasiado calculista, ambígua e desrespeitadora das regras.

 

 

A nota de rodapé mais recente no currículo de rodapé é da cortesia do site Wikileaks, do ativista australiano Julian Assange — que, acredita que o Departamento de Estado norte-americano poderá ter sido ajudado pela Rússia —, que tem divulgado a conta-gotas aquilo que diz ser um total de 50 mil emails que estavam na conta de e-mail de John Podesta, o chefe máximo da campanha da candidata democrata. Alguns mails contêm informações comprometedoras, outras dúbias e também há algumas que são inocentes e rotineiras. Os e-mails começam em 2000 e, para já, vão até março de 2016. Em baixo, conheça o que está em causa nalgumas das mensagens mais controversas.

 

 

Hillary Clinton já conhecia perguntas antes de debate

 

 

Num e-mail enviado a 12 março deste ano por Dona Brazile, à altura vice-presidente do Comité Nacional Democrata (meses depois, em julho, passou a ser presidente interina, depois de outro escândalo com e-mails ter levado à demissão da então presidente, acusada de favorecer Hillary Clinton em detrimento de Bernie Sanders nas primárias) para a diretora de comunicação da campanha, Jennifer Palmieri, surgia a seguinte frase no campo “Assunto” do e-mail: “De vez em quando, eu consigo ter as perguntas antes do tempo”.

 

 

O tema era o debate em formato de town hall, agendado para o dia seguinte e que era da responsabilidade da CNN. Dentro do e-mail, Dona Brazile, que também era comentadora residente na CNN, avisou a campanha de Hillary Clinton que lhe ia ser colocada uma questão sobre a pena de morte. Dona Brazile chegou a colocar o texto da pergunta no e-mail. No dia seguinte, um dos moderadores lançou uma pergunta a Hillary Clinton sobre esse tema, com um texto ligeiramente diferente mas inegavelmente idêntico ao disponibilizado por Dona Brazile.

 

Dona Brazile nega a acusação, tal como a CNN.

 

 

Equipa de Hillary Clinton quis mudar data de primárias no Illinois para prejudicar candidatos moderados do Partido Republicano

 

 

Em novembro de 2014, praticamente meio ano antes de Hillary Clinton anunciar a sua candidatura à Casa Branca, já havia quem preparasse o seu caminho na retaguarda. Robby Mook, também da equipa de Clinton, enviou um e-mail a John Podesta onde ensaiava a hipótese de, através de uma troca de favores, conseguir adiar as primárias no estado do Illinois de março para abril ou maio de 2016.

 

 

A ideia de Robby Mook era conseguir o aval do speaker do parlamento estatal do Illinois, o democrata Mike Madigan, para que a data fosse alterada. O processo de persuasão seria feito pelo chefe de staff de Obama na Casa Branca e um lobista do Illinois. Segundo a proposta de Robby Mook, aquele estado teria mais 10% de delegados a nível nacional se as primárias fossem mudadas para abril e mais 20% de as empurrassem até maio.

 

 

Segundo Robby Mook, esta seria uma maneira de controlar o tom da campanha republicana, que os democratas queriam que fosse o menos moderada possível. “O objetivo global é mudar as primárias no Illinois de meados de março, onde eles ainda têm apoio para candidatos republicanos moderados depois da maioritariamente sulista Super Tuesday [que ocorreu a 1 de março]”, escreveu. Se as primárias fossem adiadas até abril ou maio, a probabilidade de os candidatos mais moderados (naquela altura, John Kasich e Marco Rubio) perderem força até lá seria maior.

 

 

Apesar dos esforços da campanha de Clinton, as primárias no Illinois aconteceram a 15 de março. No final de contas, Hillary Clinton venceu com apenas mais 1,8% do que Bernie Sanders. Do outro lado, venceu Donald Trump — o mais radical entre os republicanos.

 

 

Equipa de Clinton preocupada com postura da candidata sobre escândalo do e-mail privado

 

 

Está visto que, quando o assunto é a troca de correspondência eletrónica e Hillary Clinton está envolvida, o mais certo é haver uma polémica. O primeiro capítulo desta coleção de histórias diz respeito aos tempos de Hillary Clinton como Secretária de Estado no primeiro mandato de Barack Obama, 2009-2013. Durante esse período, contra as regras e potencialmente colocando em perigo informações classificadas como top secret e confidential, Clinton usou uma conta de e-mail privada que estava alojada num servidor que tinha na garagem da sua casa, em Chappaqua, em Nova Iorque.

 

 

Em plena campanha, Hillary Clinton foi ilibada de qualquer acusação pela procuradora-geral, Loretta Lynch, depois de uma recomendação nesse sentido do diretor do FBI, James Comey.

 

 

Em agosto de 2015, uma das conselheiras da campanha, Neera Tanden, escrevia a John Podesta um e-mail titulado “os meus pensamentos” onde manifestava preocupações sobre a postura de Hillary Clinton perante este caso. “Eu sei que isto do e-mail não tem sido honesto. Eu sei muito que não. Mas eu temo que a incapacidade dela de dar uma entrevista e comunicar de forma genuína sentimentos de remorso e arrependimento está a tornar-se num problema de personalidade (ainda mais do que de honestidade)”, escreveu Neera Tanden.

 

“Ela precisa de fazer isto. Não vejo outra maneira de avançarmos até outubro”, concluiu.

 

 

Desde então, Hillary Clinton tem adotado uma postura de arrependimento sempre que este tema é referido em debates e nas (pouquíssimas) entrevistas e conferências de imprensa que tem dado.

 

 

Alguns jornalistas tinham relação próxima com equipa de Clinton

 

 

Pelo meio dos 50 mil e-mails da conta de John Podesta, alguns contam com a assinatura de jornalistas de política de alguns dos jornais mais conhecidos nos EUA. Nalgumas trocas de mensagens, pode ver-se como alguns jornalistas e a equipa de Hillary Clinton mantinham uma relação de proximidade, muitas vezes culminando no condicionamento do trabalho que saía a público.

 

 

Num e-mail escrito pelo jornalista Mark Leibovich, da revista do The New York Times, este entrega um conjunto de citações que retirou de uma entrevista que fez com Hillary Clinton, pedindo permissão para publicá-las à assessora de campanha Jennifer Palmieri. “Esta conversa foi bastante interessante… Adoraria ter a opção de usá-la”, escreveu o jornalista. No final, depois de uma troca de e-mails, a assessora limita o uso de algumas expressões e de citações inteiras. “Foi um prazer fazer negócios contigo!”, despediu-se Jennifer Palmieri.

 

 

Noutra ocasião, o jornalista Glenn Thrush, do site Politico, envia um e-mail a John Podesta com parágrafos que dizem diretamente respeito ao chefe de campanha de Hillary Clinton. A ideia do jornalista era ter aprovação para publicação daquelas partes em particular. “Por favor não partilhes ou digas a ninguém que eu fiz isto”, escreve o jornalista. “Diz-me se não f*di nada.”

 

 

Além do Wikileaks, também o site Intercept — fundado pelo jornalista Glenn Greenwald, conhecido por ter dado a conhecer os ficheiros de Edward Snowden — teve acesso a uma nota interna da campanha de Hillary Clinton escrita em janeiro de 2015, onde se dizia como “colocar uma história” num jornal por intermédio de um “jornalista amigável”. Em particular, é referido o exemplo de Maggie Haberman, do The New York Times. “Nós temos tido uma relação muito boa com Maggie Haberman do Politico [onde a jornalista trabalhou até fevereiro de 2015] durante o último ano”, lia-se naquela nota. “Ela já nos preparou algumas histórias no passado.”

 

 

Os discursos em Wall Street pagos a peso de ouro

 

 

Já durante as eleições primárias do Partido Democrata, Bernie Sanders insistiu várias vezes para que Hillary Clinton divulgasse as transcrições dos seus discursos pagos a peso de ouro em eventos privados de bancos de Wall Street e outras instituições financeiras — mais ou menos a mesma insistência que Hillary Clinton agora usa para exigir a Donald Trump que torne pública a sua declaração fiscal. De acordo com a CNN, Hillary e Bill Clinton fizeram 729 discursos pagos entre fevereiro de 2001 e maio de 2015. Em média, receberam 210 mil dólares por cada um.

 

 

Agora, as transcrições de três desses discursos foram tornadas públicos pela Wikileaks, que os encontrou nos e-mails de John Podesta. Nestas mensagens em particular, a equipa de Hillary Clinton destacou as partes que poderiam levar a interpretações negativas por parte dos seus adversários.

 

 

Num discurso de 2014, Hillary Clinton admitiu que está “algo distante” das preocupações da classe média. “Eu não estou a tomar posição em nenhuma medida, mas penso que há um sentimento crescente de ansiedade e até de raiva neste país por causa da ideia de que o jogo está combinado. E eu nunca senti isso quando era mais nova. Nunca”, disse.

 

 

Em 2013, referiu num discurso que “na política é preciso ter uma posição em público e outra em privado”. Esta citação tem sido usada contra Hillary Clinton pela campanha de Donald Trump, que estava a explicar à audiência os meandros da negociação política, recorrendo ao exemplo do filme “Lincoln” (2012), de Steven Spielberg, onde é demonstrado como o Presidente Abraham Lincoln conseguiu convencer várias congressistas a permitirem o fim da escravatura, consagrado na 13ª emenda da Constituição. “A política faz-se como as salsichas. É desagradável, sempre foi assim, mas no final de de contas por vezes chegamos onde temos de estar”, disse.

 

 

Noutra intervenção em 2014, Hillary Clinton disse que enquanto senadora pelo estado de Nova Iorque trabalhou “com muitas pessoas talentosas e com princípios que ganhavam a vida nas finanças”. De seguida, Hillary Clinton terá dito uma frase ambígua: “E embora eu os representasse [como senadora] e tivesse feito tudo o que pude para me assegurar de que eles continuavam a prosperar, eu apelei para que se fechassem alguns buracos legais e para que fosse tratada a questão do disparo dos salários dos diretores executivos”. Ora, aqui, se por um lado Hillary Clinton falou a favor de alguma regulação da banca, também é certo que não dá a ideia de ser a favor tanta quanto aquela que tem defendido desde o início das primárias e até aos dias de hoje.

 

 

 

Trump com ligações a rede internacional de lavagem de dinheiro

 

 

 

Um dos negócios do candidato republicano à Casa Branca, o multimilionário Donald Trump, tem múltiplas ligações a uma alegada rede internacional de lavagem de dinheiro, segundo uma investigação do diário Financial Times cujos resultados foram esta quarta-feira publicados.

 

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Títulos de propriedade, registos bancários e correspondência mostram que uma família cazaque acusada de branquear centenas de milhões de dólares roubados comprou apartamentos de luxo numa torre de Manhattan parcialmente pertencente ao Sr. Trump e envolveu-se em grandes empreendimentos comerciais com um dos sócios do magnata”, noticiou esta quarta-feira o FT.

 

 

A juntar às provas encontradas pelo jornal internacional de língua inglesa está o facto conhecido de Trump, após ter sofrido uma série de falências que fizeram com os que os bancos não lhe quisessem emprestar mais dinheiro, andar em permanente busca de sócios dispostos a financiar os edifícios que ostentam o seu nome.

 

 

O FT refere que “ao longo dos anos, o candidato presidencial norte-americano reuniu uma coleção eclética de financiadores e colaboradores, alguns com passados duvidosos, com ligações ao crime organizado ou a esquemas fraudulentos“.

 

 

Mas talvez o maior risco para o complexo e por vezes opaco império empresarial do Sr. Trump era que fosse utilizado para um fim que as autoridades norte-americanas temem se tenha generalizado no setor imobiliário do país: a lavagem de dinheiro sujo” escreve o FT.

 

 

Num momento em que Trump é candidato à Casa Branca, estas revelações levantam questões sobre que medidas adotam as suas empresas para garantir que os fundos que por elas passam são limpos, sublinha-se no texto.

 

 

Em janeiro deste ano, a então diretora do Departamento de Combate a Crimes Financeiros norte-americano, Jennifer Shasky Calvery, alertara que “autoridades estrangeiras corruptas ou criminosos transnacionais poderiam estar a usar o setor imobiliário de topo norte-americano para investir secretamente milhões de dinheiro sujo”.

 

 

Um ex-diretor de uma construtora que trabalhou com Trump acusou-o de “esquecimento intencional” quanto a pormenores sobre os negócios dos seus sócios. Mas um porta-voz da Trump Organization veio declarar que efetuava “extensas” verificações de antecedentes dos seus parceiros, contratando inclusive, para tal, investigadores externos.

 

 

Um desses sócios, a Bayrock, já antes tinha sido fonte de controvérsia, mas agora os pormenores da sua associação à família de Viktor Khrapunov, um ex-ministro da Energia do Cazaquistão e ex-presidente da câmara da cidade de Almaty, mostram que a Bayrock estava envolvida num alegado esquema de lavagem de dinheiro ao mesmo tempo que colaborava com Trump.

 

 

Advogados de Almaty disseram num tribunal norte-americano em março que Khrapunov e a sua família:

Conspiraram para saquear sistematicamente centenas de milhões de dólares de ativos públicos e para branquear os seus ganhos ilícitos através de uma complexa rede de contas bancárias e empresas de fachada, particularmente nos Estados Unidos”.

 

 

Viktor Khrapunov, que agora vive na Suíça, diz que está a ser atacado por se opor ao homem para quem trabalhava, o Presidente Nursultan Nazarbayev, o dirigente autoritário do Cazaquistão desde 1989, e os seus defensores afirmam que a fortuna da família Khrapunov vem do êxito nos negócios, não de desvio de fundos.

 

 

Segundo os especialistas, as leis que regulam os negócios imobiliários nos Estados Unidos são insuficientes, e as disposições contra o financiamento do terrorismo da Patriot Act, aprovada na sequência dos atentados do 11 de setembro de 2001, obrigaram as entidades de crédito à habitação a realizar investigação do tipo “conheça o seu cliente”.

 

 

Mas quem lava dinheiro paga em dinheiro, e transações como as dos apartamentos Trump Soho passaram por essa brecha, que só foi parcialmente colmatada este ano”, refere o FT.

 

 

Em janeiro, os Estados Unidos lançaram um programa piloto concebido para identificar os reais proprietários das empresas fachada usadas para comprar imóveis de luxo em Manhattan e Miami e, em julho, as autoridades indicaram que as novas regras corroboravam as suspeitas de que “aquisições em dinheiro de imóveis de luxo para habitação por uma entidade legal são altamente vulneráveis a abusos para lavagem de dinheiro“.

 

 

TPT com: CNN//Reuters// Washington Post//Yana Paskova//Tannen Maury//EPA//Financial Times//João de Almeida Dias//Observador// 19 de Outubro de 2016

 

 

 

 

 

Novo presidente da CGD vai ganhar 423 mil euros por ano. António Domingues optou por um conselho alargado

O novo presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai ganhar 423 mil euros anuais e os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano, disse nesta terça-feira o ministro das Finanças no Parlamento.

 

 

O ministro das Finanças, Mário Centeno, está a ser ouvido na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, a requerimento do PSD para responder a questões sobre a CGD e a execução orçamental relativa a 2016.

 

 

Em resposta a uma questão do deputado social-democrata Duarte Pacheco sobre quais os salários auferidos pelo novo Conselho de Administração do banco público, Mário Centeno disse que o presidente do conselho de administração vai ganhar 423 mil euros anuais, que os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano e que os vogais não executivos vão ganhar 49 mil euros anuais.

 

 

O governante explicou que “a política remuneratória dos administradores da Caixa corresponde à mediana no sector em Portugal”, uma métrica que, segundo disse, não influencia o mercado “nem no sentido de o inflacionar nem no de [estes salários] estarem fora do mercado”.

 

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Mário Centeno garantiu ainda que “a aplicação da regra anterior na determinação da remuneração destes mesmos membros [significa que] o custo total de remunerações seria superior”, comparando com o que é agora seguido.

 

 

A comissão executiva da CGD, cujos membros tomaram posse no dia 31 de agosto para o mandato de 2016 a 2019, é liderada por António Domingues, que ficou responsável, entre outras áreas, pela direcção de auditoria interna.

 

 

O conselho de administração da Caixa conta ainda com um vice-presidente não executivo (Emídio Rui Vilar), com seis administradores executivos (Emídio Pinheiro, Henrique Menezes, João Paulo Martins, Paulo da Silva, Pedro Leitão e Tiago Marques) e com três administradores não executivos (Angel Corcóstegui Guraya, Herbert Walter e Pedro Norton de Matos).

 

 

Com mais administradores, custos para a CGD disparam, pelo menos, 70%

 

O próximo Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), agora com 14 elementos (sete executivos), vai passar a contar com 19 membros, dos quais 12 são não executivos e dois recrutados no estrangeiro. A medida já está a levantar dúvidas dentro do banco, por implicar mais custos para a empresa.

 

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A CGD (que concorre no mercado em condições de igualdade com os outros bancos) é supervisionada pelo Banco Central Europeu (BCE) e obrigada a cumprir regras na composição dos órgãos sociais, nomeadamente, para assegurar a boa fiscalização da gestão executiva. E há várias alternativas para o fazer. À semelhança do que acontece noutros bancos de dimensão equivalente, António Domingues optou por um conselho alargado, com maioria de não executivos, para permitir a diversidade de pontos de vista e garantir que nas decisões relevantes prevalecem as opiniões independentes dos executivos.

 

 

Os supervisores recomendam ainda que se constituam pelo menos quatro comissões com independentes e não executivos: de governo; de nomeações e de avaliações; de auditoria e controlo interno; e comissão de risco. Estas estruturas podem emanar, ou não, do conselho. Hoje, os sete administradores não executivos da CGD distribuem-se por estas comissões, tarefa que será facilitada se o conselho for mais amplo.

 

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Há uma conclusão óbvia: maior número de administradores implica despesa acrescida para a CGD. A entrada de mais cinco não executivos, fará aumentar os custos neste grupo em, pelo menos, 70%. Isto, no pressuposto de que o nível de remunerações se mantém, o que não vai acontecer.

 

 

Hoje, a política de vencimentos dos gestores da CGD, está sujeita aos limites impostos pelo anterior Governo (calculados pela média dos últimos três anos): o chairman da CGD, Álvaro Nascimento, recebe 7704 euros por mês (mais de 107 mil em 14 meses), verba que para os restantes seis não executivos oscila entre os 1370 euros (19 mil euros ano) e 1826 euros (25 mil euros ano), consoante as funções que ocupam em comissões. Em conjunto, em 2015, os sete auferiram 242 mil euros. O valor imputado à comissão executiva é de mais de 1,2 milhões de euros. O salário mensal de José de Matos é de 16.500 euros (232 mil euros ano), enquanto os restantes executivos oscilam entre 8647 euros e 13.500 euros.

 

 

Caixa, o banco mais mal remunerado

 

 

 

A CGD sofre ainda hoje dos constrangimentos da ajuda estatal dos CoCos e, no sistema, é o banco mais mal remunerado. E esta é mesmo uma das matérias que Domingues exigiu alterar para ajustar os vencimentos à média do mercado, o que acentuará um acréscimo dos custos. Note-se que o presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha, ganha 375 mil euros por ano e na EDP, como líder do Conselho Consultivo (não executivo), Eduardo Catroga recebe mais de 600 mil euros por ano.

 

 

Embora bem mais pequeno, o BPI tem 22 administradores, sete dos quais executivos. Este é um exemplo próximo de António Domingos. Em 2013, e antes de pagar o empréstimo público de 1500 milhões de euros de CoCos, o conselho levou para casa cerca de 2,7 milhões de euros, sendo que a fatia atribuída ao conjunto dos não executivos foi de 485 mil euros. O chairman, Artur Santos Silva, recebeu 79.600 euros: ao valor fixo de 63 mil euros, somaram-se 16.650 euros em senhas de presença. A verba pulou em 2015, após reembolso dos Cocos, para 159 mil euros.

 

 

No ano “das vacas magras” a remuneração fixa anual do CEO, Fernando Ulrich, foi de 29,4 mil euros mensais ou 412.609 euros anuais, que subiu para 462 mil euros em 2015. Nesse ano, o vice-presidente António Domingues recebeu 423 mil euros (mas em 2013 ganhou 378.225 mil). Em 2015, a administração do BPI auferiu 3,2 milhões de euros, 2,5 milhões atribuídos aos sete executivos.

 

 

TPT com: AFP//Cristina Ferreira//Filipe Arruda//Público// 18 de Outubro de 2016

 

 

 

 

O português Nuno Merino é o novo treinador da equipa de trampolins dos Estados Unidos

O antigo ginasta português Nuno Merino considerou este domingo que a sua escolha para treinador principal das seleções de trampolins dos Estados Unidos é o reconhecimento do seu trabalho e da ginástica portuguesa.

 

 

“A principal razão pela qual chego aqui é pelo trabalho que tenho vindo a desenvolver desde janeiro de 2013”, disse o antigo ginasta à agência Lusa, explicando que nos últimos três anos tem treinado o clube The Matrix Gym, em Huntsville, no Alabama.

 

 

Aos 33 anos, Nuno Merino, que deixou a competição em julho de 2012, pouco antes dos Jogos Olímpicos de Londres, prepara-se agora para ser o ‘chefe’ das duas principais seleções de trampolins dos Estados Unidos.

 

 

“Tudo o que seja em cima do trampolim sou eu que vou tomar as decisões, eu sou o treinador principal, mas no fundo vai haver um triângulo de liderança”, refere, explicando que existirão outras duas figuras envolvidas no processo.

 

 

O antigo atleta considera que a sua escolha para o cargo é também um reconhecimento da qualidade da ginástica portuguesa: “Tudo o que aprendi foi em Portugal, portanto acho que isto é um reconhecimento da ginástica portuguesa. Se não fosse o sistema português, a maneira como está estruturado e os treinadores que tive e tudo isso eu não seria quem sou hoje”.

 

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Nuno Merino, que foi sexto classificado nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, considera que o seu trabalho no clube de Huntsville foi reconhecido pela Federação de Ginástica dos Estados Unidos: “o meu trabalho tem sido notado e a federação percebeu que eu seria uma boa solução”.

 

 

O tomarense admitiu que a seleção de trampolins dos Estados Unidos ainda não está no topo mundial, mas tem muito talento para estar” e reconheceu que o seu novo desafio acarreta “uma enorme responsabilidade”.

 

 

“Eu apenas posso fazer o meu trabalho se as pessoas que lá estiverem tiverem uma mente aberta para fazer alterações, se não tiverem essa mente aberta nenhum treinador no mundo consegue fazer alterações”, referiu o antigo atleta, que em Portugal treinou um clube em Mem Martins.

 

 

Merino admitiu que a sua nova função é “um trabalho a longo prazo”, mas mostrou-se convicto de que nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 os Estados Unidos já podem ter uma boa representação. “Ninguém faz milagres de um dia para o outro, Tóquio já é só daqui a quatro anos mas, sem dúvida, que temos talento para estar bem representados”, referiu.

 

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Merino entende que Portugal tem um sistema de formação de treinadores melhor do que o norte-americano, e admitiu que parte do seu trabalho pode, também, passar por essa vertente.

 

 

“Aqui não existe um sistema de educação como temos em Portugal (…) é a falta de conhecimento que queremos combater e isso vai ser produtivo se conseguirmos ajudar os treinadores nas deteções de talentos”, frisou, lembrando a dimensão do país a enorme dimensão da base de recrutamento.

 

 

Merino, que foi dos primeiros atletas portugueses de alta competição a interromper os estudos para se dedicar ao desporto, começou a sua formação académica na área do treino, da qual acabou por desistir, sendo formado em aviação civil.

 

 

No entanto, o novo selecionador de trampolins dos Estados Unidos, que nunca se desligou do desporto, sublinhou: “Tenho as formações da federação portuguesa e todas as que são exigidas nos Estados Unidos. Gosto de saber sempre mais, de tudo”.

 

 

TPT com: AFP//Reuters//Lusa//Observador//16 de Outubro de 2016

 

 

 

 

Há uma jogadora europeia entre as 20 melhores do basquetebol americano. E é portuguesa

A WNBA, campeonato profissional de basquetebol feminino dos EUA, celebra esta época o seu 20.º aniversário. Nesse âmbito, fez uma lista com as 20 melhores jogadoras a pisar os pavilhões desde os primórdios de competição. Nesse grupo, só está uma jogadora europeia: é portuguesa, nasceu na Figueira da Foz e chama-se Ticha Penicheiro.

 

 

A WNBA, campeonato profissional de basquetebol feminino dos EUA, celebra este ano a sua 20.ª época de existência e, “à americana”, decidiu elaborar uma lista com as vinte melhores jogadoras que pisaram os seus pavilhões nestes vinte anos. Dessas vinte, dezoito são norte-americanas, uma é australiana e outra é europeia, mais precisamente portuguesa. “Tem um significado grande”, conta Ticha, diretamente dos EUA onde agora é agente desportiva. “Olho para trás e vejo a minha infância a crescer na Figueira da Foz, em Portugal, a jogar basket de rua com os rapazes e nem nos meus maiores sonhos podia imaginar que iria jogar 15 anos da WNBA e ser uma das jogadoras destacadas neste 20.º aniversário”. Por tudo isto, Ticha considera que “às vezes parece um pouco surreal, mas é definitivamente uma grande honra”, realçando ainda a importância do trabalho para chegar a este nível e, claro está, toda a ajuda que teve de “treinadores, companheiras de equipa e, acima de tudo, da família”.

 

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Tendo em conta a relevância que a WNBA tem no panorama basquetebolístico mundial, sendo uma espécie de “casa” para as melhores jogadoras do mundo (um pouco como a NBA), será possível dizer que esta distinção faz de Ticha Penicheiro uma das 20 melhores jogadoras de basquetebol de sempre? “Eu penso que contribuí bastante para o desenvolvimento da Liga” e, ainda que nunca tenha vencido títulos relevantes por Portugal, esta distinção é acima de tudo o “reconhecimento do trabalho e de quase uma vida dedicada ao desporto e ao basquetebol”, pelo que ver esse “esforço reconhecido é uma grande satisfação”.

 

 

Quinze anos de carreira na WNBA são equivalentes a muitas recordações. Mas entre títulos, nomeações e prémios, Ticha destaca que o que fica “são as amizades que se fazem e as memórias que se vão criando ao longo dos tempos. Tenho amizades com jogadoras com quem joguei e com muitas que defrontei e isso fica para toda a vida”. E, vá lá, “algumas fotografias e vídeos”, ainda que estes últimos sejam difíceis de ver “porque já não há VHS (risos)”.

 

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Quanto ao impacto que esta nomeação pode ter na modalidade em Portugal, Ticha Penicheiro acredita que, apesar de tudo, não terá assim tanta influência. “A mentalidade portuguesa continua muito virada para o futebol e quem gosta de basket é porque pratica ou por influência ou proximidade familiar.” De qualquer das formas, a ex-jogadora mostra-se contente com a decisão da Federação Portuguesa de Basquetebol de criar “um canal (online) para emitir jogos, porque isso é importante e parte daí” o fomento de uma cultura de basquetebol no país. De qualquer das formas, admite que, não obstante o diminuto impacto, o seu caso pode ser considerado “um bom exemplo” porque “mesmo nascendo em Portugal e não tendo as condições que outros países têm ao nível do basquetebol feminino, se me aconteceu a mim, pode acontecer a qualquer um”.

 

 

Uma portuguesa na WNBA (mas não só)

 

 

Corria o ano de 1998 quando Patrícia Penicheiro – Ticha, como ainda é conhecida no mundo do basquetebol – pisou pela primeira vez o pavilhão das (entretanto extintas) Sacramento Monarchs, equipa da WNBA. A competição (uma espécie de versão feminina da NBA, principal competição de basquetebol dos EUA e, muito provavelmente, do mundo) tinha sido criada um ano antes, para ocupar o espaço temporal entre o final e o início das temporadas da competição masculina. Ticha Penicheiro, a estudar na Universidade de Old Dominion, é selecionada no draft (processo em que as equipas dos principais campeonatos profissionais de desporto dos EUA escolhem, de acordo com uma ordem previamente sorteada, os melhores desportistas universitários ou de fora dos EUA) pela equipa de Sacramento e começou aí uma das mais belas carreiras do desporto português.

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Foram quinze as épocas que Ticha Penicheiro passou na WNBA: doze nas Sacramento Monarchs (pelas quais venceu um título de campeã, em 2005), duas nas Los Angeles Sparks e uma nas Chicago Sky. Pelo caminho, liderou a liga em assistências em sete dessas épocas, foi escolhida quatro vezes para o All-Star Game (jogo que reúne as jogadoras preferidas do público) e duas vezes para a equipa do ano. Adicionalmente, é ainda a recordista da WNBA em assistências, ou seja, a jogadora que, durante os 20 anos de competição, mais passes para cesto fez, bem como a segunda com mais roubos de bola.

 

 

Paralelamente, e porque a competição da WNBA decorria apenas durante a paragem da NBA, Ticha Penicheiro jogou ainda na Polónia (Lotos Gdynia), Itália (Basket Parma, Geas Basket e PF Umbertide), Rússia (UMMC Ekaterinburg e Spartak Moscow, por quem venceu a Euroliga, uma espécie de Liga dos Campeões basquetebolística), França (Valenciennes), Letónia (TTT Riga), República Checa (USK Praha), Turquia (Galatasaray) e, claro está, Portugal (Algés). Uma verdadeira trota-mundos, portanto.

 

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Para terminar, cumpria recordar as comparações com jogadores da NBA que sempre a acompanharam ao longo da carreira: Jason Williams (seu “companheiro” em Sacramento e que passou grande parte da carreira ao serviço dos Kings, equipa masculina da cidade), Jason Kidd e, claro, Magic Johnson (este último considerado por muitos um dos melhores jogadores de sempre). “São três jogadores que jogavam na mesma posição que eu e que tinham aquela ginga ou aquele toque de magia que eu também tinha”. E será que essas comparações a incomodam? “Acho que ser comparada com o Magic Johnson não é nada mau (risos)”.

 

 

Este país não é para basquetebol

 

 

Portugal é um país de futebol. As outras modalidades existem – é um facto – mas vão sobrevivendo um pouco à sombra do chamado “desporto-rei”, ainda que com algumas exceções aqui e ali (o caso do futsal e do seu crescimento nos últimos anos é evidente). Por tudo isto, não é errado dizer que o basquetebol nunca atingiu grande mediatismo no nosso país. Provavelmente, se fizermos um rápido vox-pop pedindo o nome de um jogador português de basquetebol, a maioria das pessoas que conseguisse responder mencionaria Carlos Lisboa, antiga glória do Benfica e seu atual treinador. Lisboa é, muito provavelmente, a principal referência do basquetebol português, uma espécie de Eusébio dos pavilhões. Mas isso só é verdade se olharmos para o desporto numa perspetiva masculina. Como prova a história de Ticha Penicheiro.

 

 

TPT com: Reuters//NYT//WP//Público//Observador//WSJ// 16 de Outubro de 2016