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Passos considera muito “inquietante” o silêncio do Estado sobre os casos de corrupção e de adopção “irregular de crianças”

O presidente do PSD considerou hoje “inquietante”, quando são registados “casos de corrupção ao mais alto nível da sociedade”, que o Estado “se refugie no andamento da Justiça”, numa referência aos casos de adoções ilegais de crianças.

 

 

“É inquietante que, num tempo em que tantas dúvidas vêm para a opinião pública sobre a transparência, a lisura de procedimentos, envolvendo casos de corrupção ao mais alto nível da sociedade, e o Estado, de um modo geral, encolha os ombros e se refugie no andamento da Justiça para que alguma coisa se faça”, afirmou Pedro Passos Coelho, aludindo à falta de esclarecimentos do Governo sobre o caso de “irregularidades graves que ocorreram no âmbito da adoção de menores”, noticiadas por uma estação de televisão.

 

 

O líder nacional do PSD falava na Guarda, onde presidiu à sessão de abertura da IV Academia do Poder Local, organizada pelo PSD e pelos Autarcas Social-Democratas (ASD).

 

 

No seu discurso, deixou o apelo “a que, de um modo geral, as forças políticas, mas em particular o Governo também saia da sua modorra e comece a pronunciar-se sobre isto e a tomar iniciativas sobre isto”.”A Justiça tem o seu papel, mas a política também tem o seu papel e não é por certas matérias estarem em investigação penal que não podem ou não devam merecer discussão política e social”, disse, acrescentando: “é possível recuperar ainda algum do tempo que se perdeu nestes meses e poder dizer aos portugueses que o que quer que tenha ocorrido faremos tudo o que está ao nosso alcance para que não se repita no futuro”.

 

 

“Há algum tempo atrás, um órgão de comunicação social, uma televisão, trouxe à opinião pública o conhecimento de irregularidades graves que ocorreram no âmbito da adoção de menores”, lembrou.

 

 

O ex-primeiro ministro acrescentou que “parece que não espanta ninguém que passado todo este tempo o Governo não tenha tomado nenhuma iniciativa que visasse esclarecer junto das entidades públicas a responsabilidade pelo que se passou”.

 

 

“Como se a questão tivesse prescrito, como se não fosse nada com o Estado. Os políticos têm fugido de falar deste assunto como o diabo da cruz – e cá vem outra vez o diabo”, afirmou.

 

 

Ainda sobre os políticos, afirmou que “ninguém lhes ouve uma palavra sobre o assunto e quando com insistência alguém tem de se pronunciar sobre isto vai dizendo que a Procuradoria Geral da República que atue e que investigue, como se o Estado ele próprio, como edifício administrativo, não devesse também, com mecanismos inspetivos, apurar o que se passou, tentar apurar o que se passou”.

 

 

Em sua opinião, torna-se necessário saber “o que é que se passou afinal” e o que é preciso de reparar relativamente ao passado e o que é que preciso fazer “para evitar que no futuro situações destas voltem a ocorrer”.

 

 

TVI notificada para retirar reportagens “Segredos dos Deuses” do ‘site’

 

 

A TVI foi notificada de uma providência cautelar proposta por Luís Carlos Andrade, uma das crianças adotadas e atualmente pastor da IURD, em que é pedida a remoção das reportagens ‘Segredos dos Deuses’ do ‘site’ da TVI e bem assim que se abstenha de difundir factos da vida privada e a imagem do requerente”.

 

 

A estação de Queluz adianta que “está em prazo para contestar, o que fará, não tendo sido tomada, à data, nenhuma decisão judicial sobre a mesma”.

 

A TVI exibiu uma série de reportagens denominadas “O Segredo dos Deuses”, na qual noticiou que a IURD esteve alegadamente relacionada com o rapto e tráfico de crianças nascidas em Portugal.

 

 

Os supostos crimes terão acontecido na década de 1990, com crianças levadas de um lar em Lisboa, que teria alimentado um esquema de adoções ilegais em benefício de famílias ligadas à IURD que moravam no Brasil e nos Estados Unidos.

 

 

A IURD tem vindo a refutar as acusações de rapto e de um esquema de adoção ilegal de crianças portuguesas e considera-as fruto de “uma campanha difamatória e mentirosa”.

 

 

Segundo informações avançadas pela TVI, a IURD tem atualmente nove milhões de fiéis, espalhados por 182 países, 320 bispos e cerca de 14 mil pastores.

 

 

 

MP investiga rede de adopção ilegal de crianças

 

 

 

O Ministério Público abriu um inquérito sobre uma suposta rede de adopção ilegal de crianças portuguesas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), revelou a Procuradoria-Geral da República. IURD desmente acusações e garante que vai avançar com processos judiciais.

 

“Existe um inquérito relacionado com essa matéria, tendo o mesmo sido remetido ao DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa) para investigação”, adiantou a Procuradoria-Geral da República numa resposta enviada aos orgãos de comunicação social.

 

 

Uma investigação da TVI divulgada revela que Edir Macedo, líder máximo da IURD, está envolvido numa rede internacional de adopção ilegal de crianças e que os seus próprios “netos” serão crianças roubadas de um lar em Portugal.

 

 

Segundo a reportagem, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) tinha, na década de 90, um lar ilegal de crianças, em Lisboa, de onde foram levados vários menores, à revelia das suas mães.

 

 

As crianças eram entregues directamente no lar, à margem dos tribunais, por famílias em dificuldades e acabavam no estrangeiro, adoptadas por bispos e pastores da igreja de forma irregular e sem direito de contraditório às famílias, adianta a investigação das jornalistas Alexandra Borges e Judite França.

 

 

A TVI descobriu que Edir Macedo “está envolvido nesta rede internacional de adopções ilegais de crianças, e que os seus próprios ‘netos’ são crianças roubadas do Lar Universal, uma instituição que à época fazia parte da obra social da igreja”.

 

 

Segundo um comunicado da TVI relativo à investigação, “um importante membro desta rede chegou mesmo a roubar um recém-nascido à mãe na maternidade e registá-lo directamente como seu filho biológico”.

 

 

“Isto aconteceu debaixo dos nossos olhos e retrata o esquema que estava montado num lar ilegal”, disse o director de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, no final da apresentação da reportagem à imprensa. A situação “atinge a cúpula da IURD”, adiantou, sublinhando que “as crianças foram levadas sem que os tribunais ouvissem as famílias das crianças”.

 

 

“O Estado não esteve completamente bem aqui, mas nunca é tarde para repor a verdade”, disse Sérgio Figueiredo.

 

 

Em comunicado enviado às redacções, a IURD argumenta que “toda a matéria que a TIV pretende veicular assenta no relato e colaboração de Alfredo Paulo Filho”, que deixou a instituição em 2013, altura em que a sua saída foi motivada por “condutas impróprias”. A IURD diz ainda que Paulo Filho foi condenado pelos tribunais brasileiros a indemnizar a igreja no valor de 1.7 milhões de reais, defendendo que o antigo colaborar pretende agora “centrar a sua campanha difamatória em Portugal”.

 

 

Sobre as adopções em causa, a IURD refere que as mesmas “ocorreram em Portugal e foram decretadas pelo Tribunal de Família e Menores de Lisboa”, e que “todos os ditos ‘netos’ foram adoptados pelo sistema legal português”, acrescentando ainda que vai avançar com processos judiciais contra a TVI e Alfredo Paulo Filho.

 

 

O lar abriu em 1994 em Lisboa e foi legalizado em 2001. A IURD acabou por encerrá-lo em 2011, alegando como motivo a crise.

 

 

 

TPT com: AFP//Lusa//JE//Público// 2 de Fevereiro de 2018

 

 

 

 

 

Puigdemont crê que vai ser possível governar a Catalunha a partir de Bruxelas, “mas não da prisão”

O ex-presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, considera que tem condições para voltar ao cargo e dirigir a Catalunha a partir de Bruxelas. Em entrevista à Catalunya Ràdio, o líder do Juntos Pela Catalunha sublinhou que, com a ajuda das “novas tecnologias”, é possível ser chefe de Governo à distância. “Na prisão é que não posso exercer de certeza”, acrescentou, dando a entender que não tenciona regressar à Catalunha para já, onde é alvo de investigação judicial.

 

 

“Entre ser presidiário ou ser presidente, prefiro ser presidente”, declarou, acrescentando que “pelo menos agora posso fazer coisas, não prisão não”. Recorde-se que o antigo vice-presidente catalão e líder do partido Esquerda Republicana, Oriol Junqueras, continua detido. Carles Puigdemont permanece na Bélgica, para onde partiu após a declaração suspensa da independência.

 

 

Questionado sobre como é possível manter um “governo efetivo” à distância, o líder independentista garantiu que tem estado em permanente contacto com os seus antigos ministros e explicou que, já no mandato anterior, “só via os ministros no dia do Conselho Executivo”. “Governaremos da mesma forma”, garantiu.

 

 

Na entrevista, Puigdemont deixou ainda antever que pretende ser investido à distância, dizendo que “não há nada no regulamento que proíba as formas de investidura que temos ensaiado”. O La Vanguardia explica que o Juntos Pela Catalunha está a estar diferentes hipóteses como a delegação do discurso a outro deputado ou o uso de teleconferência.

 

 

O Governo espanhol, contudo, já avisou que irá recorrer para o Tribunal Constitucional se tal acontecer. Puigdemont defende-se dizendo que quem escolhe o presidente do governo catalão são os parlamentares catalães:”Se o parlamento eleito democraticamente me ratifica como presidente, o chefe de Estado não tem direito a subverter o mandato constitucional.”

 

 

Puigdemont defende ainda que, com a “restituição” do anterior governo catalão, o 155 deixará de ter feito — o que deverá implicar, na sua opinião, a libertação de Junqueras. “Como pode manter-se um vice-presidente eleito na prisão?”, questiona.

 

 

Esta segunda-feira, Puigdemont sairá de Bruxelas, mas não para regressar à Catalunha — irá participar num debate sobre a situação na região organizado pelo Universidade de Copenhaga, na Dinamarca.

 

 

Ministério Público espanhol avisa que mandará prender Puigdemont se o catalão for à Dinamarca

 

 

O Ministério Público espanhol avisou este domingo que solicitará “imediatamente” um mandado de captura internacional, caso o antigo presidente da região da Catalunha, Charles Puigdemont, se desloque na próxima segunda-feira a Copenhaga, na Dinamarca, para participar numa conferência. A Fiscalía General del Estado (o equivalente em Espanha à portuguesa Procuradoria Geral da República) emitiu uma nota esta domingo, citada pelo El País, explicando que o novo pedido de detenção está apenas dependente da “confirmação oficial, pela via policial, dos movimentos” do ex-presidente catalão.

 

A própria porta-voz do grupo parlamentar do “Juntos Pela Catalunha”, partido de Puigdemont, confirmou na sexta-feira que a “viagem do presidente Puigdemont à Dinamarca” estava prevista para segunda-feira, dia em que o catalão devera participar num debate na Universidade de Copenhaga que terá como tema: “A Catalunha e a Europa na encruzilhada da democracia?”. Dois dias depois, a justiça espanhola avisa numa nota:

Se essa confirmação [ida a Copenhaga] chegar, é intenção do Ministério Público agir imediatamente solicitando ao juiz de instrução do Supremo Tribunal que proceda à ativação do mandado de captura para solicitar à autoridade judicial dinamarquesa que detenha o investigado.”

 

 

Ora, o Ministério Público espanhol tem, assim, de pedir ao juiz de instrução do caso no Supremo, Pablo Llarena, que solicite esse mandado de captura europeu. Esse mesmo juiz decidiu, no dia 5 de dezembro, retirar os mandados de detenção europeus emitidos contra Puigdemont e os quatro ex-conselheiros imputados pelo processo de independência que estão com ele em Bruxelas (Antoni Comín, Clara Ponsatí, Meritxell Serret e Lluís Puig), mas mantiveram a ordem de prisão em território espanhol. A argumentação do juiz Llarena para retirar o mandado europeu em dezembro — que tinha emitido em novembro — foi que este poderia condicionar a evolução da investigação.

 

 

Já a Universidade de Copenhaga tem confirmada a presença de Puidgemont, que se encontra numa espécie de “auto-exílio” em Bruxelas desde 30 de outubro, onde se refugiou três dias depois do Parlamento ter proclamado unilateralmente a independência da Catalunha e o Governo de Madrid ter demitido o governo regional ao abrigo do artigo 155º da Constituição espanhola.

 

 

De acordo com o El Mundo, está também previsto que Puigdemont se encontre com vários deputados dinamarqueses no Parlametno daquele país. O anúncio desse encontro foi feito, curiosamente, por um dos promotores da reunião, Magni Arge, é que membro de uma formação independentista do território autónomo das Ilhas Faroé. Este encontro de Puigdemont com os independentistas das Faroé tem todos os ingredientes para deixar o Governo dinamarquês tão furioso como o Governo espanhol. De tal forma que os membros das três forças dinamarquesas que fazem parte da coligação governamental que lidera o país já informaram que não estarão presentes na reunião.

 

 

O ministro da Administração Interna espanhol, Juan Ignacio Zoido também já avisou que Puigdemont “fugiu da justiça espanhola” e que, por isso, “não terá imunidade.”

 

 

O primeiro debate de investidura do novo Governo catalão está marcado para 31 de janeiro. De acordo com o advogado de Puigdemont, o antigo presidente catalão ainda “não decidiu” se estará presente e admitiu que “todos os cenários estão em aberto.”

 

 

 

Puigdemont vai mesmo pedir delegação do seu voto na tomada de posse do Governo regional

 

 

 

Carles Puigdemont ainda está em Bruxelas mas já fez saber que não vai facilitar o regresso da Catalunha à normalidade institucional. Depois de os partidos independentistas catalães Juntos Pela Catalunha e Esquerda Republicana (ERC) terem decidido que iam insistir no nome do ex-presidente do Governo regional para candidato a líder do Governo, ao mesmo tempo que avançavam com o nome de Roger Torrent para presidente do Parlamento, Puigdemont anunciou que vai pedir a delegação do seu voto na investidura do Governo. Ou seja, vai pedir a alguém que vote por ele — mecanismo permitido para alguns, mas que vai levar Madrid a recorrer imediatamente ao Tribunal Constitucional.

 

De acordo com o El Periódico, o discurso que o recém-eleito presidente do Parlamento, Roger Torrent, fez esta quarta-feira, onde o independentista pareceu baixar a guarda, falando no regresso a uma certa normalidade, motivou Carles Puigdemont a fazer aquilo que muitos já pensavam que iria fazer: pedir a delegação do voto, para poder votar na sua própria eleição, que deverá acontecer no final desde mês. Cada voto é precioso, já que, numa primeira volta, é preciso maioria absoluta de 68 deputados para aprovar a investidura — e os dois partidos independentistas Juntos pela Catalunha e ERC perfazem 66 votos (contando com o voto de Puigdemont). Ou seja, mesmo assim, os votos não são suficientes, sendo preciso acrescer os votos da Candidatura de Unidade Popular (CUP).

 

 

O pedido de Puigdemont coloca pressão sobre o novo presidente da Mesa do Parlamento, Roger Torrent, que tem agora o poder de decidir se permite ou não a delegação do voto. O mais provável é que o permita, mas isso levará Madrid, e os partidos não-independentistas, a recorrerem imediatamente ao Tribunal Constitucional para tentarem impedir o voto delegado.

 

 

Certo é que aos deputados que estão presos, Oriol Junqueras, Joaquim ForneJordi Sànchez, é-lhes permitido votar por interposta pessoa. Fizeram-no inclusive na sessão desta quarta-feira para a constituição do Parlamento catalão. Nessa altura, nem Puigdemont nem os restantes ex-membros do executivo catalão pediram para recorrer a esse sistema de votação porque a maioria independentista no Parlamento estava assegurada.

 

 

O cenário muda de figura na tomada de posse do Governo. Tanto Puigdemont como os ex-governantes sediados em Bruxelas, Lluís Puig e Clara Ponsatí, pediram esta quinta-feira formalmente para recorrer ao sistema de voto por interposta pessoa. E sobre o voto destes políticos “exilados” o entendimento é diferente. Segundo o El Periódico, tanto os juristas do Parlamento como o gabinete do juiz do Supremo entendem que o ex-presidente não pode participar nesta votação, estando em Bruxelas.

 

 

Roger Torrent deverá reunir-se brevemente com Puigdemont em Bruxelas, como parte da ronda formal de encontros que o novo presidente do Parlamento tem prevista com representantes de todos os partidos.

 

 

TPT com: AFP/Getty Images// STEPHANIE LECOCQ/EPA//Rui Pedro Antunes//Cátia Bruno//Rita Dinis// 21 de Janeiro de 2018

 

 

 

 

 

 

 

Rio declara fim do PSD como “clube de amigos” e poupa Costa no discurso da vitória

Sorridente, mas formal e nunca exuberante. Quando Rio chegou ao Sheraton, no Porto, perto das nove, já sabia que seria o futuro presidente do PSD ou que estava muito perto disso. Os desabafos do diretor de campanha, Salvador Malheiro, à medida que recebia os resultados no telemóvel eram sinal disso: “Já ganhámos. Morreu. Já limpámos“. Mais sereno, na hora da vitória Rui Rio optou por um discurso eficaz: agradeceu a Santana Lopes, num piscar de olho aos apoiantes do seu opositor, honrou Passos Coelho, de quem não quis renegar o legado, e guardou apenas uma réstia de rancor para Miguel Relvas. Foi para o antigo secretário-geral que foi dirigida a indireta mais dura: “O PSD não foi fundado para ser um clube de amigos, nem foi pensado para ser uma agremiação de interesses individuais.” A sala aplaudiu com estrondo.

 

A “velinha” que Santana disse que António Costa terá acendido, resultou: Rio ganhou. Talvez por isso, ou porque é essa a sua estratégia, Rio não atacou frontalmente o líder do PS. Deixou apenas ao primeiro-ministro um aviso e uma promessa: o aviso de que terá uma oposição firme, a promessa de que não será populista nessa oposição. “A partir de fevereiro começaremos a construção de uma alternativa de Governo à atual frente de esquerda que se formou no Parlamento“, começou por dizer Rio. O candidato defendeu uma “alternativa capaz de dar a Portugal uma governação mais firme e mais corajosa, capaz de enfrentar os grandes problemas estruturais com que há muito o país se confronta e capaz de reforçar a nossa aposta em Portugal e de nos restituir a vontade, a alma e a esperança”.

 

 

Porém, sem utilizar o que chama de “truques”, Rio adverte que “o atual Governo terá na nova liderança do PSD uma oposição firme e atenta, mas nunca demagógica ou populista, porque nunca contra o interesse nacional“.

 

 

Rio sorriu, deu muitos abraços e antes de começar a discursar ouviu uns gritos de “Rio vai em frente, tens aqui a tua gente.”Agradeceu aos que estiveram com ele (54%), mas também à outra metade da laranja que apoiou Santana e que não tem dúvidas que o vão apoiar: “Quero fazer um agradecimento a todos aqueles que fizeram uma opção diferente nas urnas, mas sei que estão disponíveis para em unidade continuar a defender os ideias do PSD e a servir o país“.

 

 

Rio quer virar a página no partido, mas sem desdenhar do trabalho de Passos Coelho, como foi fazendo, a espaços, ao longo do mandato do ainda líder. O vencedor antecipou que “com a realização do congresso nacional em fevereiro, onde serão finalmente eleitos e empossados os novos órgãos nacionais, iniciaremos uma nova etapa da vida do PSD”. Mas não disse que seria melhor nem pior que a anterior. E ainda enalteceu o caminho feito por Passos. “Com ela vai-se também fecha um ciclo da vida política do partido, que foi muito exigente para todos nós portugueses. Todos sabemos que o nosso companheiro e atual presidente Pedro Passos Coelho teve de enfrentar a mais grave e mais longa crise económico-financeira que o país viveu nos últimos 40 anos. Na história vai ficar registar o nosso agradecimento a Pedro Passos Coelho, que foi o primeiro-ministro que tirou Portugal da bancarrota, para onde desmandos de outros atiraram o país”.

 

 

Para Marcelo as palavras não foram duras, mas distantes. Rio garante que “o senhor Presidente da República terá no PSD a lealdade que princípios éticos a todos nos impõe e a colaboração institucional de que o país e o regime necessitam”. Santana falava de Marcelo quase como um exemplo, para Rio é apenas uma figura com quem se terá de relacionar a nível institucional.

 

 

Rio prometeu ainda um PSD com “uma vontade inabalável de servir Portugal e de procurar contribuir para dar a todos um futuro melhor”. Ora esse futuro só é possível se forem capazes de “construir uma sociedade mais justa, mais solidária e mais capaz de ajudar na construção na felicidade de todos e de cada um de nós”.

 

 

O partido que Rio quer é o pensado por Sá Carneiro, tendo por base os valores do “dinamismo político, unidade interclassista, dinamismo económico, deu justiça e solidariedade social, de igualdade de oportunidades e de crescimento, desenvolvimento e afirmação da nação portuguesa”. Para o novo presidente do PSD “este é o ADN do Partido Social Democrata”. Vai ser esta, promete, a “bússola” de Rio.

 

 

Sempre ciente das contas, Rio agradeceu “aos militantes e a muitos amigos que, generosamente, ajudaram a financiar esta campanha” sem terem qualquer objetivo que não financiar a atividade política. Houve muitos sorrisos no final da noite, muitos abraços com pancadas nas costas audíveis, mas uma festa moderada. Na sala do discurso da vitória — ao contrário da de Santana — não havia comida nem água. Só apoiantes, jornalistas e algumas bandeiras. A música do fim de noite era igual à de toda a campanha: “Nós somos um Rio, que não vai parar…”

 

 

Pedro Duarte otimista fala de parte do país ansiosa por um PSD diferente

 

 

 

O antigo líder da JSD Pedro Duarte vê com “otimismo os próximos tempos do PSD”, considerando que com Rui Rio na liderança se abrem novas oportunidades porque há uma parte do país que está ansiosa por um partido diferente. “Estou satisfeito com a eleição do doutor Rui Rio de forma inequívoca e principalmente estou satisfeito com a mobilização que o partido demonstrou”, disse Pedro Duarte.

 

O antigo líder da JSD vê “com otimismo os próximos tempos do PSD”, considerando que se abriram “novas janelas, novas oportunidades de fazer uma mudança” importante para o PSD, mas “principalmente para o país”. “Há uma parte do país que está manifestamente ansiosa de ver um PSD diferente, mais ativo e um PSD constituído como alternativa à frente de esquerda que nos está a governar”, sublinhou.

 

 

Para Pedro Duarte, a primeira prioridade da nova liderança “é unir o partido”, considerando que “seria no mínimo absurdo que o PSD agora se dividisse e não estivesse coeso à volta da nova liderança”. “Depois desta primeira prioridade, será a constituição de um programa alternativo a esta governação socialista”, antecipou.

 

 

O antigo deputado defende que “é importante que o PSD rapidamente vire a página da agenda política”, que ficou marcada pelos anos de governação entre 2010, 2011 e 2012. “O PSD ainda não encontrou um novo discurso, eu diria que esse é o segundo grande desafio da liderança de Rui Rio”, adiantou.

 

 

Na opinião de Pedro Duarte “há mais do que tempo” para o PSD se constituir como alternativa à governação socialista, mas antecipa que “têm que ser meses de trabalho, que não vão ser fáceis” porque “isto implica uma mudança muito importante”. “Já defendi, na altura praticamente isolado – ao lado do José Eduardo Martins – um rumo diferente no PSD, mas isso não significa que se possa dar agora essa mudança, que não haja mais do que tempo até às eleições legislativas”, afirmou.

 

 

Para o ex-diretor de campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa “há todas as condições para Rui Rio se afirmar como líder da oposição nesta fase e mais tarde como primeiro-ministro de Portugal”. O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio foi eleito, no sábado à noite, presidente do PSD com 54,37% dos votos, com uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais para Pedro Santana Lopes, informou o partido. Rui Rio será o 18.º presidente do PSD desde o 25 de Abril de 1974, sucedendo a Pedro Passos Coelho, eleito em 2010.

 

 

No seu discurso de vitória, Rui Rio afirmou que seguirá o legado deixado por Francisco Sá Carneiro e avisou que o atual Governo terá com a nova liderança do PSD uma “oposição firme e atenta”, mas “não demagógica ou populista”. Pedro Santana Lopes assumiu a responsabilidade pelos resultados nas eleições diretas para a liderança do PSD, mas disse estar de consciência tranquila e assegurou que vai continuar no combate político.

 

 

Marcelo felicitou Rui Rio. Novo líder do PSD é recebido em audiência depois do congresso

 

 

 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou por telefone o vencedor das eleições diretas do PSD, Rui Rio, estando já agendada uma audiência em Belém para 19 de fevereiro, logo após o congresso do partido.

 

Numa mensagem publicada na página oficial da Presidência da República pode ler-se que Marcelo Rebelo de Sousa “felicitou por telefone o novo líder eleito do PSD, Rui Rio”, que venceu as eleições diretas sociais-democratas de sábado, derrotando Pedro Santana Lopes.

 

O Presidente da República, de acordo com a mesma curta nota, receberá Rui Rio “em audiência a 19 de fevereiro, imediatamente após o congresso do partido”.

 

 

O congresso do PSD irá decorrer em Lisboa, entre 16 e 18 de fevereiro.

 

 

O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio foi eleito, no sábado à noite, presidente do PSD com 54,37% dos votos, com uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais para Pedro Santana Lopes, informou o partido.

 

 

Rui Rio será o 18.º presidente do PSD desde o 25 de Abril de 1974, sucedendo a Pedro Passos Coelho, eleito em 2010.

 

 

No seu discurso de vitória, Rui Rio afirmou que seguirá o legado deixado por Francisco Sá Carneiro e avisou que o atual Governo terá com a nova liderança do PSD uma “oposição firme e atenta”, mas “não demagógica ou populista”.

 

Pedro Santana Lopes assumiu a responsabilidade pelos resultados nas eleições diretas para a liderança do PSD, mas disse estar de consciência tranquila e assegurou que vai continuar no combate político.

 

 

TPT com: AFP//Lusa//Rui Pedro Antunes//João Porfírio//Observador// 14 de Janeiro de 2018

 

 

 

 

Em cerimónia de especial significado a jovem luso americana Helena Oliveira foi promovida a tenente do xerifado do Condado de Essex

 

Numa altura em que os indicadores de criminalidade recomendam um esforço policial preventivo que melhor os índices do sentimento de segurança, o Chefe Executivo do Condado de Essex, Joseph DiVincenzo Jr., integrou no seu departamento policial, novos sargentos e oficiais entre eles a luso americana Helena Oliveira, que nasceu em Pardelhas, Murtosa, Distrito de Aveiro.

 

A cerimónia de juramento dos novos profissionais de segurança decorreu na cidade de Newark  na manhã do dia 22 de Dezembro de 2017 e contou com a presença de altas personalidades políticas e policiais do Condado de Essex, entre elas o Chefe Executivo do Condado, Joseph DiVincenzo Jr., a senadora estatal de New Jersey, Teresa Ruiz, o vereador de Newark, Aníbal Ramos, o Xerife Armando Fontoura, e ainda muitos familiares e amigos dos agora promovidos a sargento e oficial desta importante força policial norte americana.

 

Entre os elementos agora promovidos estão também profissionais que trabalharam em vários departamentos de segurança, entre eles o FBI.

 

 

O protocolo esteve a cargo do Xerife Armando Fontoura. Durante a sua alocução o xerife elogiou o empenho, dos novos agentes da lei, por terem sabido ultrapassar as dificuldades que enfrentaram até a conclusão do curso e incentivou-os a persistir nos objectivos que conquistaram, e cujos princípios juraram defender.

 

Após a cerimónia de juramento, Joseph DiVincenzo Jr., Chefe Executivo do Condado de Essex, deu as boas vindas a todos os promovidos no seu departamento de segurança, e lembrou que “a nossa maior preocupação é que aqueles que venham depois de nós, os nossos filhos e netos, encontrem uma vida diferente daquela que hoje temos e que possam olhar para trás e ter orgulho no trabalho que fizemos hoje”.

 

Para finalizar e entre outros considerandos, Joseph DiVincenzo Jr., pediu aos agentes, sargentos e oficiais para utilizarem os seus conhecimentos para melhorar os desempenhos da polícia e servir o público.

 

Teresa Ruiz, senadora do estado de New Jersey, foi outra das personalidades presentes. No seu pequeno discurso, fez questão de lembrar que “com a interferência de cada parte integrante da sociedade” e a partir de uma conscientização de que a responsabilidade pelos problemas sociais é de todos, “as nossas acções vão obter êxito”.

Durante os discursos não deixou de ser abordada a problemática relacionada, com a criminalidade, nem faltaram as palavras de incentivo e de boas vindas aos recém-promovidos, com as autoridades políticas e policiais a reconhecerem que a questão do trabalho científico é fundamental, para compreender o crime e a violência, num contexto mais amplo, que vai além dos números.

 

 

Nos Estados Unidos, o nível de criminalidade tem caído de forma consistente, graças às crescentes melhorias ocorridas nos treinamentos de várias polícias do país. Os avanços tecnológicos também têm auxiliado bastante nesses particulares.

 

E entre estes heróis está a tenente luso-americana Helena Oliveira, que imigrou para os Estados Unidos em 1979. Estudou nas escolas do Ironbound no Ironbound, graduando na Escola da Wilson Avenue em 1985 e no East Side High School em 1989.  Helena Oliveira, que imigrou para os Estados Unidos em 1979. Estudou nas escolas do Ironbound, graduando na Escola da Wilson Avenue em 1985 e no East Side High School em 1989.

 

Graduada em Justiça Criminal, Helena Oliveira trabalha actualmente em várias funções no Gabinete Executivo do Xerife e é, segundo alguns dos seus superiores e companheiros, uma oficial altamente profissional que tem demonstrado o mais alto grau de profissionalismo e dedicação ao dever, realçando mesmo o seu conhecimento e as suas competências nos campos da Identificação Criminal, Departamento de Detectives e Apreenções, Departamento de Assuntos Internos e ainda na prestigiosa Força-Tarefa de Homicídios da Procuradoria do Condado de Essex.

 

Nascida em Pardelhas, Distrito de Aveiro, a tenente luso-americana Helena Oliveira, que fala fluentemente o inglês, português e espanhol é a primeira oficial nascida em Portugal a ser promovida no Xerifado do Condado de Essex. Helena Oliveira tem 15 anos de serviço no departamento policial do Condado de Essex e foi promovida a sargento em 2011. No dia 22 de Dezembro de 2017 foi promovida a tenente deste Condado do estado de New Jersey.

 

 

Movida pela força de vontade dos imigrantes que perseguem um sonho, Helena Oliveira quer continuar a desempenhar a sua nobre missão, com o característico orgulho de quem tem um ideal a cumprir.

 

 

Visivelmente orgulhosa pela presença da família e de muitos amigos nesta cerimónia da sua promoção, a tenente Helena Oliveira reforça desta forma a valorização dos recursos humanos portugueses,  criando ainda as condições fundamentais, para um melhor relacionamento entre a comunidade lusa e a sociedade americana.

 

Helena Oliveira, aqui acompanhada pelo seu irmão Francisco (na foto à esquerda), também ele um bombeiro da cidade de Newark,  e pelo histórico e carismático xerife do Condado de Essex, Armando Fontoura, disse ao The Portugal Times  que “o pior que pode acontecer numa sociedade é não haver confiança nas instituições e por consequência, nas pessoas. O edifício da justiça tem que estar acima de qualquer suspeita, porque se não estiver, nenhum dos outros reunirá confiança suficiente para se credibilizar”.

 

E foi ao lado de Billy Correia, oficial policial luso-americano de New Jersey e membro da Direção do P.A.P.A. , “Portuguese American Police Association”, uma associção de polícias luso americanos, que prestam serviço em várias esquadras e departamentos policiais dos Estados Unidos, que a nova tenente do xerifado do Condado de Essex, fez questão de comentar ao The Portugal Times o facto de  lamentavelmente, “muitas vezes se acusar a Polícia como sendo a responsável pelo aumento da criminalidade, por falta de uma melhor política de defesa da sociedade. “Mas, será que a Polícia é realmente culpada pelo aumento da criminalidade?” Pergunta.  “Não haveria outros factores que concorrem ou contribuem directamente para a realidade que é noticiada todos os dias nos telejornais?”.

 

 

Segundo Helena Oliveira, “a polícia não é a responsável pelo aumento da criminalidade. Existem outros elementos que contribuem directamente para a violência, como o desemprego, a falta de oportunidades a nível educacional, de saúde e outras questões que envolvem a política governamental de qualquer estado ou país”.

 

A tenente Helena Oliveira que faz parte de um departamento policial que tem mais 500 funcionários e é responsável por um orçamento anual de cerca de 50 milhões de dólares, afirmou estar consciente das responsabilidades cescentes, que tem de desempenhar no combate à criminalidade, e em especial no Condado de Essex, que é o terceiro maior Condado do estado de New Jersey e é constituído por 22 municípios e cerca de um milhão de habitantes.

 

 

Newark, é a maior cidade do Condado de Essex e é também a maior cidade do estado americano de New Jersey e uma das principais cidades, da região metropolitana de New York, beneficiando também do facto de ter excelentes ligações ferroviárias com New York, que pode ser atingida em menos de 20 minutos.

 

 

A menor, das 100 mais populosas cidades norte-americanas, Newark possui uma área de 63 km², onde moram aproximadamente 300 mil habitantes.Destes, 140 mil são afro-americanos e 50 mil são portugueses.

 

 

A cidade de Newark, é um moderno centro comercial, industrial e financeiro. Servida por um moderno aeroporto internacional, com um movimento de cerca de 40 milhões de passageiros por ano, o mais movimentado dos três aeroportos que servem a área metropolitana nova-iorquina, e pelo maior porto de mar de contentores dos Estados Unidos, esta cidade, também conhecida como “a cidade das cerejeiras”, está igualmente na confluência das principais auto-estradas do estado de New Jersey e das vias ferroviárias inter-estatais.

Assim, como em qualquer lugar do mundo, o Condado de Essex também vê na segurança, uma das suas maiores preocupações.

 

E não foi por acaso que Helena Oliveira fez questão de referir ao The Portugal Times na companhia da família e de algumas amigas (na foto também estão a D. Arminda (mãe da Helena), seu irmão Francisco, as suas irmãs Maria e Mariana e a sua filha Mikaela Sofia), que “para obtermos êxito no combate à indisciplina e à violência, depende em primeiro da família e depois de todos nós, para num clima de diálogo, confiança e tranquilidade, juntarmos esforços que proporcionem condições e respostas pró-activas dirigidas à prevenção e ao tratamento dos fenómenos sociais potencialmente geradores de incivilidades, de marginalidade e de criminalidade, fenómenos esses que, como é sabido, contribuem cada vez mais para afectar o sentimento de segurança dos cidadãos. Se assim acontecer, estou certa, que a qualidade do nosso trabalho resultará substancialmente melhorada e o serviço prestado por nós, ao público em geral, seguramente mais pronto, mais útil e mais eficaz”, referiu a tenente luso-americana.

 

 

A tenente Helena Oliveira é mais um exemplo daquelas mulheres portuguesas que através dos seus actos e profissões ajudam a promover e a defender a nossa língua e a nossa cultura no mundo. Também elas são parte do legado da nossa memória e da nossa identidade. Com o seu trabalho de cada dia, Helena Oliveira prestigia também a nossa comunidade e o nosso país nos Estados Unidos.

 

 

Oxalá que as autoridades competentes saibam entender, louvar e honrar o importante contributo que nos Estados Unidos alguns portugueses e portuguesas dão, a exemplo de Helena Oliveira, para a prossecução de uma das mais nobres tarefas de serviço público, que é a segurança, a protecção e o socorro das pessoas, sendo muitas vezes  protagonistas, quantas vezes anónimos, de histórias de coragem, abnegação e altruísmo.

 

 

 

TPT com: JM// The Portugal Times// Janeiro de 2018

 

 

 

 

 

A “Abreu Truck Services” acredita que as alegrias e sorrisos deste Natal vão perdurar durante todo o ano de 2018

Natal é tempo de confraternização. E, nesta oportunidade especial, a empresa “Abreu Truck Services” levou a efeito um bem participado almoço de confraternização que despoletou a vivência de momentos de partilha e agradável convívo.

Neste almoço, para além da confraternização, foi ainda feita uma mensagem de agradecimento a clientes e amigos bem como aos seus funcionários que diariamente, ajudam a construir o sucesso da empresa.

 

O almoço decorreu no interior das amplas instalações da empresa e da ementa contava o tradiconal leitão assado bem como outras interessantes iguarias da gastronomia  portuguesa devidamente regada com alguns dos nossos bons vinhos que fizeram as delícias dos convidados presentes.

 

Melissa Abreu, directora da empresa, aqui acompanhada pelo “Pai Natal”, fez questão de lembrar que o  Natal é uma época mágica para todos quantos vivem nesta data a expectativa da chegada do Pai Natal cheio de prendas…

 

 

“Para nós, adultos, o Natal tem um significado especial para cada um. O prazer de oferecer algo a quem mais gostamos, o convívio com a família, toda a alegria desta época que nos faz esquecer as contrariedades que surgem durante o ano. Mas também não podemos esquecer que um ano é feito não apenas de dias, semanas e meses, mas da colaboração de todos aqueles que estão empenhados no sucesso de uma idéia, de um objetivo, de um negócio. O ano é feito de Clientes, Colaboradores, Empresas e Instituições que se dedicam a tornar o nosso dia a dia mais simples e assim podermos aproveitar de momentos felizes em família como o Natal e Ano Novo”, referiu ao The Portugal Times, Melissa Abreu.

 

“A reputação é tudo nos negócios de hoje”, disse ao nosso jornal, Telmo Abreu (na foto), proprietário da empresa. “A forma como os consumidores vêem o negócio, a percepção que têm do mesmo, é vital para o sucesso da nossa empresa. Mesmo que se trate de um pequeno negócio devemos investir sempre na nossa marca e reputação.

 

 

Não basta ser empreendedor para se ser um empresário de sucesso. É a soma de um conjunto de factores que ditará o sucesso do nosso negócio. Mas, com o mesmo entusiasmo, a “Abreu Truck Services” aproveita também para aqui desejar a todos os nossos clientes e amigos um Natal cheio de Paz e Harmonia e um Ano Novo muito próspero”. Para concluir, Telmo Abreu acrescentou ainda que “estamos  gratos e felizes por ter vivido mais este ano, e por ter tido a oportunidade de aprender e crescer, como profissionais e pessoas”.

 

 

Quem é a empresa “Abreu Truck Services”?

 

 

A empresa “Abreu Truck Services”, é uma empresa direccionada para a reparação e venda de peças para camiões comerciais e pesados, com uma experiência de mais de vinte anos no mercado norte americano, com destaque no estado de New Jersey,  e que construiu junto das sociedades portuguesa, americana e não só, uma trajectória de ética, seriedade e bons serviços prestados.

 

“Essa trajectória deve-se ao esforço e à competência não só da administração, mas também dos seus funcionários que pelo seu profissionalismo desempenham um papel único e importante dentro da empresa”, referiu Melissa Abreu.

 

 

Quem é Telmo Abreu?

 

 

Mecânico de camiões dedicado, Telmo Abreu desde cedo começou a conhecer os rugidos crescentes e descendentes dos motores revolucionários entre eles os motores do Scania V8.

 

Apaixonou-se pelo poder dos motores e então, após um período de trabalho em projetos de construção, abriu a sua própria oficina e loja de venda de peças para camiões comerciais e pesados, onde ganhou reputação como mecânico que conhecia bem os motores de um qualquer camião e em especial o Scania.

 

Antes de chegar a New Jersey vindo de Portugal em 1986, Telmo Abreu já conhecia a marca sueca de motores desde os tempos em que neles trabalhava na Europa.De recordar que os camiões da Scania entraram no mercado americano em 1985 e foram vendidos somente até 1992, devido a factores relacionados com os regulamentos do comércio de peças dos EUA / Europa. Neste contexto, em 1992 a Scania parou de vender camiões no mercado norte-americano.

 

 

Mas este cenário, não impediu que Telmo Abreu comprasse o seu primeiro camião Scania, para rapidamente se encontrar na posse de 40 caminhões Scania, contratando-os para todos os tipos de trabalhos de construção e demolição.

 

No entanto, a falta dos veículos não desencorajou Telmo Abreu de colecionar, reconstruir e vender camiões Scania, espalhados pelos EUA. Graças à sua competência, a “Abreu Truck Services” conseguiu colocar cerca de 300 camiões Scania novamente em circulação, para além de também fornecer peças para os camiões dos novos proprietários.

 

Embora a “Abreu Truck Services” não trabalhe exclusivamente com camiões Scania, o Telmo continua apaixonado pelos produtos da empresa sueca.

 

Seja pela paixão em desenvolvimento de novas tecnologias, seja pelo histórico automobilístico ou simplesmente pela sua cultura mecânica enraizada nas veias, Telmo Abreu é também um apaixonado pelas corridas de camiões especialmente nas distâncias de um quarto de milha.

 

Que o diga o famoso Old Bridge Township Raceway Park, em Englishtown, New Jersey/USA onde desde 1965 para cá a história só ficou cada dia mais interessante.

 

Os seus autódromos não são simples pistas cercadas por muros, cadeiras e assentos, mas verdadeiros parques de diversões para “crianças crescidas com seus brinquedos urrantes”, diziam ao The Portugal Times alguns dos espectadores que se encontravam connosco na edição de 2017.

 

 

Após 52 anos da sua fundação, o complexo Raceway Park conta com uma pista de 1/4 de milha (402m), uma pista de 1/8 de milha (201m), pista de motocross, kartodromo, autocross e muito mais, além de uma super estrutura completa para toda a família que frequentar o local. Apesar de ser um parque, o tema é sempre corridas! O local recebe anualmente uma etapa do NHRA SuperNationals e diversos outros eventos aleatórios.

 

E é neste ambiente do Old Bridge Township Raceway Park, em Englishtown, New Jersey-USA que Telmo Abreu e os seus pilotos mostram os rugidos crescentes e descendentes dos motores do Scania V8, que arrasaram nos US Diesel Trucking Nationals em Englishtown, New Jersey, com um tempo de  402 metros em 13 segundos surpreendentes.

 

 

Segundo Telmo Abreu, “os dias de competição são sempre especiais para os pilotos, que aqui em New Jersey contam com a presença de milhares de apaixonados deste género de desporto”.

 

As multidões ansiosas observam como é que o camião branco da Abreu faz o seu “burnout” característico.

 

Um procedimento que aquece os pneus, em que as rodas rodam, mas o camião permanece colocado – enchendo o ar com fumo que cheira a pneu queimado antes de diminuir a linha de partida.

 

Mas o ar não é somente dominado pelo cheiro a pneu queimado. Para animar a tarde desportiva a “Abreu Truck Services” coloca no terreno a sua experiente equipa de “churrasqueiros” que fazem as delícias de quem passa pelo parque de estacionamento junto às boxes. E tudo isto, bem “regado” com cerveja e bons vinhos. Uma tradição portuguesa que Telmo Abreu faz questão de lembrar.

 

Para o próxiomo ano, o piloto Manuel Brito (na foto), diz que a “Abreu Truck Services” está preparada para ganhar o campeonato de 2018, pois segundo ele, “temos um novo turbo no motor que vai dar muito que falar nas competições ao longo do ano”.

E nós, queremos estar presentes mais uma vez, para registar e aplaudir tal feito!!…

 

A Scania continua a liderar, com soluções sustentáveis de todos os pontos de vista, enquanto, naturalmente, vai ao encontro dos típicos desafios com que se debate o transporte urbano, como a rentabilidade, o ruído, os aspetos ambientais e as filas.

 

A Scania tomou uma decisão estratégica de acrescentar novos serviços e uma gama de produtos muito versáteis, no que se refere quer aos motores, quer às cabinas. A capacidade dos operadores e dos compradores de transportes está a personalizar uma solução sustentável no diálogo com a Scania que está a atingir novos níveis, independentemente da aplicação urbana ou do tipo de desafios envolvidos, já que,  segundo alguns entendidos, a  sustentabilidade é a questão-chave para as cidades em todo o mundo.

 

 

 

TPT com: JM//The Portugal Times// 25 de Dezembro de 2017

 

 

 

 

 

Joe Pinto, um lutador luso americano na América, com coração de guerreiro

Joe Pinto tem 45 anos e nasceu no Ironbound, Bairro Leste da cidade de Newark, no estado de New Jersey.

É filho de pais do concelho de Cantanhede, Distrito de Coimbra e começou a praticar karaté quando tinha apenas 4 anos de idade. Depois de ter participado em vários campeonatos e ter ultrapassado vários escalões ao longo dos anos, Joe Pinto teve a sua primeira luta profissional de “Vale-Tudo”(UFC), aos trinta e oito anos de idade.

 

Na sua estréia profissional, Joe Pinto derrotou Darren Costa por TKO na segunda rodada na CFFC 24 (CAGE FURI FIGHTING CHAMPIONSHIP), mostrando estar preparado para qualquer situação dentro da luta.

 

Joe Pinto nos seus combates entra bastante agressivo, mas com técnica, dosando na hora certa. Ele não é de se expôr, é um atleta maduro, que sabe a hora de ser agressivo e a hora de não ser, buscando o nocaute ou a finalização, mas sempre com inteligência.

 

Em conversa com o The Portugal Times.com,  e, em bom português, o atleta luso-americano referiu entre outros temas que, “dentro da UFC é quase impossível lutar com um atleta que não seja ágil e duro”, explicou.

 

Especialista em várias modalidades de artes marciais, Joe Pinto reuniu, e ainda reune condições físicas para defontrar lutadores de alto nível técnico para não só competir, mas também para se tornar vencedor em qualquer categoria disputada.

 

Treinado pelos técnicos da UFC Jim Miller e Dan Miller, junto com os notáveis ​​Micky Gall e Sean Santella, Joe Pinto recorda-nos uma das lutas mais marcantes da sua carreira. “Quando derrotei o lutador Daniel Holmes em viril combate no CFFC 48”.

 

 

Como é de compreender, os treinos para este género de desporto também não são nada fáceis. Sobre a preparação física e técnica  para um combate de título, Joe Pinto diz que “um combate de título envolve muito mais do que o choque frontal de dois adversários em luta pelo mesmo objetivo. A preparação do combate requisita o esforço combinado de saberes físicos e psicológicos, a fim de que o atleta esteja nas melhores condições no dia do desafio”. Para Joe Pinto, “vencer o combate é, sem dúvida, o objetivo maior de qualquer atleta, mas importa não esquecer que acima de tudo tem de reinar o espírito desportivo. Realizar o desafio dentro do fair play e da civilidade indispensáveis, são requisitos que não devem nunca ser menosprezados”.

 

A pensar nos novos lutadores e em jeito de conselho para a juventude e outros atletas, Joe Pinto alerta que é importantíssimo que o atleta siga uma dieta alimentar equilibrada e rica em todos os nutrientes necessários à saúde, e que se alimente, o melhor possível, face à exigência da sua actividade e que se abstenha de noitadas, consumo de álcool e de outras substâncias ilícitas. “É de toda a utilidade que o atleta pratique um conjunto de regras de vida saudáveis aonde o deitar cedo, respeitando um número mínimo de horas de repouso indispensáveis ao bom funcionamento físico e mental, ocupe lugar de destaque. Também é fundamental que o atleta se autopreserve de exposições a elementos prejudicais à saúde tais como fumos de cigarros, fumos de escapes de automóveis etc., pois todos esses agentes poluentes se refletem na forma como respira, prejudicando o rendimento em combate. Depois, e como compreende, o que qualquer treinador, adepto e o público em geral requer do atleta é dedicação, esforço, trabalho e muito espírito desportista. E um pouco de sorte, que também convém não faltar”, referiu Joe Pinto com um sorriso nos lábios.

 

Entre os nomes dos seus adversários estão os de Azunna “Zulu” Anyanwu, Daniel Holmes,  James Raffone, Frankie DS Mma e Steven Frohlich, entre muitos outros, com destaque para a última luta  entre Joe Pinto e o campeão Azunna “Zulu” Anyanwu, que teve lugar no dia 29 de Outubro de 2016 no casino Borgata, na cidade de Atlântic City, estado de New Jersey e da qual o lutador lusoamericano saiu derrotado injustamente.

 

Porém, em quase todos os combates, a claque de Joe Pinto, com direito a vaias para os juízes quando a decisão não é favorável, sai feliz dos ringues graças aos resultados obtidos e às vitórias alcançadas por este lutador lusodescendente.

 

Joe Pinto, durante a conversa que teve com a nossa equipa de reportagem, deixou outro conselho aos futuros lutadores e não só; “nunca se esqueçam que como em tudo na vida, quando algo desafiador acontece, não nos podemos dar ao luxo de qualquer distração. Distração é igual à dissipação de energia, o que vai diminuir as chances do lutador seguir o processo de modo satisfatório e começar a mudar a situação”, refere.

 

“Assim, não podemos esquecer que toda essa sensação borbulhando dentro de nós e toda essa energia potencial, precisa ser canalizada a fim de gerar mais resultados positivos”, referiu.

O “Vale Tudo” popularizou-se nos Estados Unidos com o nome de Ultimate Fighting Championship (UFC), onde a regra consiste em cada lutador pôr em prática a modalidade treinada. Os atletas estão aptos em vários campos e em várias modalidades de luta, com uma resistência gigantesca e muito poderio físico.

 

Hoje em dia, com a evolução, profissionalização e regulamentação da modalidade, a curiosidade geral aumentou tanto a nível de regras como de interesse, ganhando inúmeros adeptos e simpatizantes e é muito popular em todo o mundo.

Os praticantes são examinados por médicos no início e final das lutas e foram também criadas categorias de pesos para não existir um desnível na competição.

 

Segundo a filosofia destes lutadores esta actividade tem como finalidade o desenvolvimento físico e psicológico do homem, assim como, dotá-lo de mecanismos de defesa próprios contra qualquer tipo de agressão.

 

Esta modalidade desportiva é muito completa pois trabalha a auto confiança e a auto-estima dos seus praticantes. O “Vale Tudo”, segundo o árbitro Ricky Vera, “aprimora os reflexos humanos e desenvolve a coordenação motora, administrando a ansiedade e as emoções, recorrendo à utilização de todos os músculos do corpo, o que permite aos atletas uma vincada evolução da sua resistência cárdio-vascular, potência muscular e elasticidade, e por outro lado, a vertente psicológica, que permite conhecer a garra e a vontade destes homens, autênticos gladiadores que se enfrentam”, disse Ricky Vera ao The Portugal Times.

 

“Uma modalidade assim poderia, à primeira vista, ser considerada perigosa por alguns, mas a verdade é que existem regras rigorosas destinadas a proteger os praticantes”, disse o lutador lusoamericano.

 

Os combates têm a duração de três rounds de 5 minutos cada (isto pode variar consoante a organização ou a existência de um título em jogo). São proibidos golpes aos olhos, órgãos genitais, nuca e espinha dorsal, bem como cabeçadas e torção de dedos.

 

Qualquer um dos lutadores pode desistir a qualquer momento, e tanto o árbitro como o médico da organização estão permanentemente atentos à condição dos atletas, colocando a segurança destes em primeiro lugar.

Um lutador tem de estar preparado para qualquer situação: se for mandado para o chão terá que se sentir à vontade para lutar no solo. Se o confronto se desenrolar com punhos e pontapés também tem de estar à vontade nesse campo.

 

 

Segundo Joe Pinto, “há quatro maneiras de perder um combate: KO: quando um lutador perde a consciência em virtude de golpes ou outros impactos. Quando é feita uma chave: torcer por exemplo um braço ou um pé ao adversário de modo a que ele desista. KO técnico: quando o árbitro pára o combate por um dos atletas estar em inferioridade e por último, existe a vitória tradicionalmente atribuída por juízes através de pontuação”.

 

O “Vale Tudo” é, resumidamente, um desporto único e incomparável. Depois de conhecer esta actividade de guerreiros, certamente que nomes como Bruce Lee, Jackie Chan, Steven Seagel ou mesmo Chuck Norris mais se parecerão com meninos de côro em comparação com os praticantes do “Vale Tudo” – verdadeiras personagens de um enorme arsenal bélico!

 

Com a idade da reforma de atleta a aproximar-se Joe Pinto reconhece que saber lidar com as dificuldades da vida é, de longe, a habilidade mais importante que se pode desenvolver como ser humano.

 

Para este lutador luso-americano, descendente do concelho de Cantanhede, distrito de Coimbra, o estoicismo sugere o desenvolvimento do autocontrole e da firmeza, como um meio de superar emoções destrutivas.

 

 

Joe Pinto faz questão de enfatizar a necessidade da melhoria ética do indivíduo e como o seu bem-estar está relacionado com a prática de virtudes. “Eu gosto especialmente desse ponto, já que se conecta bem com a nossa busca por crescimento pessoal e automestria”, referiu o lutador luso.

 

Já a pensar no seu futuro, Joe Pinto que tem a família sempre em primeiro lugar na vida, para além das suas competições como lutador, ocupa já parte do seu tempo a arbitrar sendo considerado uma figura correcta que garante que as regras oficiais são cumpridas, tornando-se também, como é óbvio, a figura mais importante dentro do ringue, devido à autoridade que tem para desclassificar ou dar a vitória a alguém.

 

 

 

Para além da arbitragem, Joe Pinto projeta também o seu futuro como treinador

 

 

 

Devido aos conhecimentos adquiridos durante mais de 40 anos no campo de diversas artes de luta, bem como a sua experiência no campo social de dias difíceis que não chegavam ao fim, como se a esperança estivesse enterrada, Joe Pinto não descartou esta ideia e prometeu-nos que, “vou-me focar nisso quando parar de lutar”, sorriu.

 

Para um treinador, Joe Pinto diz que “no contexto de uma comunidade, não é só ensinar a técnica, mas verificar também se o aluno se está a sentir bem emocionalmente, sentimentalmente e fisicamente”.

Segundo Joe Pinto, os valores que serão enfatizados por ele aos jovens “são e serão sempre, os valores de amizade, do respeito e da excelência. Acredito que com o fortalecimento desses valores, educadores e jovens desenvolverão habilidades que poderão ser aplicadas em outros aspectos de sua vida quotidiana”, disse.

 

No final da nossa conversa, o lutador Joe Pinto que chegou ao escalão mais alto da modalidade confidenciou-nos que o sonho de lutar por cinturões nos maiores eventos do mundo e viver como profissional do desporto conta com diferentes histórias de vida, “mas com um factor em comum: a dificuldade de se manter o treino em alto nível, já que são diversos os problemas, como sejam conciliar o trabalho com o treino diário, quebrar preconceitos de género, para manter uma dieta equilibrada. Essas questões influenciam muito o desempenho e mexem principalmente com a psicologia dos atletas.

 

Para aqueles que querem seguir lutando profissionalmente, Joe Pinto lembrou que devem ter disponibilidade de treinar pelo menos quatro horas por dia. “E que ninguém duvide que há mais gente que desiste do que fica. O caminho de formação de um atleta é longo. Já vi muita gente talentosa desistir no meio do caminho porque é muita a pressão, aliada a que o financiamento da maioria dos atletas é feito por meio de bolsas, cachês, venda de bilhetes e patrocínios”, diz.

 

Ganhar as lutas marcadas garante dinheiro para investir na carreira, mas isso não basta para se manter: quem compete tem que buscar autopromoção e, na maioria das vezes, ajudar a própria organização em que lutará, pois eventos nacionais não têm a verba que os maiores do mundo possuem. O dinheiro da bolsa e do cachê de quem compete geralmente é determinado pelo número de ingressos vendidos. Joe Pinto foi um dos muitos atletas que sonhando em conseguir um lugar no UFC, teve que vender entradas para garantir a sua renda em algumas lutas. Caso ele não conseguisse vender, receberia menos dinheiro. Por essa dificuldade, alguns profissionais decidem tornar-se professores para conseguir um sustento melhor.

 

 

Joe Pinto faz também questão de lembrar que mais dolorido do que qualquer golpe sofrido em uma luta, o caminho para se tornar profissional de um desporto tão forte e concorrido é difícil para todos aqueles que têm o sonho de conquistar um título mundial. Lutadoras e lutadores passam por dificuldades diferentes, situações variadas, mas a ambição é a mesma: “fazer com que tudo isso valha a pena no final”, concluiu.

 

O “Vale-Tudo” (UFC), é uma modalidade de combate sem armas, onde os lutadores utilizam apenas os seus corpos para ferir e possui com isso, poucas regras, o suficiente para preservar a integridade física dos lutadores, bastante amplo em termos técnico-táctico com um sistema muito próprio de preparação e desenvolvimento bastante complexo devido à exigência das lutas.

 

 

O evento que mais difundiu a modalidade foi o Ultimate Fighting Championship, que em seus primórdios havia menos regras e restrições, além de haver várias lutas na mesma noite, sem limite de tempo (UFC 1, UFC 2, UFC 3, UFC 4). No Japão, os principais eventos foram “O Open Japan Free Style” e O PRIDE Fighting Championships que já destacou muitos lutadores de diversas categorias de artes marciais.

 

 

 

TPT com: JM//CMM//The Portugal Times.com//20 de Dezembro de 2016

 

 

 

 

 

 

Elon Musk numa corrida louca que ultrapassa os 58.000 km por hora e cujo objectivo é colocar um homem em Marte já em 2022

Para Elon Musk, o responsável pela SpaceX e pela Tesla, tudo parecia simples. A sua SpaceX, depois de ter provado a mais-valia com os foguetões Falcon 1 e Falcon 9, com que visita regularmente a Estação Espacial Internacional – transportando carga e, muito em breve, astronautas – e coloca satélites em órbita à razão de vários por mês, está já a testar o Falcon Heavy, um ‘monstro’ que pode levar uma nave espacial até Marte. Pode e tudo indica que vai, com a curiosidade de, lá dentro, transportar um Tesla Roadster.

 

 

Quando tudo parecia controlado para o lado de Musk, que pretende iniciar a sua viagem em 2022, ou seja, dentro de quatro anos, eis que o CEO da Boeing decide colocar uns grãos de areia na engrenagem e organizar uma competição, para ver quem é o primeiro a chegar ao planeta vermelho.

 

Dennis Muilenburg, responsável pela companhia americana que vai construir o SLS (Space Launch System), afirma que o foguetão de 61 metros de altura e uma força de 8,5 milhões de libras de impulso, que a Boeing está a produzir para a NASA, vai voar em 2021, o que lhe vai permitir chegar primeiro a Marte, pois a SpaceX só tem previsto descolar um ano mais tarde.

 

Mas se o congresso americano garantiu, em 2016 e 2017, as verbas para o projecto continuar a ser desenvolvido, não é evidente que isso continue a acontecer. Sobretudo por o objectivo da NASA, que consiste em colocar astronautas americanos no espaço profundo (projecto apadrinhado e financiado por Obama, e já assegurado por Trump), poder saltar da Boeing para um novo fornecedor que proponha o mesmo a custos inferiores. O que pode ser o objectivo da SpaceX, que já ultrapassou a Boeing e a Lockheed Martin noutros projectos da NASA, por ser mais barata e mais rápida, e que certamente irá tentar fazer o mesmo em relação a Marte. Sobretudo porque, desta vez, em jogo estão orçamentos que fazem ‘corar de vergonha’ os envolvidos com a Estação Espacial Internacional.

 

 

 

Musk e o tweet mais curto de sempre

 

 

 

Se a Boeing atacou a SpaceX numa entrevista à cadeia de televisão CNBC, na passada quinta-feira, reforçada por um tweet da Fortune Tech, Musk aceitou o desafio com agrado, tweetando de volta com um simples e curto: “Do it”. Ele que aproveita muitas vezes todos os caracteres que o Twitter coloca à disposição dos seus utilizadores, limitou-se a uma resposta que mais parecia uma versão mais curta do slogan da Nike.

 

 

Esta corrida espacial, que parece uma repetição menos bélica dos anos 60, quando russos e americanos se digladiaram pela conquista do espaço, vai ser, muito provavelmente, a corrida mais louca do mundo. Ou, pelo menos, uma das mais rápidas, uma vez que os foguetões deverão ultrapassar 58.000 km/h, a velocidade mais elevada alguma vez atingida por um veículo espacial. Quem estabeleceu o recorde foi a sonda New Horizons, que partiu em 2006 rumo a Plutão com apenas 478 kg e o tamanho de um piano, batendo confortavelmente a velocidade mais elevada conseguida por uma nave tripulada, que continua a estar fixada nos 40.000 km/h da Apollo 10, valor alcançado em 1969.

 

Curiosamente, por muito elevada que seja esta velocidade, os 58.000 km/h que se esperam ser possíveis para as duas naves, valor que é quase 50 vezes maior do que a velocidade do som, na realidade é apenas 0,0037% da velocidade da luz, ficando mesmo muito abaixo da velocidade de Marte, que orbita em torno do Sol a 87.000 km/h, e sobretudo da Terra, que “dá a volta” a 110.000 km/h. Ainda assim, se quer um exemplo mais terreno para a dimensão da velocidade que deverá ser atingida por estes foguetões, que prometem ser os mais potentes de sempre, sempre lhe podemos dizer que uma bala de uma espingarda de combate sai do cano a 2.800 km/h, isto enquanto os projécteis das mais pequenas armas de mão raramente ultrapassam 1.200 km/h.

 

 

 

Quem vencerá a corrida até Marte?

 

 

 

Nesta corrida espacial, e independentemente de quem venha a construir o melhor foguetão, a SpaceX parece estar em vantagem, basicamente por estar mais avançada. O seu Falcon Heavy vai realizar o voo de teste já no próximo mês, enquanto o foguetão da Boeing tem previsto o primeiro teste apenas em 2019, não se sabendo qual o estágio de desenvolvimento da cápsula, uma vez que não é a Boeing, mas sim a Lockheed Martin a produzi-la. Também aqui, a empresa de Elon Musk tem vantagem, uma vez que a cápsula destinada a Marte é a Dragon 2, uma versão maior e com maior potencial da Dragon já utilizada para as viagens à Estação Espacial Internacional.

 

 

Por outro lado, enquanto a SpaceX conta recuperar a maior parte do seu foguetão para novos lançamentos, reduzindo grandemente os custos de cada viagem, a Boeing optou por construir um foguetão à antiga, do tipo “voar e deitar fora”. Será pois curioso não só ver quem vencerá a corrida, e chegará primeiro a Marte, bem como quem apresentará a proposta mais em conta, já que para o congresso americano, money talks. Certezas, só que o primeiro carro a voar em direcção ao planeta vermelho será tão vermelho quanto ele, e envergará o emblema da Tesla.

 

 

TPT com: AFP//Reuters//CNN//CNBC//Alfredo Lavrador//Observador// 12 de Dezembro de 2017

 

 

 

 

Viagens com a fundadora da Raríssimas terão levado secretário de Estado da Saúde a demitir-se

O secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado, que viu o seu nome envolvido na polémica da Raríssimas, está de saída do Governo. O governante sai depois da reportagem da TVI denunciar alegadas irregularidades nas contas da instituição por parte da presidente na Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras, Paula Brito e Costa, e depois de ser confrontado pela jornalista da TVI sobre viagens que terá feito com a presidente da Raríssimas. O gabinete do primeiro-ministro já “aceitou o pedido de exoneração” e informou que a substituta será Rosa Augusta Valente de Matos Zorrinho, até aqui presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS LVT).

 

 

O pedido de exoneração foi apresentado pelo próprio e o Presidente da República já aceitou. “O Presidente da República aceitou hoje [terça-feira] as propostas do Primeiro Ministro de exoneração, a seu pedido, do Secretário de Estado da Saúde Manuel Martins dos Santos Delgado e de nomeação para o mesmo cargo da Dra. Rosa Augusta Valente de Matos Zorrinho”, lê-se no site da Presidência. A nova secretária de Estado tomou posse pelas 19h30 desta terça-feira.

 

 

Esta noite passou na TVI a entrevista que Ana Leal fez ao secretário de Estado demissionário, antes de ser conhecida a sua saída. A jornalista da TVI disse esta tarde que Manuel Delgado foi confrontado com perguntas “comprometedoras” sobre viagens que terá feito com a presidente da Raríssimas e outros documentos. Manuel Delgado já teria posto o lugar à disposição, logo depois da reportagem ter ido para o ar, mas o ministro terá segurado o governante. Segundo a RTP, o ministro dos Negócios Estrangeiros, que conduziu a cerimónia da tomada de posse terá dito que Manuel Delgado apresentou razões pessoais para se afastar do cargo.

 

 

Na entrevista, a jornalista começa por perguntar a Manuel Delgado se participou na tomada de decisões relativas ao financiamento e à gestão da instituição, ao que o secretário de Estado demissionário responde que “seria indelicado estar a intrometer-se em algo para que não foi convidado”. Ana Leal confronta o entrevistado com um email do então tesoureiro Jorge Nunes, em que este pede uma “opinião no sentido de inverter a situação em que a Casa dos Marcos se encontra”, referindo-se a um saldo negativo de 351.457,24 euros. Manuel Delgado argumenta que não se recorda desse email e repete que “não foi para essas questões que foi contratado”.

 

 

Quanto ao facto do seu elevado salário ser pago com subsídios do Estado desviados do apoio a crianças com doenças raras, Manuel Delgado não acha imoral. “Acha moral que eu preste um serviço e não seja remunerado por ele?”, questionou. A jornalista volta a confrontar o antigo secretário de Estado com mais um email, novamente de Jorge Nunes, em que o ex-tesoureiro escreve “solicitámos ao ministro da Solidariedade Social apoio para equilíbrio financeiro. Foi-nos concedido 15 mil euros. Vou dar instruções para rapar o tacho e pagar-lhe ainda hoje”. Manuel Delgado reitera que foi pago pelos serviços que prestou e que seria injusto não receber o equivalente àquilo que foi acordado desde o início.

 

 

Quando questionado sobre as condições financeiras que alegadamente impôs para entrar na Raríssimas, Manuel Delgado refere que não impôs quaisquer trâmites e “nem sabia que a Raríssimas tinha seguros de saúde”. Ana Leal volta a confrontar o secretário de Estado demissionário com mais emails – desta vez da própria presidente, Paula Brito e Costa, para um membro da direção – em que a então presidente elenca as condições de Manuel Delgado e os benefícios políticos que a Raríssimas podia ter com a presença de um membro do PS. “Ele aceitou ir para a Casa dos Marcos mas com estas condições: 12 mil euros brutos, carro e seguro de saúde. O homem vai-nos custar assim pela rama 150 mil euros mais 40 mil para um carro o que dá 200 mil euros. É muito mas eu sei que ele põe a casa no mapa do mundo e a fazer dinheiro, ele diz que o guito vai aparecer.

 

 

Já na entrevista, Manuel Delgado dizia ter colocado o lugar à disposição, mas o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, achou “que não existiam razões objetivas nenhumas para isso”.

 

 

Em abril de 2013, o atual secretário de Estado da Saúde demissionário foi contratado como consultor, com um salário mensal de 3.000 euros. “Na altura em que foi feita a contratação achei que era muito dinheiro. Falava-se inclusivamente no senhor Manuel Delgado vir a ganhar 12 mil euros por mês. Ganhava muito para as possibilidades que a Raríssimas tinha”, disse o ex-tesoureiro Jorge Nunes na reportagem da TVI.

 

 

O pagamento de salários a Manuel Delgado chegou a estar atrasado, sendo que o então consultor terá mesmo sido informado de que a associação estava à espera do dinheiro do Fundo de Socorro Social para que pudesse saldar a dívida. E foi quando chegou à Raríssimas um novo subsídio estatal, de 15 mil euros, que o ex-tesoureiro Jorge Nunes enviou um e-mail a Manuel Delgado onde lhe terá dito que ia “rapar o tacho” para lhe pagar o valor em falta. Manuel Delgado recebeu da Associação, em dois anos, 63 mil euros, de acordo com a mesma reportagem.

 

 

Em sua defesa, o Secretário de Estado da Saúde disse, no domingo, que enquanto consultor na Raríssimas “nunca participou em decisões de financiamento”. E numa reação por escrito ao Observador, Manuel Delgado demarcou-se das denúncias sobre a gestão dos dinheiros feita pela presidente Paula Brito e Costa e afirmou que enquanto consultor da Raríssimas participou na preparação técnica da abertura da Casa dos Marcos, instalação da Raríssimas na Moita, colaborou “na área de organização e serviços de saúde”.

 

 

Manuel Delgado confirmou que foi consultor da Raríssimas entre abril de 2013 e dezembro de 2014, altura em que ainda não era secretário de Estado da Saúde. No mesmo comunicado, disse ainda que desde que assumiu funções no Governo de António Costa apenas fez “uma visita oficial à Casa dos Marcos”. “Fui convidado e não tenho tido qualquer tipo de intervenção nas relações entre a referida associação e o Estado”, garante. A colaboração com aquela associação começou em 2010, quando integrou o Conselho Consultivo.

 

 

 

 

Rosa Zorrinho troca ARS de Lisboa e Vale do Tejo pela secretaria de Estado

 

 

 

 

Sai Manuel Delgado, entra Rosa Augusta Valente de Matos Zorrinho, que presidia à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo desde o início de 2016, para onde foi substituir Luís Cunha Ribeiro.

 

 

A mulher do eurodeputado socialista Carlos Zorrinho é licenciada em sociologia pela Universidade de Évora e tem pós graduação em administração hospitalar. Rosa Augusta Valente de Matos Zorrinho tem uma vasta experiência no ramo da saúde, tendo presidido ao conselho diretivo da Administração Regional de Saúde do Alentejo, entre 2005 e 2011, onde já tinha sido vogal entre 1996 e 2002.

 

 

No currículo acumula ainda, entre 1990 e 1996, o cargo de administradora no Hospital do Espírito Santo, em Évora, onde foi responsável pela gestão dos recursos humanos, instituição à qual retornou de 2002 a 2005 na qualidade também de administradora com o pelouro dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica e serviços hoteleiros. Foi ainda presidente da SAUDAÇOR — Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos de Saúde dos Açores.

 

 

 


Raríssimas recebeu mais de quatro milhões em apoios públicos desde 2010

 

 

 

 

Ministério da Segurança Social foi principal financiador da associação, que também recebeu do Ministério da Saúde. Apoios chegaram a 4,2 milhões entre 2010 e 2016. Casa dos Marcos foi projeto apoiado.

 

A associação Raríssimas, de apoio a pessoas com doenças raras, recebeu ao longo dos últimos sete anos apoios de entidades públicas no valor de pelo menos 4,2 milhões de euros.

 

 

De acordo com o levantamento feito pelo Observador nas listas de entidades beneficiárias de subvenções públicas, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) tem sido o principal financiador estatal desta instituição de solidariedade social que está no centro da polémica por causa de denúncias de má gestão. Os organismos tutelados pelo MTSSS concederam financiamentos de cerca de 2,8 milhões de euros, pagos entre 2010 e 2016, com o Instituto da Segurança Social a concentrar o maior volume de apoios, aproximadamente dois milhões de euros.

 

 

A maioria destes financiamentos são justificados como ação social, equipamentos sociais e acordos de cooperação. A instituição também foi financiada ao abrigo dos apoios para a rede nacional de cuidados integrados, verbas que terão tido como destino a Casa dos Marcos, e do programa PARES, o programa de alargamento da rede de equipamentos sociais para instituições particulares de solidariedade social.

 

 

O Fundo de Socorro Social, uma entidade que presta apoio a instituições particulares de solidariedade social ou instituições equiparadas e a famílias, e o Instituto Nacional para a Reabilitação foram outras duas instituições do Ministério da Segurança Social que concederam subvenções à Raríssimas. Os financiamentos foram decididos por este Governo, mas também pelo anterior, e o atual ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva — que chegou a ser vice-presidente da Assembleia Geral da instituição — já deu explicações sobre o caso que está a ser investigado pelo Estado e pela justiça.

 

 

Ainda na esfera da Segurança Social, a instituição recorreu de forma frequente aos programas de estágios e apoio à criação de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional. O IEFP pagou desde 2013 — ano em que a Casa dos Marcos começou a funcionar — mais de 430 mil euros em subsídios para estágios, mas também em incentivos para a contratação de desempregados de longa duração e outros. Retirados os incentivos à criação de emprego, as subvenções do Estado caem para menos de quatro milhões de euros.

 

 

 

Ministério da Saúde dá 1 milhão

 

 

 

 

O Ministério da Saúde foi o outro grande doador público da associação, com pouco mais de um milhão de euros, sobretudo nos anos entre 2010 e 2012, onde existem financiamentos da Direção-Geral da Saúde e das administrações regional e central dos sistemas de saúde.

 

 

Estes apoios foram concedidos ao abrigo do regime de apoios a entidades sem fins lucrativos que promovem a saúde e a instituições com ofertas de cuidados integrados. É neste regime que surge algumas vezes a referência específica à Casa dos Marcos, aquela que será a grande obra da associação Raríssimas, uma unidade que recebe crianças com doenças raras na Moita. Este é também o único projeto concreto que é especificado nas subvenções comunicadas à Inspeção-Geral das Finanças. Com o mesmo destino, a Câmara da Moita também é uma contribuinte regular da instituição, tendo atribuído cerca de 85 mil euros — pouco mais de 20 mil euros por ano desde 2013.

 

 

Há ainda valores mais pequenos pagos por entidades regionais e locais dos Açores, onde a organização também está presente (secretaria regional e Lajes do Pico para terapia ocupacional) e um financiamento de pouco mais de cem mil euros concedido pelo Programa Operacional de Capital Humano, financiado com fundos comunitários.

 

 

A lista publicada na Inspeção-Geral de Finanças com as subvenções públicas mostra que os montantes em apoios do Estado à Raríssimas tem vindo a subir nos últimos anos, mas isso também reflete uma maior imposição de transparência na divulgação de apoios por parte de entidades públicas, sobretudo a partir de 2013, quando essa informação passou a ser mais completa e legalmente mais exigente. Ainda assim, há entidades que não comunicam os valores ou que não o fazem no prazo previsto. Os valores apurados pelo Observador para os financiamentos públicos concedidos a esta associação não são, por isso, exaustivos.

 

 

Com a exceção do ano de 2011, em que foram reportados apoios de mais de 800 mil euros à entidade, os financiamentos públicos comunicados pelas entidades que os concedem tem vindo a crescer todos os anos desde 2013. Em 2016, primeiro ano completo em que este Governo esteve no poder, foram reportados apoios no valor de cerca de um milhão de euros. Mais uma vez, a maior fatia veio do Instituto da Segurança Social (cerca de 645 mil euros), com destaque para o financiamento concedido no quadro do PARES, um programa para financiar instituições de solidariedade social que apresentam projetos para criar novos lugares nas respostas sociais elegíveis.

 

 

TPT com: AFP//TVI//Lusa//Marlene Carriço//Ana Suspiro//Observador//RTP// 12 de Dezembro de 2017

 

 

 

 

 

 

Quem ganhou e quem perdeu o debate da moção de censura ao Governo cujo final já era conhecido

Foram quase quatro horas de debate sobre uma moção de censura que já tinha chumbo anunciado. Mas se o final não era o mais importante — todos os partidos já tinham anunciado o seu sentido de voto, e a maioria de esquerda permanecia unida a segurar o Governo –, o importante foram os argumentos.

 

 

Enquanto a esquerda acusou o CDS de “oportunismo” por censurar o Governo numa matéria como esta, que resultou na morte de mais de 100 pessoas, o CDS e o PSD uniram-se para dizer que não havia motivo mais forte para censurar do que o falhanço do Estado. A direita lembrou que Capoulas Santos foi o ministro que mais tempo teve a Agricultura nas mãos, e a esquerda recordou que foi a ministra Assunção Cristas que “liberalizou” o eucalipto. E se Luís Montenegro, do PSD, citou declarações de António Costa em 2002 para dizer que na altura defendia a necessidade de uma moção de confiança para clarificar o apoio dos parceiros, também Telmo Correia citou um Jerónimo de Sousa antigo para lembrar como o PCP era “o campeão das moções de censura”.

Quem ganhou e quem perdeu nas várias frentes?

 

 

 

As responsabilidades do Governo por tudo o que falhou

 

 

 

O ataque. A responsabilidade do Governo foi o argumento central do CDS e também do PSD. O Estado falhou e quem mando no Estado é o Governo. “Num contexto de normalidade financeira e de estabilidade política, falhou clamorosamente. Falhou no exato momento em que foi sujeito a uma prova de fogo. Posto à prova, o Governo falhou”, resumiu Luís Montenegro. Assunção Cristas, por seu lado, enumerou uma dezena de perguntas a António Costa para saber porque é que o primeiro-ministro não tomou certas decisões depois da primeira tragédia em Pedrógão. Se “exonerou uma ministra visivelmente fragilizada e que pediu para sair”, se “demitiu dirigentes da ANPC”, se “reforçou meios do terreno à escala adequada”, se “reforçou verbas no Orçamento”, ou se “pediu desculpas depois da tragédia”. Costa não respondeu a quase nenhuma. Sobre a falha na Proteção Civil, Nuno Magalhães lembrou mesmo que foi Costa, enquanto ministro da Administração Interna, que fez a reforma da ANPC em 2005. “Vai mudar o que fez, e vai mudar no sentido do que já tinha sido feito e o senhor deixou na gaveta?”, atirou. E continuou: “Onde é que os senhores estiveram nos último quatro meses? Só agora se lembraram que é preciso fazer e reerguer. O que fez desde Pedrógão?”

 

 

A defesa. Costa respondeu a estas críticas dizendo que agiu antes das tragédias, e que fez a sua parte: ora com a reforma da floresta iniciada em abril de 2016, ora em 2005, quando era ministro da Administração Interna. “Tive a honra de há 12 anos conduzir um processo de reforma do sistema de combate aos incêndios florestais que mereceu grande consenso na Assembleia da República”, disse, acrescentando que anos depois, em 2011, avisou que “aquela reforma só tinha emprestado tempo para se fazer a reforma florestal que faltava fazer”. E concluiu que “a única coisa” de que o podem “acusar” é de ter feito a sua parte: “Lamento que os outros pilares não tenham feito o que era necessário”. Também o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, disse que “muito antes de imaginarmos sequer que uma tragédia como a que ocorreu em Pedrógão Grande pudesse ocorrer, o Governo encetou a tarefa de pôr em execução uma profunda reforma da floresta em meados de 2016”.

 

 

O contra-ataque. Do lado do PCP e do BE não veio qualquer defesa do Governo. Os partidos da esquerda também fizeram críticas ao Executivo, mas sobretudo contra-atacaram a direita não só por ter levado ao Parlamento uma moção de censura sobre uma tragédia destas dimensões, mas também pelas políticas levadas a cabo durante os seus governos. Só o PS saiu em auxílio de António Costa nesta matéria. “É altura de confrontar o CDS e Assunção Cristas pelo que não fizeram e pelo que fizeram de errado: em 2013 foi revertida a lei que condicionava a reversão dos eucaliptos, ficou conhecida como a lei da liberalização do eucalipto, e na sequência dessa nova lei, 92% do total de comunicações prévias relativas a novas árvores foram sobre eucaliptos”, disse. Também o ministro da Agricultura fez esse papel, dizendo que o CDS é o “grupo parlamentar que menos autoridade moral tem para invocar nesta câmara” o tema dos incêndios, por ser também da responsabilidade do anterior Governo, em particular de Assunção Cristas.

 

 

Quem ganhou? A direita, sobretudo o CDS, porque o Governo apesar de dizer que assumia as responsabilidades nunca deu respostas satisfatórias sobre o que correu mal nos incêndios que causaram 110 mortos, preferindo focar-se no que há para fazer agora.

 

 

 

A falta de estadismo de António Costa

 

 

 

O ataque. “Quando o país precisava de um estadista, constatou que tinha apenas um político habilidoso sem fibra nem caráter.” A frase de Assunção Cristas foi referida várias vezes ao longo do debate. Luís Montenegro depois diria mais: “António Costa apareceu na madrugada de segunda-feira (dia 16 de outubro) não como político hábil e experiente que dizem que é, mas como tecnocrata de mediana categoria”. Tudo para dizer que o Governo e o primeiro-ministro não tiveram sentido de Estado a lidar com a questão. Costa não só não pediu desculpas, como não soube “preparar, coordenar, não soube executar uma política eficaz de prevenção e de combate aos fogos”, segundo a líder do CDS. Quando precisava de governar, não governou e não teve mão nas instituições que estão sob a tutela do Estado, que se mostraram “desorganizadas” e sem capacidade de resposta.

 

 

A defesa. Costa respondeu que a melhor forma de agir daqui para a frente era pôr em prática as recomendações da comissão técnica e independente — que são isso mesmo, independentes. E para isso colou todos os partidos à solução. “Depois de todos vocês terem concordado com a constituição de uma comissão técnica independente, a função do Governo é dar seguimento às recomendações da comissão para nos afastarmos da demagogia e assentarmos num compromisso científico”, disse. E até se comprometeu a mexer no OE para 2018, em sede de especialidade, para aumentar a verba se fosse preciso. Garantiu que o OE de 2018 “vai responder às necessidades” da floresta, sem pôr em causa as políticas de reposição de rendimentos. Nem sequer no défice vão pesar, já que Costa diz que muitas dessas medidas vão ser contabilizadas como excecionais à luz de Bruxelas.

 

 

O contra-ataque. PCP e BE contra-atacaram o CDS por estar a falar em sentido de Estado quando é o partido “que quer menos Estado”. Jorge Costa, do BE, foi claro: “O Estado falhou? Falhou sim, mas como se podem insurgir os que sempre exigiram Estado mínimo?”, perguntou, referindo-se ao CDS e ao PSD, mas em particular ao CDS. Também António Filipe, do PCP, tinha culpado as “políticas de menos Estado” pela fragilização do país.

 

 

Quem ganhou? A oposição. Apesar dos esforços de António Costa para se redimir, o que aconteceu deixa uma marca muito forte na perceção de quem é o primeiro-ministro. Apesar de tudo, Assunção Cristas foi longe quando se referiu ao caráter de Costa. Ele, ao contrário do costume, e talvez para não se irritar, fingiu que não ouviu.

 

 

 

Politiquice? Aproveitamento? Censurar governo era inevitável?

 

 

 

O ataque. Antevendo as críticas da esquerda sobre o “oportunismo” de censurar um Governo à boleia de uma tragédia com uma dimensão humana ímpar, o CDS preparou o argumento de que o debate sobre a moção de censura era “inevitável”, apesar de o Governo o querer “esconder”. Telmo Correia disse que o argumento de que o tema dos incêndios não era político não colhia, porque “não há tema mais político do que o falhanço absoluto do Estado”. Além de que “não há sentido mais nobre para a política” do que a definição de que “política é o que se ocupa da sociedade, da comunidade, do Estado”.

 

 

A defesa. A maior defesa da esquerda — e aqui foram mais os partidos à esquerda do PS que usaram este argumento — foi atacar a moção de censura em si mesma. Do lado do BE, Jorge Costa criticou a “instrumentalização das vítimas” e “mesquinhez política” do CDS ao apresentar uma moção de censura sobre a tragédia dos incêndios. E disse que era “uma manobra perigosa do CDS, uma instrumentalização das vítimas e uma desumanização do adversário”, porque punha aqueles que iriam rejeitar o texto a dizer, de forma indireta, que a morte de 100 pessoas não era grave. Também Jamila Madeira, do PS, falou em “fait-divers entre o PSD e o CDS”, ou em disputa entre CDS e PSD sobre que aparece “logo à noite a abrir o noticiário”.

 

 

O contra-ataque. O contra-ataque do CDS, preparado para este argumento, foi simples: “De quem é o oportunismo? De quem como nós exige responsabilidades e consequências, ou de quem falhou e não assume as suas responsabilidades?”, disse Telmo Correia. E antes, já João Almeida tinha falado em “hipocrisia política” do PCP e do BE, que antes eram o “campeão e vice-campeão” das moções de censura, e agora, porque apoiavam o Governo, mudavam de atitude.

 

 

Quem ganhou: Empate. Apesar de a maioria das moções de censura apresentadas desde 1976 terem nascido na esquerda — sobretudo pela condução da política económica –, não deixa de ser estranho que agora PCP e BE sejam contra a apresentação desta moção de censura. O CDS marca com este argumento: se o Estado falhou desta maneira, então há razão que baste para censurar o Governo. Mas também é verdade que está a tirar dividendos políticos da tragédia, como acusou a esquerda.

 

 

 

O “amiguismo” de Costa nas nomeações

 

 

 

O ataque. Tanto o CDS como o PSD usaram o argumento de que as nomeações do primeiro-ministro para a Proteção Civil foram feitas com base no critério da amizade e não da competência. “Assistimos ao falhanço de uma estrutura pensada e estruturada pelo ex-ministro da Administração Interna António Costa e nomeada agora pelo primeiro-ministro António Costa de acordo com o critério da amizade e não o da competência“, começou por dizer Assunção Cristas. O PSD viria a chamar-lhe de “amiguismo”, com o deputado Amadeu Albergaria a lembrar ainda o caso de uma tentativa de nomeação para os bombeiros daquele distrito de um dirigente do PS local, que só não foi avante “porque os 25 comandantes de bombeiros do distrito denunciaram esta situação”. E Hugo Soares era mais concreto ainda: “Foi a sua incompetência que fez trocar gente competente na Autoridade Nacional de Proteção Civil pelo seu conjunto de amigos que se revelaram verdadeiramente incompetentes”.

 

 

Esta questão das nomeações de Costa viria também a ser invocada por um dos parceiros parlamentares do Governo: os Verdes. Heloísa Apolónia questionou a escolha de Tiago Martins Oliveira para a unidade de missão para enfrentar os incêndios: “O país precisa de alguma credibilidade nas escolhas que se fazem. Quando nomeia uma pessoa que vem do grupo Navigator [ex-Portucel], que tem interesses concretos ligados à floresta, é legítimo que as pessoas se questionem”, disse.

 

 

A defesa. António Costa não respondeu diretamente à questão das nomeações feitas com base na amizade, mas respondeu à nomeação de Tiago Oliveira, defendendo-a em toda a linha. Garantiu que Tiago Oliveira “não é acionista da Navigator (ex-Portucel), é apenas trabalhador, e que tem prestígio à prova de bala”. Até já foi bombeiro e sapador, disse. Assunto arrumado. Mas no ar ficou sempre a questão dos membros da Proteção Civil nomeados em janeiro deste ano — e nem o PCP nem o BE saíram em defesa do Governo nesta matéria. Só Fernando Rocha Andrade, ex-secretário de Estado deste Governo, disse que “não é certamente pela falta de preparação dos profissionais da Autoridade Nacional de Proteção Civil que se devem os incêndios que ocorreram, por exemplo, em Aveiro no dia 15”. Do lado do Bloco de Esquerda, até Pedro Soares disse que “receava” que o Governo não fosse capaz de “enfrentar os interesses instalados”.

 

 

Quem ganha: a direita. Costa até saiu por cima na defesa curricular do recém-nomeado chefe da unidade de missão, mas ninguém o defendeu na questão das nomeações para a Proteção Civil. Até a esquerda tem dúvidas sobre a capacidade de o Governo enfrentar interesses instalados, e até o próprio Costa diz que uma das recomendações dos técnicos que vai passar do papel à prática é a “profissionalização e capacitação” dos comandos, referindo-se a um novo quadro da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

 

 

 

Manual para evitar que uma moção de censura se transforme numa de confiança

 

 

 

Foi a ginástica feita à esquerda no debate da moção de censura do CDS. Os parceiros do Governo dosearam ataques à direita com avisos ao PS, para evitar que esta acabasse numa moção de confiança.

 

A “geringonça” passou o teste da primeira moção de censura ao Governo socialista. Mas estas quase quatro horas de debate obrigaram à desafinação das peças que a compõem, com o PCP e o Bloco de Esquerda a tentarem sempre não apertar demasiado os parafusos da estrutura, juntando excessivamente as várias partes. Isto ao mesmo tempo que tentavam manter intocável o pilar central. Em linguagem parlamentar, era preciso chumbar a moção de censura do CDS e não deixar cair o Governo, mas sem com isso parecer que passavam um pano sobre a ação do Executivo nos últimos quatro meses — ou seja, sem com isso acabar tudo numa moção de confiança.

 

 

O debate desta terça-feira contribuiu para o manual de instruções da “geringonça”: o que fazer numa situação que já se esperava que viesse a surgir — uma moção de censura da oposição –, mas onde não há regras previamente acordadas. Afinal, nas posições conjuntas assinadas no final de 2015 não há nada definido sobre o que fazer se surgir uma censura.

 

 

 

Apertar os parafusos apenas na medida certa. Não demasiado, para evitar fusão de peças

 

 

 

Em vários momentos do debate, o PCP e Bloco de Esquerda foram sempre sublinhando que não desresponsabilizavam o Governo pela forma como geriu os últimos quatro meses e também pelo que não fez nos governos em que participou. Ainda que as maiores críticas fossem à direita (ver o segundo ponto deste manual), a esquerda não quis acabar por fazer o favor ao PSD de transformar esta moção de censura numa moção de confiança ao Governo. No último debate quinzenal, o líder parlamentar do PSD tinha feito esse desafio a Costa, e o primeiro-ministro respondeu que “moções de confiança só apresenta quem se sente inseguro quanto à confiança, o Governo não está inseguro quanto à confiança desta câmara”.

 

 

Logo no início do debate desta terça-feira, Hugo Soares voltava à carga: “Não trouxe uma moção de confiança porque sabia que PCP e BE não a aprovariam”. Costa já não respondeu, mas o PCP e o Bloco de Esquerda fizeram por ir dando prova de autonomia, evitando a tal colagem ao Governo. Como quando a líder bloquista, Catarina Martins, se demarcou “em absoluto desta moção de censura” — a que até chamou de “obscena” –, mas logo a seguir deixou a pergunta: “Como pôde o Governo estar tão impreparado este ano?”. E deixou mais dúvidas sobre a capacidade do Governo que o seu partido apoia no Parlamento: “Como podemos saber que agora vai mesmo mudar?”. À pergunta somava ainda um lamento pela proposta do BE de aumento do número de sapadores que “ficou na gaveta” com o atual governo. O deputado do BE Pedro Soares havia de dizer que a meteorologia não pode justificar tudo e que o “Estado falhou” e até revelou recear que o Governo não tenha “capacidade para enfrentar os interesses instalados” para gerir a mudança que diz ser necessária na floresta.

 

 

No PCP, António Filipe também sublinhou que “há uma grande desconfiança nas pessoas”, e que o sentimento é que não foram tomadas as medidas necessárias. E João Oliveira, mais no fim do debate, ainda havia de acrescentar mais um ponto para esta montagem: “É evidente que a opções e decisões do atual governo têm de ser questionadas e criticadas na medida em que não inverteram opções anteriores”. Mas só nesta exata medida.

 

 

Nos Verdes, Heloísa Apolónia disse que não “desresponsabiliza o Governo pelas responsabilidades” nos incêndios trágicos e ainda confrontou Costa com a nomeação de Tiago Oliveira para a unidade de missão para enfrentar os incêndios: “O país precisa de alguma credibilidade nas escolhas que se fazem. Quando nomeia uma pessoa que vem do grupo Navigator [ex-Portucel], que tem interesses concretos ligados à floresta, é legítimo que as pessoas se questionem”.

 

 

Chegado a este ponto, é natural ter visto a estrutura a abanar ligeiramente. Se conseguiu que não caísse pode passar ao ponto seguinte.

 

 

 

Atirar as peças que sobram do ponto anterior para o outro lado

 

 

 

Equilibrada a estrutura central, o que fazer às críticas que sobram aos últimos anos de inação sobre uma reforma da floresta, que agora não há bancada que não reclame que tardou? Pegar e atirar ao lado de lá da barricada, ou seja, a PSD e CDS. Aqui, a esquerda não se poupou e a frase mais clara na responsabilização total da direita foi do líder parlamentar do PCP, João Oliveira: “Aí está o resultado dramático da política de direita que abandonou as populações do interior do país, que extinguiu freguesias e desmantelou o Estado”. O deputado comunista ainda acrescentou que, com a moção de censura, o CDS quer “esconder a política de direita que está na origem dos problemas dos incêndios e passar uma esponja sobre a responsabilidade dos seus executores”.

 

 

Criticar a apresentação da moção também foi a peça que o Bloco mais atirou para fragilizar o lado de lá, com Jorge Costa a dizer que o que o CDS tenta “é uma manobra perigosa, uma instrumentalização das vítimas e uma desumanização do adversário”, ao fazer um texto centrado nas vítimas e nos danos dos incêndios e fazer parecer que, “quem recusar o texto, estará a dizer que a morte de 100 pessoas não é grave, e será um mentecapto”. Pedro Soares também já tinha dito que “esta é a moção de censura que gostaria que na floresta ficasse tudo na mesma, com cortes nos sapadores, com o eucalipto para a celulose”. Mais: “Temos plena consciência de que, se a floresta se mantiver desordenada, não há proteção civil capaz de resistir”.

 

 

E, na sua vez, Heloísa Apolónia, dos Verdes, também deu o seu contributo para esta fase da construção, quando disse que o CDS “está a tentar responsabilizar o Governo procurando absolver tudo o que está para trás e os governos que estão para trás, sejam do PS, do PSD ou do CDS. Essa absolvição não podemos fazer”, atirou.

 

 

Atacado que está o outro lado, agora olha para a sua estrutura e ainda não está satisfeito com o resultado? Tem dúvidas sobre se a deixou suficientemente maleável? Siga para o ponto seguinte.

 

 

 

A estrutura parece demasiado segura. O que fazer?

 

 

 

Já ao cair do pano, mesmo na intervenção final do debate (em que o líder Jerónimo de Sousa não interveio), o comunista João Oliveira quis deixar nas atas do plenário o que já tinha dito nos corredores parlamentares, na última semana, depois de conhecer o texto da moção de censura do CDS. E lá deixou, límpido e cristalino, que a rejeição” da moção de censura “não pode ser considerada como motivo de confiança nas opções e decisões tomadas quanto à prevenção e combate aos fogos florestais”. Não fosse o parafuso ter ficado demasiado apertado, os comunistas trataram de lhe dar uma folga sem cerimónias e, com isso, tentar aliviar também a carga de apoio à “gerigonça” que recai sobre os seus ombros.

 

 

 

Precauções adicionais

 

 

 

Convém não esquecer que a estrutura assenta em quatro pernas e duas delas (PCP/Verdes e BE) são a garantia de estabilidade, isto é, que a maioria parlamentar é mesmo absoluta. O chefe do Executivo que beneficia deste apoio não se esquece disso, ainda assim deixou escapar uma frase que quase soou a lamento. Em resposta a Pedro Soares, do Bloco de Esquerda, António Costa falou do pacote legislativo para a reforma florestal que em julho esteve em debate e votação no Parlamento. Nessa altura, teve o Bloco do seu lado, mas o PCP acabou por falhar à última hora e num ponto-chave: o banco de terras onde iriam ficar as terras sem dono identificado, fruto do novo cadastro. A reforma fechou manca e Costa ainda o lamenta. No debate descaiu-se: “Mas os votos do PS e do BE ainda não formam uma maioria absoluta”.

 

Contudo, noutros pontos, acabou por aplacar receios comunistas, como o que foi referido por António Filipe. “Há para aí vozes a dizerem que, se houver folga orçamental, esta tem de ser canalizada para os incêndios, penalizando” a política de devolução de rendimentos, afirmou o comunista. “Isto não pode ser a nova troika”, disse ainda, pedindo ao primeiro-ministro uma garantia: “Esse não pode ser o pretexto para que as justas expectativas dos portugueses não sejam correspondidas”. E o primeiro-ministro deu resposta à dúvida, garantindo que o Orçamento “vai responder às necessidades”. Parte das medidas já estavam previstas na proposta inicial, como o aumento do reforço de verba em 10 milhões de euros para os sapadores florestais, ou 28 milhões para infra-estruturas necessárias à construção de faixas de proteção ao longo das vias. O resto, disse, o PS e o Governo vão acolher na discussão do Orçamento na especialidade: “Há outras medidas que não constavam do OE mas, como disse aqui na semana passada, temos a flexibilidade necessária para na especialidade introduzirmos as medidas que quereremos fazer”. Ainda acrescentou que nem todas essas medidas terão impacto no défice: ora por terem natureza excecional, ora porque são operações de engenharia financeira à luz das regras da Comissão Europeia.

 

 

Os parceiros do Governo acabaram por estar ao lado do PS no momento da rejeição da moção de censura, como se pretendia, ainda que sem aplausos (sequer sentados nos seus lugares). Voltando ao manual, o objetivo era que a estrutura chegasse ao fim inteira, não tinha de estar intacta.

 

 

 

Marcelo Rebelo de Sousa reafirmou que o Governo tem de estar à altura da confiança parlamentar

 

 

 

O Presidente da República considera que a democracia “funcionou”, com o chumbo do Parlamento à moção de censura do CDS. A bola passa para o lado do Governo.

 

O Presidente da República considerou esta terça-feira que, ao rejeitar a moção de censura do CDS, o parlamento “reafirmou a confiança no Governo”, que agora “tem de estar à altura” desta confiança nas medidas a implementar sobre florestas e incêndios.

 

 

“A democracia funcionou, o parlamento decidiu rejeitar a moção de censura que um partido tinha apresentado no uso de um direito constitucional e, portanto, isso significa que o parlamento reafirmou a sua confiança no Governo e em particular a confiança no Governo em relação a esta matéria da prioridade da floresta, da prevenção e do combate aos incêndios”, respondeu aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa, à margem da entrega do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva, em Lisboa.

 

 

Na opinião do Presidente da República, “o Governo agora tem de estar à altura desta confiança parlamentar naquilo que definir e naquilo que executar nos próximos tempos”.

 

 

A moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS-PP foi hoje rejeitada na Assembleia da República com os votos contra do PS, BE, PCP, PEV e PAN e a favor dos centristas e do PSD.

 

 

 

TPT com: João Porfírio//Rita Dinis// Rita Tavares//Observador//Paulo Novais// Lusa// 24 de Outubro de 2017

 

 

 

 

 

O futebolista Cristiano Ronaldo é eleito o melhor jogador de 2017 e iguala Messi em bolas de Ouro

Depois dos triunfos em 2008, 2013, 2015 e 2016, o ‘capitão’ da seleção lusa foi o vencedor do prémio correspondente a parte da temporada 2016/17, já que conta o período compreendido entre 20 de novembro de 2016 e 02 de julho de 2017.

 

 

Nestes mais de sete meses, Cristiano Ronaldo ajudou o Real Madrid a vencer o Mundial de clubes, com ‘hat-trick’ no jogo decisivo, a Liga dos Campeões, com um ‘bis’ na final com a Juventus (4-1) e um total de 11 tentos na prova, e a Liga espanhola.

 

 

O ‘7’ dos ‘merengues’ teve o seu melhor período precisamente na parte final da época, em que conseguiu 16 golos nos últimos 10 jogos pelo Real Madrid, incluindo cinco face ao Bayern Munique e três perante o Atlético de Madrid, na ‘Champions’.

 

 

Em termos numéricos, o português, que pela seleção se ficou pelo terceiro lugar da Taça das Confederações, marcou 39 golos, em 40 jogos, precisamente o mesmo registo de Lionel Messi.

 

 

Ronaldo concorria ao prémio de Melhor do Mundo com o argentino Lionel Messi, do FC Barcelona e o brasileiro Neymar, que, no último defeso, trocou os catalães pelo Paris Saint-Germain, pela módica quantia de 222 milhões de euros, um recorde mundial.

 

 

 

FINAL DE ÉPOCA BRILHANTE AJUDOU CR7 A METER A ´5.ª`

 

 

Um final de época em ‘grande’ no Real Madrid, com 16 golos nos últimos 10 jogos, decisivos para as vitórias na ‘Champions’ e Liga espanhola, valeram ao futebolista português Cristiano Ronaldo o prémio ‘The Best’ da FIFA.

 

 

Depois dos triunfos em 2008, 2013, 2015 e 2016, o ‘capitão’ da seleção lusa soma o terceiro triunfo consecutivo e iguala as cinco conquistas FIFA do argentino Lionel Messi, que, sem títulos coletivos de ‘peso’, voltou a ser segundo.

 

 

Entre 20 de novembro de 2016 e 02 de julho de 2017, período a votação – que fechou 07 de setembro, tornando o prémio num galardão para 2016/17 -, Ronaldo sagrou-se campeão do Mundo, da Europa e de Espanha pelos ‘merengues’.

 

 

Os títulos pesaram, certamente, tudo, ou quase tudo, na altura em que treinadores, jogadores, jornalistas e público foram chamados a voltar e se ‘inclinaram’ para o ‘7’ do Real Madrid, que no período a votação marcou 39 golos, em 40 jogos, o mesmo registo do argentino do ‘Barça’.

 

 

Os golos do futebolista luso valeram, porém, vários títulos, nomeadamente o principal, a Liga dos Campeões, prova que Ronaldo terminou com 12 golos, marca suficiente para se sagrar, pela quinta vez consecutiva, o melhor marcador.

 

 

A ‘saga’ de Ronaldo teve início a 12 de abril, com um ‘bis’ em Munique, que selou o triunfo por 2-1 sobre o Bayern, na primeira mão dos quartos de final.

 

 

Seis dia depois, o português fez ainda melhor, ao lograr um ‘hat-trick’ no Bernabéu, onde os ‘merengues’ só se superiorizaram aos bávaros no prolongamento. Dois dos tentos foram apontados em fora de jogo, mas a UEFA ainda não adotou o VAR.

 

 

No jogo seguinte, Ronaldo foi claramente batido por Messi, em plena capital, onde o argentino ‘bisou’ e marcou, na última jogada, golo da vitória do FC Barcelona (3-2), relançando, então, o campeonato espanhol, mas o português não se foi abaixo.

 

 

Depois de marcar um golo na receção ao Valência, decidiu praticamente as meias-finais da ‘Champions’ no embate inicial, com um ‘hat-trick’ na receção ao Atlético de Madrid (3-0). O 1-2 fora já não desviou os ‘merengues’ de Cardiff.

 

 

Até à final da ‘Champions’, Ronaldo ‘bisou’ nas vitórias sobre Sevilha (4-1 em casa) e Celta de Vigo (4-1 fora) e marcou o golo inaugural em Málaga (2-0), contribuindo decisivamente para o título espanhol dos ‘merengues’, e o seu segundo, em oito épocas.

 

 

No País de Gales, o ‘7’ voltou a ser a principal figura dos madrilenos, ao ‘bisar’ face à Juventus. Inaugurou o marcador, aos 20 minutos, e, aos 64, apontou o 3-1, depois de Mandzukic igualar e Casemiro recolocar o Real Madrid na frente. Asensio sentenciou.

 

 

Em 10 jogos, Cristiano Ronaldo totalizou, assim, 16 golos, sendo que, pela seleção, até ao final da época, ainda marcou mais quarto – em cinco encontros -, dois na Taça das Confederações, prova em que Portugal caiu nas meias-finais, face ao Chile, no desempate por penáltis (0-3, após 0-0 nos 120 minutos).

 

 

Para as contas do ‘The Best’ 2016/17 entra igualmente o Mundial de clubes de 2016, que também teve no português a grande figura, com um ‘hat-trick’ na final, face aos japoneses do Kashima Antlers (4-2 após prolongamento), que quase embaraçaram os ‘merengues’.

 

 

 

A CARREIRA DE CRISTIANO RONALDO EM NÚMEROS: OS PRINCIPAIS TÍTULOS COLETIVOS E INDIVIDUAIS

 

 

Cristiano Ronaldo conquistou esta segunda-feira o prémio de Melhor Jogador do Mundo da FIFA, na gala ´The Best` que decorreu em Londres. O craque português igualou Lionel Messi no número de troféus para Melhor do Mundo. O futebolista de 32 anos continua a engrossar o seu inigualável palmarés.

 

 Internacionalizações ‘AA’: 147 jogos (79 golos).

 

 

Presenças em fases finais do Mundial: 3 (2006, 2010, 2014).

 

Jogos em fases finais do Mundial: 13 (três golos).

 

Presenças em fases finais do Europeu: 4 (2004, 2008, 2012, 2016).

 

Jogos em fases finais do Europeu: 21 (nove golos).

 

Internacionalizações nas camadas jovens: 30 (três nos olímpicos, seis nos sub-21, cinco nos sub-20, nove nos sub-17 e sete nos sub-16).

 

Golos nas camadas jovens: 17 (dois nos olímpicos, dois nos sub-21, um nos sub-20, seis nos sub-17 e seis nos sub-16).

 

Jogos nas taças europeias: 151 (147 na Liga dos Campeões, dois na Taça UEFA e dois na Supertaça Europeia).

 

Golos nas taças europeias: 113 (111 na Liga dos Campeões e dois na Supertaça Europeia).

 

Jogos no Mundial de clubes: 4 (um golo).

 

 

 

PALMARÉS (PRINCIPAIS TÍTULOS COLETIVOS E INDIVIDUAIS)

 

 

UEFA

 

 

Torneio de Toulon, 1 (2003)

 

Taça de Inglaterra, 1 (2003/2004)

 

Equipa do ano da UEFA, 10 (2004, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015)

 

Equipa ideal do Europeu, 3 (2004, 2012, 2016)

 

Troféu Bravo (melhor sub-23 da Europa), 1 (2004)

 

Jogador jovem do Ano da FIFPro (adeptos), 2 (2004/05, 2005/06)

 

 

 

Inglaterra (Manchester United)

 

 

 

Taça da Liga Inglesa, 2 (2005/2006, 2008/2009)

 

Melhor jogador do ano em Inglaterra, 2 (2006/07, 2007/08)

 

Melhor jogador jovem do ano em Inglaterra, 1 (2006/2007)

 

Equipa do ano da ‘Premier League’, 3 (2006/07, 2007/08, 2008/09)

 

Campeão inglês, 3 (2006/2007, 2007/2008, 2008/2009)

 

Supertaça inglesa, 1 (2006/2007)

 

Melhor marcador do campeonato inglês, 1 (2007/2008)

 

‘Onze ideal’ da FIFPro, 10 (2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2006)

 

Liga dos Campeões, 4 (2007/2008, 2013/2014, 2015/2016 e 2016/2017)

 

Melhor marcador da Liga dos Campeões, 6 (2007/2008, 2012/2013, 2013/2014, 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017)

 

‘Bota de Ouro’, 4 (2007/2008, 2010/2011, 2013/2014, 2014/2015)

 

Jogador do Ano da FIFPro, 1 (2007/2008)

 

Melhor avançado da Liga dos Campeões, 1 (2007/2008)

 

Melhor jogador da Liga dos Campeões, 1 (2007/2008)

 

Onze de Ouro’ da revista ‘Onze Mondial’, 1 (2008)

 

‘Bola de Ouro’ do ‘France Football’, 2 (2008, 2016)

 

Melhor jogador do ano da revista ‘World Soccer’, 3 (2008, 2013, 2014)

 

Mundial de clubes, 3 (2008, 2014 e 2017)

 

FIFA World Player of the Year’, 1 (2008)

 

 

 

Espanha (Real Madrid) e Seleção

 

 

 

Taça do Rei de Espanha, 2 (2010/2011, 2013/2014)

 

Melhor marcador da Liga espanhola, 3 (2010/2011, 2013/2014, 2014/15)

 

Campeão de Espanha, 2 (2011/2012)

 

Melhor marcador do Europeu, 1 (2012)

 

Supertaça espanhola, 2 (2011/2012)

 

MVP (Jogador Mais Valioso) da Liga espanhola, 1 (2012/2013)

 

‘Bola de Ouro’ FIFA, 2 (2013, 2014)

 

‘Melhor jogador na Europa’ da UEFA (UEFA Best player in Europa), 3 (2013/2014, 2015/2016 e 2016/2017)

 

Supertaça Europeia, 2 (2013/2014, 2016/2017))

 

Melhor jogador da Liga espanhola, 1 (2013/14)

 

Campeão Europeu de seleções, 1 (2016)

 

Melhor marcador da história da seleção portuguesa (79 golos)

 

Melhor marcador da história do Real Madrid (412 golos)

 

Melhor marcador da histórias das taças europeias (103 golos)

 

Melhor marcador da história da Taça/Liga dos Campeões (111 golos)

 

Melhor marcador da história da Liga dos Campeões (111 golos)

 

 

 

TPT com:  AFP//EPA//Andy Rain// Reuters// 23 de Outubro de 2017