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Testada nova forma de travar o cancro

Um grupo de investigadores do CNIO (Centro Nacional de Investigação Oncológica) de Espanha pode ter descoberto uma nova forma de travar o cancro. A chave da descoberta está nos telómeros, estruturas que protegem as extremidades dos cromossomas. Esta nova abordagem, testada em ratos com uma forma agressiva de cancro do pulmão, revelou resultados muito positivos.

 

 

De cada vez que as células se dividem para duplicar o material genético (o ADN, que está nos cromossomas), os telómeros, estruturas que estão “nas pontas” dos cromossomas, vão reduzindo de tamanho. Com o tempo, os telómeros acabam por ficar pequenos de mais e as células morrem. Este fenómeno é conhecido há muito tempo e é por ele que passa o envelhecimento dos tecidos, uma vez que as células que deles fazem parte vão perdendo a capacidade de se dividir.

 

 

Contudo, este processo que ocorre naturalmente nas células normais, não se verifica nas células cancerígenas. Estas mantêm activa uma enzima — a telomerase — que garante a estrutura dos telómeros, o que permite que se dividam indefinidamente, tornando-se imortais.

 

 

Os cientistas terão conseguido inibir a enzima telomerase nas células cancerígenas, ou seja, torna-las mortais. Com a redução dos telómeros de cada vez que estas células anormais se dividem, também elas começam a produzir erros nas cópias que fazem de si mesmas e assim, acabam por morrer.

 

 

Ao bloquear a proteína TRF1 (uma dos responsáveis pela proteção dos telómeros), verificaram-se “melhoras drásticas” em ratos com cancro do pulmão, refere o El Confidencial. “A ‘desproteção’ dos telómeros está a emergir como um potencial novo tratamento para o cancro”, escrevem María García-Beccaria, Paula Martínez e Marinela Méndez, autoras do estudo, que conclui que o desenvolvimento de fármacos capazes de bloquear a TRF1 poderá vir a ser, não só uma nova abordagem, mas um passo importante no combate ao cancro.

 

 

 

Catarina Marques Rodrigues

 

 

25/05/2015

 

 

 

Cuidado com os medicamentos para a febre que dá às crianças

Estarão os pais a abusar dos medicamentos para baixar a febre ? Um grupo de pediatras norte-americanos, citado pelo The Telegraph, avisa que o hábito de dar antipiréticos às crianças ao menor sinal de febre pode ter efeitos negativos. E um dos mais preocupantes será o risco de overdoses acidentais. Cerca de metade dos pais estão a dar a dose errada, de acordo com um estudo citado pelo jornal britânico.

 

 

 

A associação norte-americana de pediatras emitiu novas linhas de orientação sobre o uso de medicamentos que têm como princípio ativo o paracetamol e o ibuprofeno. Em Portugal, as marcas mais conhecidas são o Benuron e o Brufen, produtos que são vendidos sem receita médica.

 

 

 

A American Academy of Pediatrics avisa que uma temperatura elevada é muitas vezes a forma de o corpo combater uma infeção. Dar medicamentos para baixar a temperatura pode, na verdade, prolongar a doença da criança. Os autores do guia consideram ainda que os médicos são muito rápidos a receitarem antipiréticos. Os pediatras recomendam com frequência aos pais que dêem doses alternadas de paracetamol e ibuprofeno, com o objetivo de minimizar o risco de efeitos secundárias.

 

 

 

Também o National Institute for Health and Clinical Excellence (Nice) recomenda no seu guia que os medicamentos só devem ser dados quando as crianças se sentem mal ou aparentam incómodo. Apesar de desaconselhar o uso rotineiro destes medicamentos, o Nice admite que a administração dupla pode ser equacionada se o organismo da criança não responder a apenas uma destas substâncias ativas.

 

 

 

O Telegraph lembra ainda que, segundo o British National Formulary, que é consultado pelos pediatras, o limite diário deve ser quatro doses de paracetamol e a mesma quantidade de ibuprofen.

 

 

 
FRED TANNEAU/AFP/Getty Images

 

 
Ana Suspiro

 

 
23/05/2015

 

 

 

Vídeo: célula T citotóxica, a assassina das células cancerígenas

Um vídeo da Universidade de Cambridge mostra os linfócitos T citotóxicos a destruir células cancerosas. São células especializadas na tarefa fundamental de proteger o organismo.

 

 

 

É bem conhecida a faceta “assassina” dos linfócitos T citotóxicos (CD8 — “killer cells”), glóbulos brancos especializados em destruir as células infetadas por vírus. Uma equipa da Universidade de Cambridge, liderada pelo professor Gillian Griffiths, conseguiu filmar com grande detalhe a ação destas células a eliminar células cancerosas. As células T estão representadas pela cor verde e vermelha, as células cancerosas estão a azul e a as citocinas (proteínas produzidas pelos linfócitos) estão a roxo.

 

 

 

“Dentro de nós esconde-se um exército de assassinos em série cuja principal função é matar uma e outra vez”, explica Griffiths no vídeo do estudo publicado na Immunity. “Estas células especializadas patrulham os nossos corpos, identificam e destroem as células infetadas por um vírus ou células cancerosas, com precisão e eficácia”, acrescenta.

 

 

 
OBSERVADOR

 

 

 

20/05/2015

 

 

 

 

Crise leva universidades a congelarem propinas

Universidades e institutos politécnicos vão, de um modo geral, manter inalterados os valores das propinas anuais. Quem já cobra a propina máxima irá reduzi-la devido à inflação negativa do ano passado.

 

 

 

12 das 19 universidades ou institutos politécnicos que já definiram o valor das propinas do próximo ano letivo optaram por não subir esse valor. O congelamento das propinas é a tendência predominante, com as instituições de ensino superior a procuraremnão perder alunos e, ao mesmo tempo, não sobrecarregar os orçamentos familiares. Há, até, universidades que vão reduzir ligeiramente o valor nominal da propina, por via da taxa de inflação negativa (de 0,3%) que foi registada em Portugal em 2014.

 

 

 

O jornal Público escreve esta sexta-feira que, pela primeira vez desde 2010, o valor das propinas vai descer em algumas universidades por via da inflação negativa. Falamos dos casos da Universidade de Lisboa, a Nova de Lisboa, a Universidade de Coimbra e a Universidade de Aveiro. Devido à taxa de inflação negativa, a propina anual para as licenciaturas vai, nestas instituições, descer de 1.067,85 euros para 1.063,47 euros.

 

 

 

Na maioria dos outros casos, as propinas vão ficar na mesma, incluindo em instituições onde, ao contrário das quatro referidas, não se cobra a taxa máxima. A vice-reitora da Universidade de Évora, onde as propinas vão continuar 30 euros abaixo do máximo legal, diz que esta é uma decisão que se prende com a “preocupação social da universidade, que pretende que os alunos possam ter acesso ao ensino superior”.

 

 

 
EDGAR CAETANO

 
29/05/2015

 

 

 

Sindicato pede à ministra abertura urgente de 100 vagas para magistrados do MP

O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público aprovou, por unanimidade, uma deliberação em que solicita à ministra da Justiça que, com “urgência”, abra um concurso para ingresso de pelo menos 100 novos magistrados.

 

 

 

“O SMMP, identificada a enorme carência de magistrados do MP, insta a ministra da Justiça a que determine, com carácter de urgência, o início do processo legal de abertura de um concurso de formação de magistrados do MP com pelo menos 100 vagas”, refere uma deliberação aprovada domingo em assembleia geral de delegados do SMMP, em Tomar, e hoje divulgada.

 

 

 
Foi ainda deliberado, por unanimidade, que o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) deve mandatar a Procuradora-geral da República (PGR), Joana Marques Vidal para que, junto da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, indique o número de magistrados que “carece o MP para que possa exercer as competências que constitucional e legalmente lhe estão confiadas, no sentido de pugnar pela abertura imediata de um curso de formação de magistrados do MP no Centro de Estudos Judiciários”.

 

 

 

O SMMP alerta que é “notória e evidente a enorme carência” de magistrados do MP e que a carência de magistrados irá “agravar-se acentuadamente nos próximos anos, desde logo por força das aposentações e jubilações já hoje certas e previsíveis a curto e médio prazo”, sendo assim “imperiosa” a abertura de cursos de formação que permita mitigar o problema.

 

 

 
Quanto ao próximo movimento anual de magistrados e relativamente aos quadros de magistrados, o SMMP aprovou, também por unanimidade, a recomendação que “todos os magistrados do MP poderão concorrer, independentemente de no último movimento terem sido colocados como efetivos e auxiliares” e que a colocação deverá ser efetuada para lugares com um “conteúdo funcional definido e não em jurisdições ou na comarca”.

 

 

 

“O movimento de magistrados deverá ser realizado com recurso a uma ferramenta informática segura e fiável, nunca manualmente, a fim de permitir a ampliação de regras universais e uniformes a todos os magistrados”, adianta outra deliberação tomada na reunião.

 

 
Em relação ao movimento e colocação dos magistrados, é ainda solicitado que o CSMP faça um levantamento dos colegas que se encontram “de baixa, em comissões de serviço ou em gozod e licença de maternidade ou parental”, por forma a determinar o número de magistrados a colocar nos quadros suplementares.

 

 

 

Entende ainda o SMMP que a “utilização da figura do destacamento deverá ser verdadeiramente excecional (comissões de serviço) para determinação dos destacamentos”.

 

 

 
Quanto à revisão do Estatuto do MP, em que já existe um projeto elaborado por um grupo de trabalho designado pela ministra da Justiça, o SMMP diz que “concorda, no essencial, com o articulado” da proposta, demarca-se desde já de “qualquer solução que o desvirtue” e confia que Paula Teixeira da Cruz inicie o processo legislativo tendente à aprovação da proposta “ainda nesta legislatura”.

 

 

 
JOSÉ SENA GOULÃO

 
LUSA

 

 
27/05/2015

 

 

 

 

 

Ex-mulher de Sócrates tenta retratar-se por insultos a Procuradora Geral da República

A ex-mulher de José Sócrates, Sofia Fava, insultou via Facebook a procuradora-geral da República por esta defender os magistrados que troçaram da prisão do ex-primeiro-ministro. Joana Marques Vidal alegou que os procuradores estavam no exercício da “liberdade de expressão”. Sofia Fava chama-lhe “cretina”. Já durante a noite retirou o post, substituindo-o por outro com termos mais brandos e “penitenciando-se” pela linguagem utilizada, reconhecendo que se tinha “excedido”.

 

 
Segundo o Diário de Notícias, dos 19 membros do Conselho Superior do Ministério Público que votaram no processo disciplinar aberto a um grupo de magistrados por teceram comentários relativamente à prisão de Sócrates nas redes sociais, dois abstiveram-se e quatro votaram contra. Um dos votos contra foi da própria PGR, Joana Marques Vidal, que considerou que “em face dos elementos disponíveis, dificilmente se pode configurar alguma infração disciplinar, em particular, em espaços onde coexiste a liberdade de expressão”, explicou a PGR, na ata do plenário.

 

 
“Ademais, no âmbito do processo disciplinar, os meios de prova legalmente admissíveis em ambiente digital prefiguram uma baixa expectativa de resolução do caso, em especial no que respeita à determinação dos respetivos autores”, acrescenta Joana Marques Vidal.

 

 
A ex-mulher de José Sócrates, cuja casa também foi alvo de uma busca domiciliária por parte das autoridades, não gostou da notícia, nem da decisão e publicou esta terça-feira as suas opiniões na rede social Facebook. A publicação está limitada aos “amigos” de Sofia Fava.

 

 

 

Por volta das 22h30, Sofia Fava retirou o post e escreveu outro aberto ao público em que se penitencia pela linguagem utilizada e reconhece que se “excedeu”, mantendo, contudo, a indignação com Joana Marques Vidal.

 

 
“Movida por forte comoção resultante da influência profundamente nefasta que os insultos e humilhações ao pai dos meus filhos têm vindo a criar no seio da minha família, coloquei na minha página privada do Facebook frases relacionadas com a senhora procuradora da República que não se justificam a não ser por razões estritamente subjetivas minhas.”, começa por escrever, acrescentando: “Ainda que considere desresponsabilizadora e acobertadora de futuras humilhações ao pai dos meus filhos e, consequentemente à minha família, a posição que a representante máxima da investigação criminal assumiu, quando deveria ser o garante da proteção clara dos direitos fundamentais, não só de alguns, mas de todos eles, reconheço que me excedi e que não queria, em boa razão, que tal acontecesse, pelo que, mesmo nunca tendo querido que o meu post saísse do âmbito de uma abordagem privada, como deveria ter acontecido, penitencio-me publicamente”.

 

 
O Ministério Público tinha decidido abrir um inquérito disciplinar aos procuradores que escreveram comentários críticos sobre o caso judicial da prisão de José Sócrates na rede social Facebook.

 

 

 

A casa da ex-mulher de Sócrates, assim como uma avença que recebia de uma empresa do amigo dele, Santos Silva, são dois dos elementos da investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.

 

 

 

FOTO: NUNO VEIGA

 

 

 
LUSA

 

 

Sónia Simões

 

 
Helena Peraira

 

 

 
27/05/2015

 

 

 

 

Leste da Ucrânia – Separatistas Pró-russos confirmam emboscada a alto comandante

Aleksey Mozgovoi (à esquerda) fala com jornalista em Lugansk, Ucrânia, a 14 de abril de 2014.

 

 

 

Separatistas confirmam a morte do comandante Alexei Mozgovoi, o mesmo que há meses proibiu as mulheres da autoproclamada República de Lugansk de frequentar cafés.

 

 

 

Num vídeo divulgado este domingo à noite, separatistas pró-russos acusam Kiev da morte de Alexei Mozgovoi, “comandante do 4.º Batalhão da Defesa Terrotorial” da autoproclamada República Popular de Lugansk (LNR). O carro de Mozgovoi foi atacado quando viajava na autoestrada entre as cidades de Perevalsk e Lugansk.

 

 

 

Mozgovoi era líder do Batalhão Prizrak (Fantasma), que opera na área da autoproclamada República de Lugansk, conhecido pela sua extrema crueldade. A par do comandante separatista morreram mais seis outras pessoas.

 

 

 

O grupo de guerrilha pró-ucraniano Tin (Sombra) reivindicou o ataque. De acordo com o líder, Oleksander Gladkiy, o carro do comandante separatista foi detonado remotamente às 18h48 deste sábado. Foi este grupo de guerrilha que, em fevereiro deste ano, tentou matar o líder militante da autoproclamada República de Donetsk (DNR), Alexander Zakharchenko.

 

 

 

“Tribunal do Povo”

 

 

 

Alexei Mozgovoi tinha 40 anos e antes de liderar os separatistas era empresário na área da restauração, de acordo com os media ucranianos.

 

 

 

Teve as atenções dos media internacionais viradas para si em outubro do ano passado, quando presidiu a um “tribunal do povo” em que condenou um alegado violador à morte, pedindo à sua audiência para “levantar a mão”.

 

 

 
Mais tarde, Mozgovoi proibiu as mulheres de frequentar bares e cafés. “A mulher deveria ser a guardiã do coração, a mãe”, disse o comandante separatista, acrescentando que as senhoras só deveriam consumir

 

 

 
FOTO: IGOR GOLOVNIOV / EPA/ Iryna Shev

 

 

 
25/05/2015

 

 

 

 

Falsificação de fichas de militantes – PGR nega acordo com PS

A Procuradoria-Geral da República (PGR) nega que o ex-diretor do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra tenha feito qualquer acordo com o PS para evitar buscas em Coimbra, na sequência da investigação que decorre por suspeitas de falsificação de fichas de militantes.

 

 

 
O comunicado de Joana Marques Vidal surge em reação à manchete do JN que diz que “Procurador fez acordo com PS para evitar buscas”.

 

 

 

A PGR lembra que a Polícia Judiciária solicitou a entrega”, a título devolutivo de todas as fichas de militantes inscritos entre 1/6/2011 e 31/12/2011 na federação distrital de Coimbra”. Em finais de julho de 2013, “o secretário Nacional para a Organização do PS (Miguel Laranjeiro) enviou uma exposição escrita à Procuradora-Geral da República “no sentido de esclarecer a forma como o acesso e a consulta das fichas em causa dos militantes do Partido Socialista pode ser assegurada na estrita observância das garantias previstas na legislação de protecção de dados pessoais e na legislação processual criminal”. Na sequência disso, o então diretor do DIAP de Coimbra em outubro de 2013 respondeu que “se pretendia obter os originais dos referidos documentos através de procedimento menos invasivo e mais discreto”, referindo-se a buscas, e dando conta que este inquérito tinha “sido submetido a segredo de justiça”.

 

 

 

“Mas não deixou de se alertar para a hipótese de realização de buscas, se tal viesse a revelar-se o único meio de obtenção dos documentos em causa”, diz a PGR, acrescentando ainda, sobre o segredo de justiça do processo, que a palavra usada pelo procurador, “compromisso”, em email enviado à procuradora-adjunta titular do inquérito não traduz nenhum acordo, mas “uma clara atitude de transparência”.

 

 

 
Depois de o JN ter noticiado pormenores sobre esta investigação às alegadas fichas falsas de militantes em 2014, o mesmo procurador abriu um processo por violação do segredo de justiça que entretanto foi arquivado. “Não se atribui qualquer significado especial à data em que foi exarado este despacho de arquivamento e à proximidade da cessação de funções do dr. Victor Guimarães como director do DIAP de Coimbra, pois os magistrados do Ministério Público gozam de autonomia na análise e decisão dos inquéritos a seu cargo”, refere ainda a nota da PGR.

 

 

 

Segundo o JN, o processo principal ainda decorre e o MP já devolveu ao PS-Coimbra várias fichas, estando a analisar ainda 600, que suspeita serem falsificadas.

 

 

 
HELENA PEREIRA

 

 

 
26/05/2015

 

 

 

 

Carta de condução por pontos entra em vigor em junho de 2016 – Terá período de adaptação de um ano

O regime da carta de condução por pontos foi aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros e entra em vigor a 1 de junho de 2016. A transição não será direta – haverá um período de adaptação de um ano, informou João Almeida, secretário de Estado da Administração Interna, em conferência de imprensa.

 

 

 

“Para que haja oportunidade do ponto de vista da formação e para que todos estejam conscientes da alteração”, disse o secretário de Estado.

 

 

 

Os processos que decorram antes da entrada em vigor do novo regime respondem às regras do sistema atual. “Não há amnistia de nenhuma prática anterior nem retroatividade”, explicou o secretário de Estado.

 

 

 

Como já tinha sido noticiado, o regime começa com uma pontuação de 12 pontos por condutor. Aqueles que cometerem uma contra-ordenação grave ou muito grave perdem pontuação – dois pontos para as graves e quatro para as muito graves. E vai ser possível fazer discriminação negativa.

 

 

 

“Vamos poder penalizar mais infratores do que outros, como no caso do álcool. Um terço das vítimas mortais condutores são identificados cm uma taxa de álcool no sangue acima da taxa limite”, explicou João Almeida. Nas contra-ordenações graves em que isto aconteça, o condutor perde três pontos (em vez de dois). Nas muito graves, perde cinco (em vez de quatro).

 

 

 

Outra das novidades que integra o novo regime é o facto de os crimes rodoviários serem absorvidos pelos sistema de cassação de cartas, algo que não está previsto no regime atual. “O sistema penal [atual] pode ser mais favorável aos infratores do que o contra-ordenacional”, explicou o secretário de Estado. Agora, quem for condenado por crimes rodoviários perde seis pontos.

 

 

Quem tiver um comportamento exemplar, ganha bónus, até um máximo de 15 pontos. E vai haver um sistema gradual com perspetiva pedagógica, ou seja, é possível que os infratores façam uma “reabilitação antes de ficarem sem carta”.

 

 

 

Entre as exceções previstas no novo regime, está o limite de redução de seis pontos por infração ao infrator (condutores com taxa de álcool acima do permitido não estão incluídos).

 

 

 
ANA PIMENTEL

 

 
OBSERVADOR

 

 

21/05/2015

 

 

 

 

Presidente Isaltino Morais sai da cadeia e abre a porta a regresso à política

Ser político está-lhe no sangue, bem como o gosto em servir as pessoas. Isaltino Morais não põe de lado um retorno à política. O entrave é, por enquanto, uma questão de dinheiro.

 

 

 
“Eu estou no exercício pleno dos meus direitos e a política está-me na massa do sangue.” É assim que Isaltino Morais responde quando lhe perguntam se pensa voltar à política, depois de ter estado preso durante 429 dias por fraude fiscal e branqueamento de capitais. O ex-presidente da Câmara de Oeiras e ministro deu uma entrevista ao jornal Expresso, publicada na edição deste fim de semana, a propósito do novo livro A Minha Prisão, que vai lançado a 29 de maio.

 

 

 

Apesar de não ter dado um “sim” redondo, deixou ficar no ar a hipótese de se envolver, uma vez mais, no universo político. “Adoro servir as pessoas e, portanto, não digo nada”, continuou, não sem antes lamentar os ordenados da classe política.

 

 

 
“Dificilmente se vai para a política a menos que se tenha autonomia financeira e não se precise de um ordenado para viver. Eu, neste momento, estou a trabalhar no sentido de conseguir o meu desafogo”, acrescentou ainda Isaltino Morais que, no decorrer da mesma entrevista,comentou que a atual reforma de 1.200 euros “não dá para estar quieto”.

 

 

 
No livro em questão, que chega às livrarias do país no próximo dia 29 de maio, Isaltino faz um ataque cerrado ao sistema judicial, aos media e a alguns políticos, nomeadamente Marques Mendes, ex-líder do PSD, que vetou a sua candidatura a Oeiras em 2005, e Paula Teixeira da Cruz, atual ministra da Justiça. Mas sobre a esfera política, Isaltino afirma que há mais por dizer e que há outro livro a caminho.

 

 

 
“Posso dizer que irei escrever um livro de natureza política onde, aí sim, falarei sobre várias pessoas porque o que eu disse aqui do Marques Mendes não é nada. Aliás, ficaria muito triste se o que ficasse deste livro fossem duas páginas sobre o MM”, afirmou. Apesar disso, Isaltino confessa que ainda tem amigos no PSD: “Felizmente tenho muitos amigos. No PSD e no PS. Aliás, nos partidos todos. E no PSD, a começar pelo primeiro-ministro”.

 

 

 
ANA CRISTINA MARQUES

 

 
OBSERVADOR

 

 
23/05/2015