Eleição do Mister, Miss Brasil Mirim e Tenn USA 2015, mostrou charme e beleza

O restaurante Hot Spot Diner, localizado na Avenue A, na cidade de Newark, esmerou-se com requinte, para receber mais uma tarde domingueira, recheada de beleza e glamour.

 

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Mais de 400 pessoas marcaram presença no pavilhão desportivo do restaurante Hot Spot Diner para degustar uma lauta refeição e aplaudir os intervenientes em mais um concurso anual de beleza infantil e júnior, realizado entre a comunidade brasileira e luso brasileira que reside nesta cidade, mas aberto a concorrentes de qualquer estado dos Estados dos Estados .

 

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Um dia diferente para jovens e adultos. E não é por acaso que os cientistas destacam o papel fundamental das brincadeiras na vida entre pais e filhos desde a tenra infância. “Brincadeiras agregam criatividade e saúde psicológica aos pequenos”, dizem.

 

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E as crianças e jovens cada vez mais conectadas com o mundo da moda, parecem despertar cedo para o universo fashion, quer seja com o objectivo de experimentar estar por um momento numa passarela, ou almejar o sonho de se tornar top model, ou brincar de “ser um astro por um dia”.

 

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Para o júri, definir um padrão unificado de beleza infanto-juvenil não é tarefa das mais fáceis, já que é indispensável também, que os candidatos tenham postura, personalidade, carisma, conhecimento, disciplina e engajamento social.

 

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Por outro lado, os jovens mostravam-se à altura do objectivo assumido e com criatividade tentavam seduzir o júri e o público, sem demonstrar ter os nervos, à flor da pele.

 

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O desfile decorria e a simpatia das trinta e três candidatos e candidatas, arrancavam fortes aplausos da assistência que tentava influenciar a eleição dos seus concorrentes preferidos.

E enquanto no salão o convívio decorria animado, no camarim improvisado a azáfama era grande.

 

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As(os) candidatas(os) ao título, começaram por abordar a maquilhagem para à semelhança de outros certames de beleza, se tornarem mais bonitas(os) e valorizadas(os).

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As profissionais de maquilhagem fiéis à tradição aristocrática, embelezavam ainda mais as concorrentes a Miss cultivando nelas um ideal de beleza e presença.

 

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Esperadas com bastante expectativa, eis, que, descontraídas e elegantes, as jovens candidatas a Miss começam a preparar-se para entrar na passarelle.

 

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Os rapazes, candidatos a Mister Júnior e Tenn Mirim, também se apresentaram para provar que mesmo sem a necessidade de experiência como modelo, poderão mostrar ao público o seu potencial de beleza, brincando e claro, encher a família de orgulho.

 

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E um pouco para além da hora marcada, a passarela improvisada do Hot Spot Diner foi invadida pela alegria dos concorrentes Mirins, Tenn e Júnior, que foram apresentados por Cláudia  Cascardo e Tharika Heys organizadoras do certame, receberam fortes aplausos da assistência pelo modo renovado e refrescante, com que apresentaram a sua fórmula mágica de desfilar.

 

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Além de todo o “glamour” e animação que acompanhou o desfile, os intervalos foram preenchidos com a apresentação de quadros alusivos à fauna da Floresta Amazónica, com a organizadora do evento, a apresentar assim mais uma forma de envolver os jovens, na causa do associativismo recreativo e cultural.

 

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Segundo Cláudia Cascardo, o objectivo fundamental desta componente cultural no desfile de beleza foi chamar a atenção para a riqueza da biodiversidade do Brasil e do mundo, “que infelizmente estão ameaçados pela caça, pelas alterações climáticas, bem como pela degradação e devastação das florestas e dos seus vários ecossitemas”.

 

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Interessante o facto das crianças brasileiras-americanas chamarem à atenção, desta forma, para os crimes ambientais que estão a ser cometidos no país dos seus pais e avós.

 

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Esta exibição, onde se nota claramente a participação das mães das jovens concorrentes, foi também um grito de alerta para que se nada for feito as gerações posteriores vão sofrer com as más escolhas de hoje.

 

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Elas sabem que a floresta amazónica está sendo derrubada de forma acelerada apesar de uma parte dos formadores de opinião afirmarem o contrário.

 

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Para a comissão organizadora “é um orgulho estar à frente deste evento sem fins lucrativos, que tem por objectivo, entre outros, ensinar um pouco mais sobre cultura brasileira aos jovens que já nasceram neste país”. Cláudia Cascardo referiu-nos ainda que “todos os anos fazemos uma grande homenagem ao Brasil, na qual escolhemos um tema. Este ano as crianças homenagearam a nossa fauna amazónica. E foi interessante observar o envolvimento dos pais neste assunto já que graças à paixão e ao interesse que o tema desperta, as mães fizeram pesquisas e as crianças aprendem um pouco mais da nossa cultura e do nosso folclore. Enfim, é o nosso Brasil”, disse.

 

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Cláudia Cascardo lembrou ainda que esta iniciativa “é mais uma forma de divulgarmos as potencialidades do nosso país não somente através do samba e do futebol, mas também através da divulgação da nossa cultura e da nossa língua”, referiu.

 

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Entre os convidados estavam também várias figuras ligadas à vida municipal de Newark e ao empresariado, que vieram apoiar e aplaudir a habitual criatividade da juventude brasileira e luso-brasileira de 2ª e 3ª gerações, que residem no estado de New Jersey.

 

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O júri, constituído por pessoas ligadas à música, moda, empresariado e política, estava atento ao desenrolar do concurso e no final do desfile, elogiou o tema cultural escolhido pela organização e tirou as derradeiras anotações, quanto à nota a atribuir a cada concorrente. Uma missão que não se adivinhava nada fácil.

 

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Realizada a eleição, as jovens descontraídas e elegantes, desfilam novamente para se submeterem pela última vez aos aplausos do público.

 

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Após a respectiva deliberação, a maioria do público aceitou a decisão do júri cuja decisão, embora não tivesse sido fácil foi considerada, justa.

 

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Assim, sagraram-se vencedoras os seguintes concorrentes: Júlia Rocha; Miss Pré Mirim: Gabrielle Xavier; Miss Mirim: Isabela laura; Miss Júnior: Júlia Machado; Miss Pré-Teen: Emília Pederson; Miss Teen.

 

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Por sua vez, os vencedores dos títulos de Mister também regressaram ao salão onde foram recebidos, tal como as misses, com os entusiásticos aplausos da assistência. Nesta modalidade sagraram-se vencedores Willeam Wetchak, com o título de “Mister Tenn USA 2015”, e Joeadas Gama, com o título de “Mister Júnior USA 2015”.

 

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Como sublinharam alguns jornalistas no local, os vencedores estão de parabéns porque conseguiram mostrar ao júri que a sua escolha se justificou.

 

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E é claro, que a alegria não estava somente estampada no rosto dos vencedores mas também no rosto dos seus famíliares e amigos que viram um dos seus tornar-se um modelo de cidadania no meio de outros jovens da sua idade e não só.

 

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No final deste certame que já vai na nona edição, Cláudia Cascardo, visivelmente satisfeita, fez também questão de agradecer a todas as mamães “que confiaram no nosso trabalho e se empenharam na construção das fantasias em homenagem ao Brasil. Quero também agradecer aos meus familiares e amigos pelo incentivo que me dão, bem como um agradecimento muito especial para os nossos patrocinadores que nos deram o suporte para fazer este lindo evento de beleza que também falou de convívio e de cultura”, concluiu.

Fizeram parte do júri, Joana Nova York; George Roberto; Ilda Sarabando; Sara Ferreira; Kaira Costa; Regiane Luna; Lígia Freitas; Marisa Abel e Cláudia Garzesi, que com o seu voto premiaram a beleza, mas não só.

 

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Outro ponto de destaque nesta iniciativa foi o desfile de moda da autoria da “Potinho Boutique” com a estilista Ilda Sarabando a surpreender pelo seu gosto e profissionalismo.

 

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O seu estilo contemporâneo, elevou a fasquia a um nível considerável no que diz respeito às expectativas desta colecção.

 

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Segundo Ilda Sarabando, e como a noite mais longa do ano está quase a chegar, “a passagem de ano é uma festa especial que merece uma produção mais ousada, marcada pelo brilho e pela elegância”, disse.

 

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Segundo a estilista, “para qualquer situação festiva deve investir-se numa indumentária que combine com o gosto e a personalidade de cada pessoa e que acima de tudo se sinta confortável. Esta peça é sempre uma boa aposta para noites de festa, pois são uma tendência clássica que nunca passa de moda e que transmite formalidade e elegância”.

 

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Os vestidos longos com rachas, também fizeram parte dos estilos escolhidos para este desfile com as modelos a evidenciar a sua boa forma física.

 

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Mas para além dos interessantes vestidos que as modelos apresentaram no desfile, Ilda Sarabando mostrou também a sua criação exclusiva para mulheres que vão subir ao altar e não pretendem gastar muito com o vestido.

Mas se quiser saber mais pormenores sobre como adequirir o seu vestido ideal para festas ou casamento, faça uma visita à Boutique Potinho localizada no Nº 22 da Wilson Avenue, em Newark, onde encontrará informação e aconselhamento sobre moda, bem como sobre tendências, novidades e dicas para estar sempre bonita e actualizada.

Neste contexto, ao rever os propósitos que motivaram e animaram a organização a realizar este certame, só se pode reafirmar que valeu a pena.

Para o ano há mais!.

 

 

 

J.M./The Portugal Times/15/12/2015

 

 

 

 

 

 

Galeão espanhol submerso na costa da Colômbia foi encontrado com tesouro de milhões

No final de novembro, foi encontrado na costa da Colômbia um navio aparentemente espanhol repleto de tesouros. A primeira avaliação pode chegar aos vários milhões de euros.

 

 

“Sem qualquer tipo de dúvida, encontrámos, 307 anos depois de ter sido afundado, o galeão San José.” A revelação foi feita pelo próprio presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, numa conferência de imprensa no passado sábado.

 

 

Sobre a descoberta, pouco se sabe. Não existem certezas da localização dos destroços, nem da profundidade a que se encontravam.

 

 

Mas se for mesmo o San José, trata-se de um galeão histórico que há várias décadas é procurado. No centro da polémica está um tesouro composto por moedas de ouro e prata e pedras preciosas. O San Jose transportava de Espanha para a costa de Baru (atualmente território colombiano) tesouros para financiar a batalha contra o Império Britânico, durante a Guerra da Sucessão.

 

 

Foi um navio britânico que acabou por fazer o navio naufragar, em 1708, juntamente com toda a sua carga e 600 pessoas a bordo.

 

 

O San José há muito que era procurado, e  existiram até ações judiciais em tribunal acerca a sua descoberta. A batalha legal pôs o governo colombiano frente a frente com a empresa norte-americana Sea Search Armada, que afirmava que tinha localizado o navio em 1981.

 

Encontrado galeão espanhol submerso com tesouro de milhões 2

Depois de vários anos, em 2011 um tribunal norte-americano afirmou que os diretos de exploração pertenciam à Colômbia.

 

 

Agora que o navio foi descoberto, naquela que para Santos é “o tesouro mais valioso alguma vez encontrado na História da humanidade,” o seu recheio faz parte do património da Colômbia. Um museu será construído em Cartagena das índias para exibir as suas riquezas.

 

 

Mas não fica por aqui: de acordo com o Discovery News, o governo espanhol pretende reclamar os seus direitos sobre o tesouro. Em causa está uma legislação colombiana que possibilita a comercialização de 50% do património que foi encontrado.

 

 

O governo de Espanha espera conseguir fazer tudo para preservar o património originalmente do país.

 

 

 

Minstério da Cultura da Colômbia/Discovery News/14/12/2015

 

 

 

 

 

 

A Frente Nacional francesa não ganhou as eleições mas teve um número recorde de votos

Nem Marine Le Pen nem Marion Maréchal-Le Pen conseguiram ser eleitas para a presidência das regiões onde concorriam pela Frente Nacional na segunda volta das eleições regionais em França. A “barreira republicana” erguida pelos socialistas funcionou, e o aumento de cerca de nove pontos na afluência às urnas foi suficiente para conter a extrema-direita.

 

 

“A história recordará que foi aqui que travámos a progressão da Frente Nacional (FN)”, afirmou um emocionado Xavier Bertrand, do partido de centro-direita Os Republicanos, eleito com 57,5% dos votos, contra 42,5% de Marine Le Pen na região Norte-Pas-de-Calais-Picardia, graças à desistência do candidato do Partido Socialista.

 

 

No Sudeste, na região Provence-Alpes-Côte d’Azur, Christian Estrosi, também do partido de Nicholas Sarkozy, beneficiou da desistência da esquerda para ganhar a Marion Maréchal-Le Pen: terá 54,5% dos votos, face a 45,5% da mais jovem Le Pen. Florian Philippot, estratega da Frente Nacional, ficou-se pelos 36,6% na região de Alsácia-Champagne-Ardenne-Lorena, contra 47,6% de Philippe Richert, candidato do centro-direita.

 

 

“Um sucesso sem alegria”

 

 

A estratégia socialista resultou, embora tenha implicado o sacrifício dos seus candidatos e da presença do partido nos órgãos regionais durante este mandato. Por isso o tom geral não foi de regozijo. “Para o PS, estes resultados constituem um sucesso sem alegria, porque a abstenção ainda foi demasiado forte, e a extrema-direita decididamente demasiado alta”, afirmou o primeiro-secretário do PS, Jean-Christophe Cambadélis.

 

 

“Esta noite, não há espaço para alívio ou triunfalismo”, sublinhou o primeiro-ministro socialista Manuel Valls. “O perigo que representa a extrema-direita não desapareceu, muito pelo contrário”, afirmou, numa declaração ao país, em que saudou a capacidade dos eleitores em “responder ao apelo muito claro lançado pela esquerda de fazer barreira contra a extrema-direita”.

 

 

Pelo menos nos discursos, os responsáveis políticos da esquerda e da direita sublinharam o facto de a abstenção continuar alta – 59% dos eleitores foram votar, quando há uma semana, na primeira volta, apenas 50% o fizeram, mas ainda assim 41% recusaram-se a ir às urnas – e da necessidade de ouvir realmente os eleitores e ir ao encontro das suas necessidades. “Aos que não foram votar e já não acreditam”, disse o primeiro-ministro socialista, “devemos provar-lhes que a política não vai voltar a ser como era”.

 

 

Marine Le Pen, no discurso em que reconheceu a derrota, preferiu denunciar “o sistema” e “as campanhas de calúnias e de difamação decididas nos palácios dourados da República”. A verdadeira clivagem, afirmou, já não é entre esquerda e direita, mas “entre os patriotas e os adeptos da globalização”.

 

 

O aumento da afluência às urnas terá sido decisivo para esta reviravolta nos resultados: 59% dos eleitores foram votar, quando há uma semana, na primeira volta, apenas 50% o fizeram. Mas também a FN progrediu: na primeira volta, quando chegou em primeiro lugar em seis regiões (ver mapa em baixo), teve seis milhões de votos. Desta vez, com mais de 90% dos votos contados, ultrapassou 6,5 milhões e em percentagem está praticamente empatada com o PS, em torno dos 28,5%.

 

 

O valor mais alto de sempre da FN, atingido por Marine Le Pen na primeira volta das presidenciais de 2012, tinha sido de 6,4 milhões de votos. “O tecto de vidro não existe para a FN”, comentou a líder do partido anti-imigração e anti-União Europeia.

 

 

Os Republicanos tiveram cerca de 40,5% dos votos e ganharam sete regiões, onde vivem 42 milhões de pessoas e a união das listas de esquerda (liderada pelo Partido Socialista) cinco das 13 regiões metropolitanas francesas, onde vivem 20 milhões de pessoas. Nicolas Sarkozy, nas suas declarações, manteve-se discreto. Mas espera-se que os barões do partido passem ao ataque rapidamente, desfazendo a sua estratégia eleitoral de se aproximar dos temas da FN e não retirar os seus candidatos, mesmo que os da extrema-direita estivessem em vantagem.

 

 

Os Republicanos tiveram uma vitória especialmente saborosa, na região de Île-de-France, que inclui Paris e que há 17 anos era dirigida pelo PS: numa disputa cerrada, o candidato da esquerda, o socialista Claude Bartolone, presidente da Assembleia Nacional, foi batido por Valérie Pécresse, por poucos milhares de votos: 43,2% para Bartolone e 42,9% para Pécresse.

 

 

“Estes resultados são muito duros para a esquerda”, reconheceu Emmanuelle Cosse, secretária-geral da Europa Ecologia-Os Verdes, que se apresentou em listas conjuntas com o PS na maioria das regiões na segunda volta. “Já é tempo de o conjunto da esquerda se interrogar após quatro eleições fracassadas”, sublinhou.

 

 

 

Le Pen diz ter desmascarado “mentira do sistema político francês”

 

 

A presidente do partido de extrema-direita Frente Nacional, Marine Le Pen, grande derrotada da segunda volta das eleições locais em França, este domingo, garantiu que o seu resultado eleitoral “desmascarou a mentira em que assenta o sistema político francês”.

 

 

Sem reconhecer explicitamente a derrota de todos os seus candidatos, incluindo ela mesma, quando as projeções apontam a derrota da Frente Nacional em todas as regiões do país, Le Pen dirigiu-se aos seus apoiantes com uma mensagem de triunfo, porque o seu partido, disse, triplicou o número de vereadores em relação a 2010.

 

 

Ministro a prazo

 

 

O PS de François Hollande e Manuel Valls conseguiu um resultado desastroso em relação a 2010, altura em que a esquerda conseguiu 54,1% dos votos a nível nacional. Mas acima das suas expectativas olhando para os resultados da primeira volta e tendo em conta que, ontem, os socialistas estavam fora da corrida em três regiões e, mesmo assim, com a ajuda dos seus aliados, saiu vencedor em cinco.

 

 

Mas não destoando dos outros discursos da noite, o primeiro-ministro francês aproveitou o seu discurso para sublinhar que “o perigo da extrema-direita não foi eliminado”. “Nesta noite, nenhum alívio, nenhum triunfalismo, nenhuma mensagem de vitória. O perigo da extrema-direita não foi eliminado. Não esqueci os resultados da primeira volta e de eleições passadas”, afirmou. Manuel Valls declarou também que a união da esquerda permitiu ao seu PS ganhar várias regiões e saudou os eleitores que “responderam ao chamamento muito claro e valente, o da esquerda, para travar a extrema-direita”.

 

 

Uma das cinco regiões conquistadas pelos socialistas e seus aliados poderá ter como consequência a remodelação do governo de Manuel Valls. Tudo porque a Bretanha foi ganha pelo ministro da Defesa, Jean-Yves le Drian, com 51% dos votos. Questionado sobre se, com esta vitória, irá continuar a ocupar a pasta da Defesa, Drian garantiu que a sua prioridade é a Bretanha, mas… “Disse que, se fosse candidato, seria para assumir esta presidência. No entanto, estamos a viver um estado de emergência, e o presidente da República deseja que eu continue a exercer essas funções pelo tempo necessário. E é ele que decidirá por quanto tempo continuarei ministro”, esclareceu o socialista.

 

 

PASCAL ROSSIGNOL/REUTERS/Clara Barata/PUB /13/12/2015

 

 

 

 

Compromissos assumidos na Cimeira do Clima para reduzir emissões de gases são insuficientes

Foram 195 países que apresentaram à Cimeira do Clima compromissos para reduzir emissões de gases em 2015-2030, mas são insuficientes para atingir a meta pretendida de menos de 2 graus.

 

 

Os planos de combate às alterações climáticas já submetidos a nível nacional até 2030 não são suficientes para colocar o mundo na rota necessária para limitar a dois graus a subida da temperatura, como hoje ficou expresso na proposta final de acordo da Cimeira do Clima. Um dos pontos incluídos no documento foi, por isso, o compromisso de revisão dos contributos já apresentados para o horizonte de 2020.

 

 

Para já, os compromissos que 195 países apresentaram à Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21) para reduzir as emissões de gases em 2015-2030 são insuficientes para manter o aquecimento global dentro dos limites estipulados. De acordo com a AFP, se todos esses compromissos forem alcançados o planeta atingirá um aquecimento global de mais três graus Celsius em relação ao nível pré-industrial, e nada será feito contra uma subida de quatro a cinco graus Celsius.

 

 

O que prometem os estados mais poluentes?

 

China

 

O maior emissor mundial (cerca de um quarto das emissões) compromete-se, pela primeira vez, a limitar as suas emissões, o mais tardar em 2030, depois de durante muito tempo o ter recusado, em nome dos imperativos do desenvolvimento.

 

 

A China é o maior consumidor mundial de carvão, a energia mais prejudicial, e, ao mesmo tempo, o primeiro investidor nas energias renováveis, Pequim quer reduzir entre 60 e 65 por cento a sua “intensidade de carbono” (emissões de CO2 referenciados ao crescimento) em 2030, relativamente a 2005.

 

 

Estados Unidos

 

O segundo maior poluidor mundial promete reduzir entre 26 e 28% as suas emissões até 2025 em relação a 2005. Esse objetivo fica abaixo dos países europeus, mas acima das anteriores propostas de Washington. “Os Estados Unidos agora, pelo menos, apresentam um plano credível”, disse Jennifer Morgan, do Instituto de Recursos Mundiais, acrescentando que a administração do Presidente Obama é “a primeira a enfrentar o problema.”

 

 

União Europeia

 

No início de março, a União Europeia (emitindo cerca de 10% das emissões, ocupava o 3.º lugar) foi a primeira potência a apresentar um plano: reduzir em pelo menos 40% até 2030 as suas emissões em relação a 1990.

 

 

“Estes compromissos visam incutir uma dinâmica positiva, mas estes países poderão melhorar as suas contribuições”, a firmou a Fundação Hulot, enquanto centro de investigação da Climate Action Tracker considera que este nível de compromisso “médio”.

 

 

Índia

 

A Índia promete reduzir a sua “intensidade de carbono” em 35% até 2030, em relação aos níveis de 2005, mas sem fixar como objetivo a redução global das emissões.

 

 

Nova Deli conta com as energias renováveis que produzirão 40% da sua eletricidade até 2030, reconhecendo a sua dependência do carvão (duplicando a prodição prevista até 2030)

 

Rússia                         

 

O quinto emissor mundial garante uma redução entre os 35 e os 30% entre 1990 e 2030.

Se se retirar o impacto positivo gerado pelas suas vastas florestas, esta é apenas uma redução das emissões de gases com efeito de estufa industriais por seis a 11%, destacou a Climate Action Tracker, que considera este esforço inadequado.

 

Portugal está satisfeito com acordo que chama todos a contribuir

 

 

O secretário de Estado do Ambiente afirmou que Portugal está satisfeito com o acordo para o clima, obtido em Paris, e realçou que o documento chama todos os países a contribuir de uma forma legalmente vinculativa.

 

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“O acordo de Paris é considerado um caso de sucesso e a União Europeia felicitou muito os resultados obtidos”, afirmou à agência Lusa Carlos Martins, que está na capital francesa a acompanhar a conferência das Nações Unidas para o clima (COP21) que hoje terminou com a obtenção de consenso acerca da redução de gases com efeito de estufa e do financiamento à adaptação às mudanças.

 

 

Para Carlos Martins, há agora um “trabalho exigente pela frente, as metas são ambiciosas”, mas todos estão conscientes de que é mesmo necessário atingir os objetivos “porque é disso que depende o futuro da humanidade”.

 

 

O responsável do Governo português referiu que “os acordos, sendo muito negociados, nem sempre correspondem às expetativas de toda a gente, mas, neste caso, tem um denominador comum”.

 

 

Assim, descreveu, “tem uma arquitetura global, uma vez que vai abranger 196 países, é equilibrado, [assim] considerado por todas as áreas do globo, é ambicioso, e nessa medida responde àquilo que eram os anseios da generalidade dos atores, é duradouro, vai durante este século acompanhar” todos.

 

 

No entanto, salientou uma característica: é “legalmente vinculativo, portanto os países que o subscrevem passaram a estar legalmente vinculados ao seu cumprimento”.

 

 

Carlos Martins também destacou que “todos os países e todos têm de dar um contributo, à escala e medida do que são as capacidades de cada um, mas todos foram chamados, pela primeira vez, a ter um plano de ação para cumprir os objetivos estabelecidos”.

 

 

O secretário de Estado do Ambiente referiu-se ainda ao mecanismo, que classifica de “bastante importante”, para avaliação dos contributos de cinco em cinco anos, o que “vai permitir avaliar ações e financiamentos e trazer transparência ao processo”.

 

 

Assim, todos os atores são mais motivados para o cumprimento e, “a haver uma revisão, é para incrementos de ambição e nessa medida estamos também satisfeitos”, defendeu.

 

 

“Este foi um grande progresso e, seguramente, fazendo o caminho [para] alguma coisa menos bem conseguida, o tempo dará oportunidade para a corrigir”, mas, neste momento o acordo “resultou num documento em que todos se reviram e isso é extraordinário”.

 

 

Carlos Martins realçou ainda o trabalho da presidência francesa e a coesão entre países europeus, assim como “uma certa liderança, pelo menos em matéria de ambição, em que os objetivos europeus estão retratados no acordo”.

 

 

Depois de duas semanas de negociações, representantes de 195 países mais a União Europeia chegaram a um acordo legalmente vinculativo para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e tentar limitar o aumento da temperatura a dois graus e no financiamento das ações de adaptação às mudanças do clima.

 

 

Nicarágua demarca-se de acordo e denuncia procedimento antidemocrático

 

A Nicarágua demarcou-se do acordo hoje alcançado na conferência do clima em Paris (COP21) e denunciou “o procedimento antidemocrático” usado na votação pela presidência francesa, considerando que enfraquece o resultado final.

 

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No plenário, o ministro das Políticas Nacionais nicaraguense, Paul Oquist, criticou “o procedimento antidemocrático” usado pelo presidente da reunião, o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, que “enfraquece o multilateralismo, esta COP e o seu acordo”.

 

 

Oquist garantiu não querer bloquear o compromisso, mas trabalhar para o aperfeiçoar com sugestões “para o bem da mãe terra e da humanidade”. O ministro referiu, sem citar quais, que outras nações apoiavam a posição da Nicarágua.

 

 

Sobre as razões “mediante as quais não é possível acompanhar este consenso, Oquist sublinhou que embora tenha sido fixado o objetivo de limitar o aquecimento a 1,5 graus centígrados até final do século, medida “absolutamente crítica” para países tropicais como a Nicarágua, existem problemas no estabelecimento do nível necessário de redução de emissões de gases com efeito de estufa.

 

 

“Falta trabalho” do painel internacional de peritos sobre o clima (GIEC), disse. Oquist advertiu que não será possível corrigir esta questão em dez ou 15 anos, quando foram revistos os objetivos. Por outro lado, se “25% dos compromissos dos países em desenvolvimento estão condicionados a terem financiamento (…), não se vê nada sobre financiamento no documento”, afirmou. O ministro da Nicarágua pediu que seja calculado um orçamento de emissões de carbono globais, que tenha em conta as “responsabilidades históricas”.

 

 

A Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21) aprovou um acordo global vinculativo em que 195 países, desenvolvidos e em desenvolvimento, se comprometem a caminhar para uma economia de baixo carbono e tomarem medidas para limitarem o aquecimento global da atmosfera até 2100 a 1,5 graus centígrados, em relação aos valores médios da era pré-industrial.

 

 

Alguns pontos principais para um acordo “histórico”

 

Limite abaixo dos 2º C para a subida da temperatura, travar as emissões do CO2, rever planos nacionais de combate ao aquecimento, metas diferenciadas por países e financiamento aos mais pobres.

 

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“Reconhecer que as alterações climáticas representam uma ameaça urgente e potencialmente irreversível para as sociedades e para o planeta, e que portanto requer a maior cooperação possível de todos os países” é uma das premissas do documento que reuniu consenso de todas as partes envolvidas (195 países e a União Europeia) – o Acordo de Paris.

 

 

“[Assim], as partes, quando desenvolverem ações para combater as alterações climáticas, devem respeitar, promover e ter em consideração as respetivas obrigações em relação aos direitos humanos, o direito à saúde, os direitos dos povos indígenas, das comunidades locais, dos migrantes, das crianças, das pessoas com deficiência e das pessoas em situação vulnerável e [ainda] o direito ao desenvolvimento, à igualdade de género, à capacitação das mulheres e à equidade internacional.”

 

 

O Acordo de Paris foi aceite este sábado pelas partes e será simbolicamente assinado no dia 22 de abril de 2016, Dia da Terra, depois de traduzido para as seis línguas oficiais. Entrará oficialmente em vigor assim que pelo menos 55 países, que representem 55% das emissões globais de gases com efeito de estufa, ratifiquem o acordo. Para já, conheça os pontos principais do acordo.

 

 

  1. Limitar o aumento da temperatura

 

Estabelece uma meta a longo prazo que limita a subida da temperatura a um valor “bem abaixo dos 2 graus Celsius”, em relação aos níveis pré-industriais. A partir deste patamar dos 2º C, os cientistas antecipam grandes impactos e catástrofes ambientais. Se nada for feito em relação ao estado atual, ou se não se for mais ambicioso que as propostas atuais, a temperatura deverá aumentar perto de 3º C. O documento refere que se deve ir mais longe e tentar travar o aquecimento a 1,5º C, nível que os países mais vulneráveis defendem como necessário para garantir a sua sobrevivência.

 

 

O Acordo de Paris “convida o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas a divulgar um relatório especial em 2018 sobre os impactos do aumento da temperatura média global em 1,5º C em relação ao período pré-industrial e sobre os efeitos globais relacionados com as emissões de gases com efeito de estufa”.

 

 

  1. Reduzir emissões de gases com efeito de estufa

 

Fixa um objetivo para conter o crescimento dos gases de efeito estufa, “o mais cedo possível”, através da promoção de reduções rápidas das emissões, de acordo com as melhores recomendações científicas disponíveis. Apesar de não quantificar metas, a referência científica remete para o último relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, segundo o qual só a descarbonização (zero emissões) da economia até 2050 permitirá cumprir o limite de 1,5 graus de aumento de temperatura.

 

 

Mas no acordo a referência vai para o “balanço entre as emissões de gases com efeito de estufa de origem antropogénica pelas fontes e asremoções por sumidouros [de carbono] na segunda metade do século”. Estes sumidouros são, por exemplo, as florestas, daí que se refira no acordo a necessidade de preservação das mesmas.

 

 

Os países desenvolvidos devem continuar a assumir a liderança através da implementação de metas de redução de emissão absoluta em toda a economia. Os países em desenvolvimento devem continuar a reforçar os seus esforços de mitigação, e são incentivados a deslocar-se, ao longo do tempo, para as metas de redução de emissões ou de limitação de toda a economia, à luz das diferentes condições nacionais.”

 

 

195 países já apresentaram voluntariamente os planos de ação nacionais (INDC, na sigla em inglês para intended nationally determined contributions) que pretendem implementar para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa até 2030. Os que ainda não o fizeram são convidados a fazê-lo até à próxima Conferência do Clima em Marrocos, em novembro de 2016. O acordo “anota com preocupação que os níveis de emissões de gases com efeito de estufa em 2025 e 2030, resultantes das intenções de contribuição determinadas a nível nacional [INDC] não caem dentro dos cenários de menor custo dos 2º C”, ou seja,as propostas voluntárias dos países são insuficientes.

 

 

  1. Aumentar a ambição

 

As partes, quer tenham definido estratégias para 2025 quer para 2030, devem revê-las até 2020 e depois a cada cinco anos, de uma forma cada vez mais ambiciosa. Pede-se ainda que sejam reavaliados a partir de 2018 os contributos já apresentados para o horizonte de 2020, data em que se espera que entre em vigor o compromisso de Paris. Este sistema de avaliação periódica é relevante porque os planos de combate às alterações climáticas já submetidos a nível nacional até 2030, não são suficientes para colocar o mundo na rota que lhe permitirá limitar a dois graus a subida da temperatura.

 

 

O que se conseguir fazer até 2020, e depois desta data, vão determinar o sucesso deste acordo. Por um lado, é enfatizado que para se conseguir manter o aumento da temperatura abaixo dos 2º C é preciso rever, até 2020, as metas de mitigação – redução das emissões de gases com efeito de estufa. Por outro, que quanto mais ambiciosas forem as metas até 2020, melhor conseguiremos lidar com a situação depois disso, porque só as metas ambiciosas até lá podem diminuir os custos da ações de mitigação e adaptação futuros.

 

 

  1. Transparência na informação fornecida

 

As partes concordaram que, na comunicação das contribuições nacionais, de forma a garantir a “clareza, transparência e compreensão”, “podem incluir, conforme apropriado”, “informação quantificável nos pontos de referência, prazos ou períodos de implementação, alcance e cobertura, processos de planeamento, suposições e abordagens metodológicas, incluindo aqueles para a estimativa e contabilização das emissões de gases de efeito estufa de origem antropogénica”.

 

 

O acordo pede ainda que os países informem se as contribuições são “justas e ambiciosas, à luz das circunstâncias nacionais, e de que forma contribuem para o compromisso da Convenção [Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, UNFCCC]”. Os países em desenvolvimento podem solicitar ajuda para alcançar os requisitos de transparência.

 

 

Serão elaboradas recomendações sobre a “necessidade de promover transparência, rigor, plenitude, consistência e comparabilidade”, assim como evitar duplicação da comunicação dos dados. Estas recomendações devem ter em consideração a consistência entre a metodologia usada para avaliar as metas nacionais e a metodologia dos relatórios internacionais.

 

 

O quadro de transparência deve desenvolver e reforçar os mecanismos de transparência no âmbito da Convenção, reconhecendo as circunstâncias especiais dos países menos desenvolvidos e dos pequenos Estados-ilha em desenvolvimento, e ser executado de uma maneira facilitadora, não-intrusiva, não punitiva, respeitosa da soberania nacional e evitando colocar peso excessivo sobre as partes.”

 

 

  1. Financiamento

 

Financiamento por parte dos países ricos aos países mais pobres de forma a promover escolhas de baixo carbono e para ajudar a lidar com os efeitos ambientais das alterações climáticas, tanto nas ações de mitigação como nas de adaptação. Os países desenvolvidos devem continuar a disponibilizar 100 mil milhões de dólares por ano até 2025, e reforçar os apoios financeiros depois dessa data. Uma das premissas do acordo lembra “a necessidade de promover o acesso universal a energias sustentáveis, em particular em África”.

 

 

  1. Acordo universal, mas diferenciado

 

Ao contrário do Protocolo de Quioto, que apresentava metas apenas para os países desenvolvidos, o Acordo de Paris pretendia ser universal – que todos os países contribuíssem para a resolução do problema. A universalidade foi conseguida, mas apenas com a diferenciação entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Esta diferenciação refere-se às metas e esforços a fazer para cortar as emissões e à contribuição para o financiamento aos países mais pobres.

 

 

O Acordo de Paris vai reger-se pelos mesmo princípios que a UNFCCC, “incluindo o princípio da equidade e das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, e respetivas capacidades, à luz das diferentes circunstâncias nacionais”. Mas reforça que os países desenvolvidos têm de “assumir a liderança” no que toca a “estilos de vida sustentáveis e padrões de consumo e produção sustentáveis”, de forma a evitar as alterações climáticas.

 

 

  1. Acordo vinculativo

 

A grande ambição do acordo vinculativo (legally binding) foi perdida. Apesar do presidente da COP21, o ministro Laurent Fabius, continuar a referir compromissos vinculativos, não há metas de redução de emissões nacionais, uma cedência à medida dos Estados Unidos, o segundo maior poluidor mundial que não subscreveu o Protocolo de Quioto. No Acordo de Paris, a ideia de “legally binding” estava no Artigo 17 que caiu e a palavra “binding” não surge em nenhum outro momento do documento.

 

 

GUILLAUME HORCAJUELO/EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON/EPA/OBS/Lusa/AFP/TPT/Ana Suspiro/Vera Novais/Obs/13/12/2015

 

 

 

 

 

 

A selecção portuguesa de futebol ficou a conhecer os adversários para o Euro 2016

A seleção portuguesa de futebol ficou integrada no grupo F do Europeu de 2016, juntamente com Islândia, Hungria e Áustria, ditou ontem o sorteio realizado no Palácio de Congressos de Paris.

 

 

Já são conhecidos os adversários de Portugal para o Euro 2016 2

Portugal estreia-se a 14 de junho frente à Islândia em Saint-Etienne, a 18 de junho mede forças com a Áustria, no Parque dos Príncipes, fechando a primeira fase a 22 em Lyon, diante da Hungria.

 

 

O Campeonato da Europa de 2016 inicia-se a 10 de junho com o jogo França-Roménia e termina a 10 de julho.

 

 

Portugal calhou no mesmo grupo com uma equipa estreante, uma que só esteve num Europeu porque o organizou (em 2008) e outra que não participa numa competição desde 1986. Os adversários, um a um.

 

 

Islândia

 

14 de junho: Portugal-Islândia (Saint Étienne), às 20h

 

Por vezes chama-se de heróis às pessoas que logram façanhas, alcançam coisas grandiosas e descortinam milagres quando ninguém esperava que os conseguissem. Como chegar a um país-ilha com 323 mil habitantes, dos quais pouco mais de 21 mil jogam à bola, e levá-lo a um Campeonato da Europa de futebol. O pior é que Lars Lagerbäck não gosta que lhe chamem isso: “Não diria que sou um herói. Pessoas como o Martin Luther King e o Nélson Mandela é que são heróis”. Mas cada um será à sua maneira. Afinal, não é todos os dias que chega ao Europeu um país que, há cinco anos, olhava para cima a ver onde estava o Liechtenstein no ranking da FIFA.

 

 

Como as coisas mudam, não é?  (que significa “sim”, em islandês), porque de 2010 para cá o país fartou-se de ir dando pulos até ao salto que deu a 6 de setembro, quando garantiu a qualificação para o Europeu de 2016. É a primeira vez que a Islândia consegue chegar a uma competição de seleções e Portugal será um dos padrinhos da estreia, no Grupo F. A isto pode chamar-se o fruto que Lars Lagerbäck acreditou que, mais cedo do que tarde, ia colher. Quando passou a tomar conta da seleção islandesa, o treinador que antes levara a Suécia a dois Mundiais (2002 e 2006) e um par de Europeus (2004 e 2008) viu que estavam para crescer vários miúdos. E quando eles se tornaram graúdos, o futebol da Islândia começou a parecer uma bola de neve que ganha tamanho à medida que vai rolando.

 

 

Enquanto Eidur Gudjohnsen, o avançado loirinho cujo nome mais gente conhece, ia jogando cada vez menos, vários rebentos iam brotando na seleção. Por isso é que hoje a Islândia deixa o homem que já andou no Chelsea e no Barça, no banco, para deixar jogar Gylfi Sigurdsson (Swansea City), Birkir Bjarnason (Basileia), Kolbeinn Sigþórsson (Ajax) e outros jovens com nome a acabar na mesma sílaba. E têm jogado bem. “Temos jogadores muito, muito bons. Tem tudo a ver com o grupo de pessoas que trabalharam incrivelmente no duro”, resumiu Lagerbäck, no dia em que a Islândia assegurou a qualificação para o Europeu. Conseguiu-o com esses tais jogadores, que lhe chegaram para vencer os dois jogos (2-0 em casa, 1-0 fora) contra a Holanda.

 

 

Têm nomes esquisitos, caras não muito conhecidas — apesar de por lá andar Helgi Daníelsson, que entre 2013 e 2015 jogou no Belenenses –, e vêm de um país que poucas campainhas fará soar até nas cabeças de quem está atento ao futebol. Mas a Islândia tem uma seleção das que parecem correr sempre o dobro dos adversários, mais que organizada a defender e que, sobretudo, sabe como premir o gatilho das poucas, mas eficazes, armas que tem para disparar (ataques rápidos e contra-ataques). Foi assim que fez 20 pontos na qualificação e só ficou atrás da República Checa no grupo. Não será Lagerbäck mesmo um herói? .

 

 

Áustria

 

 

18 de junho: Portugal-Áustria (em Paris), às 20h

 

 

É um miúdo, nem parece austríaco por ser filho de mãe filipina e pai nigeriano, e mesmo não tendo medo de quem tem corpanzil para assustar muita gente, disse que o árbitro teve. “Para mim era um cartão vermelho. O árbitro não o expulsou por ter medo dele”, desabafava David Alaba, em outubro de 2014, quando sentiu na cara o cotovelo de Zlatan Ibrahimovic quando a Áustria e a Suécia se encontraram, em Viena, no início da fase de qualificação. O sueco, com a língua deserta de papas (como sempre), teve que responder: “Ele veio contra mim duas vezes e à terceira, como tem 1.50 ou 1.60m, claro que veio contra o meu cotovelo”. E esta história conta-se para mostrar como as coisas mudam.

 

 

Porque se há pouco mais de um ano era o árbitro que podia ter medo de Zlatan, agora são todas as outras seleções europeias que poderão olhar a Áustria com outros olhos. Pode parecer disparate, mas basta olhar para como foi a qualificação: dez jogos, nove vitórias e um empate. E uma seleção que não perde só pode estar a fazer as coisas bem e muitas delas começam e acabam em David Alaba. O miúdo que é lateral esquerdo no Bayern de Munique serve de médio na seleção austríaca e manda, através dos passes, numa equipa que, à frente, lhe dá Marko Arnautovic e Martin Harnik, avançados bons de pés (três golos cada durante o apuramento). No meio campo também costuma andar Zlatko Junuzović, que marca livres e mete cuecas que se farta.

 

 

Esta é apenas a segunda vez que a Áustria chega a um Europeu, depois de ter organizado o de 2008 com a Suíça. A história não faz com que metam medo a vivalma, mas esta poderá ser a seleção que mais problemas causará a Portugal durante a fase de grupos.

 

 

Hungria

 

 

22 de junho: Hungria-Portugal (em Lyon), às 17h

 

 

Se para o meio de uma conversa sobre bola é atirada a Hungria, o primeiro nome a vir à baila só pode ser o de Ferenc Puskás. O avançado a quem chamavam Major Galopante marcou 84 golos em 85 jogos pela seleção, andou a conquistar Ligas dos Campeões pelo Real Madrid e levou a Hungria ao segundo lugar do Mundial de 1954. Este senhor deixou de jogar pelo país dois anos depois e, coincidência ou não, os húngaros já não chegavam a um Europeu desde 1972. E agora calharam no mesmo grupo de Portugal.

 

 

Hoje não há estrelas nem canhotos a terem tantos golos marcados quanto jogos jogados. Mas continuam a ser alguém que chuta melhor com o pé esquerdo do que com o direito a ser o melhor da seleção. Balázs Dzsudzsák é o capitão e tem lugar cativo ao lado de qualquer bola que pare em campo, seja em livres ou cantos. O extremo do Bursaspor lidera uma equipa sem estrelas e em que o outro nome conhecido já tem 35 anos: Zoltan Gera, médio que anda pelo Ferencváros.

 

 

Também não pode abonar muito a favor da Hungria o facto de muito se esperar de Laszlo Kleinheisler, um miúdo de 21 anos que, mesmo a jogar na terceira divisão húngara (equipa B do Videoton), é convocado para a seleção. Ou que o selecionador que guiou a equipa até ao Europeu ainda seja, em teoria, um treinador interino — foi dito ao alemão Bernd Storck, então diretor técnico da federação húngara, que seria uma solução provisória quando, em julho, substituiu Pal Dardai no cargo. O que esperar dos húngaros é uma incógnita.

 

 

 

AFP/Benoit Tessier/Reuters/Diogo Pombo/OBS/13/12/2015

 

 

 

 

 

Benjamin Netanyahu com mandado de captura em Espanha

O juiz espanhol Jose de la Mata emitiu um mandado de captura efetivo contra o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e outros seis elementos do seu atual e anteriores governos. Ou seja, se qualquer um destes homens entrar em Espanha correm será detido. Foram estas as ordens dadas quer à polícia quer à Guarda Civil do país.

 

 

De acordo com o que conta o “Latin American Herald Tribune” este mandado, que diz respeito ao massacre do grupo “Flotilha da Liberdade” em 2010, engloba, para além de Netanhayu, o antigo ministro da Defesa, Ehud Barak; o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Avigdor Lieberman; o então ministro dos Assuntos Estratégicos, e atual ministro da Defesa, Moshe Ya’alon; o antigo ministro do Interior, Eli Yishai; o então ministro sem pasta, Benny Begin; e o vice-almirante, e responsável pela operação, Maron Eliezer.

 

 

O Tribunal Nacional de Espanha abriu um processo que remete ao ataque das forças militares israelitas contra o barco “Mavi Marmara”, que transportava 500 ativistas do grupo “Flotilha da Liberdade” com ajuda humanitária e materiais de construção com a intenção de os levar à Faixa de Gaza durante o bloqueio israelita. A defesa de Israel atacou a navegação matando 10 ativistas.

 

 

Um porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Emmanuel Nachshon, já reagiu e, em declarações ao Jerusalem Post, disse “considerar uma provocação [o mandato de captura]. Estamos a trabalhar com as autoridades espanholas para cancelá-la. Esperamos que termine em breve”.

 

 

AFP/11/12/2015

 

 

 

 

Republicanos norte-americanos contra a entrada de refugiados sírios

A maioria dos candidatos republicanos à presidência dos EUA continuam a defender o fim do acolhimento de refugiados sírios, após os atentados de Paris, para evitar a infiltração de terroristas do Estado Islâmico (EI). O senador Marco Rubio declarou à cadeia de televisão ABC que “não existe nenhuma forma de verificar os antecedentes dos refugiados que chegam da Síria”, questionando: “A quem podem pedir na Síria para fazer essa verificação?”

 

 

“Em 1.000 refugiados que chegam, 999 podem ser pessoas pobres que fogem da opressão e da violência, mas um deles por ser um combatente do EI”, acrescentou Marco Rubio.

 

Republicanos norte americanos querem impedir entrada de refugiados sírios 2

Jeb Bush, outro dos candidatos às eleições primárias do Partido Republicano, considerou que os esforços da política norte-americana “devem ser concentrados na proteção dos cristãos que estão a ser massacrados” na Síria.

 

 

Outros representantes republicanos adotaram idêntica posição face aos atentados de sexta-feira, em Paris, depois de o presidente norte-americano, Barack Obama, ter anunciado, em setembro, que os EUA vão acolher 10 mil refugiados sírios até setembro de 2016.

 

Republicanos norte americanos querem impedir entrada de refugiados sírios 3

Esta decisão foi apoiada pela candidata democrata Hillary Clinton, embora ela insista na necessidade de se proceder a uma seleção dos refugiados a acolher.

 

 

A Casa Branca veio hoje esclarecer que o processo obedece a critérios restritos e que os refugiados sírios chegam a “conta-gotas” ao território norte-americano. “Nós não podemos fechar as portas a estes refugiados”, insistiu Ben Rhodes, adjunto do presidente norte-americano para a Segurança Nacional. “Fazer vir para este país gente que vem daquela região do mundo será um enorme erro”, criticou o neurocirurgião Ben Carson, candidato que segue logo atrás do milionário Donald Trump, nas sondagens da Fox News.

 

Republicanos norte americanos querem impedir entrada de refugiados sírios 4

Por seu lado, o senador ultra-conservador Ted Cruz afirmou que “é a loucura” permitir a entrada desta vaga de refugiados sírios, alertando que 77 por cento dos refugiados são jovens.

 

Republicanos norte americanos querem impedir entrada de refugiados sírios 5

Marco Rubio, Jeb Bush e o senador Lindsey Graham apelaram à França que invoque o artigo n.º 5 do Tratado da NATO, que prevê que um ataque armado contra um país membro é considerado um ataque contra todos os países da Aliança. “Espero que a França invoque esse artigo. O mundo deve assumir a guerra contra o EI”, declarou Lindsey Graham à cadeia de televisão CNN.

 

 

 

CJ GUNTHER/EPA/TPT/11/12/2015

 

 

 

 

PSD quer EUA a decidir se fica nas Lajes ou sai e paga limpeza

O PSD considera ter chegado a altura de Portugal traçar uma linha vermelha face aos EUA, sobre o futuro da base das Lajes: ou Washington fica ou sai, pagando a despoluição das áreas afetadas.

 

 

“Nesta fase, a situação é bastante mais clara: ou os norte-americanos aproveitam as infraestruturas, capacidades e potencial geoestratégico das Lajes ou então limpam o que lá deixaram, em termos de infraestruturas e de poluição”, afirmou o líder do PSD-Açores, Duarte Freitas, ouvido pelo DN a propósito da reunião bilateral entre Portugal e os EUA que decorreu ontem em Angra do Heroísmo.

 

 

Questionado sobre se essa opção pela linha dura face aos EUA se deve à mudança de governo em Portugal, Duarte Freitas foi categórico: “Não. Mas agora está concretizada a redução” da presença militar norte-americana nas Lajes e já houve perto de 400 trabalhadores a aceitarem as propostas de rescisão, salientou o dirigente do PSD, garantindo que “não há questões político-partidárias” nesse dossier.

 

 

O deputado socialista Miranda Calha parece ter uma perceção diferente. Após lembrar o facto de o ex-secretário da Defesa dos EUA Leon Panneta não ter sido recebido pelo anterior primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, quando visitou Lisboa, o antigo secretário de Estado da Defesa disse ter “confiança que, com este governo, haverá um um novo impulso no relacionamento bilateral”.

 

 

“Há um novo governo, há boas possibilidades que se possa reativar um melhor relacionamento e encaminhamento destas matérias EUA/Portugal”, referiu Miranda Calha, sublinhando ter “a expetativa de que se possa encetar um relacionamento diplomático muito mais positivo em relação ao que interessa”.

 

 

O deputado João Rebelo (CDS), outro membro da comissão de Defesa, contrapôs: “Não vou entrar na demagogia de quem era oposição na anterior legislatura e dizia que a culpa era do governo PSD/CDS… como não será deste governo se não houver alteração” nas posições de Washington.

 

 

“Foi uma decisão unilateral dos EUA em reduzir a sua presença nas Lajes e ficámos muito dependentes da alteração da [sua] vontade. Sabemos do esforço feito pelos congressistas norte-americanos de origem portuguesa para que tal não aconteça, as autoridades na anterior legislatura fizeram tudo o que era possível. Tenho a certeza que o PS vai perceber agora a dificuldade de alterar uma decisão unilateral tomada” pelos EUA, frisou João Rebelo.

 

 

PSD quer EUA a decidir se fica nas Lajes ou sai e paga limpeza 2

Segundo o social-democrata Duarte Freitas, há congressistas norte-americanos – em especial luso-descendentes – que “acham que esse é o caminho para poder pressionar” os EUA, nomeadamente levando-os a instalar o Centro Conjunto de Análise de Informações nas Lajes em vez numa base aérea de Croughton (Reino Unido). “O Governo tem de colocar isto em cima da mesa com esta simplicidade: [os EUA] ou ocupam ou limpam. Já estamos numa fase em que as coisas têm esta simplicidade”, insistiu o líder do PSD-Açores.

 

 

João Vasconcelos (BE), vice-presidente da Comissão Parlamentar de Defesa, deixou clara a oposição do Bloco à continuação da presença militar dos EUA nos Açores: “A redução norte-americana na base das Lajes não se compadece apenas com medidas de mitigação, devendo o espaço ter uma utilização unicamente civil”.

 

 

“Torna-se necessário encontrar soluções alternativas à utilização da base que possibilitem a revitalização da economia da região, da ilha Terceira e do concelho da Praia da Vitória”, prosseguiu João Vasconcelos, uma vez que “não é desejável manter uma presença militar “adormecida” por parte dos norte- -americanos e a utilização mista [civil e militar, que existe há anos] do espaço afigura-se irrealista”.

 

PSD quer EUA a decidir se fica nas Lajes ou sai e paga limpeza 3

Certo é que “são necessárias contrapartidas adequadas”, através de “medidas indemnizatórias compensatórias que tenham em conta a total e eficaz descontaminação da área em causa, assim como a criação de um plano de emergência que minimize os efeitos da redução de pessoal civil ao serviço das forças militares norte-americanas” nas Lajes, concluiu o deputado bloquista.

 

 

O deputado António Filipe (PCP) sublinhou ao DN que “qualquer decisão” de Washington “deve respeitar os direitos das pessoas e ressarcir a ilha Terceira e as populações” pelos custos financeiros, económicos e sociais de reduzir a sua presença nas Lajes.

 

 

“Não somos adeptos da presença dos EUA” nas Lajes, “mas os governos central e regional devem ter em conta que a economia e as populações devem ser defendidas da melhor forma” – e se isso envolver a continuação dos militares norte-americanos na Terceira, “não temos nenhuma contraproposta a fazer”, argumentou o também deputado da comissão de Defesa.

 

 

Angra do Heroísmo acolheu ontem a 34ª reunião da comissão bilateral permanente Portugal-EUA, dominada pelo futuro das Lajes.

 

 

Foto: João Toste/Manuel Carlos Freire/DN/11/12/2015

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Medicamento que deu Prémio Nobel da Medicina é feito em Portugal

O medicamento contra os parasitas que este ano deu o prémio Nobel da medicina a dois investigadores é fabricado para o mundo e quase na totalidade em Portugal.

 

 

Os investigadores William Campbell, norte-americano, e Satoshi Omura, japonês, recebem na quinta-feira a distinção pelas descobertas relacionadas com uma nova terapia para combater infeções provocadas por parasitas, com o medicamento Ivermectina a baixar significativamente duas doenças parasitárias. O medicamento é feito em Portugal, nos arredores de Lisboa.

 

 

“É um grande orgulho fabricarmos o produto que deu aos seus inventores o prémio Nobel” disse à Lusa o presidente da empresa Hovione Farmaciencia, Peter Villax, explicando que da sua fábrica sai todos os anos entre uma a duas toneladas de Ivermectina, que vão dar para 300 a 600 milhões de comprimidos.

 

 

A empresa fabrica o principio ativo para uma multinacional farmacêutica (Merck), que depois o transforma em compridos e os distribui gratuitamente para o mundo, especialmente a África subsaariana (também há casos na América do Sul).

 

 

São nessas duas regiões, mas especialmente em África, que existem milhões de pessoas que sofrem da chamada “cegueira dos rios” ou de “filaríase linfática”, também conhecida por “elefantíase”.

 

 

José Gil Forte, médico oftalmologista que durante vários anos esteve na Guiné-Bissau a trabalhar com doentes infetados e a ministrar Ivermectina diz que no país mais de metade da população está em risco de contrair “cegueira dos rios”, que é transmitida pela picada de um pequena mosca e que se não for tratada provoca, entre outros males, a cegueira.

 

 

“Na Guiné-Bissau é a principal causa de cegueira e em África a segunda. No norte de Moçambique e em Angola também há zonas infetadas”, disse o médico à Lusa, acrescentando que os conflitos nalguns países tornam difícil a distribuição do medicamento, que impedia muitas infeções com apenas duas tomas por ano.

 

 

“É um fármaco importantíssimo”, disse o especialista, acrescentando que salva da cegueira cerca de 30 milhões de pessoas em cada ano e não tem efeitos secundários.

 

 

Sendo o medicamento de distribuição gratuita (está na lista dos medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde) as duas doenças só não foram ainda erradicadas por dificuldades de o fazer chegar a populações afetadas, diz Peter Villax, acrescentando que ainda assim há países que estão em vias de erradicar as duas doenças, como a Colômbia, o Togo, o Equador e o Iémen.

 

 

O medicamento que deu o Nobel a dois investigadores, diz ainda Peter Villax, é tomado de forma preventiva mas também cura as pessoas afetadas pela cegueira, embora não recupere as que já estão cegas. E, garante o responsável, é possível acabar com a doença, bastando tratar todos os que são portadores “Já devia ter sido eliminada”, contrapõe José Gil Forte.

 

 

A substância que permitiu o medicamento foi identificada por Omura em 1978 mas foi o norte-americano quem a purificou. A partir de 1987 a Merck passou a distribuir o medicamento gratuitamente e dez anos depois a portuguesa Hovione começou a produzir a substância, o que faz até hoje, praticamente a totalidade nas contas de Peter Villax.

 

 

A empresa especializou-se na investigação na área da saúde e detém hoje mais de 400 patentes e tem fábricas, além de Portugal, na Irlanda, nos Estados Unidos e na China. Foi criada em 1959 por Ivan Villax, de nacionalidade húngara.

 

 

Com mais de 1.300 trabalhadores, está envolvida em meia centena de projetos de novos medicamentos e são dela, diz Peter Villax, 10 por cento dos medicamentos aprovados todos os anos pelas autoridades norte-americanas.

 

 

A cegueira do rio afeta cerca de 20 milhões de pessoas (em risco são 70 milhões) em África e a elefantíase mais 100 milhões.

 

 

 

Susana Krauss/Sapo/Notícias/10/12/2015

 

 

 

 

 

Britânicos querem proibir Donald Trump de entrar no Reino Unido

Os deputados do Reino Unido vão mesmo ter de considerar o debate e dar uma resposta escrita a uma petição que pretende proibir Donald Trump de entrar no país. Em apenas dois dias mais de 360.000 pessoas assinaram o texto.

 

 

É a reação de indignação pública de milhares de pessoas comuns às palavras do candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, na segunda-feira, a propor a proibição de entrada de muçulmanos nos EUA.

 

Em menos de nada a petição online  (“Block Donald J Trump from UK entry) (“Bloqueiem a entrada de Donald J Trump no RU”) recolheu 100.000 assinaturas, o mínimo necessário para obrigar os parlamentares a debater a questão.

 

A petição não parou por aí, ultrapassou as 300.000 e depois bloqueou por algum tempo, talvez devido ao volume de assinaturas.

 

Ao fim de quarta-feira a petição continuava a angariar apoiantes, somando 360.000 e a subir.

 

O Parlamento do Reino Unido obriga-se a considerar para debate qualquer petição que obtenha 100.000 assinaturas e a responder por escrito àquelas que obtiverem 10.000 apoiantes.

 

“O Reino Unido já baniu a entrada a muitas pessoas por discurso de ódio”, afirma a petição. “Os mesmos princípios deverão ser aplicados a qualquer pessoa que deseje entrar no Reino Unido”, acrescenta.
Para ricos e poderosos como para pobres e fracos
“Se o Reino Unido tenciona continuar a aplicar o critério “comportamento inaceitável” àqueles que desejam entrar nas suas fronteiras, este tem de ser aplicado justamente tanto a ricos como a pobres, aos fracos como aos poderosos”, sublinha ainda o texto que pretende negar ao multimilionário americano de 69 anos a possibilidade de entrar em território da Grã-Bretanha.

 

Na segunda feira, o mais polémico candidato republicano à Casa Branca apelou a um bloqueio “total e completo” à entrada de muçulmanos nos Estados Unidos “até que os representantes do nosso país percebam o que se está a passar”.

 

A proposta foi universalmente condenada. No Reino Unido, o primeiro-ministro, David Cameron, considerou que ela “divide, não ajuda e está, simplesmente, errada”.

 

Já o chanceler George Osborne reagiu à petição, dizendo que “a melhor forma de vencer tontices”, como esta proposta de Trump, “é entrar num profundo debate democrático” e não impor proibições às suas deslocações.

 

 

Mark Kauzlarich/Reuters/10/12/2015