Uma bióloga portuguesa descobriu a origem do mistério das estruturas de lama e seda

 A bióloga portuguesa Ana Sofia Reboleira descobriu que uma espécie de milpés única em Portugal tece uma complexa estrutura de lama e seda em grutas, cuja origem misteriosa os cientistas tentavam desvendar há mais de um século.

 

 

As “estranhas estruturas circulares com um pequeno orifício” eram encontradas em grutas portuguesas, mas, segundo Sofia Reboleira, “durante mais de um século ninguém sabia quem as produzia”.

 

 

Trata-se, de acordo com a cientista, de “um tipo de câmara muda completamente nova no mundo animal, produzida por uma espécie de milpés (o Lusitanipus alternans) que só existe nas grutas do centro de Portugal”, e que foi reencontrada por Sofia Reboleira em 2006, mais de um século depois de ter sido descrita.

 

 

Descobrimos que estes milpés constroem estas estruturas para mudar, um processo fisiológico no qual se libertam do exoesqueleto [cobertura do corpo] antigo emergindo com um novo exoesqueleto maior e mais flexível que permite ao animal crescer”, explicou à agência Lusa.

 

 

Aparentemente formada por lama das grutas, esta é “uma complexa estrutura arquitetónica composta por lama processada pelas peças bocais do animal e intrincada por finíssimos filamentos de seda, mil vezes mais pequenos do que um milímetro”, já que, acrescentou, “os milpés, tal como as aranhas, produzem seda através de umas fieiras que têm no extremo posterior do seu corpo”.

 

 

A investigação revelou que os milpés “demoram cinco dias” a construir a estrutura onde “permanecem mais de um mês a salvo dos predadores, até que todo o processo de muda esteja completo e possam caminhar de novo no exterior, deixando a câmara através de um pequeno orifício”.

 

 

A mudança do esqueleto é “uma altura crítica na vida do animal, que fica num estado letárgico e completamente vulnerável aos predadores”. Para a bióloga, isto evidencia a importância daquelas construções de “grande resistência”.

 

 

A descoberta decorre de uma investigação desenvolvida no Museu de História Natural da Dinamarca, parte da Universidade de Copenhaga e publicada na quinta-feira na revista científica Arthropod Struture and Development.

 

 

Tivemos mais de 30 indivíduos em laboratório durante um ano, com condições de temperatura controlada e em obscuridade total, tal como nas grutas, que foram observados regularmente”, o que permitiu verificar pela primeira vez “numa ordem inteira de milpés como ocorre a muda de um juvenil para um indivíduo adulto, estudando em detalhe este processo e a formação das estruturas”.

 

 

A investigação é resultado de um projeto liderado pela cientista portuguesa e financiado pelo Conselho Dinamarquês para a Investigação Independente e conta com a colaboração do professor Henrik Enghoff, da mesma instituição.

 

 

O objetivo era estudar a transmissão de fungos que só crescem naqueles animais, mas acabou por resultar numa “descoberta notável”, quando ainda “são raríssimos os estudos sobre o comportamento e o desenvolvimento dos invertebrados que habitam o meio subterrâneo”, ressalvou.

 

 

Isto porque “é muito difícil reproduzir as condições naturais em laboratório”, tal como “é difícil observá-los de forma sistemática no seu habitat”, acrescentou a bióloga.

 

 

No seu entender, as características biológicas, ecológicas e sobretudo a distribuição geográfica confinada às cavernas do centro de Portugal “são de tal forma relevantes que ditam a urgência da criação de medidas de proteção para esta espécie em si e para os habitats subterrâneos em geral”.

 

 

Nos últimos anos a investigadora foi responsável pela descoberta e descrição de 28 novas espécies para a ciência de grutas em Portugal, “um património nacional único que, ao contrário de outros países europeus, se encontra completamente desprotegido”.

 

 

Os milpés, conhecidos em Portugal como ‘maria-café’, pertencem à classe dos invertebrados e têm corpos cilíndricos e muitas patas, fazendo por vezes lembrar, à primeira vista, as centopeias.

 

 

TPT com: AFP/Reuters/Lusa/ NATURAL HISTORY MUSEUM DENMARK/ 8 de Maio de 2016

 

 

 

 

 

Militares reformados dos EUA consideram Trump incapaz de dirigir as Forças Armadas

Um grupo de oficiais reformados publicou uma declaração repudiando as afirmações de Donald Trump contra as Convenções de Genebra. Se o candidato à investidura republicana chegar à Casa Branca, dizem, não terá condições para exercer a função de chefe supremo das Forças Armadas.

 

 

Um denominador comum a vários subscritores do documento é o de apontarem Trump como um fanfarrão que nunca se viu confrontado com nenhuma guerra autêntica e por isso fala levianamente sobre temas militares. Nesse sentido, os oficiais que agora vieram a terreiro, situam Donald Trump na tradição dos “falcões-galinha” – políticos como George W. Bush ou Dick Cheney, sempre lestos a mandar tropas para a guerra, porque sempre tinham fugido a fazer as guerras do seu tempo – antes de mais a do Vietname, à qual conseguiram escapar com as mais variadas artimanhas burocráticas.

 

Steve Kleinman, coronel na reserva da Força Aérea e um dos subscritores da declaração, afirma, segundo citação do diário britânico Guardian, que “Donald Trump não conseguirá de modo algum entender [Genebra] porque não tem nem a experiência, nem a competência, nem a bússola moral para entender”.

 

Kleinman, que foi também um interrogador de prisioneiros, referiu-se às afirmações de Trump a favor da tortura sublinhando que as Convenções de Genebra “são uma construção moral e táctica fundamental que serve como fundamento para a lei do conflito armado, porque todas as guerras chegam ao fim, incluindo a guerra global contra o terror. Nós, como comunidade de nações, temos de lidar uns com os outros e não ficar separados pelo tratamento horrível, imoral, de um lado contra o outro”.

 

 

Paul Yingling, um coronel reformado do Exército, foi vice-comandante do regimento de Cavalaria que retomou a cidade iraquiana de Tall Afar, que tinha caído nas mãos dos insurrectos, mas já nessa altura tinha sobressaído pelas suas críticas a oficiais generais que conduziam a ocupação do Iraque.

 

Também ele lembrou que “os militares americanos, homens e mulheres, juram apoiar e defender a Constituição, incluindo as nossas obrigações de aderir a tratados sobre o tratamento dos não-combatentes”. E acrescentou que “prisioneiros de guerra e membros das famílias de suspeitos de terrorismo são não-combatentes. Torturar e assassinar não-combatentes são as acções de criminosos e cobardes. Os homens e mulheres das Forças Armadas dos EUA não são uma coisa nem outra”.

 

Segundo Yingling, “a convicção de que a tortura resulta está baseada em programas da televisão americana. Como um veterano de cinco missões de combate e um antigo instrutor de contra-terrorismo, a minha experiência limita-se à realidade”.

 

Christopher Harmer, um antigo piloto da Marinha, comentou: “Ao preconizar o assassínio de mulheres e crianças cujo único crime é o de pertencerem à família de terroristas, ao falar em bombardeamentos massivos de grandes faixas do Médio Oriente, ao opinar que o Japão, a Coreia do Sul e a Arábia Saudita deviam obter armas nucleares, Donald Trump emerge exactamente como o que é: uma vedeta de reality TV, que não tem a menor ideia sobre como funciona na prática a segurança dos EUA”.

 

Considerando que Trump está “monumentalmente impreparado” para o exercício das suas funções, Harmer afirmou ainda que “a sua candidatura é apenas um factor de embaraço para os Estados Unidos; se ele viesse realmente a tornar-se presidente, faria estragos imensos nas nossas relações estratégicas com os nossos aliados”.

 

 

TPT com: Mark Kauzlarich, Reuters/WP/RPT/AEP/ 8 de Maio de 2016

 

 

 

 

Cientistas descobrem três planetas parecidos com a Terra que poderão ser habitáveis

Os investigadores da Universidade de Liège (Bélgica) e do MIT de Boston (Estados Unidos) acabam de anunciar a descoberta dos três planetas com maior potencial para albergar vida extraterrestre na Via Láctea alguma vez encontrados na história da astronomia. Os corpos celestes que ainda não têm nome – são chamados pelos cientistas como TRAPPIST-1, TRAPPIST-1b e TRAPPIST-1c – orbitam uma estrela a 40 anos-luz da Terra, têm tamanhos semelhantes à Terra e ficam na posição relativa da constelação de Aquário.

 

 

Os planetas, observados pela primeira vez através de um telescópio localizado no Chile, têm condições extremamente parecidas com as da Terra. A distância à estrela que orbitam – também ela uma estrela anã, a mesma categoria a que o Sol pertence – permite-lhes ter condições de temperatura e exposição à radiação idênticas às do nosso planeta. Mas nem tudo é semelhante: a estrela é uma estrela anã ultrafria, tão pequena que não pode ser observada a olho nu. É pouco maior que Júpiter.

 

 

É a primeira vez que se encontra um sistema planetário em redor de um corpo com estas características (15% das estrelas da Via Láctea são anãs ultra frias). Normalmente, os exoplanetas descobertos pelos cientistas são sempre demasiado pequenos e acabam por ser ofuscados pela luz da estrela que orbitam, impedindo o seu estudo à distância. E é precisamente o estudo da atmosfera destes planetas que vai comprovar se eles são ou não habitáveis, porque dará informações sobre a estrela que orbitam, explica à Nature Michaël Gillon, um investigador envolvido na descoberta. No período de translação de um planeta à volta de uma estrela, a atmosfera bloqueia parte da luz que chega à superfície. Esse efeito depende da natureza da atmosfera: estudá-la de acordo com vários longitudes de onda vai permitir saber qual é a sua composição.

 

 

Ora, quanto mais pequena for a estrela em causa, maior a fração que a atmosfera do planeta consegue cobrir quando passa “à frente” dela. Além disso, o facto de a estrela ser pequena garante que o período de translação dos planetas também é menor. Sendo assim, os planetas em causa passarão mais vezes entre a Terra e a dita estrela, permitindo aos cientistas estudá-los com maior precisão. Se for detetada a presença de metano, ozono ou dióxido de carbono nas atmosferas do planetas, então eles poderão albergar vida. Mas esses são dados que os cientistas ainda não têm.

 

 

Dois dos planetas encontrados neste sistema estão muito perto da estrela que orbitam: um deles fica a 1,1% da distância entre a Terra e o Sol, enquanto outro fica a apenas 1,5%. Isto indica que esses dois planetas mais próximos da estrela poderão receber duas a quatro vezes mais radiação do que o nosso planeta recebe do Sol e isso significa que serão quentes demais para que um ser humano pudesse viver lá: é praticamente impossível que houvesse água em estado líquido na superfície.

 

 

Mas há um pormenor que os cientistas estão a levar em conta: estes planetas têm sempre a mesma face virada para o Sol. A outra face pode mesmo assim ser habitável e ter a temperatura certa para que exista água. É no terceiro planeta que estão as esperanças dos investigadores. Esse planeta recebe pouco menos da radiação que a Terra recebe do Sol, por isso pode mesmo ter água líquida na superfície.

 

 

TPT com: AFP/Reuters/Marta Leite Ferreira/Obs//8 de Maio de 2016

 

 

 

 

As mulheres de políticos que dividem o Brasil. Uma é recatada a outra não

O Brasil é presidido por uma mulher. Mas na última semana o país foi confrontado com dois tradicionais estereótipos femininos: a potencial nova primeira dama, casta e reservada, e a mulher do ministro do Turismo, Miss Bumbum 2013.

 

 

A Câmara dos Deputados em Brasília tinha acabado de votar maioritariamente pelo afastamento da Presidente Dilma Rousseff  quando o Brasil teve uma previsão da sua potencial nova primeira dama. Num artigo curto mas polémico, a revista semanal Veja traçou o perfil de Marcela Temer, a jovem mulher do não tão jovem vice-presidente Michel Temer, escalado para substituir Dilma na Presidência assim que o impeachment for votado pelo Senado, o que deverá ocorrer no próximo dia 11 de Maio.

 

 

Sob o título “Bela, recatada e do lar”, o artigo enaltecia um modelo feminino tradicional: a mulher casta (o vice-presidente foi o seu primeiro namorado) e reservada, cujos dias consistem em cuidar da casa e levar o filho à escola, e que vive na sombra do marido. A loira Marcela Temer, 32 anos, ou 43 anos mais nova do que o marido, é descrita pela Veja como “uma mulher de sorte”.

 

 

Nos dias seguintes, as redes sociais reagiram ao artigo com furor e ironia. Muitas mulheres – e homens – publicaram fotos suas no Facebook e no Instagram em poses mais ou menos atrevidas com o hashtag#belarecatadaedolar. Liliana Maiques, uma advogada de 42 anos, e quatro outras mulheres ligadas ao activismo feminista, decidiram criar um acto de protesto no centro do Rio de Janeiro a que chamaram, ironicamente, “Belas, Recatadas e do Lar”.

 

 

“A gente ficou muito indignada com a matéria da Veja sobre a esposa do vice-presidente. É uma matéria misógina, que quer recolocar a mulher no espaço privado, que é o lar, desprezando toda a mulher que não cabe nesse modelo”, disse Liliane na quarta-feira à tarde, durante a manifestação que juntou algumas centenas de mulheres de várias gerações. Em coro, percorrendo as ruas do centro do Rio, as mulheres gritaram slogans como “Nem recatada e nem do lar, eu estou na rua para lutar” ou “Se cuida seu machista, a América Latina vai ser toda feminista”.

 

 

Isabel Cristina Firmino, 51, técnica de enfermagem no Hospital Universitário António Pedro, viu as suas amigas deixarem a manifestação mais cedo – para cuidar dos filhos ou das famílias – mas continuou, levantando um cartaz bem acima da cabeça. Quando terminasse ali, ainda teria duas horas de comboio pela frente até chegar a casa. “Estou lutando contra a opressão. Sou mãe, sou negra, sou lésbica – tenho tudo para ser oprimida”, resumiu, num sorriso. O artigo da Veja, “uma revista que representa a elite do país”, é “uma afronta a nós mulheres trabalhadoras, batalhadoras”, disse. “Muitas de nós temos de criar as nossas famílias sozinhas, temos jornada dupla, jornada tripla [extensão de horas de trabalho por causa das tarefas domésticas]. Nós somos lutadoras, cara. Bela, para a gente, é a mulher que luta. A maioria das pessoas que estão aqui é isso.”

 

 

Jovens seguravam cartazes que diziam “Lugar da mulher é onde ela quiser”, o que poderia soar como uma reivindicação arcaica num país que elegeu uma mulher Presidente. O perfil de Marcela Temer na Veja não foi o único modelo feminino que emergiu de Brasília nos últimos dias. Na terça-feira, o Brasil conheceu a mulher do novo ministro do Turismo, vencedora do concurso Miss Bumbum em Miami em 2013. Voluptuosa e decotada, Milena Santos posou no novo gabinete do marido e publicou as fotografias no seu Facebook, descrevendo-se como a “primeira dama do Turismo”. As redes sociais e a imprensa também partilharam fotos de Milena Santos, feitas para o concurso Miss Bumbum, em que aparece quase nua posando frente ao Congresso Nacional, com uma faixa presidencial sobre o corpo.

 

 

Muitos dos críticos apontaram que a vulgaridade das fotos reforçava a percepção do Brasil como um destino de turismo sexual. Os sectores da direita ergueram Milena Santos a símbolo da mulher do PT [Partido dos Trabalhadores, à frente do Governo], por contraponto à “bela, recatada e do lar” Marcela Temer. Algumas mulheres lembraram que quem tinha criticado o perfil da revista Veja só podia defender Milena Santos, uma mulher que fez o que quis com o seu corpo. “Nós não somos moralistas. Mas a gente é contra a objectificação do corpo da mulher”, diz Liliana Maiques. “Se uma mulher quiser ser recatada e do lar, ela pode ser. A gente não é contra. A gente é contra uma revista dizer que essa mulher é que é boa. Porque está dizendo que todas as outras que não se enquadram nesse padrão não prestam. Daí que o nosso slogan aqui seja: ‘Lugar de mulher é onde ela quiser’. Inclusive nua, com uma faixa presidencial, se ela quiser.”

 

 

“Muitas pessoas criticaram dizendo que o Congresso não era o lugar para fazer aquelas fotos. Mas é um contrassenso: lá dentro é roubalheira, corrupção, todo o tipo de crime. As pessoas não têm o direito de santificar aquele lugar”, diz Isabel Firmino.

 

 

Há poucos meses o Brasil vivia o que chamou de “Primavera das Mulheres”, um movimento feminista que se impôs nas ruas e na Internet, chamando os machistas pelos seus nomes. Um dos mais expressivos e memoráveis protestos contra Eduardo Cunha, o mega-vilão da classe política brasileira, foi realizado por mulheres, em Novembro de 2015, por causa de um projecto-lei da autoria do Presidente da Câmara dos Deputados, o PL 659, que pretende penalizar e restringir ainda mais uma lei do aborto que já é severa e punitiva.

 

 

Mas Cunha não é mais alvo exclusivo do repúdio feminista. O deputado Jair Bolsonaro e o candidato favorito às eleições municipais de Outubro no Rio, Pedro Paulo, também foram incluídos nos protestos de quarta-feira. Bolsonaro, um evangélico ultra-conservador, foi o deputado que dedicou o seu voto a favor do impeachment de Dilma Rousseff ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos mais temidos torturadores da ditadura militar brasileira, que Dilma Rousseff conheceu quando esteve presa por causa das suas actividades de resistência. Na sua declaração, Bolsonaro descreveu Ustra como “o pavor de Dilma”. “Era um torturador que tinha técnicas específicas voltadas para as mulheres: introdução de ratos nas vaginas, violações, participação dos filhos pequenos nas sessões de tortura”, conta Liliana Maiques.

 

 

Quanto a Pedro Paulo, que também votou a favor do impeachment, é comum ver o seu nome em graffiti nos muros do Rio: “Pedro Paulo bate em mulher”. O candidato a presidente da Câmara do Rio agrediu a ex-mulher duas vezes, mas desvalorizou os episódios – e mantém-se na corrida eleitoral. “A nossa intenção é infernizar a vida dele”, diz Liliana.

 

 

TPT com: AFP/EVARISTO SA/ Kathleen Gomes/Pub// 8 de Maio de 2016

 

 

 

 

Há no mar Mediterrâneo uma ilha de contrastes naturais e com natureza intocada

Situada no coração do Mediterrâneo, com uma área muito próxima da do Alentejo, a Sardenha é uma terra suavemente montanhosa, sem grandes picos e com muito mar azul-esverdeado. A densidade populacional é baixa e não é raro fazer-se vários quilómetros na paisagem com a sensação de sermos os únicos seres humanos naquela terra.

 

 

Grandes são as áreas encontradas em estado natural, quase virgens: exuberantes florestas milenares, desertos rochosos ou zonas pantanosas são o habitat para uma fauna específica feita de gamos, cavalos selvagens e aves de rapina. Esta ilha italiana encerra um dos segredos mais bem guardados no que respeita à qualidade de vida – qual fonte da juventude eterna num mar que une as margens de três continentes. Um estudo recente, das Universidades de Cagliari e da Southampton Solent University, concluiu que os sardos gozam de melhor saúde psicológica e são menos propensos à depressão e ao strees do que os seus pares que vivem no Sul de Itália continental.

 

 

Mundialmente reconhecida, depois de uma reportagem publicada na década de 2000 pela revista norte-americana National Geographic, a comunidade de centenários da Sardenha é, juntamente com os congéneres de Loma Linda, na Califórnia, e os habitantes das ilhas de Okinawa, no Japão, uma das três comunidades com maior número de centenários em todo o mundo. Ancorada em tradições comunitárias, alimentação mediterrânica e atividade física regular, a população sarda recolhe os benefícios de uma morfologia e geografia únicas na Europa. Fale com eles, e peça-lhes que lhe expliquem os segredos do queijo de cabra, do vinho tinto e da agricultura de subsistência. Talvez até desvendem os segredos trazidos pelo vento Siroco.

 

 

Para isso tem de viajar até Cagliari, a capital regional, e instalar-se confortavelmente num dos hotéis da cidade se não preferir partir imediatamente para uma aldeia histórica ou para o ar puro da montanha. De qualquer forma, não precisa de planear muito, porque esteja na cidade ou na aldeia irá ter cobertura da rede Vodafone  para fazer telefonemas e aceder a dados, em qualquer lugar, sem precisar de se preocupar com as taxas de roaming.

 

Há no mar Mediterrâneo uma ilha de contrastes naturais e natureza intocada 2

Basta subscrever o tarifário Vodafone RED, que eliminou as tarifas deroaming nos países da União Europeia, para ficar sempre ligado e mais perto de Portugal enquanto viaja. Seja na cidade, seja na aldeia, irá ter uma cobertura de rede da Vodafone que lhe permite fazer telefonemas e aceder a dados em qualquer lugar sem a preocupação com as taxas de roaming. Com o fim destas tarifas em todos os países membros da União Europeia, os subscritores dos tarifários Vodafone estão mais perto de Portugal enquanto viajam, mas estão também garantidamente sempre ligados. Assim, é muito mais simples dar largas ao seu espírito de aventura e perder-se, encontrar-se e perder-se de novo nesta ilha montanhosa do Mediterrâneo.

 

 

Passear entre as serras, os planaltos e as praias da Sardenha na primavera é garantia de paisagens floridas e, para quem sentir nostalgia do burburinho urbano, as noites animadas e a qualidade gastronómica dos restaurantes não deixarão nem o mais exigente gourmet insatisfeito. Escute, pois, os conselhos dos centenários locais, e certamente irá ouvir falar de algumas das preciosidades que se seguem.

 

 

A Cala Mariolu é uma das praias mais spattacolari. Formada por pequenos seixos brancos, fica na costa leste da Sardenha, no Parque Nacional do Golfo de Orosei e del Gennargentu. Na mesma zona, a sul do Golfo de Orosei, encontra-se o Cala Goloritzé, um imponente monumento natural. Este marco geológico foi formado por um deslizamento de terras, em 1962, e tornou-se famoso pelo seu cume de 143 metros.

 

 

Terra adentro, passadas as encostas a caírem a pique sobre o mar, pode explorar a região de Gennargentu, o maior sistema montanhoso da Sardenha. Aqui, encontra paisagens cuja aura é tão ou mais brilhante que as maiores obras de arte que já viu em algum museu. Flora e fauna complementam-se e, se a paciência de um observador lhe assistir, poderá ver cabras selvagens, águias douradas, veados e outras espécies há muito extintas nas terras vizinhas.

 

 

No coração do Gennargentu, pode optar por fazer diferentes atividades, como caminhadas e excursões a sítios arqueológicos e até mesmo esquiar nas encostas do Bruncu Spina, um dos picos mais altos, com os seus 1829, ou o Monte Spada, que abriga estações de esqui e uma ampla oferta de restauração. Já imaginou se a Serra da Estrela estivesse no meio do mar? Pois, seria assim mesmo.
Experimente por isso contar a sua aventura, teste a cobertura de rede Vodafone e telefone para os amigos a partir de uma montanha, no meio do Mediterrâneo. Já sabe que a sua chamada está livre de taxas deroaming. Nas imediações, encontra-se a Gola di su Gorropu que, de acordo com os sardos, encerra o espírito selvagem da ilha.

 

 

Visitar pelo menos uma vez na vida o desfiladeiro de Su Gorropu (Garganta de Gorropu) é obrigatório. Está localizada entre os municípios de Orgosolo e Urzulei e, com seus mais de 500 metros de altura e uma largura que varia entre algumas dezenas e 4 metros, é considerado um dos mais profundos desfiladeiros da Europa. É possível alcançá-lo ao cabo de uma caminhada de três horas ao longo do trilho de Sedda ar Baccas.

 

Há no mar Mediterrâneo uma ilha de contrastes naturais e natureza intocada 3

Mais a norte, a caminho do Parque Nacional da Madalena, encontra-se Chia. Esta baía (que em italiano se diz Chia) situa-se no Golfo Aranci e é uma sucessão de praias e dunas. Entre as mais belas, destacam-se Giudeu e Cala Cipolla. E depois há toda a Costa Smeralda, que é um território que se tornou sinónimo de alta sociedade e tem como epicentro Porto Cervo. Integra parte da costa nordeste da ilha e é caracterizada por enseadas, pequenas praias e ilhas. Entre elas, a ilha da Maddalena é um destino popular para velejadores e mergulhadores, devido à beleza natural subaquática. A segunda ilha do arquipélago é Caprera e está repleta de pastagens e florestas de pinheiros. Abriga os lugares onde viveu uma das figuras da unificação nacional italiana, Giuseppe Garibaldi, que morreu, aos 74 anos, em 1882, nesta ilha. É possível visitar a sua casa, agora convertida em museu, num rico testemunho da vida do «herói de dois mundos» e partir matagal mediterrânico adentro, onde vários percursos pedestres estão sinalizados.

 

 

Se optar por um cruzeiro de Caprera ao Bocche di Bonifacio, irá ficar impressionado com a beleza da ilha Budelli, onde pode contemplar o mar. As praias de areais rosa são um ex-líbris da ilha, e provêm dos corais coloridos e das conchas singulares que despontam na zona de entre-marés.

 

 

Outro Parque Nacional digno de visita encontra-se na costa oposta da ilha, no extremo Noroeste, e ganha o nome da ilha que o acolhe: Asinara. As regras do parque são rigorosas, mas ainda pode desfrutar de uma variedade de atividades como caminhadas ao longo das rotas temáticas, ciclismo, equitação com cavalos nascidos e criados na ilha, passeios de barco à vela e mergulho. A contrastar com esta extensão impoluta e desumanizada está um dos destinos turísticos mais famosos da Sardenha: Stintino.

 

 

Esta vila combina o charme de uma aldeia piscatória com hotéis de luxo movimentados e cosmopolitas. Parecendo ter nascido do pincel de um artista, lembra muitos dos portos italianos continentais, pela beleza natural e de construção arquitetónica tradicional que soube harmoniosamente trazer o luxo com simplicidade a quem aqui vive ou está apenas de passagem. O casario branco contrasta com o azul do mar numa imagem de postal mediterrânico, mas vivo. Ofereça-se diversão: golfe, caminhadas, mergulho, passeios de bicicleta ou a cavalo. Outra das referências obrigatórias junto a Stintino é a praia de La Pelosa onde se eleva a torre homónima. A Torre Pelosa ostenta uma arquitetura aragonesa do século XVI e é uma das mais antigas torres de vigia da Sardenha.

 

 

A estrada costeira rumo a sudoeste, que vai de Alghero a Bosa, é ideal para quem viaje de carro, e um dos trechos mais apetecíveis da província de Alghero, pois oferece uma paisagem multifacetada: belas falésias com vista para o mar, natureza intocada e paisagens de cortar a respiração. Rumo a Sul, na região de Oristano, irá encontrar um dos sítios arqueológicos mais emblemáticos da ilha. Trata-se do complexo romano de Tharros, cujas ruínas, apesar de não serem muito espetaculares, oferecem um magnífico terraço num promontório aberto para um panorama marítimo de exceção.

 

 

Mais para sul e rumo ao centro da ilha, a riqueza assume-se também pelo património histórico. A cultura nurágica emerge entre 1700 e o século II º a.C. e deixou como legado monumentos únicos no mundo, feitos de grandes blocos de pedra, desenvolvidos em torno de uma torre central, que transmitem uma sensação de estabilidade e grandeza. São os nuragos. Estes sítios arqueológicos podem ser visitados, muitos dele sem marcação prévia. Entre eles, destaca-se o conjunto de aldeias nurágicas de Barumini, na província de Medio Campidano, classificados porPatrimónio Mundial da UNESCO.

 

 

Ao viajar por estas terras percebe-se como a ilha soube combinar mar, natureza, folclore, misticismo e até o exotismo dos misteriosos túmulos de gigantes ou das Domus de Janas (casas de bruxas) de Sulcis Iglesiente, antigas sepulturas escavadas na rocha que despontam na região. Estas torres de pedra são os monumentos megalíticos mais importantes em termos de tamanho e mais bem preservados da Europa. Su Nuraxi Barumini, na província de Medio Campidano, é um dos exemplares mais representativos. Foi declarado Património Mundial pela UNESCO.

 

 

Para terminar este périplo que poderia ser sugestão de um centenário sardo, não deixemos de voltar ao ponto de partida, e à capital regional da Sardenha, numa baía protegida e aberta ao sul. Na região de Cagliari, os ornitólogos ou simples apreciadores da fauna no seu ambiente natural não devem perder a oportunidade de admirar as numerosas colónias de flamingos da lagoa local. Mas é também aqui que se concentra a vida urbana da Sardenha, só que esta descoberta terá de ficar para outra visita. Por agora, que tal dar uma olhadela às fotografias que tem no seusmartphone para depois as enviar aos seus amigos e familiares, antes mesmo de regressar?

Já sabe, acabaram-se as taxas de roaming da Vodafone, também na Sardenha. Aproveite!

 

 

TPT com: Carolina Correia/Observador// 8 de Maio de 2016

 

 

 

 

Al-Falih substitui o histórico ministro do petróleo da Arábia Saudita

Al-Naimi foi ministro do petróleo do maior produtor do mundo durante mais de 20 anos. Vai ser substituído pelo presidente da Saudi Aramco mas não se esperam alterações de política da Arábia Saudita.

 

 

Assumiu a pasta do petróleo do Governo saudita em 1995 e sai num dos momentos mas difíceis para aquele que é o maior produtor de petróleo do mundo.

 

 

No âmbito de remodelação governamental, a Arábia Saudita anunciou que Ali Al-Naimi (na foto) vai ser substituído por Khalid Al-Falih, que é o presidente do conselho de administração da Saudi Aramco, a petrolífera estatal.

 

 

Quem segue o mercado petrolífero de perto há muito que está habituado a ouvir as declarações de Al-Naimi, que fazia mexer as cotações da matéria-prima como poucos.

 

 

Mas a saída de Al-Naimi não representa uma grande surpresa, já que o ex-ministro teria há muito pedido para deixar o cargo. Contudo, causa estranheza o “timing”, já que a saída de Al-Naimi acaba por ser pouco digna (no meio de uma remodelação do Governo) e porque está agendada para Junho uma importante reunião da OPEP.

 

 

Diz o Financial Times que a saída de Al-Naimi surge numa altura de maior oposição do ministro com o príncipe Mohammed bin Salman, que também vê os seus poderes reforçados com esta remodelação.

 

 

Foi precisamente o filho do rei saudita que delineou um plano para reduzir a dependência do reino do petróleo no espaço de 15 anos e e que passa, entre outras medidas, pela privatização da petrolífera estatal Saudi Aramco, que tem uma avaliação de 2 biliões de dólares.

 

 

A influência do príncipe Mohammed bin Salman no mercado petrolífero da Arábia Saudita tem crescido nos últimos meses, retirando margem ao todo poderoso Al-Naimi. Um exemplo foi a intervenção de última hora do príncipe que cancelou o plano para o congelamento da produção de petróleo por parte dos maiores produtores do mundo.

 

 

“O que aconteceu em Doha [onde decorreu a última reunião da OPEP] foi um claro sinal que já não era Al-Naimi a tomar as decisões importantes”, comentou ao Financial Times um especialista do sector.

 

 

Al-Naimi sempre foi um defensor de equilíbrio entre a procura e oferta de petróleo, uma situação que não se verifica nesta altura, pois a Arábia Saudita e outros membros da OPEP recusam baixar a produção com o objectivo de eliminar os novos produtores da matéria-prima, sobretudo nos Estados Unidos. Uma política que tem resultado numa queda nos preços do petróleo, já que a oferta é nesta altura superior à procura.

 

 

Agora o novo homem-forte do petróleo saudita é Khalid Al-Falih, que lidera a Saudi Aramco, empresa estatal onde trabalha há mais de 30 anos. Não é só o ministro que muda, já que o nome da pasta também foi alterado, passando para ministério da Energia, Indústria e Recursos Minerais.

 

 

Ainda assim, segundo nota a Bloomberg, não são de esperar grandes alterações na política da Arábia Saudita no mercado petrolífero, já que o reino tem mostrado poucas preocupações com a baixa cotação da matéria-prima. No início deste ano Al-Falih garantia que a Aramco poderia lidar com os baixos preços do petróleo “durante muito, muito tempo”.

 

 

Contudo, a baixa nas cotações do petróleo obrigou a Arábia Saudita a tomar medidas pouco habituais, como o aumento de impostos sobre os combustíveis e cortes na despesa pública. O défice orçamental do ano passado terá sido o mais elevado desde 1991 e o FMI estima que o PIB da Arábia Saudita cresça apenas 1,2% este ano (ritmo mais baixo desde 2002).

 

 

TPT com: Lisi Niesner//Bloomberg/Financial Times//Nuno Carregueiro//Jornal de Negócios/ 7 de Maio de 2016

 

 

 

 

 

 

A polémica sobre as opções na construção do Túnel do Marão continua a dividir PS e PSD

Oito anos, cinco governos, três primeiros-ministros, 398 milhões de euros e quase 6 quilómetros de túnel depois, o Túnel do Marão foi inaugurado este sábado. Para trás ficam acusações entre socialistas e sociais-democratas sobre o financiamento do projeto e a forma de realização da obra — como concessão ou empreitada. Uma polémica que culmina na inauguração, com um encontro entre Sócrates, que propôs e lançou esta obra, e António Costa, líder do executivo que a foi inaugurar, sem Passos Coelho, que a apanhou em fase crítica.

 

 

O Túnel do Marão, assim como outros acessos no interior do país, foi uma promessa de campanha de José Sócrates, se bem que o projeto já tinha sido defendido por Durão Barroso quando liderou o governo entre 2002 e junho de 2004.

 

 

Já depois de ganhar as eleições de 2005, quando o então primeiro-ministro anunciou os novos acessos àquela região, um grupo de autarcas foi recebê-lo dizendo que “estavam todos a ser enganados” e que “nada seria construído”. José Sócrates, conhecido pelos seus acessos de fúria, terá ficado incomodado com aquela receção, fazendo com que a viagem de Bragança a Lisboa não tivesse sido fácil para quem o acompanhou. Agora, volta ao Túnel do Marão, oito anos depois de ter assinado o contrato de adjudicação da concessão da obra.

 

A polémica sobre as opções na construção do Túnel do Marão continua a dividir PS e PSD 2

No entanto, o tema nunca caiu no esquecimento. Com a paragem das obras na transição do Governo socialista para o Governo de Passos Coelho e com uma Comissão de Inquérito às Parcerias Público Privadas (PPP) na Assembleia da República, o Túnel do Marão, pela sua envergadura, mas também pelo que significava para os dois governos serviu de arma de arremesso entre PS e PSD.

 

 

De um lado, Paulo de Campos, ex-secretário de Estado das Obras Públicas de José Sócrates, considera que “os interesses financeiros dos bancos” se sobrepuseram ao interesse do Estado, segundo referiu ao Observador, enquanto Pedro Passos Coelho insistiu em declarações à Lusa esta semana que, “apesar dos inconvenientes resultantes do atraso na conclusão da obra”, poupou “cerca de mil milhões de euros ao erário público“.

 

 

Entre o início das obras em 2009 e 2016, a empreitada esteve parada cerca de quatro anos, distribuídos por diferentes períodos. Começou por ser atribuída ao consórcio Auto-Estradas do Marão, liderado pela Somague, num contrato de concessão que previa a construção e exploração desta empresa durante os 30 anos seguintes à conclusão da obra — que se estimava que estivesse pronto a 1 de fevereiro de 2012.

 

 

Segundo Paulo Campos, o acordo com este consórcio era de “chave na mão” e o projeto iria custa 341 milhões de euros. Este foi o último grande contrato firmado antes da queda do Lehman Brothers (setembro de 2008) e o projeto conseguiu financiar-se com um spread muito baixo“, afirma o antigo governante socialista, indicando que a taxa de juro ficaria entre 0,7% e 1%. O empréstimo foi contraído junto do Banco Europeu de Investimento (42,5%), Caixa Geral de Depósitos (9,5%), Royal Bank of Scotland (9,5%), Bank of Scotland (9,5%), La Caixa (9,5%), Fortis (9,5%) e West LB (9,5%).

 

 

Uma sucessão de crises no Marão

 

Mas mesmo antes da crise dos mercados financeiros ter impacto no financiamento do Estado e dos bancos portugueses, começaram os problemas. Logo em 2009, a Águas do Marão interpôs uma providência cautelar contra a continuação da obra, alegando que esta poderia afetar a qualidade da água extraída daquela formação montanhosa. Conseguiu pará-la durante alguns meses. Esta empresa voltaria a fazer parar a obra algum tempo mais tarde, novamente durante alguns meses. A obra seria retomada em pleno no final de 2010, mas a data de fim da execução já tinha derrapado para outubro de 2012.

 

 

Nesta fase, Paulo Campos alega que o financiamento ao consórcio Auto-Estradas do Marão começou a ser pressionado pelos bancos, tendo em vista a subida da taxa de juro dos contratos. “Começaram a ser pedidos aumentos das taxas de juro e tenho e-mails de Sérgio Monteiro, que estava na Caixa Geral de Depósitos (Caixa BI) e depois se tornou secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, a dizer que só prosseguia se houvesse revisão das taxas, mas o Governo sempre resistiu“, afirmou Paulo Campos ao Observador.

 

 

Fonte do Governo de Passos Coelho disse ao Observador que é “incompreensível” e uma “vergonha” que se use o estatuto de técnico de Sérgio Monteiro na altura para justificar “o falhanço do Governo de Sócrates”.

 

A polémica sobre as opções na construção do Túnel do Marão continua a dividir PS e PSD 3

Com o acelerar da crise em Portugal e a chamada da troika, o Túnel do Marão ficaria perdido entre problemas mais urgentes. No entanto, e sem financiamento para continuar, o consórcio suspendeu a obra em junho de 2011, durante 90 dias alegando “problemas financeiros”. Paulo Campos insiste que foi o Governo de Passos Coelho que “atirou a toalha ao chão e enfiou o acordo no saco. Custou-me muito que os interesses financeiros dos bancos tenham custado um atraso de quase 1.300 dias na obra e que mais de 100 empresas fossem afetadas neste processo”, afirma o antigo secretário de Estado socialista.

 

 

Mas Sérgio Monteiro disse na Assembleia da República, em abril de 2013, que o financiamento já tinha terminado antes disso. “O financiamento não parou com este Governo. Estava parado desde fevereiro de 2010, declarou Sérgio Monteiro, indicando que Paulo Campos tinha também responsabilidade. “O senhor deputado não teve condições para conseguir que os bancos financiassem da mesma forma que eu não consegui”, acrescentou.

 

 

O relatório da Comissão de Inquérito às PPP — pedida pelo PSD, e que olhou para todas as parcerias público-privadas contratadas por José Sócrates entre 2012 e 2013 –, concluiu que “a utilização massiva de PPP em Portugal como forma de financiamento do Estado desvirtuou o seu objetivo fundamental: reduzir custos para o Estado e melhor satisfazer as necessidades públicas”. Uma conclusão que também encaixa na obra do Túnel do Marão.

 

 

Uma solução insólita para a finalização do túnel

 

“Temos uma montanha que divide dois distritos com um buraco no meio. Havia a necessidade de recuperar o investimento e, para isso, era preciso acabar a obra”, esclareceu fonte do anterior Governo ao Observador. A solução encontrada por Sérgio Monteiro — e insólita em Portugal — foi resgatar a concessão alegando justa causa devido ao incumprimento pela concessionária Autoestradas do Marão. O governo que privatizou quase tudo acabou por “nacionalizar” o Túnel do Marão.

 

 

A Somague partiu para os tribunais e contestou a decisão do Estado. E o tribunal arbitral, num primeiro acórdão, já reconheceu que o Estado pode ser obrigado a indemnizar a concessionária pelo valor investido antes do resgate da concessão. O montante de uma eventual concessão terá que entrar nas contas ao custo final da solução que veio a ser adotada pelo executivo PSD-CDS.

 

 

Uma parte importante dos encargos financeiros que o Estado teve de assumir à cabeça quando tomou conta da obra foi parar diretamente à Caixa Geral de Depósitos, o banco público que foi financiando a obra quando os bancos privados do sindicato bancário da concessão se recusaram a manter a torneira do financiamento aberta.

 

 

Em vez de lançar uma nova concessão, o Governo de Passos Coelho decidiu finalizar a obra através de empreitadas públicas. A supervisão do processo ficou a cargo das Estradas de Portugal (atual Infraestruturas de Portugal).

 

 

“O custo total da obra ficou em 398 milhões de euros, enquanto o contrato inicial dava um valor de 341 milhões de euros e vemos que as Estradas de Portugal se estão a financiar comspreads de 5%, ou seja, muito superiores àqueles que tínhamos conseguido em 2008″, argumenta Paulo Campos. No lado social-democrata, a justificação prende-se com os encargos da concessão de 30 anos à Somague. Em abril de 2015, Sérgio Monteiro afirmou que tinha havido “uma poupança que, comparada com o contrato de PPP anterior, representa cerca de mil milhões de euros a menos de despesa”.

 

 

Paulo Campos contesta estes números com um relatório da Ernst & Young, pedido pelo executivo de Passos Coelho, em que apenas os valores nominais se aproximam dos 800 milhões de euros, sem ter em conta a receita pública. “Passos Coelho está mais uma vez a enganar os portugueses”, diz.

 

 

Um túnel que traz mais segurança às estradas do interior

 

Um ponto em que tanto PS como PSD concordam são as vantagens que a construção deste túnel vem trazer às populações do interior. Apesar de apenas encurtar o percurso entre Porto-Bragança em 35 minutos, o túnel do Marão pode ser a solução para a elevada sinistralidade naquela zona, já que os condutores vão poder evitar zonas de curvas permanente e que no inverno se cobrem de neve, tornando a condução mais perigosa.

 

 

Apesar de se passar a pagar portagem — entre 1,90 e 4,5€, dependendo da classe do veículo –, as empresas e os condutores individuais estimam poupar já que o gasto em gasolina vai diminuir, passando-se de uma condução a pique, com subida da serra, a uma travessia em linha reta de 5,6 km. “Quando vejo a conclusão do túnel, tenho uma enorme alegria interior já que será possível ao interior disputar mais e melhor desenvolvimento para a região”, afirma Paulo Campos, dizendo que o túnel é marca dos executivos de Sócrates.

 

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As vantagens do túnel foram também indicadas pelo anterior primeiro-ministro, que apesar de não marcar presença na inauguração de sábado, está na sua terra natal de Vila Real. “Vai melhorar a vida das pessoas, facilitar o seu dia-a-dia e o das empresas, desbloquear constrangimentos diários e assim contribuir também para uma maior competitividade da região, ajudando a criar emprego e potenciando um maior dinamismo do tecido empresarial”, disse o antigo primeiro-ministro, afirmando ainda vai trazer “mais segurança rodoviária” à ligação no Marão.

 

 

Após a conclusão da construção civil, o túnel passou por uma fase de testes de segurança. “Temos um plano exaustivo de ensaios e é o que estamos a fazer agora. O objetivo é pôr o mais rapidamente possível esta infra-estrutura ao serviço, mas em totais condições de segurança”, disse André Oliveira, coordenador do empreendimento, à Lusa. Nesta última fase da construção chegaram a trabalhar 580 pessoas no túnel e durante todo o período da empreitada não houve nenhuma vítima mortal.

 

 

Passos defende que poupou mil milhões com resgate do túnel do Marão

 

 

O ex-primeiro-ministro, que se deparou com a suspensão da construção do túnel quando tinha acabado de tomar posse, não esteve na inauguração da infra-estrutura este sábado.

 

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O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse que o Túnel do Marão vai melhorar o dia-a-dia das pessoas e empresas e lembrou que o resgate da obra permitiu uma poupança de “cerca de mil milhões de euros”.

 

Pedro Passos Coelho tinha acabado de tomar posse como primeiro-ministro, em Junho de 2011, quando a construção da Autoestrada do Marão, que inclui um túnel rodoviário de 5,6 quilómetros, foi suspensa.

 

“Não por decisão do Governo, mas por razões relacionadas com processos judiciais envolvendo a obra já iniciada e com a incapacidade financeira do concessionário para prosseguir com o empreendimento”, afirmou.

 

Em respostas por escrito enviadas à agência Lusa, o antigo primeiro-ministro e presidente do PSD explicou que “foi possível ultrapassar essa situação grave e resgatar a concessão, o que permitiu, apesar dos inconvenientes resultantes do atraso na conclusão da obra, ainda assim poupar cerca de mil milhões de euros ao erário público”.

 

Este valor resulta de uma comparação com o contrato de parceria público privada (PPP) inicial do empreendimento e os custos que o Estado iria assumir com o pagamento até ao final da concessão.

 

A Autoestrada do Marão, que foi a primeira obra pública a ser resgatada no país, vai ser inaugurada sábado pelo actual primeiro-ministro, António Costa.

 

Pedro Passos Coelho acredita que a nova via vai “melhorar a vida das pessoas, facilitar o seu dia-a-dia e o das empresas, desbloquear constrangimentos diários e assim contribuir também para uma maior competitividade da região, ajudando a criar emprego e potenciando um maior dinamismo do tecido empresarial”.

 

“Isto além de trazer mais segurança rodoviária, o que é muito relevante dado o histórico de sinistrarias e mortalidade associado à ligação do Marão”, acrescentou.

 

Esta é, na sua opinião, “uma obra consensual” e considerou que “a maioria das pessoas partilha esta visão sobre os benefícios que ela traz”.

 

E a sua conclusão irá permitir, segundo frisou, “reforçar a competitividade de Trás-os-Montes e do Douro, ajudará a fixar empresas e permitirá criar mais emprego para a região”.

 

“Portanto espero que esta obra contribua para acelerar o desenvolvimento económico e social da região. E estou certo de que o país ganha com isso”, sublinhou.

 

 

Sócrates mostrou-se. Costa escondeu-se

 

Um aperto de mão no final do discurso de inauguração do Túnel do Marão, foi tudo o que se viu do encontro entre José Sócrates e António Costa, na tarde deste sábado, em Trás-os-Montes.

 

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A expectativa para assistir ao momento em que o antigo e atual primeiro ministro do Partido Socialista (PS) se reencontravam era grande mas tudo foi feito para evitar que esse contacto fosse público. O encontro aconteceu num autocarro de vidros fumados, longe dos jornalistas e das câmaras de televisão.

 

 

O antigo primeiro-ministro foi o primeiro a chegar, pouco depois das três da tarde, à entrada poente do Túnel do Marão. Sorridente, José Sócrates conversou com os jornalistas e explicou por que aceitou o convite para estar presente e criticou quem não veio.

 

 

Sócrates, tal como os restantes convidados, foi de imediato encaminhado para o interior do autocarro que haveria de fazer a viagem inaugural e aí esperou meia hora pela chegada de Costa.

 

 

Neste autocarro, de vidros escurecidos, só os membros do Governo e alguns convidados puderam entrar, deixando de fora os repórteres de imagem, ao contrário do que estava planeado, sem que se pudesse assistir ao encontro entre os dois.

 

 

Os jornalistas foram todos enviados para um segundo autocarro que, por sinal, avariou – não chegou sequer a arrancar tendo sido depois distribuídos pelos carros do Governo, enquanto o autocarro onde seguia o primeiro-ministro fazia um compasso de espera para reagrupar a caravana.

 

 

Tanto à chegada como à saída, António Costa recusou prestar declarações aos jornalistas, mas José Sócrates, que assistiu à cerimónia na primeira fila, nunca se escusou a responder uma e outra vez às mesmas perguntas. No entanto, António Costa fez questão de mencionar José Sócrates no seu discurso. “Querona pessoa do engenheiro José Sócrates, cumprimentar e saudar todos aqueles que de 2007 até hoje contribuíram, nos sucessivos governos, para que esta obra tenha sido concluída”, afirmou.

 

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Se a cerimónia de inauguração do Túnel do Marão fosse um casamento, poderia dizer-se que um dos convidados apareceu de branco para ofuscar a noiva, estragando a festa.

 

 

Em alguns momentos, ouviu-se “Viva o Sócrates!” e elogios rasgados como o que lhe deixou um transmontano: “O senhor desbravou Trás-os-Montes”. E Sócrates bebeu deste frenesim mediático que António Costa não foi capaz de gerar.

 

 

“Sou eu próprio que decido quando saio da política, não outros”, atirou o antigo primeiro-ministro, quando questionado sobre um eventual regresso à vida política.

 

 

A última vez que Sócrates e Costa estiveram juntos foi a 31 de dezembro de 2014 quando o líder do PS foi visitar o antigo governante â prisão de Évora. Estiveram juntos durante cerca de uma hora nesta “visita pessoal” e à saída António Costa pouco mais disso além de expressar o desejo de ver a “justiça funcionar com normalidade”. Não voltou a visitá-lo.

 

 

Costa sempre se recusou a comentar o processo judicial de Sócrates, que o manteve detido durante dez meses. E se a princípio se voluntariou a enfrentar sozinho o que considera ser uma “processo político”, Sócrates reconheceu mais tarde, em entrevista à TVI, em dezembro de 2015, que “ao fim de seis meses, esperava que o PS dissesse: ‘desculpem, não será o momento de apresentar as provas?’ A atuação do Ministério Público serviu para prejudicar o PS”, concluiu.

 

 

Finalmente, em abril deste ano, José Sócrates confessou que nunca faria o que Costa fez, de se propor a formar Governo sem que tivesse vencido as eleições. “Eu nunca teria sido primeiro-ministro sem ter ganho as eleições, mas esse é um problema meu, agora reconheço toda a legitimidade a este Governo e a António Costa”, criticou o antigo primeiro-ministro socialista.

 

 

TPT com: AFP// Miguel Baltazar//Negócios/Liliana Costa/Catarina Falcão//Observador// ESTELA SILVA//LUSA// 7 de Maio de 2016

 

 

 

 

 

 

Eduardo Cunha é afastado do Congresso brasileiro pelo Supremo Tribunal

A iminência do afastamento de Dilma fez o Supremo decidir com urgência. Enquanto presidente da Câmara dos Deputados, Cunha poderia vir a assumir a presidência do Brasil ocasionalmente.

 

 

Mas, o Supremo Tribunal do Brasil determinou esta quinta-feira a suspensão do mandato parlamentar de Eduardo Cunha, um dos mais poderosos políticos brasileiros e o principal adversário da Presidente Dilma Rousseff, e o seu afastamento do cargo de presidente da Câmara dos Deputados. Numa votação unânime, os juízes do Supremo Tribunal Federal confirmaram na quinta-feira, ao final do dia, a decisão do colega Teori Zavascki, formalizada na madrugada de quinta, de afastar Cunha dos seus cargos parlamentares, dando razão a um pedido apresentado pelo Ministério Público brasileiro em Dezembro sob o argumento de que o deputado usava o seu cargo e posição para atrapalhar as investigações contra ele no âmbito da Operação Lava Jato, na qual é arguido, e no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados encarregado de analisar o seu eventual afastamento do Congresso.

 

 

Em Março, Cunha foi constituído arduido da Operação Lava Jato pelo Supremo, sob a acusação de integrar o esquema de corrupção da empresa estatal Petrobras. Ele é alvo de mais quatro investigações naquele tribunal, todas relacionadas com suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. Cunha goza de imunidade parlamentar e, segundo a legislação brasileira, só pode ser investigado e julgado pelo Supremo. No seu pedido apresentado em Dezembro, o procurador-geral da República Rodrigo Janot aponta várias situações em que o deputado terá usado o seu cargo e posição em benefício próprio e para fins ilícitos, intimidando empresários a pagarem subornos através de medidas legislativas, actuando directamente ou através de outros parlamentares aliados, ou frustrando e atrasando as investigações contra ele.

 

 

A decisão do Supremo foi celebrada no Brasil, mas também recebida como uma medida tardia. O pedido do procurador-geral da República estava há cinco meses parado no Supremo e o tribunal tem sido criticado pela sua inacção em relação a Cunha, que durante esse período liderou e acelerou o processo de impeachment (destituição) no Congresso contra a Presidente Dilma Rousseff, sua adversária política. A iminência do impeachment de Dilma Rousseff, que deverá ocorrer já na próxima semana, trouxe uma nova urgência ao Supremo porque, no caso de Michel Temer assumir a presidência, o número dois na linha de sucessão é o presidente da Câmara dos Deputados. Assim sendo, Eduardo Cunha poderia assumir a presidência ocasionalmente – mediante a indisponibilidade ou ausência temporária do ocupante natural.

 

 

“Não há a menor dúvida de que o investigado não possui condições pessoais mínimas para exercer, neste momento, na sua plenitude, as responsabilidades do cargo de presidente da Câmara dos Deputados, pois ele não se qualifica para o encargo de substituição da Presidência da República, já que figura na condição de arguido” no processo em curso no Supremo Tribunal, concluiu o juiz Teori Zavascki.

 

 

Cunha, que se manteve todo o dia reunido com advogados na sua residência oficial, mandou dizer, através da sua assessoria, que não irá demitir-se. A presidência da Câmara dos Deputados passou a ser ocupada, em regime interino, pelo deputado Waldir Maranhão, do conservador Partido Progressista (PP), que também é investigado por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato.

 

 

A decisão do Supremo Tribunal traz um novo grau de incerteza ao já caótico e imprevisível impasse político brasileiro. O Governo pretende usar a decisão como argumento para suspender o processo de impeachment contra a Presidente Dilma. Mas a decisão também é uma boa notícia para o vice-presidente Michel Temer, que se prepara para substituir Dilma na presidência. Cunha pertence ao mesmo partido de Temer, o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), e os dois são próximos, mas Cunha, um evangélico, líder de um dos Congressos brasileiros mais conservadores, tornou-se um dos políticos mais impopulares no Brasil – à esquerda e à direita – por causa da acumulação de suspeitas de corrupção e dos seus métodos pouco escrupulosos dentro da Câmara dos Deputados. Há um mês, uma sondagem do Instituto Datafolha mostrou que 77% dos brasileiros defendiam a expulsão de Cunha do Congresso. Se Cunha se mantivesse como presidente da Câmara dos Deputados, seria “um fardo” que Michel Temer teria de carregar e “pelo qual seria cobrado”, escreveu colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim. Dilma Rousseff acusou Temer e Cunha de serem “golpistas” que arquitectaram o impeachment em conjunto.

 

 

TPT com: UESLEI MARCELINO/REUTERS/Kathleen Gomes//Público /// 5 de Maio de 2016  

 

 

 

 

 

Saiba toda a história da detenção do diplomata português em Bruxelas

Era um dia como tantos outros, em Bruxelas. Rui Boavida, de 40 anos, diplomata da Reper – Representação Portuguesa naquela cidade, começava o dia de trabalho com uma reunião na sede do Conselho da Comissão Europeia. À entrada da Praça Schuman, aponta o smartphone para o edifício envidraçado e dispara uma fotografia. Em pano de fundo: o edíficio europeu com alguns carros à volta, incluindo um da polícia.

 

 

Sem qualquer aviso, depressa se envolve numa perseguição a pé para fugir a um agente que lhe pediu o telemóvel, sem mais explicações. “Dá-me o telemóvel!” O diplomata, especialista em questões internacionais da energia e segurança energética e que já viveu na China e em Singapura, só parou de correr quando o polícia o apanhou para o algemar.

 

Toda a história da detenção do diplomata português em Bruxelas 2

Encostado às traseiras de um carro, já sem carteira e sem telemóvel, o português continuou a gritar: “Estão a levar-me porque tirei uma fotografia. Então? Isto é a sério?” Mas, nessa altura, o agente, e outros seis que se juntaram, já tinha visto a sua identificação ao peito. Foi algemado, metido numa carrinha, filmado.

 

Toda a história da detenção do diplomata português em Bruxelas 3

A espectacularidade da cena fez com que o vídeo captado por transeuntes se tornasse viral nas redes sociais, a começar pelo Twitter. Foi o correspondente da Euronews James Franey que twitou as primeiras imagens. “Aconteceu um incidente bizarro esta manhã. A polícia de Bruxelas deteve este diplomata português. Reper diz que ele tirou foto a edifício da UE”, escreveu.

 

Toda a história da detenção do diplomata português em Bruxelas 4

Ao que a Reuters apurou, foi a própria Reper, depois de ter conhecimento do “bizarro incidente”, que tentou localizar Rui Boavida numa das esquadras da cidade. Encontrou-o 40 minutos depois e estabeleceu contactos de forma a resolver a questão com toda a celeridade. O português acabou por ser libertado, depois de um contacto do consulado.

 

 

A justificação da política belga para o caso é que “o alerta terrorista de nível amarelo proíbe tirar fotografias” aos edifícios públicos. Mas a questão não é consensual. Aliás, a brutalidade policial é um assunto na ordem do dia, na Bélgica. Em Março deste ano, centenas de pessoas participaram numa marcha contra a violência dos polícias, onde estiveram a União Sindical Estudantil, o Feminismo Libertário Bruxelas, a Leuven Anarchiste Groep, as Juventudes Libertárias da Bélgica e militantes antifascistas.

Para já, a Reper dá o caso como “sanado”.

 

 

TPT com: AFP/REUTERS/ Euronews /Sónia Sapage/Público/5 de Maio de 2016

 

 

 

 

 

 

 

O LAV luta para construir um monumento que irá “ajudar a perpectuar” a presença lusa nos EUA

Com o obectivo de angariar fundos para a construção e edificação do “Luso American Veterans Monument” teve lugar (17 de Abril) no salão nobre do Sport Clube Português de Newark(SCP) um “almoço cultural” que contou com a presença de centena e meia de convidados.

 

 

Este monumento que vai custar mais de 200 mil dólares visa manter viva e honrar a memória dos portugueses e luso-americanos que prestaram serviço nas Forças Armadas dos Estados Unidos da América, ao longo da sua história, nomeadamente daqueles que tombaram no “Campo da Honra”, dentro e fora das suas fronteiras.

 

O LAV luta para construir um monumento que irá ajudar a perpectuar a presença lusa nos EUA 2

Para além de alguns membros da Direcção do LAV, estiveram também o mayor de Kearny, Dr. Alberto Santos, o chanceler João Gouveia, em representação do Cônsul Geral de Portugal em Newark, Dr. Pedro Soares de Oliveira, que por motivos imprevistos não pôde estar presente, Jack Costa, presidente do Sport Clube Português, uma representação da Associação de ex-Marinheiros Portugueses –USA, uma delegação de militares da Associação de Veteranos do Estado de Massachusetts, os activistas João Crisóstomo e Renato Baptista, os escritores Baldomiro Soares, Fernando Santos e Glória de Melo, e ainda algumas representações associativas e culturais da cidade de Newark.

 

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Em ambiente acolhedor e descontraído, os convidados conversaram sobre o projecto, bem como sobre as suas aspirações e os seus afazeres do dia a dia.

 

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Seguiu-se depois o almoço confeccionado pela equipa de cozinha do SCP, que foi abençoado pelo padre Simão, da Igreja de Nossa Senhora de Fátima de Newark.

 

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Após o almoço, o comando Manny Cunha e João Machado fizeram as apresentações “da praxe” e lembraram o projecto do “Luso American Veterans Monument”, que foi saudado com uma forte salva de palmas.

 

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Durante o protocolo, foram tocados os hinos nacionais dos Estados Unidos e Portugal e foi observado um minuto de silêncio, em homenagem a todos os soldados portugueses e luso-americanos que morreram ao serviço deste país da América do Norte.

Após esta cerimónia seguiram-se os discursos.

 

 

O luso-americano Alberto Santos, mayor da cidade de Kearny, uma cidade de 40 mil habitantes, localizada a poucos minutos de New York, começou por elogiar a iniciativa dos membros do “Luso American Veterans Monument” e da importância que tem “para a lembrança dos nossos soldados que tombaram em todas as guerras ao serviço dos Estados Unidos, e que muitos insistem, em esquecer”, disse.

 

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O Dr. Alberto Santos, advogado, (1º na foto à esquerda, aqui acompanhado pelo jornalista e escritor Fernando Santos, e pelo Chanceler João Gouveia, à direita) tem defendido a importância de os luso-americanos se envolverem cada vez mais nos assuntos culturais, empresariais e políticos deste país, a fim de melhor enfrentarem os desafios que os novos tempos colocam, sem esquecer as novas gerações. Durante a sua alocução, desafiou a comunidade portuguesa e luso-descendente a apoiar este projecto “já que ele vai ser também uma forma de homenagear e honrar todos os nossos ante-queridos, que lutaram e morreram, por este país que nos acolhe. Eles deram o melhor de si, e nós também temos que dar o melhor de nós para ajudar a construir este memorial, que será, porventura, o melhor exemplo de gratidão que lhes podemos prestar”, concluiu o mayor Alberto Santos.

 

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O Chanceler João Gouveia, que falou em representação do Cônsul Geral de Portugal em Newark, Dr. Pedro Soares de Oliveira, elogiou a iniciativa e lembrou que  “homenagear todos esses combatentes é reconhecer a memória colectiva de uma comunidade que valoriza e tem orgulho no contributo dado para este grande país de emigrantes”.

 

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Pedro Belo, Presidente do Comité de Finanças e Angariação de Fundos, para a construção do monumento, começou  por agradecer a presença de todos neste evento e lembrou também aos vários orgãos de comunicação social presentes que “iniciamos agora uma fase crítica para o desenvolvimento do projecto de construção do monumento que irá reconhecer para a posteridade o contributo dos Portugueses e dos Luso-Americanos, ao serviço dos diversos ramos das Forças Armadas Americanas.

 

Até ao momento as actividades da organização têm sido concentradas nas tarefas menos visíveis de formalização da organização e de preparação do lançamento do concurso público de candidatura ao desenho e concepção, do monumento. A partir de agora o êxito deste projecto vai depender fundamentalmente da participação mais alargada da comunidade em geral, dos empresários Luso-Americanos, das Instituições e do contributo das várias organizações de veteranos. Não quero deixar passar esta oportunidade sem apelar à contribuição de todos para que participem activamente nas iniciativas de “fund raising” e que colaborem na divulgação mais geral do projecto”, concluiu o Dr. Pedro Belo.

 

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Jorge Ventura, Presidente do Comité Executivo do “Luso-American Veterans Monument”, recordou que “já há alguns anos que um grupo de portugueses residentes na comunidade portuguesa de New Jersey, sonhava ver na cidade de Newark, algo que testemunhasse no futuro a presença dos portugueses nesta cidade. Como parte da comissão organizadora deste mega projecto que vai custar mais de 200 mil dólares, tenho o prazer de informar que reunimos um conjunto de personalidades, desde representantes do Governo Português, Autoridades Estaduais e Comunitárias que de imediato acarinharam o projecto”.

 

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Para finalizar, Jorge Ventura que disse sentir-se honrado por “termos convidado individualidades que de braços abertos se juntaram a nós”, dirigiu-se também em termos de agradecimento “a todos aqueles que têm colaborado no desenvolvimento deste projecto, nomeadamente aos membros dos oito (8) comités que constituímos, por todo o empenho com que têm dinamizado este grande empreendimento que irá perpectuar a presença de mulheres e homens Portugueses e Luso-Americanos que estiveram e estão envolvidos nas Forças Armadas deste grande País”.

 

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Depois dos discursos seguiu-se a apresentação do livro do jornalista e escritor Fernando dos Santos, que tem por título “Terra que é boa para viver é também boa para defender”, frase que o fuzileiro naval luso-americano Joaquim Vaz Rebelo escreveu à namorada, colocando-lhe a natural possibilidade de ali encontrar a morte, mas justificando o desafio que diariamente atirava à vida, poucos dias antes de morrer numa emboscada (dia 13 de Maio de 1967) no Vietname .

 

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Fernando dos Santos diz que “são largos milhares os luso-americanos que serviram e servem as forças armadas dos Estados Unidos. São menos os que morreram nos campos de batalha, mas aproximam-se do milhar. Neste livro, constam os nomes de 929 militares com apelidos portugueses que perderam a vida nas guerras dos Estados Unidos – desde a Guerra da Independência até à actual intervenção na Síria. Deste total, 428 têm a sua origem portuguesa perfeitamente confirmada e os restantes 501 têm elevada probabilidade de terem iguais raízes.

 

 

A confirmação da origem portuguesa das 428 baixas foi feita através de demorada consulta da imprensa luso-americana. A elevada probabilidade de as restantes 501 baixas serem de origem portuguesa foi aceite quando, partindo do apelido de tradição portuguesa, analisamos o nome próprio, o nome médio, o local de nascimento, o estado em que o militar cresceu, a fotografia confirmando a sua raça branca e outros factores que, por vezes, surgem nas breves biografias a que conseguimos acesso”.

 

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O comando Manny Cunha, que fez a apresentação do autor e da obra, referiu a todos os convidados que Fernando dos Santos “depois de ter sido em Portugal redactor da agência noticiosa France Press, continuou nos Estados Unidos a sua actividade jornalística ao serviço do bessemanário Luso Americano, agência Lusa e do extinto semanário Portuguese Post, onde escreveu e ajudou a escrever, alguns capítulos da história brilhante da emigração portuguesa nos Estados unidos”.

 

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Falar de Fernando dos Santos, considerado por muitos como um defensor de muitas causas nobres em prol das comunidades portuguesas dos Estados Unidos e Hawaii, é falar de um jornalista que vivia a profissão no que diz respeito às questões de ética e deontologia dos jornalistas.

 

 

“Era muito preocupado com o modo como os jornalistas desempenhavam a profissão e era também muito interessado pelas questões comunitárias, políticas locais e internacionais, factores que lhe davam uma visão muito própria das coisas e dos acontecimentos e, por esse prisma, foi sempre um jornalista empenhado e atento ao mundo”, disse ao The Portugal Times um dos seus antigos colaboradores presentes nesta festa de angariação de fundos para o LAV.

 

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Reformado desde Agosto de 2010, Fernando dos Santos tem vindo a pôr em livros algumas das suas notas.

 

 

Depois das mais de 500 páginas do livro “Os Portugueses de New Jersey”, editado em 2014, Fernado dos Santos sai agora com este volume sobre os Luso Americanos que Morreram ao Serviço da Forças Armadas dos EUA. Anteriormente, Fernando dos Santos publicou “Os Portugueses do Hawaii” (1996), e “Por Quem Os Sinos Não Dobram” (1994) este, segundo o autor, “com o título a evocar outras missões suicidas, numa altura (início dos anos de 1990) em que os índios Ianomamis do Brasil pareciam viver para morrer, dada a ameaça da sua extinção pela intensidade do garimpo sem que em sua memória se ouvissem badaladas na torre de qualquer areópago”.

 

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Fernando dos Santos, aqui acompanhado por Baldomiro Soares, à esquerda e Renato Baptista, ao centro, ofereceu a receita da venda do livro para o “Luso-American Veterans Monument” e deixou-nos a nós mais uma fonte de conhecimento.

 

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O monumento que está previsto ser construído no Independence Parque, ou Parque dos Mosquitos, em frente ao East Side High School, pretende “simbolizar o silêncio deixado pelos nossos soldados que lutaram e caíram na guerra ao serviço dos Estados Unidos”, sendo por isso uma “homenagem ao silêncio da om-nipresença das pessoas, que deixaram o seu povo, as suas famílias, as suas raízes.

 

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Neste livro, Fernando dos Santos diz ainda que “a iniciativa de erguer em Newark um monumento aos militares de origem portuguesa que ao longo da história serviram as forças armads dos Estados Unidos e especialmente os que caíram com honra em combate por este país, fica a dever-se às associações luso-americanas de New Jersey que aderiram rapidamente à iniciativa a seu tempo lançada do interior da Associação de Comandos USA, com sede em Newark, New Jersey”.

 

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Glória de Melo, Presidente do Comité de Eventos e Informação (1ª à esquerda na foto, acompanhada por Anabela Martins), que tem colaborado ao longo dos anos em inúmeras causas culturais e sociais, fez questão de fazer uma “chamada de atenção” ao trabalho que se vai fazendo e ao muito que ainda falta fazer, e disse que para a conclusão deste projecto “todos são precisos”.

 

 

Na sua mensagem para a ocasião, Glória de Melo disse também que “tenho a honra de presidir à Comissão de Eventos, Informação e Pesquisa do LAV, com o jornalista João Machado, que é o Vice-Presidente, e ainda com Anabela Martins, Ricky Durães, Luís Lourenço, Carlos Brito, e João Matos. Mas em abono da verdade o elemento mais activo deste naipe, tem sido, sem dúvida alguma a Anabela Martins, a quem agradecemos a disponibilidade e o dinamismo.

 

 

De referir que as actividades desta comissão têm tido como objectivo principal a divulgação e a sensibilização da comunidade lusa e americana, nos Estados Unidos e Portugal, por todos os meios de comunicação social, e em eventos das várias associações, clubes, e instituições várias, a missão e os objectivos do LAV”, que podem ser consultados no site www.lav-monument.org

 

 

Entre os simpatizantes deste projecto estão também Dom Duarte de Bragança, e o Dr. José de Almeida Cesário, ex-Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas que deu o seu apoio a esta iniciativa e incentivou todos os Portugueses e Luso Americanos a ajudarem a escrever “mais este capítulo da história brilhante da emigração portuguesa nos EUA”, disse.

 

 

Por sua vez, o Senhor Dom Duarte de Bragança após ter conhecimento deste projecto, enviou uma mensagem aos membros do  “Luso-American Veterans Monument” onde diz que “nesta conformidade, não posso deixar de associar-me à vossa iniciativa e louvar o espírito patriótico e universal que preside à mesma e para a qual desejo o maior sucesso.  Permito-me sugerir que seria louvável que fossem também considerados artistas portugueses ou lusoamericanos para a elaboração de tão simbólico monumento”, disse o herdeiro da Corôa de Portugal.

 

 

Fazem parte do Comité Honorário, deste projecto, o Dr. Pedro de Oliveira, Cônsul Geral de Portugal em Newark; Joseph DiVincenzo, Chefe Executivo do Consado de Essex; Armando Fontoura, Xerife do Condado de Essex; Augusto Amador, Vereador da cidade de Newark; Tereza Ruiz, Senadora do estado de New Jersey; Dr. Manny Grova Jr., vereador geral da cidade de Elizabeth; e ainda os empresários António Seabra; Bernardino Coutinho; Jack Casimiro e António Matinho.

 

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Para animar este almoço de angariação de fundos para a causa LAV, estiveram os artistas consagrados Telmo Rosa e o cantor e actor Eduardo Marques.

Apesar da qualidade musical e da energia positiva distribuída por Telmo Rosa pelos quatro cantos do salão de festas do Sport Clube Português de Newark, foi Eduardo Marques que chamou mais a atenção dos presentes. Com um percurso artístico bastante sólido, Eduardo Marques mostrou parte do talento que o levou a participar, como actor e cantor nos musicais: Navio dos rebeldes ( nomeado para os Globos de Ouro), Peter Pan, Fame, High-School Musical, Phantom of the Opera e Les Miserables.
Para além disso, foi 2º classificado na Grande Noite do Fado, em Portugal, em 2007.
Participou como Actor/Cantor em teatros de revista, para as comunidades portuguesas nos Estados Unidos e Canadá, em 2007 e 2008.
Segundo classificado, na geral e primeiro entre os cantores, no programa: “ Portugal Got Talent”, em 2010, Eduardo Marques foi também o vencedor do festival RTP da Canção, em 2012, indo representar Portugal no festival Euro-visão desse ano que teve lugar no Azerbaijão.

 

 

A homenagem aqui prestada a todos os que tombaram em combate merece o maior respeito e dignidade. Recordamos também que para os elementos do LAV, um monumento evocativo tem que ser representativo do sacrifício dos que deixaram a vida na guerra logo no início das suas vidas activas e do sentimento e da dor dos familiares mais próximos.

 

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Coragem… pequeno soldado do imenso exército. “A alegria dos que regressam/ Não faz esquecer, os que morreram”!… O campo de batalha é a terra inteira e a vitória é, a civilização humana.

 

 

Como escreveu Charles M. Province – Capelão Militar do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, no poema “É o Soldado”:

 

– “É graças aos soldados, e não aos sacerdotes, que podemos ter a religião que desejamos.

 

– É graças aos soldados, e não aos jornalistas, que temos liberdade de imprensa.

 

– É graças aos soldados, e não aos poetas, que podemos falar em público.

 

– É graças aos soldados, e não aos professores, que existe liberdade de ensino.

 

– É graças aos soldados, e não aos advogados, que existe o direito a um julgamento justo.

 

– É graças aos soldados, e não aos políticos, que podemos votar.

 

– São os soldados -,  que reverenciam a bandeira, que servem sob a bandeira e cujos ataúdes são cobertos por ela -, que tornam possível e suportam que manifestantes, em seus protestos, a queimem…”.

 

E tú, és soldado?

 

 

CM/JM/The Portugal Times//fotos: Vera Reis/Brazilian Voice Newspaper//  4 de Maio de 2016